Os três maranhenses ministros de Lula não são exatamente representantes do Maranhão

Flávio Dino, Juscelino Filho e Sônia Guajajara no ministério de Lula da Silva

São três ministros maranhenses na equipe do presidente eleito Lulas da Silva (PT): Flávio Dino (PSB), que será ministro da Justiça e Segurança Público; Juscelino Filho (União Brasil), que dirigirá a pasta das Comunicações, e Sônia Guajajara (PSOL), que comandará o Ministério dos Povos Originários. Mas, com exceção de Flávio Dino, os outros não podem ser considerados ministros do Maranhão, uma vez que as motivações das suas escolhas nada têm a ver com o fato de serem eles maranhenses. Enquanto a escolha de Flávio Dino foi pré-anunciada pelo então candidato a presidente Lula da Silva (PT) durante um comício de campanha em São Luís, a inclusão de Juscelino Filho e de Sônia Guajajara na relação dos ministros foi o resultado de articulações com diferentes partidos políticos, num leque foi da direita à esquerda, para garantir a governabilidade.

Flávio Dino saiu das urnas eleito senador da República já sabendo que, se Lula da Silva fosse eleito para o seu terceiro mandato presidencial, ele seria ministro da Justiça e Segurança Pública, um cargo delicado e complexo, que jamais seria entregue a alguém que não fosse da estrita confiança do presidente eleito. Foram levados em conta o seu posicionamento político, a sua experiência ex-juiz federal, de um mandato de deputado federal e dois mandatos consecutivos de Governador do Maranhão, além, é claro, de ser membro destacado do PSB, o principal aliado do PT. Só havia naquele momento, dúvida quanto ao formato e ao tamanho da pasta, que terá a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal no seu organograma. Segurança Pública Ainda antes de deixar o Governo, em abril, para ser candidato a senador, o então governador Flávio Dino trabalhou intensamente pela candidatura de Lula da Silva no Maranhão e nas diversas regiões do País, em especial no Nordeste. O então chefe do Governo do Maranhão intensificou seu trabalho pró-Lula da Silva quando se desincompatibilizou para ser candidato ao Senado, e foi mais longe nesse projeto histórico e audacioso, ao integrar o grupo de coordenadores da campanha, que se tornou um desafio maior no 2º turno. Flávio Dino é um dos líderes da campanha. Sua atuação política e partidária foi tão importante que ele foi o segundo ministro a ser anunciado.

A chegada do deputado federal reeleito Juscelino Filho, 38 anos, ao Ministério das Comunicações se deu por outro caminho, que não passou pelo fato de ser ele um deputado maranhense. A mola propulsora foi o viés partidário, numa articulação do senador amapaense Davi Alcolumbre, um dos chefes nacionais do União Brasil. Para começar, nem Juscelino Filho nem seu partido apoiaram a candidatura do ex-presidente Lula da Silva no 1º e no 2º turno. Se não foi bolsonarista ostensivo e barulhento, Juscelino Filho não foi também um lulista declarado ao longo das duas etapas da disputa presidencial. Também ainda não está muito clara a motivação da escolha de Juscelino Resende, uma vez que ele é um médico, não tendo, até onde se sabe, afinidade com telefonia móvel e convencional, internet, tecnologia 5G, concessão de rádio e de TV, entre outros itens de responsabilidade da pasta. Pelo acordo firmado, o deputado Juscelino Filho e a bancada do União Brasil deixam de ser adversários para serem aliados do Governo do presidente Lula da Silva no Congresso Nacional.

A escolha de Sônia Guajajara, 48 anos e que no plano civil atende pelo nome de Sônia Bone de Souza Silva Santos, para o Ministério dos Povos Originários não está em nenhum desses universos. Originariamente, ela é líder de uma comunidade guajajara no Maranhão, a terra indígena Araribóia, na região central do estado. Formada em Letras e em Enfermagem e especializada em educação especial pela UEMA, e deputada federal eleita pelo PSOL de São Paulo, Sônia Guajajara é conhecida nos foros internacionais como uma voz que há muito vem se destacando na defesa dos interesses – terra, saúde, educação, entre outros – dos mais diversos povos indígenas do Brasil, incluindo os mais de 40 mil integrantes das sete “nações” existentes no Maranhão.

Claro está, portanto, que o Governo do presidente Lula da Silva não terá “três ministros do Maranho”, mas três ministros coincidentemente maranhenses.

PONTO & CONTRAPONTO

Correta a decisão de Brandão de manter Camarão na Educação

Carlos Brandão vai nomear Felipe Camarão para a Secretaria de Educação

Tão logo seja empossado como vice-governador do Maranhão, Felipe Camarão (PT) será nomeado para o cargo de secretário de Educação. Trata-se de uma decisão pragmática do governador Carlos Brandão (PSB), por três aspectos básicos e lógicos. O primeiro é o fato de que o governador quer a continuidade da política educacional implantada no Governo Flávio Dino, vista por muitos como uma das mais arrojadas e bem-sucedidas do País. E o segundo é o fato de ter sido o vice-governador eleito o responsável por sua implantação e desenvolvimento dessa política.

O terceiro aspecto é lógica pura: Felipe Camarão é um jovem dinâmico e preparado, não fazendo nenhum sentido passar quatro anos como vice-governador, sem atividade formal, podendo se transformar numa máquina incontrolável de ambição política.

Othelino e Ana Paula procuram acomodação familiar em Brasília

Othelino Neto e Ana Paula Lobato em busca de acomodação para a família em Brasília

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), foi a Brasília nesta semana em uma missão particular: preparar a base para sua família se instalar nos próximos tempos na Capital do País, onde permanecerá pelo tempo em que sua esposa, Ana Paula Lobato (PSB) permanecer como senadora. Eles decidiram que seus dois filhos residirão em Brasília. Há quem aposte de que o deputado Othelino também se transfira para Brasília a partir de fevereiro, caso o projeto de se eleger novamente presidente da Assembleia Legislativa não seja concretizado. Nesse caso, ele poderá aceitar o cargo de secretário-chefe da Representação do Maranhão no Distrito Federal.

São Luís, 30 de Dezembro de 2022.

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