Fechado o quadro de candidatos à Prefeitura de São Luís, quase todos disputaram em 2020. Sete aspirantes estão no jogo: o prefeito Eduardo Braide (PSD), o deputado federal Duarte Jr. (PSB), o deputado estadual Wellington do Curso (Novo), o deputado estadual Yglésio Moyses (PRTB), o jornalista e advogado Franklin Douglas (Federação PSOL/Rede), o ex-vereador Fábio Câmara (PDT) e a suplente de deputado federal Flávia Alves (Solidariedade), única mulher da lista. As pesquisas mostradas até aqui desenham uma corrida com dois blocos. O primeiro formado pelo prefeito Eduardo Braide e pelo deputado federal Duarte Jr., que estão isolados na dianteira, em patamar de dois dígitos, portanto numa polarização clara e aparentemente difícil de ser revertida. O segundo bloco é formado pelos demais candidatos, entre eles os “veteranos” dessa peleja, como Wellington do Curso, Yglésio Moyses, Franklin Douglas e Saulo Arcangeli, que navegam no lento campo de um dígito.
A polarização entre os candidatos Eduardo Braide e Duarte Jr. foi desenhada já nas primeiras pesquisas sobre a corrida ao Palácio de la Ravardière, realizadas ainda no ano passado. Foram quase uma dezena de levantamentos, e todos, sem exceção, apontaram Eduardo Braide e Duarte Jr. na dianteira. Político de direita democrática, longe do radicalismo e do bolsonarismo, o prefeito Eduardo Braide tem o apoio do MDB e do Republicanos e lidera com folga, ora indicando a realização de dois turnos, ora apontando para um desfecho favorável ao prefeito já no primeiro turno, como indicou a pesquisa mais recente, feita pelo Instituto Prever. Situado ideologicamente no centro-esquerda, Duarte Jr. vai disputar com o apoio de 11 partidos e aparece sempre em segundo lugar, mas bem distante do terceiro colocado, numa indicação até aqui inequívoca de que, se houver segundo turno, o candidato do PSB será o adversário do candidato do PSD.
No segundo bloco mostrado pelas pesquisas, o candidato melhor situado tem sido o deputado Wellington do Curso, de direita, mas numa linha não muito clara, que concorre ao Palácio de la Ravardière pela terceira vez, sempre dedicando seus mandatos estaduais a mostrar os problemas de São Luís, onde está sua base. Atrás dele, às vezes próximo, às vezes nem tanto, está o deputado estadual Yglésio Moyses, que deixou o PSB e migrou para a direita conservadora, com traços radicais e muito identificada com o bolsonarismo, vai disputar pelo PRTB. Tem sido um crítico ácido do prefeito Eduardo Braide e do deputado federal Duarte Jr.. Político de centro, o ex-vereador Fábio Câmara, que em princípio se preparava para tentar voltar à Câmara Municipal, resolveu viabilizar sua candidatura a prefeito e esse projeto foi abraçado pelo comando do partido.
O candidato da Federação PSOL/Rede, que representa a esquerda mais dura, Franklin Douglas, já disputou a Prefeitura e tem um discurso recheado de severas críticas aos dois líderes da corrida, bem como a outros candidatos, criando a expectativa de que será um dos destaques da campanha. O mesmo caminho será trilhado pelo candidato do PSTU, Saulo Arcangeli, um veterano de eleições diversas – já foi até candidato a governador – e que não faz concessão a candidatos situados à sua direita. A candidata do Solidariedade, Flávia Alves, ganhou do seu partido a oportunidade de mostrar a que veio.
A corrida deste ano ao Palácio de la Ravardière será basicamente uma repetição de 2020.
PONTO & CONTRAPONTO
Dos oito candidatos a vice, cinco são mulheres e três têm vínculo com a Polícia Militar
Dos oito candidatos a vice-prefeito de São Luís, nada menos que cinco são mulheres. Apenas três homens comporão chapas com candidatos a prefeito. No campo profissional, outra situação curiosa: três dos sete candidatos a vice-prefeito da Capital são vinculados à Polícia Militar. Além dos três policiais militares – duas mulheres e um homem –, integram o quadro de candidatos a vice-prefeito uma advogada, uma servidora pública, uma estudante de serviço social e um nutricionista.
O prefeito Eduardo Braide manteve sua vice Esmênia Miranda (PSD), que além de professora, foi oficial da Polícia Militar, carreira que deixou para ser candidata a vice-prefeita. Já o deputado federal Duarte Jr. tem como companheira de chapa a advogada Isabelle Passinho (PT), que também é militante social em favor de deficientes físicos.
O candidato Wellington do Curso foi aos quadros da Polícia Militar para escolher o seu vice: será a subtenente Ana Paula (Novo), que já tem 30 anos de corporação. O mesmo fez o candidato Yglésio Moyses, que terá como candidato a vice Coronel Pereira (PRTB), ex-comandante da Polícias Militar. O candidato do PDT, Fábio Câmara, foi buscar Marco Aurélio Ferreira, um pastor evangélico, ligado à Assembleia de Deus, para reforçar sua candidatura como companheiro de chapa.
O PSOL foi buscar nos seus próprios quadros a estudante de Serviço Social Aline Maria para ser vice do candidato Franklin Douglas. Por sua vez, o PSTU lançou chapa “puro sangue” tendo como vice a servidora pública Jaciara Costa.
O último candidato a vice em São Luís, lançado ontem, é o nutricionista Alexandre Fábio (Solidariedade) como companheiro de chapa da candidata Flávia Alves.
Como é fácil observar, foram escolhas na medida certa de cada candidato.
Reação de Paulo Victor em relação ao Clio vermelho indica que o assunto vai render
Previsto e confirmado: o escandaloso caso do Clio vermelho com o porta-malas abarrotado de dinheiro vivo (R$ 1,1 milhão em espécie) envolvendo o entorno do prefeito Eduardo Braide (PSD) foi o tema central da sessão de reabertura da Câmara Municipal de São Luís. E como foi cantado pela Coluna, o presidente da Casa, vereador Paulo Victor (PSB), adversário implacável do prefeito de São Luís, não deixou barato em fala ao longo da sessão.
O vereador-presidente lembrou as falas em que ele próprio acusou suposta existência de um esquema de corrupção na Prefeitura de São Luís: “Foi anunciado, inclusive, há quatro e três meses atrás, que o senhor Fernando Bride estava operacionalizando para a Prefeitura Municipal de São Luís. Deus é tão bom, é tão bom, é tão bom, absolutamente tão justo e honesto, que acaba de colocar um Clio na porta da sogra do irmão do prefeito Eduardo Bride. Já se sabe de onde é o dinheiro e onde vai chegar. Muita coisa ainda vai acontecer”.
E foi adiante: “Um carro pego com mais de um milhão de reais, onde um carro que é proveniente da mãe falecida do prefeito Eduardo Brade pegou um motorista. Sendo que esse motorista é o que leva a irmã do prefeito Eduardo Brade para a escola, justamente naquele carro e tudo será provado. A cidade de São Luís vai acompanhar pelos próximos dias uma dissolução de corrupção ativa por parte do prefeito Eduardo Brade, envolvendo construtoras, envolvendo fornecedores”.
E, como estava previsto, avisou que vem mais chumbo grosso por aí. Ou seja, sentenciou que o caso vai dominar o parlamento municipal e a campanha eleitoral de agora por diante.
São Luís, 06 de Agosto de 2024.