Os candidatos a prefeito de Imperatriz, Rildo Amaral (PP) e Mariana Carvalho (Republicanos) se encontrarão hoje pela última vez antes da eleição de domingo, quando disputarão o 2º turno. O encontro se dará nos estúdios da TV Mirante, onde se enfrentarão no debate final da campanha. Eles debaterão sob a repercussão de dois fatos: um comício de Mariana Carvalho que reuniu o prefeito reeleito de São Luís Eduardo Braide (PSD), o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (Novo) e o ex-senador Roberto Rocha (sem partido) – os dois últimos são pré-candidatos declarados ao Governo do Estado em 2026; e uma pesquisa do instituto Veritá que mostra Rildo Amaral com 53,6% das intenções de voto contra 41,4% de Mariana Carvalho. Pode ser que um terceiro fato, uma pesquisa Econométrica, contribua mais ainda para impactar o debate.
Informações colhidas pela Coluna sobre a disputa em Imperatriz sugerem que, mesmo considerando que eleições são às vezes caixas de surpresa, o cenário na antiga Vila do Frei é favorável ao candidato do PP. Ele tem uma base eleitoral mais sólida – saiu do 1º com 55 mil votos contra 41mil da candidata do Republicanos -, um volume de campanha de rua muito maior e um leque de apoiadores bem mais robusto, entre eles o governador Carlos Brandão (PSB), o ministro André Fufuca e o deputado federal Josivaldo JP, terceiro colocado na corrida inicial. Rildo Amaral tem também justificado a candidatura com um bom discurso de campanha, com propostas viáveis e adequadas à realidade social e econômica de Imperatriz.
A candidata do Republicanos, por sua vez, vai para o último debate embalada por muita determinação e considerada pela postura que vem mantendo, fazendo jus ao seu desempenho no 1º turno. A sua posição nas pesquisas, ainda que em segundo lugar e com a indicação de que será muito difícil reverter a tendência pró-Rildo Amaral, equivale ao apoio que tem recebido, com pouca consequência eleitoral. O prefeito Eduardo Braide é um apoio politicamente considerável, mas sem efetividade eleitoral, que é o que interessa agora. Lahesio Bonfim e Roberto Rocha pouco ou nada significam política e eleitoralmente para ela. Observadores notaram a ausência do deputado federal Aluísio Mendes, chefe estadual do Republicanos padrinho da candidatura.
Qualquer avaliação isenta do cenário da corrida para a Prefeitura de Imperatriz, a segunda maior e mais importante cidade do Maranhão, chegará à conclusão de que está em curso ali a fase final de uma disputa eleitoral decente, que reuniu três candidatos fortes, dois foram para a 2ª volta e que os ventos estão soprando fortemente para o lado do candidato Rildo Amaral, um professor de escola pública com dois mandatos de vereador, um e meio de deputado estadual e um histórico de envolvimento direto em ações comunitárias. No contrapeso, Mariana Carvalho é uma empresária conservadora, bolsonarista assumida que tomou gosto pela política, é suplente de deputado federal e disputa seu primeiro mandato municipal aspirando a Prefeitura da Princesa do Tocantins. Pelo que está visível, dificilmente ganhará a eleição, mas poderá sair das urnas cacifada para a disputa de 2026.
Pesa a favor de Rildo Amaral o fato de seus apoiadores e aliados, como governador Carlos Brandão e o ministro André Fufuca, terem condições efetiva de, caso ele seja eleito, ajuda-lo a tirar Imperatriz do buraco monumental em que foi colocada pela atual gestão. Mariana Carvalho, se eleita for, terá enormes dificuldades para colocar a casa em ordem. Além dos problemas imediatos, o futuro prefeito tem o desafio administrar cidade compreendendo que ela é polo de uma região rica e de largo futuro, que já detém um PIB de R$ de 7,5 bilhões e tem potencial para dobrar esse pilar nos próximos anos.
Em Tempo: A pesquisa Veritá ouviu 604 eleitores entre os dias 17 e 22, tem margem de erro é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos, nível de confiança de 95% e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA-08633/2024.
PONTO & CONTRAPONTO
Assembleia aprova MP que reinstitui o programa Maranhão Juros Zero
Os chamados microempreendedores individuais, que atuam por meio de MEIs – empresas de pequeno porte – ganharam ontem um incentivo e tanto: a Assembleia Legislativa aprovou Medida Provisória assinada pelo governador Carlos Brandão (PSB) e que reinstitui o programa “Maranhão Juros Zero”.
Ressuscitado em boa hora, o programa assegura, na prática, que o Governo do Estado banque os juros de empréstimos até R$ 10 mil para investimento em MEI. Com a medida, os microempreendedores individuais terão uma folga financeira a mais ao buscarem recursos para financiar suas ações. É a chamada economia solidária, principalmente em se tratando de microempresas comandadas por mulheres.
– É um grande salto que a gente dá no empreendedorismo individual aqui no Maranhão, ajudando a criar emprego e renda – avaliou o líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Neto Evangelista (União Brasil), que defendeu a proposta e obteve aprovação unânime.
Hildo Rocha: duas pré-candidaturas do MDB à presidência da Famem pode ser fator de união
O suplente de deputado federal Hildo Rocha (MDB) afirma que o fato de haver dois pré-candidatos do partido à presidência da Famem – o deputado estadual e prefeito eleito de Bacabal Roberto Costa, e o prefeito reeleito de Cantanhede José Martinho – não pode ser visto como sinal de crise no MDB, uma vez que pode ser até um fator de união.
Essa é uma das afirmações que faz, à guisa de esclarecimento, em nota enviada à Coluna, que na edição de ontem considerou a possibilidade de uma divisão partidária caso as duas pré-candidaturas se mantenham. Isso porque, por uma via lógica, no momento em que declara apoio à pré-candidatura de José Martinho, o suplente de deputado federal Hildo Rocha se coloca na contramão da pré-candidatura de Roberto Costa. Não há outra leitura para esse fato.
O que diz Hildo Rocha:
1 – Eleição da Famem não é disputa partidária. Por ter dois pré-candidatos do mesmo partido não racha a sigla, muito pelo contrário, pode ser um fator de união.
2 – O resultado das eleições municipais deste ano no Maranhão elevou o MDB à categoria de maior partido no estado, pois foi a sigla campeã, aquela que ficou em primeiro lugar em número de candidatos vitoriosos, na soma de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Portanto, jamais poderia estar insatisfeito com o comando e a liderança do nosso presidente estadual, Marcus Brandão. Além disso, tenho um excelente relacionamento com ele.
3 – O deputado e prefeito eleito de Bacabal, Roberto Costa, pessoa que estimo e admiro, esteve conversando recentemente comigo sobre diversos assuntos, entre eles a eleição da Famem.
4 – Não me posicionei contra a candidatura de Roberto Costa, até porque ainda não existe sequer data para a eleição na entidade, porque as prefeitas e prefeitos vitoriosos ainda não foram diplomados.
5 A pré-candidatura do prefeito reeleito de Cantanhede para o quarto mandato, José Martinho, também tem legitimidade e as propostas dele são apropriadas para o mesmo momento em que vivemos. Além disso, ele me apoiou para deputado federal. Assim, seria incoerência e ingratidão não apoiar o desejo de José Martinho, desejo que julgo lógico e coerente.
Hildo Rocha
Em Tempo: A edição de ontem da Coluna foi postada com dois erros. Primeiro: o deputado Roberto Costa foi apresentado como “prefeito eleito de Coroatá” no parágrafo inicial e como “prefeito eleito de Bacabal” em outro trecho. O segundo: Hildo Rocha foi identificado como “deputado federal”, quando é “suplente de deputado federal”. Por volta de 9:00 horas, seis leitores haviam alertado sobre as falhas, que foram corrigidas antes das 10:00 horas. O titular agradece.
São Luís, 24 de Outubro de 2024.