PT faz jogo com o PCdoB, adia declaração de apoio a Rubens Júnior, mas sabe que não tem outro caminho

 

Cúpula local do PT na reunião que decidiu adiar declaração de apoio a Rubens Jr.

Com um movimento político pouco prático, que não produzirá qualquer resultado fora do que está previsto, o braço maranhense do PT adiou a batida de martelo para confirmar sua aliança com o PCdoB em torno da candidatura do deputado federal Rubens Júnior à Prefeitura de São Luís. O adiamento foi anunciado sábado em reunião da cúpula petista, sob o argumento de que, antes do posicionamento na Capital do Maranhão, ficará para depois que PT e PCdoB ajustarem os ponteiros em outras capitais, como Rio de Janeiro e Fortaleza, por exemplo. Com a atitude, o PT atrasa o cronograma de definições do PCdoB, não se dando conta de que com esse procedimento está criando encrenca para o seu próprio arraial. Isso porque qualquer outro rumo que o partido vier a tomar fora da aliança com o PCdoB será um passo fora da curva, o que significará o risco de um desfecho desastroso.

Ainda dono de um cacife nada desprezível no plano nacional, tendo o ex-presidente Lula da Silva como referência maior e o Bolsa Família como a maior base de apoio, o que faz dele o aliado preferencial da seara da chamada esquerda democrática, o PT tem sido um fracasso político e eleitoral retumbante em São Luís e no Maranhão como um todo. Nas eleições municipais de 2016, saiu das urnas com apenas sete prefeitos e uma penca pouco expressiva de vereadores – apenas um em São Luís (Honorato Fernandes) numa Câmara com 31 cadeiras. E nas eleições gerais de 2018 saiu das urnas com apenas um deputado federal (Zé Carlos, com 76 mil votos) e um deputado estadual (Zé Inácio, com 31 mil votos). Seu melhor resultado na Capital foi a eleição de Domingos Dutra como vice de Jackson Lago em 1988, uma aliança que terminou em crise aguda.

No período da aliança com o Grupo Sarney, o PT conseguiu eleger o vice-governador (Washington Oliveira), que foi fragorosamente derrotado na tentativa de se eleger prefeito de São Luís em 2013, quando era vice-governador e teve sua candidatura embalada pela força do Governo Dilma Rousseff,  e do ex-presidente Lula da Silva que estava no auge do poder, e da governadora Roseana Sarney. O pífio desempenho nas urnas, somado às crises intestinas que tiraram do partido líderes autênticos como Domingos Dutra e Bira do Pindaré transformaram o PT maranhense num partido retalhado em três grupos, que se digladiam com frequência. Agora mesmo, diante de uma situação política óbvia, que tem a aliança com o PCdoB como o melhor caminho, as forças petistas estão divididas entre o apoio à candidatura consolidada de Rubens Júnior (PCdoB), o ensaio nada consistente de uma candidatura de Zé Inácio (PT) e uma aliança em torno de Bira do Pindaré (PSB).

O que chama a atenção no jogo do PT em São Luís é a aparente indiferença dos seus líderes em relação à posição do governador Flávio Dino, do PCdoB e do deputado federal Rubens Júnior. No caso do governador, nenhum político no campo esquerdista se expôs mais do que ele na luta contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff e poucos foram tão incisivos na defesa do ex-presidente Lula da Silva no caso dos processos da Lava Jato, além de todo o apoio dado ao candidato presidencial Fernando Haddad, que saiu das urnas maranhenses com 75% dos votos. Em relação ao PCdoB e a Rubens Júnior, basta lembrar da luta que, em nome do partido, ele liderou na Câmara Federal contra a derrubada da presidente petista. Feitas as contas, o PT maranhense tem um déficit gigantesco em relação a Flávio Dino, ao PCdoB e a Rubens Júnior.

A leitura mais correta desse movimento é a de que, montado no tempo precioso que detém para rádio e TV e no prestígio do ex-presidente Lula, o PT está fazendo o jogo que costuma fazer para entrar na aliança com um candidato a vice, mesmo sabendo que tem poucas opções a oferecer à candidatura de Rubens Júnior nesse particular.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Visita de Rubens Júnior e conversa com Carlos Brandão confirmam cacife do novo MDB

Roberto Costa e Rubens Júnior na visita em que o comunista foi sondar o apoio do MDB à sua candidatura

A visita política que o candidato ao PCdoB, Rubens Júnior, fez ontem ao vice-presidente e articulador do MDB, Roberto Costa, confirmou integralmente a avaliação da Coluna segundo a qual a agremiação emedebista, hoje revigorada por uma nova orientação, fruto da reconstrução da unidade do partido, é uma “noiva” cobiçada pelo que reúne em estrutura partidária, em lastro político, em potencial eleitoral e em tempo no rádio e na TV. Hoje seguindo uma orientação política traçada pela ala jovem liderada por Roberto Costa, o MDB em nada lembra o partido até pouco tempo controlado pela velha guarda do Grupo Sarney. O MDB de agora é um partido ajustado, muito bem organizado e aberto a conversar com todos os pré-candidatos, dando-se o luxo de receber e avaliar propostas de aliança. Ontem, Roberto Costa recebeu a visita de Rubens Júnior, que manifestou interesse em ter a legenda emedebista na aliança partidária que vai liderar na corrida à Prefeitura de São Luís. A conversa terminou sem definição, mas deixando porta aberta para novas conversações. Roberto Costa também conversou com o vice-governador Carlos Brandão, que demonstrou todo interesse no apoio do MDB ao pré-candidato do seu partido, o Republicanos, deputado Duarte Júnior, segundo colocado nas pesquisas. Essas conversas servirão de base para a posição que o comando emedebista deverá tomar até o dia 15 deste mês, podendo lançar candidato próprio, ingressar numa aliança indicando o candidato a vice, participar da aliança sem exigir a vice ou esnobar aliança e investir seu cacife, que inclui um precioso tempo de propaganda no rádio e na TV. O candidato que conseguir o apoio do MDB estará jogando uma boa cartada.

 

Othelino Neto, Marco Aurélio e Rildo Amaral levam asfalto a bairro de Imperatriz

Othelino Neto entre Marco Aurélio (d) e Clayton Noleto e Rildo Amaral (e) no Jardim Tropical, ontem, em Imperatriz

A seara política de Imperatriz se agitou ontem  com a presença do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), no município. Ali, ao lado do deputado Marco Aurélio (PCdoB), pré-candidato a prefeito, e do seu colega licenciado Rildo Amaral (Solidariedade), ele participou de um ato que marcou o início dos trabalhos de asfaltamento do bairro Jardim Tropical, uma obra há muito aspirada pelos seus moradores. A participação do presidente do Poder Legislativo estadual no ato se deveu ao fato de que os recursos para a realização da obra saíram de emenda parlamentar de sua autoria, juntamente com os depurados Marco Aurélio e Rildo Amaral. O início do asfaltamento das ruas do Jardim Tropical teve também a presença do secretário de Estado de Infraestrutura, Clayton Noleto.  O projeto é bem mais abrangente, à medida que serão aplicados 20 quilômetros de asfalto numa região formada por vários bairros. O deputado Professor Marco Aurélio agradeceu ao presidente Othelino Neto pelas emendas destinadas à cidade de Imperatriz.

“Recebemos esse importante reforço do presidente Othelino, que faz um grande gesto com nossa cidade, direcionando suas emendas parlamentares e reforçando minha destinação e do deputado Rildo Amaral, que serão revertidas em pavimentação asfáltica nos bairros de Imperatriz”, disse o parlamentar tocantino.

São Luís, 04 de Agosto de 2020.

 

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