Márcio Jerry mantém coerência política com oposição cerrada a Bolsonaro e seu Governo

 

Márcio Jerry: discursos contundentes contra Jair Bolsonaro 

“Inaceitável. O Brasil não pode ficar à mercê dos filhos malfeitores de Jair Bolsonaro”, disparou ontem o deputado federal Márcio Jerry, vice-líder do PCdoB na Câmara Federal, ao reagir à decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de nomear para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal o delegado Alexandre Ramagem, que comandou a segurança do então candidato presidencial Jair Bolsonaro e cultiva relações de amizade com os filhos do presidente, notadamente o vereador carioca Carlos Bolsonaro, alvo de investigação pela PF no inquérito em que ele aparece como chefe da milícia virtual que age contra adversários do Governo, divulgando fake news a partir do Palácio do Planalto, no chamado “Gabinete do Ódio”. No entendimento do parlamentar maranhense, a nomeação desrespeita a própria instituição e é uma demonstração clara da tentativa de aparelhamento ilegal da PF para uso político pelo presidente.

Com reações como essa, o deputado federal Márcio Jerry vem mantendo fielmente sua postura de Oposição ao presidente Jair Bolsonaro, cultivando alinhamento rigoroso à posição do seu partido, o PCdoB, e ao discurso do governador Flávio Dino, hoje uma das mais destacadas vozes oposicionistas do País. O parlamentar, que também preside o PCdoB no estado, tem sido impiedoso nos ataques ao presidente da República, seus filhos e seu Governo, mas o faz dentro dos limites, com discurso duro, um excesso verbal aqui e ali, mas com absoluta observância das regras da ética parlamentar. Destaca-se também pela frequência com que dispara torpedos verbais na direção do presidente, que está já notabilizado como um mandatário que não cansa de produzir situação que lhe atraem duras críticas dentro e fora na seara política.

Durante este mês, com o Brasil impactado pela pandemia do novo coronavírus e pelas trapalhadas do presidente da República, o deputado Márcio Jerry bateu forte. Já no dia 1º, o vice-líder do PCdoB na Câmara Federal acusou o presidente Jair Bolsonaro e seus assessores mais próximos de estarem sendo negligentes com a pandemia. Ele defendeu a mobilização de governadores e prefeitos e propôs também que a Câmara federal e o Senado da República se engajassem nesse esforço nacional contra a pandemia. O seu principal argumento era a postura de indiferença do presidente e seus filhos em relação ao quadro que naquele momento já se desenhava no Brasil. “É hora da unidade nacional. O Brasil é testemunha do zelo, responsabilidade e dedicação em relação às medidas que estão sendo tomadas pelo governador Flávio Dino e sua equipe para proteger o Maranhão dessa pandemia. E a Câmara dos Deputados, na figura do presidente Rodrigo Maia (DEM/RJ), está dando uma contribuição muito grande e suprindo o descaso do Governo Federal”.

No dia 09/04, Márcio Jerry criticou duramente o discurso que o presidente Jair Bolsonaro fizera na noite do dia 08/04, quando defendeu o relaxamento o isolamento social e o uso da cloroquina como no cm bate à Covid-19. “Bolsonaro está obcecado em promover irresponsavelmente a cloroquina. E obcecado também contra as medidas sanitárias corretas para combater a pandemia. Completamente desastrado e irresponsável. Quer posar de infectologista. E assim mais parece um vírus que infecta o país numa hora em que todos precisam de um remédio: o distanciamento social”, disparou. Uma semana depois (16/04), o vice-líder do PCdoB enfatizou o fato de que o auxílio emergencial de R$ 600 não foi uma concessão do presidente da República, mas uma proposta da Câmara Federal, que logo seria aprovada pelo Senado. Lembrou que se dependesse exclusivamente do presidente Jair Bolsonaro, o auxílio seria de apenas R$ 200.

Dias depois, durante entrevista à Rádio Câmara, o deputado Márcio Jerry voltou a acusar o presidente Jair Bolsonaro de negligência em relação à pandemia do novo coronavírus. “Enquanto milhares de pessoas morrem, o presidente se ocupa com a agenda da intriga política, da pregação antidemocrática, da participação em atos que pedem um novo AI-5”. E acrescentou: “O que nós precisamos é que o Governo Federal recobre o mínimo de juízo. Felizmente, a Câmara e o Senado estão fazendo um movimento diferente, respeitando a Constituição e combatendo a pandemia”, disse.

Há quem concorde – e são muitos – e quem não concorde com a linha de ação do deputado federal Mário Jerry. Mas, independentemente de posições, não há como negar que ele exerce o seu primeiro mandato com coerência política inatacável, atuando exatamente como sempre atuou como militante partidário, de um lado só e sem arredar das suas convicções.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Presidente Bolsonaro passa dos limites e causa perplexidade com resposta a jornalista

Jair Bolsonaro: se ficasse calado pouparia o País de muitas asneiras

Por tudo o que disse e fez desde que desembarcou no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro se tornou o mandatário do qual se espera sempre o pior. Ontem, porém, o chefe da Nação ultrapassou todos os limites da incoerência na resposta a um jornalista que lhe perguntou sobre o fato de que o Brasil ultrapassou o patamar das cinco mil, mas não mortes por coronavírus, deixando para trás a China, onde tudo começou.

– E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Sou Messias, mas não faço milagre – declarou o presidente da República, causando perplexidade e indignação em milhões de brasileiros, e certamente no mundo afora.

Para começar, a reação do presidente Jair Bolsonaro foi grosseira, uma vez que na sua indagação, o jornalista quis apenas saber sua opinião sobre esse marco trágico e o seu sentimento, já que, afinal, o chefe da Nação é o responsável pelos atos do Governo. Depois, pareceu um posicionamento de quem realmente não tem a noção exata do problema nem do seu papel no esforço para resolvê-lo. E finalmente, o presidente demonstrou estar se lixando para quem morreu e quem ainda vai morrer.

São essas idiossincrasias presidenciais que vão minando o seu lastro e empurrando-o para o cadafalso político.

 

Dino e Holanda Júnior jogam duro contra desrespeito ao isolamento

Flávio Dino e Edivaldo Holanda Jr.

O governador Flávio Dino (PCdoB) e o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) endureceram o discurso em relação ao isolamento social nas últimas horas. Diante do fato de que a epidemia produz números crescentes em São Luís, os governos estadual e municipal vêm alertando para que a população da Capital respeite as regras e cumpra o isolamento social, sob o risco de enfrentar problemas muito mais graves mais na frente. O governador Flávio Dino bem batendo na tecla de que é preciso ter paciência, respeitar o próximo, usar máscara e cuidar da higiene, caso contrário, não terá outro caminho que não o de fechar tudo outra vez, com advertência e multa para quem desrespeitar as regras. Sem a contundência do governador, o prefeito Edivaldo Holanda Júnior também foi enfático sobre a possibilidade de adotar medidas mais duras se a cooperação da população não chegar. Que a população se conscientize de vez  que o vírus não faz distinção de cor, condição financeira, convicções políticas. Ele avança em qualquer um.

São Luís, 29 de Abril de 2020.

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