Pesquisas mostram situações e desafios para os pré-candidatos a governador

 

Carlos Brandão avança e ameaça a liderança de Weverton Rocha

As pesquisas Exata e DataIlha divulgadas nesta semana com números que mostram as preferências do eleitorado em relação aos pré-candidatos ao Governo do Estado trouxeram informações cruciais para definir os próximos passos dos aspirantes. Uma delas foi a liderança estagnada do senador Weverton Rocha (PDT), que vem se mantendo há meses no mesmo patamar, e o crescimento do vice-governador Carlos Brandão (PSDB migrando para o PSB), que já ameaça a posição do líder pedetista. Outra foi o enrosco do senador Roberto Rocha (sem partido), do ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PSD) e do prefeito Lahesio Bonfim (Agir36) no campo intermediário. E a terceira e decisiva: os elevados percentuais de eleitores que não votariam em nenhum desses pré-candidatos e dos que não souberam ou não quiseram responder. Os desdobramentos dessas três informações serão trazidos à tona, mas próximas pesquisas e podem definir o desfecho da corrida ao Palácio dos Leões.

O primeiro ponto não surpreendeu os observadores mais atentos. As pesquisas feitas antes da batida de martelo sobre o candidato da base governista apontavam o senador Weverton Rocha na liderança com uma folga razoável, mostravam também um crescimento modesto, mas consistente, do vice-governador Carlos Brandão. Esses dados indicavam que haveria uma mudança de ritmo no movimento dos dois candidatos tão logo o governador Flávio Dino (PSB) batesse o martelo quanto a sua preferência. A escolha do vice-governador Carlos Brandão e a decisão do senador Weverton Rocha de manter seu projeto de candidatura virou o jogo, com o estancamento do pré-candidato pedetista e o crescimento mais acentuado do vice-governador. Os números das pesquisas Exata e DataIlha indicam com clareza que Carlos Brandão já briga pela liderança, obrigando Weverton Rocha a fazer ajustes decisivos na sua estratégia de campanha.

As duas pesquisas apontaram com nitidez indiscutível a formação de um bloco intermediário pelos pré-candidatos Edivaldo Holanda Jr. (PSD), Lahesio Bonfim (Agir36), que não ameaçam fortemente os dois líderes e se afastam do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL). Esse bloco chama a atenção pela participação do senador Roberto Rocha, que não tem partido e vem sendo incluído nas pesquisas sem ter dito até agora se será candidato. Ao mesmo tempo, parece consolidar a tendência de estagnação da candidatura do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Jr., que tem feito uma campanha sem muita expressão e sem sinalizar com ênfase sobre onde quer chegar. E, finalmente, a arrojada caminhada do prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, que vem contrariando a lógica com um bom desempenho. As duas pesquisas identificaram o bloco, mas não foram suficientes para indicar com alguma certeza qual dos três terá gás suficiente para dar o maior passo à frente.

E o terceiro é o elevado número de indecisos para uma sondagem envolvendo sete pré-candidatos, um indicador mais preciso de que a guerra está começando agora para valer. A pesquisa Exata encontrou 20% de eleitores que pretendem anular o voto ou não souberam ou não quiseram responder. Já a pesquisa DataIlha foi mais longe, encontrando nada menos que 40% desses eleitores. O elevado número de indecisos nesse momento dá aos pré-candidatos um bom motivo para apostar mais alto nos seus projetos e tentar uma virada de mesa. O problema é que, na maioria das vezes, a maior fatia desses eleitores acaba optando pelo candidato mais viável, posição que está agora sendo disputada pelo senador Weverton Rocha e pelo vice-governador Carlos Brandão.

Pelo arrojo que caracteriza sua ação política é lógico que o senador Weverton Rocha não vai cruzar os braços diante da ameaça que cresce na direção da sua liderança. Ao mesmo tempo, dificilmente o vice-governador Carlos Brandão vai tirar o pé do acelerador diante da possibilidade visível de tomar a ponta. Em relação aos intermediários, trata-se de uma peleja que só terá desfecho se o senador Roberto Rocha a entrar efetivamente na disputa, antes que seja muito tarde. E o desafio de todos os pré-candidatos só será vencido por aquele que conseguir atrair os indecisos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Lula dispara na preferência dos maranhenses

Lula da Silva tem o dobro das intenções de voto de Jair Bolsonaro no Maranhão

A pesquisa DataIlha mostrou que nada mudou em relação à corrida presidencial no Maranhão. Os números mostram que o ex-presidente Lula da Silva (PT) vence de goleada todos os interessados no Palácio do Planalto, a começar pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e também o seu maior desafeto, o ex-juiz-chefe da Lava Jato, Sérgio Moro (Podemos), que o mandou para a prisão.  Também questionou os eleitores sobre a preferência para presidência, caso as eleições fossem hoje. Se a eleição fosse hoje, Lula da Silva teria 49,8% das intenções de votos. Em segundo lugar, o presidente Jair Bolsonaro, com 25,7%, que amarga uma tendência de queda. Seguem o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), com 7,3%, o ex-juiz Sergio Moro, com 4,7%, e o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), com apenas 1%. Não votariam em nenhum, ficou com O levantamento mostrou ainda que 7,3% não votariam em nenhum deles, e que 4,4% não souberam ou não quiseram responder. É uma situação praticamente consolidada, que dificilmente sofrerá alteração significativa.

Em Tempo: A pesquisa DataIlha foi realizada entre os dias 8 e 11 de fevereiro, ouviu dois mil eleitores, tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95% e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob o número 00422/2022.

 

Faltou um aspirante a deputado federal

Jefferson Portela 

A Coluna cometeu uma falha na edição de ontem ao não incluir o ex-secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela (PDT), na relação dos integrantes da equipe do governador Flávio Dino (PSB) que se preparam para disputar cadeiras na Câmara Federal. Ele foi um dos quadros mais ativos e produtivos do atual Governo, deputa de ter atuado também no mesmo cargo no Governo Jackson Lago (PDT), entre 2007 e 2009.

Politicamente, Jefferson Portela surpreendeu ao deixar o PCdoB, ao qual foi filiado por vários anos, para migrar para o PDT. Antes da mudança, alguns observadores acreditavam que ele se filiaria ao PSB, mas ele decidiu ficar exatamente na contramão do governador Flávio Dino ao se alinhar ao projeto do senador Weverton Rocha.

São Luís, 17 de Fevereiro de 2022.

 

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