A pesquisa do instituto Prever sobre a corrida ao Palácio dos Leões na Ilha de Upaon Açu – São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa -, que concentra quase um milhão de eleitores pode ter sido até aqui o mais contundente recado do eleitorado dessa região sobre suas intenções para as eleições do ano que vem. A opção de 74,7% dos entrevistados pelo prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), contra 7,1% pelo vice-governador Felipe Camarão (PT), 5,7% pelo secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB) e 2,7% pelo ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo) é um forte indicador de que, mesmo que venha a perder parte expressiva desse cacife ao longo da campanha, o prefeito da Capital reúne as condições políticas necessárias para sair da Ilha com força suficiente para sustentar o seu projeto. Os números da pesquisa – que foi realizada no período de 8 a 17 de abril, ouviu 1003 eleitores e tem margem de erro de 3%, – são muito expressivos.
Uma avaliação dos percentuais de um levantamento feito na Ilha de Upaon Açu neste momento exige alguns cuidados e não pode ser visto como sendo o cenário de outubro de 2026, daqui a 16 meses, portanto. Mas também não se pode estimar que a opção nítida pelo prefeito de São Luís não se mantenha. Eduardo Braide surfa na crista da onda de prestígio que angariou com uma boa gestão e com uma reeleição acachapante em turno único, que o arremessou naturalmente para a linha de frente da corrida ao Palácio dos Leões. Assim, ele não precisará fazer grande esforço para ter a maioria do eleitorado da região metropolitana. O que lhe interessa agora é o que os demais concorrentes, a começar pelo vice-governador Felipe Camarão, farão para reverter esse cenário.
Essa equação começa com o fato de que, embora o prefeito de São Luís não tenha dito até aqui uma palavra afirmativa de que está na disputa, não existe, no meio político ou fora dele, quem duvide da sua candidatura. Ou seja, ser ou não candidato só depende dele próprio, porque até o comando nacional do seu partido já bateu martelo determinando que ele será candidato. E ele vem mantendo silêncio sobre o assunto – não diz que é candidato, mas também não diz que não é -, alimentando uma estratégia eficiente, à medida que nesse momento comporta-se com “indiferença” em relação ao tema o que é bem mais produtivo do que baixar a guarda e entrar no tiroteio da guerra prévia.
A situação do vice-governador Felipe Camarão é exatamente o oposto. Ele quer ser candidato e já manifestou essa intenção várias vezes. O problema é que, mesmo sendo um produto político de São Luís, não pode afirmar-se candidato sem que o governador Carlos Brandão (PSB) anuncie que vai mesmo pleitear uma cadeira no Senado. Sem esse anúncio, feito de maneira categórica e irreversível, o vice-governador permanecerá com seus movimentos limitados, sem a tração política necessária para entrar de cabeça na corrida pelo voto. Até porque as pesquisas têm mantido o emedebista Orleans Brandão como opção, alimentando ainda a possibilidade – que a Coluna considera inexistente – de o governador Carlos Brandão permanecer no cargo até o final do mandato e faça a opção pelo sobrinho. Ou seja, o vice-governador só poderá agir para tentar virar o jogo quando esse nó for inteiramente desatado.
O ex-prefeito Lahesio Bonfim dificilmente avançará no eleitorado da Ilha de Upaon Açu, como vem sendo demonstrado nos diferentes levantamentos feitos até aqui, que o apontam com poder de fogo na região central do estado.
Em resumo, o levantamento do instituto Prever, indica com clareza uma tendência que tem tudo para ser mantida, mesmo que venha a sofrer forte desidratação num duro embate do prefeito de São Luís com o vice-governador – que será governador em busca da reeleição – durante a campanha.
PONTO & CONTRAPONTO
Brandão tem vantagem na corrida ao Senado na região metropolitana de São Luís
Ao investigar a corrida ao Senado na Região Metropolitana de São Luís, ou seja, na Ilha de Upaon Açu, o instituto Prever encontrou uma realidade muito clara. Numa série de simulações, incluindo nomes que não serão candidatos, como o deputado estadual Yglésio Moises (PRTB) e o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União), três nomes se destacaram como os que de fato têm condições de disputar as duas cadeiras: o governador Carlos Brandão (PSB), o senador Weverton Rocha (PDT) e a senadora Eliziane Gama (PSD).
Estimulado a optar por dois nomes em quatro simulações, o eleitor metropolitano ouvido na pesquisa escolheu o governador Carlos Brandão em três delas (26,2%, 24,5% e 29,5%), em três dobradinhas com o senador Weverton Rocha (27,1%, 26,7% e 33%). A senadora Eliziane Gama, que estranhamente só foi incluída em apenas uma simulação – enquanto o deputado Yglésio Moises foi incluído nas quatro – apareceu na liderança (23,5%), à frente do senador Weverton Rocha (22,8).
Ou seja, se nada mudar, e dificilmente mudará, o governador Carlos Brandão tem cacife para sair da Grande Ilha como forte candidato a uma das vagas na Câmara Alta.
Ana Paula entrega equipamento em Pedro do Rosário
Aparentemente afastada da área de conflito em que o seu marido, deputado estadual Othelino Neto (Solidariedade) mantém guerra aberta contra o governador Carlos Brandão (PSB), a senadora Ana Paula Lobato (PDT) vai se movimentando discretamente no cenário político estadual.
A senadora pedetista desembarcou domingo em Pedro do Rosário – um dos menores municípios do Maranhão – onde entregou ao prefeito Toca Serra (PCdoB) uma retroescavadeira, equipamento muito utilizado em obras de infraestrutura em áreas urbanas.
Numa fala direta, Ana Paula Lobato explicou que o equipamento é o resultado de uma articulação feita por ela no Governo da União. “Esta retroescavadeira representa uma conquista do nosso mandato com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Regional”, declarou a senadora
E sem esconder o entusiasmo, prometeu ao prefeito Toca Serra que vai continuar articulando para beneficiar o município na Esplanada dos Ministérios, onde tem bom trânsito como senadora que integra a base de apoio do Governo Lula da Silva (PT).
São Luís, 29 de Abril de 2025.