Pesquisa sobre corrida ao Senado mostra favoritismo largo de Brandão e Roseana, que dizem não ser candidatos

Carlos Brandão e Roseana Sarney lideram nos dois cenários: Weverton Rocha,
André Fufuca, Eliziane Gama e Roberto Rocha disputam a segunda
vaga, e Yglésio Moises, Pedro Lucas Fernandes e César Pires estão atrás

Alguns dados chamaram a atenção na pesquisa do instituto Inop sobre a corrida ao Senado em 2026, divulgada quinta-feira pelo portal imirant.com. O primeiro é que o governador Carlos Brandão (PSB), mesmo já tendo declarado que permanecerá no cargo até o final do mandato, lidera, com larga vantagem, a disputa para uma das vagas. O outro é que, num cenário em que o governador é substituído pela deputada federal Roseana Sarney (MDB), ela lidera, também com vantagem expressiva, a corrida pela primeira vaga. E o terceiro dado a ser destacado é que nos dois cenários, o senador Weverton Rocha (PDT) aparece na liderança pela segunda vaga, mas sem vantagem expressiva sobre o ministro André Fufuca (PP), a senadora Eliziane Gama (PSD), que aparecem empatados, e o ex-senador Roberto Rocha (sem partido).

No primeiro cenário, com o governador Carlos Brandão na lista, ele lidera com nada menos que 35,68% das intenções de voto, seguido do senador Weverton Rocha (PDT) com 11%, do ministro André Fufuca (PP) com 8,98% e da senadora Eliziane Gama (PSD) com 8,59%, estes ameaçados pelo ex-senador Roberto Rocha (sem partido) com 6,76%. A sequência de ameaças segue com o deputado estadual Yglésio Moises (PRTB) com 4,74% e o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União) com 4,43%. Finalmente, o ex-deputado César Pires (Novo) isolado no final da fila com 0,38%.

No segundo cenário, com o governador Carlos Brandão substituído pela deputada federal Roseana Sarney (MDB), ela desponta na liderança com 26,85% das intenções de voto. Em segundo aparece Weverton Rocha, agora com 9,78%, rigorosamente empatado com Roberto Rocha (9,7%), seguidos de outro empate complicado entre Eliziane Gama (7,68%) e André Fufuca (7,41%), ambos ameaçados por Yglésio Moises (5,77%), que tem Pedro Lucas Fernandes (4,13%)nos seus calcanhares, e César Pires de novo isolado (1,72%).

Os números do Inop indicam que o governador continua com larga preferência para uma cadeira no Senado, mesmo já tendo declarado que não será candidato. A rigor, diante da sua posição anunciada, ele não deveria ter seu nome incluído numa pesquisa para senador. A inclusão sugere que a imprevisibilidade da política poderá desmanchar o que está desenhado e criar um novo cenário no qual o governador venha a ser candidato a senador. E se isso vier a acontecer, ele reúne as condições necessárias para ser o mais votado. Porém, se o governador confirmar permanência no cargo, a pesquisa Inop informa que a deputada federal Roseana Sarney poderá voltar ao Senado conquistando a primeira cadeira.

Os dois cenários da pesquisa Inop indicam com clareza que nada está resolvido em relação à segunda cadeira. Os números colocam o senador Weverton Rocha praticamente nivelado com Eliziane Gama e André Fufuca, tornando absolutamente imprevisível o desfecho da corrida. Essa indefinição pode desequilibrar a disputa pela segunda cadeira, já que o senador Weverton Rocha vem enfrentando algumas ameaças à estabilidade do seu projeto de reeleição, e o ministro André Fufuca pode ser prejudicado com a iminente saída do Ministério do Esporte e retorno ao seu mandato na Câmara Federal.

Se de um lado surpreendeu pelam inclusão do governador Carlos Brandão, alimentando a possibilidade, muito remota, de ele vir a entrar na disputa, e colocando a deputada federal Roseana Sarney na linha de frente da corrida, a pesquisa Inop cometeu um grave erro de omissão: não incluiu na relação de pré-candidatos o ex-prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (Mobiliza). Isso porque, ao contrário de Carlos Brandão, Roseana Sarney e Roberto Rocha, por exemplo, ele vem realizando uma pré-campanha de peso, recebendo apoio de lideranças nas diversas regiões do estado, como o prefeito Júlio Matos (Podemos) de São José de Ribamar. Com Hilton Gonçalo no páreo, o mosaico da corrida poderia ser diferente.

Em Tempo: a pesquisa ouviu 2.618 eleitores em 54 municípios maranhenses de 15 a 23 de setembro, e tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

PONTO & CONTRAPONTO

Dinistas alimentam conversas sobre possível aliança com Braide

Felipe Camarão alimenta conversa visando aliança
com Eduardo Braide na corrida sucessória

Todos os sinais estão indicando que, à medida que vai se afastando do governador Carlos Brandão e da aliança governista, o chamado grupo dinista se aproxima do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), que segundo a pesquisa Inop, perdeu a liderança para o pré-candidato governista Orleans Brandão (MDB).

A recente manifestação do vice-governador Felipe Camarão (PT) elogiando a obra do prefeito Eduardo Braide pareceu, mais do que o reconhecimento por um adversário, uma provocação inteligente nas duas direções. De um lado massageou o ego do prefeito da Capital, seu potencial aliado, e do outro mandou recado nítido e direto ao Palácio dos Leões, avisando que está no jogo, e com o possível apoio do PSD.

É fato que nada ainda veio a público além dessas manifestações isoladas e aparentemente despretensiosas. Mas a verdade é que nos bastidores os dois grupos estão conversando, trocando figurinhas sobre o cenário sucessório estadual e avaliando possibilidades de aproximação e alinhamento.

Essas conversas estão sendo entabuladas pelo atual vice-presidente do PSB, deputado estadual Carlos Lula, tendo como interlocutor frequente o deputado estadual Fernando Braide, que inclusive desembarcou no Solidariedade, liderado pelo deputado Othelino Neto, que já vinha conversando com o titular do Palácio de la Ravardière.

Ontem, uma fonte da oposição disse à Coluna que as conversas estão evoluindo e que deslancharão no momento em que o prefeito Eduardo Braide definir seu rumo em relação à sucessão estadual.

Iracema Vale e Paulo Victor acumularam força para voos mais altos

Iracema Vale: forte e com várias opções à vista;
Paulo Victor: já decidiu dar um passo além

Bem-sucedidos como líderes de Casas políticas, a deputada Iracema Vale (PSB), presidente da Assembleia Legislativa, e o vereador Paulo Victor (PSB), presidente da Câmara Municipal de São Luís vêm alimentando forte expectativa relação ao seu futuro no que diz respeito às eleições gerais do ano que vem.

No terceiro mandato presidencial, o vereador Paulo Victor fez as contas e chegou à conclusão de que é hora de dar um passo à frente e decidiu concorrer a uma cadeira na Assembleia Legislativa. Pelo que se houve nos bastidores, seu projeto é viável, estando ele no patamar dos podem chegar ao parlamento estadual pela primeira vez. Aliados seus na Câmara Municipal de São Luís fazem a mesma leitura.

A deputada Iracema Vale vive uma situação bem mais complexa. Ela alcançou seu primeiro mandato estadual como a mais votada em 2022, quebrando a barreira dos 100 mil votos por um candidato a deputado estadual. Iniciou seu mandato como presidente, foi reeleita, crescendo politicamente a uma taxa excepcional e inédita, produzindo uma grande indagação: para onde irá em 2026?

A julgar pelo poder de fogo político e eleitoral que acumulou nesses três anos, não faz sentido imaginar que ela esteja planejando reeleger-se deputada estadual. Nos bastidores corre que Iracema Vale pode ser candidata a deputada federal, podendo também ser candidata à vice-governança do Estado, ou até mesmo candidata a governadora numa radical mudança de cenário, além de ser lembrada aqui e ali como um fato novo na corrida ao Senado.

Fruto de uma soma de astúcia e experiência política, a presidente da Assembleia Legislativa vem mantendo o seu projeto sob sigilo, aguardando a hora certa para colocá-lo na mesa.

Ambos já estão na labuta pelo voto, mas parece que têm janeiro do ano que vem como ponto de largada.

São Luís, 28 de Setembro de 2025.

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