Se não houver um acordo em que desista e engrosse a base de apoio do outro, o senador Weverton Rocha (PDT) e o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) poderão medir força nas urnas, caso não aconteça algum inusitado e surpreendente dentro da margem de imprevisibilidade das situações político-eleitorais. É o que indicam os números da pesquisa feita pelo instituto Econométrica para a TV Difusora, sem incluir a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), e divulgada ontem nos telejornais da emissora. O cenário encontrado é o seguinte: Weverton Rocha à frente com 26,9% das intenções de voto, seguido de Carlos Brandão com 15,6%. Na sequência aparecem o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (PSD) com 13,1%, o senador Roberto Rocha (sem partido) com 12,4%, o prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PTB) com 9,8%, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) com 5,3% e o secretário Simplício Araújo (SD) com 2,9%.
Os números revelam situações curiosas, sendo a principal delas o fato de Weverton Rocha e Carlos Brandão não terem “disparado” impulsionados pelas intenções de votos antes manifestadas em favor da ex-governadora Roseana Sarney. O pré-candidato pedetista cresceu apenas 4,9% em relação à pesquisa Econométrica de novembro, enquanto o vice-governador cresceu 5,1%. Por esses resultados, Weverton Rocha está a 10 pontos percentuais à frente de Carlos Brandão, o que não é grande coisa se levado em conta o fato de que 10 meses ainda separam o eleitorado das urnas, tempo de sobre para acontecer de tudo numa disputa eleitoral.
Outro dado que deve ser levado em conta: se comparados com os da pesquisa anterior, realizada em Novembro, os números do novo levantamento mostram que Carlos Brandão está se descolando de Roberto Rocha e de Lahesio Bonfim, se distanciando dos dois com vantagens acima da margem de erro, ficando empatado apenas com Edivaldo Holanda Jr., mas também por uma diferença de apenas dois décimos. Nesse ambiente, vale registrar o desempenho do ex-prefeito de São Luís, que se consolida como uma espécie de “terceira via”, ganhando força como ameaça a Carlos Brandão e como obstáculo a ser superado pelos pré-candidatos de oposição. Para constatar esse cenário, basta fazer as contas em busca das diferenças produzidas pelos percentuais
No mais, os números não surpreendem: eles informam que o projeto de candidatura do deputado federal Josimar de Maranhãozinho está se desmanchando rapidamente por conta das suspeitas de traquinagem em esquemas com dinheiro de emendas parlamentares, conforme denúncia do Ministério Público Federal e da Polícia Federal. Mostram também que o projeto de candidatura do secretário Simplício Araújo é até visto com simpatia, mas não decola. Nesse contexto, vale destacar outro dado digno de nota sobre o cenário encontrado pela pesquisa Econométrica: apenas 5,3% de intenções de votar em branco ou anular o voto, e 8,6% de indecisos, sugerindo que a maioria das posições podem permanecer inalteradas, ou perdendo para os que lideram a corrida.
A nova pesquisa Econométrica, ao excluir a ex-governadora Roseana Sarney da lista de candidatáveis, colocou a corrida sucessória em cenário mais real, investigando as possibilidades de quem está, de fato, inclinado a brigar pela cadeira principal do Palácio dos Leões. E nesse tabuleiro, os projetos de candidatura da base governista esmagam os originados nas fileiras oposicionistas, indicando, em princípio, que o governador a ser eleito em Outubro deve sair da base governista liderada pelo governador Flávio Dino.
Por fim, os percentuais de intenção de votos encontrados pelo Econométrica confirmam a edição de ontem da Coluna, cujo mote é o iminente desembarque da oposição em 2022 sem unidade nem perspectivas. As posições alcançadas pelo senador Roberto Rocha, pelo prefeito Lahesio Bonfim e pelo deputado Josimar de Maranhãozinho no levantamento confirmam a tendência.
Em Tempo: Feita em parceria com a TV Difusora, a Pesquisa Econométrica ouviu 1.347 eleitores, no período de 22 a 26 de, e sua margem de erro é de 2,7%, para mais ou para menos.
PONTO & CONTRAPONTO
Pesquisa prevê rolo compressor de Lula sobre Bolsonaro no Maranhão
A pesquisa Econométrica investigou também as intenções do eleitorado maranhense em relação à corrida ao Palácio do Planalto, tendo encontrado um cenário em que confirma o rolo compressor do ex-presidente Lula da Silva (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL). Se a eleição fosse agora, o líder petista teria 60,3% dos votos contra pífios 22,5% dados ao atual presidente. Os 18% restantes seriam assim divididos: 5% para o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), 3% para o ex-juiz-chefe da Lava Jato e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro (Podemos), 0,5% para o governador paulista João Dória (PSDB), 0,3% para a senadora Simone Tebet (MDB/MT) e 0,1 para o senador mineiro e presidente do Senado Rodrigo Pacheco. De acordo com o levantamento, 4,3% não votariam em nenhum deles e 4,2% não saberiam em quem votar.
O cacife eleitoral do ex-presidente Lula da Silva poderá alavancar o candidato a governador com o qual ele vier a fazer dobradinha no Maranhão. Já o presidente Jair Bolsonaro aparece como uma referência anêmica e negativa para os pré-candidatos oposicionistas.
Catulé Jr. está na luta por uma cadeira na Assembleia Legislativa
Além dos nomes fortes para a Câmara Federal, como Clayton Noleto (PCdoB), secretário de Infraestrutura, Felipe Camarão (PT), secretário de Educação, e Carlos Lula (PSB), secretário de Saúde, outros membros da equipe de ponta do Governo Flávio Dino estão caminhando firmes para as urnas. É o caso, por exemplo, de Catulé Jr. (PSB), o ativo e preparado secretário de Turismo, que tem base em Caxias e está com os pés na estrada visando uma cadeira na Assembleia Legislativa. Além do seu trabalho técnico no comando da Secretaria de Turismo, e sua atuação como militante político, que é intensa, Catulé Jr. conta com o aval do governador Flávio Dino, o apoio do prefeito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos), e o suporte do pai, o vereador Catulé (Republicanos), uma das raposas mais experientes e ladinas da política maranhense.
São Luís, 30 de Dezembro de 2021.