Timon: Disputa entre Dinair e Rafael fica mais acirrada e vencedor terá margem pequena

Dinair Veloso, Rafael e Henrique Júnior:
disputa dura pela Prefeitura de Timon

Pesquisa do instituto Opinar, divulgada ontem, consolidou de vez a tendência de que a eleição para a Prefeitura de Timon, o terceiro maior colégio eleitoral do Maranhão, será uma das mais renhidas de todo o estado. De acordo com os números, a prefeita Dinair Veloso (PDT) lidera com 37,56% das intenções de voto, seguida do deputado Rafael (PSB) com 34,89%. Em terceiro lugar aparece Henrique Júnior (PL) com 20,82% e, finalmente, na quarta posição Dra. Dilcimar (Novo). Ali, 3,78% dos entrevistados não souberam ou não quiseram responder, e 2,22% optaram por nenhum, nulo ou em branco. É um cenário de rigorosa indefinição, a começar pelo fato de que a margem de erro do levantamento é de nada menos que 4,62%.

Com base nessa margem de erro, cujo percentual é maior do que a diferença entre os dois primeiros colocados, qualquer avaliação estatística concluirá que a prefeita Dinair Veloso e o deputado Rafael estão tecnicamente empatados. E que Henrique Júnior, cujo percentual de intenção de voto vem surpreendendo, concentra o poder de ser, neste momento, uma espécie de fiel da balança, o que significa dizer que a eleição pode ser definida para onde ele pender. Ou seja, é um cenário em franco movimento, no qual não se prevê a possibilidade de de uma arrancada de última hora por parte de nenhum dos candidatos.

A eleição para a prefeitura de Timon tem uma equação diferenciada, porque ali as mais importantes forças políticas do Maranhão na atualidade travam uma guerra política e eleitoral de peso. A prefeita Dinair Veloso tem o apoio do senador Weverton Rocha, que conseguiu atrair o apoio do comando nacional do PT, levando o vice-governador Felipe Camarão (PT) a declarar-lhe apoio. E do outro lado, o deputado Rafael tem o apoio determinado do governador Carlos Brandão (PSB) – que, aliás, esteve ontem no município – e seus aliados. E numa espécie de terceira via, Henrique Júnior atua com o apoio do deputado federal Josimar de Maranhãozinho, chefe maior do PL no Maranhão.

Existe ali, de fato, uma medição de força muito clara, dando a impressão de que o desfecho da eleição em Timon terá reflexos expressivos nas montagens que serão feitas para o grande embate de 2026. Não é sem razão que o senador Weverton Rocha vem jogando todos os seus trunfos para fortalecer a candidatura da prefeita Dinair Veloso, enquanto o governador Carlos Brandão tem demonstrado interesse na eleição do deputado Rafael, não só pelo fato de ser ele do PSB, mas também porque o parlamentar foi, durante quase dois anos, o correto líder do Governo na Assembleia Legislativa.

Vale registrar também o fato de que Dinair Veloso e Rafael vêm alternando a liderança. Ela já apareceu na frente em dois levantamentos, enquanto ele já apareceu na liderança em três levantamentos. Nenhuma das pesquisas divulgados até agora mostrou uma distância expressiva entre os dois, o que reforça a impressão de que o vencedor dessa disputa terá uma vantagem muito pequena.

A pesquisa Opinar parece ter o poder de ser um divisor de águas de agora por diante, com Dinar Veloso, Rafael e Henrique Júnior sabendo onde estão e quais as suas chances. Os dois primeiros sabem que não podem cometer erros. Pois a vitória de Dinair Veloso significará a permanência dos Leitoa no poder em Timon, com o fortalecimento do senador Weverton Rocha, enquanto que a vitória de Rafael representará o desmantelamento do grupo e um golpe devastador nas pretensões do chefe do PDT no Maranhão.

Em Tempo: A pesquisa ouviu 450 pessoas entre os dias 9 e 10 de setembro, tem margem de erro de  4,62 pontos percentuais, para mais ou para menos,  nível de confiança de 95% e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA-03871/2024.

PONTO & CONTRAPONTO

Bolsonaro ataca Lula, alimenta bolha, mas pode não ter ajudado Mariana em Imperatriz

Jair Bolsonaro e Yglésio Moises:
agenda em São Luís no dia 23

Não foi um fracasso, mas também não foi uma manifestação que tenha abalado a disputa pela Prefeitura, a visita de campanha que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez ontem a Imperatriz em apoio à candidatura de Mariana Carvalho (Republicanos). Na avaliação de um jornalista de Imperatriz, a presença e os gestos e declarações do ex-presidente na Princesa do Tocantins serviram para alimentar a fatia bolsonarista do eleitorado imperatrizenses, mas não será suficiente para impulsionar a candidatura de Mariana Carvalho, uma vez que a disputa está se definindo na direção de um segundo turno entre o deputado estadual Rildo Amaral (PP) e o deputado federal Josivaldo JP (PSD).

Jair Bolsonaro, como era previsto, elogiou a candidata Mariana Carvalho, mas fez um discurso de vítima e de violentos ataques ao presidente Lula da Silva (PT). Disse, por exemplo, que não passou a faixa presidencial ao novo presidente, porque não queria entregar o poder a “um ladrão”. Se satisfez a bolha bolsonarista presente ao evento, não contemplou a imensa maioria da população de Imperatriz, porque todos, incluindo os seus seguidores, sabem que ele fugiu para Miami (EUA) com medo de ser preso e para não ser relacionado com a tentativa de golpe que tramou para o 8 de Janeiro.

O ex-presidente retorna ao Maranhão no dia 23, desta vez passando em São Luís, onde manifestará seu apoio à candidatura do deputado estadual Yglésio Moises (PRTB) à Prefeitura da Capital. Yglésio Moises tem entre dois e quatro pontos percentuais na preferência do eleitorado e aposta alto que a presença do ex-presidente em São Luís mudará o rumo da sua candidatura.

Miltinho Aragão protesta contra a impugnação de Ivo Rezende: “A chibata só mudou de mão”

Miltinho Aragão protesta contra
a impugnação de Ivo Rezende

“A Justiça do Maranhão perdeu a oportunidade de ser vanguardista” e “A chibata só mudou de mão”. Com essas frases, pronunciadas com ênfase de aparência raivosa, o deputado Miltinho Aragão (PSB) protestou contra a impugnação da candidatura do prefeito de São Mateus Ivo Rezende (PSB), por decisão da Justiça Eleitoral.

Ivo Rezende, que se elegeu vice-prefeito em 2016, assumiu a Prefeitura em 2018 e se reelegeu em 2020, tentou um terceiro mandato, o que não é permitido pela legislação brasileira. Ele teve sua candidatura impugnada pela Justiça Eleitoral e, como não tinha certeza de que reverteria a decisão, não recorreu, desistiu e passou a bola para o ex-prefeito Miltinho Aragão.

A candidatura de Ivo Rezende foi impugnada pelo ex-prefeito e candidato Rovélio (Podemos). A alegação: quando vice-prefeito, ele assumiu o cargo de prefeito, caracterizando que ele exerceu o mandato. A sentença tirando-o do páreo foi certeira.

Miltinho Aragão tem agora o desafio de vencer a eleição com a missão de manter o controle sobre a política de São Mateus.

São Luís, 18 de Setembro de 2024.

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