Por aliar-se a Pastor Bell, Lahesio pode perder a vaga do PSC, que exige apoio a Roberto Rocha

 

Lahesio Bonfim é ameaçado por Aluísio Mendes de perder vaga do PSC por não apoiar Roberto Rocha

Eclodiu de vez a crise anunciada na relação do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, com o presidente do PSC, partido pelo qual é candidato a governador, deputado federal Aluísio Mendes. O dispositivo da eclosão foi acionado pelo fato de Lahesio Bonfim haver firmado uma aliança informal com Pastor Bell, pré-candidato ao Senado pelo Agir36, contrariando frontalmente a orientação do PSC, que é apoiar o projeto de reeleição do senador Roberto Rocha (PTB), como quer o presidente Jair Bolsonaro (PL). Lahesio Bonfim postou nas redes sociais um vídeo em que apoia a pré-candidatura do Pastor Bell porque “ele não tem vergonha de andar comigo”. Apoiador do senador petebista, o deputado Aluísio Mendes reagiu com dureza, decidindo que, caso Lahesio Bonfim não entre de cabeça na pré-campanha do senador Roberto Rocha e continue apoiando a pré-candidatura de Pastor Bell, poderá perder a vaga de candidato a governador pelo PSC. Se isso ocorrer, Lahesio Bonfim terá de sair da disputa, pois não haverá como mudar de partido. Levará com ele a possibilidade de uma participação importante do PSC na disputa pelos Leões.

Não é a primeira vez que Lahesio Bonfim entra em rota de colisão com Aluísio Mendes, que tem o controle absoluto do PSC no Maranhão. Há algumas semanas, já confirmado pré-candidato do partido ao Governo do Estado, Lahesio Bonfim, ao ser provocado numa emissora de rádio, a respeito da decisão tomada pelo presidente do PSC de apoiar o projeto de reeleição do senador Roberto Rocha, disse que o presidente Aluísio Mendes “não fala em meu nome”. Ato contínuo, Aluísio Mendes avisou que permanência de Lahesio Bonfim no partido estava sob risco. A reação de Aluísio Mendes em relação ao fato de Lahesio Bonfim pedir votos junto com Pastor Bell foi mais explícita, com indicação clara de que o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes pode ter de deixar o partido se não apoiar o senador Roberto Rocha.

A situação pode ter desdobramentos politicamente graves no PSC. A começar pelo fato de que, apesar da posição do partido, Lahesio Bonfim dificilmente abraçará a pré-candidatura de Roberto Rocha, com quem não cultiva boas relações. Os dois andaram se bicando quando procuravam partido. Lahesio Bonfim se filiou ao PTB e anunciou que seria candidato a governador pelo partido. De olho na legenda, o senador Roberto Rocha convenceu a direção nacional do PTB a entregar-lhe o comando do partido no Maranhão. Atuou numa operação avalizada pelo comando bolsonarista nacional, atropelando, além do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, a deputada Mical Damasceno, que presidira o partido por alguns meses, durante o período em que chefe maior petebista, Roberto Jefferson, exemplar destacado da extrema-direita bolsonarista, esteve na cadeia. Roberto Jefferson entregou o partido para o senador.

Ao se filiar ao PSC, Lahesio Bonfim não assumiu o compromisso de apoiar o projeto de reeleição do senador Roberto Rocha, mas também não fixou a posição de não o apoiar, dando origem a uma situação de indefinição.  Ao decidir que o PSC se aliaria ao senador petebista, o presidente Aluísio Mendes estabeleceu que todos os pré-candidatos majoritários e proporcionais teriam de apoiar Roberto Rocha. Lahesio Bonfim não engoliu a ordem e decidiu fazer campanha com Pastor Bell, contribuindo decisivamente para a eclosão da crise que poderá resultar na sua saída dele da disputa pelo Governo do Estado por causa do senador Roberto Rocha.

Chama a atenção o fato de que, por causa da pré-candidatura de um senador a uma reeleição muito difícil – para alguns sem futuro -, o comando do PSC ameace um candidato a governador que está em terceiro lugar, e que já ameaça o segundo colocado – o senador Weverton Rocha (PDT) – com potencial para crescer e chegar ao segundo turno. Uma equação que só faz sentido porque atende aos interesses do presidente Jair Bolsonaro no Maranhão, sendo o principal deles impedir de qualquer maneira a eleição do ex-governador Flávio Dino para o Senado.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Brandão ajusta gastos do Governo à perda de receita do ICMS

Carlos Brandão comanda ajustes no Governo por perda de receita de ICMS

O governador Carlos Brandão (PSB) deflagrou uma operação administrativa para ajustar seu Governo à nova realidade financeira causada pela perda de receita de ICMS causada pela mudança na política de preço dos combustíveis. Ontem, ele reuniu os secretários mais diretamente ligados com a situação, entre eles os da Fazenda e do Planejamento, para orientá-los no sentido de fazer um exame detalhado e cuidadoso da nova situação fiscal do Estado, para que os ajustes possam ser feitos sem afetar o funcionamento da máquina administrativa nem o andamento das obras já iniciada e o início das já programadas. A tarefa de fazer os ajustes será realizada pelo secretário de Planejamento, Luís Fernando Silva, com o acompanhamento direto do governador, que faz questão de manter a gestão estadual sob seu total controle. A ordem é não permitir que qualquer serviço prestado pelo Governo do Estado sofra redução por causa da queda na receita de ICMS.

 

Imperatriz: apoiadores aplaudem Bolsonaro e vaiam Assis Ramos

Imperatriz: Jair Bolsonaro recebido por Assis Ramos, que foi duramente vaiado

A visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) a Imperatriz, ontem, ocorreu dentro do previsto. Ele atraiu uma multidão, liderou a “motociata” – muitos motociclistas receberam um tanque de gasolina de presente para participar. Ele fez o discurso padrão, criticou o sistema eleitoral, defendeu a política armamentista, estocou o Judiciário, elogiou seus aliados no estado, em especial o senador Roberto Rocha, que foi afagado pelos apoiadores do presidente. Mas o que mais marcou a passagem do presidente da República por Imperatriz foram as estrondosas vaias dedicadas ao prefeito   Assis Ramos. Um bolsonarista moderado disse à Coluna que Imperatriz nunca havia assistido uma manifestação de rejeição como a que o prefeito Assis Ramos foi brindado ontem, na presença do presidente da República.

São Luís, 14 de Julho de 2022.

 

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