É ao mesmo tempo desconfortável e incômoda a situação da ex-governadora Roseana Sarney (MDB) em relação ao que deveriam ser dois dos três suportes da sua candidatura ao Governo do Estado: a inacreditável posição do presidente Michel Temer (MDB) no conceito da Opinião Pública, e a absolutamente pífia posição do pré-candidato do MDB a presidente da República, o ex-banqueiro e ex-ministro da Fazenda Henrique Meireles. De acordo com pesquisa do Ibope/CNI divulgada ontem, o presidente se tornou o mais impopular da História da República, com 79% dos entrevistados desaprovando seu Governo, enquanto o candidato do presidente a seu sucessor não tem mais de 1% na preferência do eleitorado nacional. Ou seja, a ex-governadora é hoje uma pré-candidata de um partido bombardeado por denúncias, não conta com o apoio aberto do presidente da República do seu partido, tão grave quanto à avassalador desprestígio do presidente emedebista é a dramática distância candidato presidencial do eleitorado
Roseana Sarney é uma política de grupo, que disputou todas as suas eleições embalada pelo apoio do Palácio do Planalto e dos candidatos pemedebistas, todos a vice-presidente em chapas lideradas por candidatos vencedores: o presidente pemedebista Itamar Franco e o tucano Fernando Henrique Cardoso em 1994, FHC em 1998, e o petista Lula da Silva em 2002 (para o Senado) e 2006 e 2010). Construída sempre pelo ex-presidente José Sarney (MDB), que conhece como ninguém o caminho das pedras no tabuleiro desse jogo complicado, os tripés que embalaram as candidaturas de Roseana Sarney nas suas campanhas vitoriosas foram exatamente poder de fogo da máquina estadual, o suporte esmagador do Palácio do Planalto e o sopro poderoso do candidato da aliança do seu partido com o PSDB e depois com o PT.
É inegável, por outro lado, que, além do empurrão indispensável das máquinas estadual e federal e dos candidatos presidenciais apoiados por seu Grupo, Roseana Sarney entrou na política carregando um talento que, lapidado durante seu longo período de poder, tornou-a uma política carismática, apesar da sua notória dificuldade de comunicação verbal. Suas vitórias eleitorais foram, portanto e indiscutivelmente, resultado da soma desses quatro fatores, sem os quais ela dificilmente passaria do primeiro mandato, que ganhou numa disputa duríssima, e controversa, com o senador Epitácio Cafeteira, em 1994.
Nesse momento, a menos de um mês da abertura do período de realização das convenções partidárias – 20 de Julho a 5 de Agosto – a situação da ex-governadora Roseana Sarney é muito complicada. Ela aparece em segundo lugar, com cacife que varia entre 25% e 30% de intenções de votos, muito distante do primeiro colocado, o governador Flávio Dino (PCdoB), que tem aparecido em todas elas com mais de 50% da preferência do eleitorado. E sem contar com os fatores que sempre turbinaram suas corridas às urnas, ela corre sério risco de ter sua campanha travada por falta do combustível político que eles produzem.
O grave dessa equação incompleta que trava e fragiliza o projeto eleitoral da ex-governadora em direção às urnas é que não há como revertera situação do presidente Michel Temer, de modo que ele e seu Governo possam vir a ser usados como mote da sua campanha. E também que não há qualquer sinal indicativo de que o ex-banqueiro e ex-ministro da Fazenda Henrique venha a decolar como candidato a suceder seu ex-chefe no Palácio do Planalto. A maior evidência desse drama político é que, desde que anunciou sua decisão de concorrer, a pré-candidata do MDB não pronunciou até agora uma só palavra sobre o presidente do MDB, sobre o Governo do presidente do MDB e sobre o candidato a presidente do MDB, lançado pelo presidente do MDB.
Se realmente vai entrar na briga pelo voto, como vem afirmando, a ex-governadora terá de encarar a situação e definir o seu discurso, porque ele dificilmente sustentará uma campanha sem dizer o que pensa do presidente Michel Temer e do candidato do MDB a presidente, Henrique Meireles.
PONTO E CONTRAPONTO
Pesquisa Ibope mostra rejeição de candidatos e números de indefinidos
Quem se motiva com os números da corrida à presidência da República precisa avançar da leitura dos percentuais encontrados pela pesquisa Ibope/CNI para cair na realidade quando se deparar com os itens rejeição e “nulo e branco”, “não sabe”.
No primeiro caso, o item rejeição, a pesquisa Ibope mostrou que o pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL), que tem 17% de intenções de voto, é o mais rejeitado, com 32%. Logo em seguida vem Lula da Silva (PT), que lidera a corrida com 33% das intenções de voto, mas enfrenta uma rejeição de 31%. Já Geraldo Alckmin, do PSDB, que tem 6% de intenções de voto, amarga uma rejeição de 22%. E Marina Silva (Rede) é rejeitada por 18%, contra 13% de intenções de voto.
Em relação ao item “indefinição”, os números encontrados pelo Ibope funcionam como um alerta estridente de que nada está decidido em relação à corrida presidencial. Para começar, no cenário com Lula, nada menos que 22% dos entrevistados disserem que votarão em branco ou anularão o voto, enquanto que 6% disseram não saber ou não responderam. Já no cenário sem o ex-presidente, a situação se complica ainda mais: 33% disseram que votarão em branco ou anularão o voto. Enquanto que 8% disseram não saber ou não responderam.
Isso significa dizer que no cenário com Lula a indefinição é de 28%, enquanto que no cenário sem o ex-presidente a situação fica muito mais feia: a indefinição alcança o patamar de 41%.
São números para muita reflexão.
Em Tempo: O levantamento do Ibope, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi realizado entre os dias 21 e 24 de junho e ouviu duas mil pessoas em 128 municípios. A margem de erro é de dois pontos
Flávio Dino entrega em Vargem Grande mais um complexo escolar de tempo integral
O governador Flávio Dino (PCdoB) inaugurou ontem, em Vargem Grande, ao lado do prefeito Carlos Barros (PCdoB), e do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), o Núcleo de Educação Integral Professora Maria da Conceição Carvalho Ribeiro. A escola, que abrigará 1.800 alunos e custou R$ 6 milhões, conta com 18 salas de aula, uma quadra poliesportiva, biblioteca e diversos laboratórios, será uma verdadeira revolução no sistema educacional de Vargem Grande, Participaram do ato os deputados federais Eliziane gama (PPS) e Weverton Rocha (PDT) e o deputado estadual Fábio Braga (SD), além de prefeitos da região e secretários de Estado
“Nós temos que torcer para o Brasil ganhar a Copa, mas, também, para o Brasil ser um país justo e igual. A escola de quem paga caro tem de ser igual àquela dos que não podem pagar. Esse é o compromisso do nosso governo. Não sou o primeiro governador que vem aqui falar de educação de tempo integral, mas sou o primeiro a fazer uma escola de tempo integral nessa região”, disse o governador no ato de inauguração, acrescentando que não arredará de governar com foco social. E nessa linha lembrou que Vargem Grande já recebeu do seu Governo um restaurante Popular que em 80 dias serviu 27 mil refeições naquele município.
O governador foi enfaticamente apoiado pelo presidente da Assembleia legislativa, que no seu discurso disse: “Essa conquista só foi possível porque o governador Flávio Dino aplica os recursos públicos com transparência e honestidade. Meu coração está cheio de alegria por entregar, ao lado dele, uma obra com essa qualidade para o povo de Vargem Grande. Vamos continuar trabalhando para fazer mais por este município”,
São Luís, 28 de Junho de 2018.