Movimentos de pretendentes colocam a sucessão na Prefeitura de São Luís na agenda política

 

Eduardo Braide, Duarte Jr., Edivaldo Jr. e Paulo Victor: já circulam nos bastidores

A poeira da guerra que foi a corrida eleitoral ainda não baixou, as forças políticas e partidárias vencedoras e as perdedoras ainda aguardam o desfecho da eleição presidencial no dia 30 para se ajustarem ao cenário que sairá das urnas, mas a disputa pela Prefeitura de São Luís, que ocorrerá daqui a dois anos, já é pauta prioritária nos bastidores. De cara, quatro pré-candidatos já estão se movimentando com o objetivo de chegar ao gabinete principal do Palácio de la Ravardière. O primeiro é o prefeito Eduardo Braide (sem partido), que não fez declarações sobre o assunto, mas até as pedras de cantaria da Praia Grande sabem que ele é candidatíssimo à reeleição. Depois vem o deputado federal eleito Duarte Jr. (PSB), que ficou em segundo em 2020 e ontem avisou que é candidato “irreversível” no próximo pleito. Além dele, são fortes os rumores de que o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PSD) já decidiu que será candidato. E, finalmente, está em curso um discreto movimento para construir a candidatura do vereador Paulo Victor (PCdoB), presidente eleito da Câmara Municipal de São Luís. Todos em condições de travar uma boa luta pelo Palácio de la Ravardière.

Mesmo sofrendo algum desgaste por conta do desastre eleitoral dos seus candidatos a governador (Weverton Rocha – PDT), ao Senado (Roberto Rocha – PTB) e a deputado federal (Edilázio Jr. – PDS) em São Luís, o prefeito Eduardo Braide tem fôlego político e tempo para consolidar sua posição, retomar o pleno controle da situação e turbinar sua gestão para chegar em 2024 em condições de enfrentar seus adversários. No contrapeso aos equívocos políticos que o colocaram em situação delicada, Eduardo Braide está realizando uma gestão positiva, o que é fator decisivo para produzir o gás que precisará no embate por sua sucessão. O seu primeiro passo será procurar um partido, sobre o qual venha a ter total controle.

O deputado estadual e deputado federal eleito Duarte Jr. (PSB) não perdeu tempo e já se lançou candidato. Sua eleição para a Câmara Federal, com mais de 100 mil votos, a maioria deles recebida em São Luís, o credenciou para pleitear a vaga de candidato ao PSB, seu partido. É claro que o parlamentar faz parte de uma aliança comandada no Maranhão pelo governador Carlos Brandão, que pode ter outro nome, mas ninguém duvida de que ele é um aspirante forte, que já demonstrou viabilidade eleitoral na Capital, o que o credencia para pleitear a condição de candidato do grupo.

Ainda que fortemente desgastado por causa do equívoco que foi a sua participação na disputa pelo Governo do Estado, tendo saído das urnas com uma humilhante votação em São Luís, onde esperava “bombar”, o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. é um nome a ser considerado nessa disputa. Mas está longe de entrar como favorito. A viabilização do seu projeto dependerá de uma série de fatores, entre eles o enfraquecimento do prefeito Eduardo Braide e da desistência de Duarte Jr., o que não está previsto em nenhum cenário. Ainda assim, os seus oito anos à frente da Prefeitura de São Luís com desempenho positivo o credenciam a entrar na corrida.

O vereador Paulo Victor é, até aqui, produto bolsa de especulação. Mas a sua eleição em 2020, a maneira avassaladora como articulou e conduziu sua candidatura à presidência da Câmara Municipal, alcançando o comando da Casa por aclamação, e por fim sua festejada passagem pela Secretaria Estadual de Cultura, de onde comandou a organização bem-sucedida das festas juninas na Capital chamaram a atenção. E o colocaram como uma espécie de coringa do Palácio dos Leões na disputa pelo comando administrativo e político da Capital.

Como se vê, o processo político não para, e por isso ninguém duvida de que a declaração do deputado federal eleito Duarte Jr. foi a senha que o próprio prefeito Eduardo Braide esperava colocar seu projeto de reeleição como prioridade na sua agenda política.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Josimar de Maranhãozinho não está preocupado por não ter festejado Bolsonaro em São Luís

Josimar de Maranhãozinho 

É forte a repercussão da ausência do deputado federal Josimar de Maranhãozinho e da deputada estadual e deputada federal eleita Detinha nos eventos de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição. Donatários absolutos do PL no Maranhão, ambos não compareceram nem deram qualquer explicação. Josimar de Maranhãozinho, que se reelegeu para a Câmara Federal com um caminhão de votos, não deu nenhuma declaração estridente e enfática em defesa da candidatura do presidente das República à reeleição. E a explicação para isso é simples: o chefe maior do PL no Maranhão faz questão de mostrar que atua de maneira independente, não atrelando sua movimentação nem ao Governo do Estado nem à Presidência da República. No caso de o presidente Jair Bolsonaro ser reeleito, tudo continuará como está na sua relação com o Palácio do Planalto. No caso da eleição do ex-presidente Lula da Silva (PT) – que é o que está sendo desenhado até aqui -, sua relação com o Governo se dará com base nos quatro votos que ele controla – o dele e o da deputada Detinha e os dos deputados Júnior Lourenço e Pastor Gildenemyr. É com essa equação, e não exatamente com o fato de ser ele do mesmo partido do presidente, que ele se move nesse tabuleiro. Daí não fazer qualquer diferença ele ter ou não comparecido aos eventos de campanha do candidato do seu partido.

 

Lulistas apostam na vitória; bolsonaristas, nem tanto

Lula da Silva vem atropelando Jair Bolsonaro na corrida ao Planalto

O comando da campanha do ex-presidente Lula da Silva no Maranhão trabalha com a perspectiva de que o eleitorado maranhense dará pelo menos 70% dos votos válidos para o líder petista. Um resultado menor do que os 80% pretendidos, mas acima dos 68,8% que ele recebeu no primeiro turno. No geral, o clima é de otimismo e de aposta vitória do ex-presidente.

Bolsonaristas envolvidos na campanha não alimentam esperança de reverter o cenário no Maranhão, mas apostam que o resultado das urnas será um pouco menor do que o do primeiro turno. Mas nenhum quis fazer alguma previsão numérica. Entre os bolsonaristas há otimismo, mas o clima dominante é o de realismo, ou seja, pode dar, mas pode não dar.

São Luís, 19 de Outubro de 2022.

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