Lula dispara duro contra Bolsonaro, nega que será candidato e elogia José Sarney e Flávio Dino

 

Lula da Silva elogiou José Sarney e Flávio Dino durante entrevista que concedeu ontem à rádio Difusora FM

“O Brasil está desgovernado. O Bolsonaro não tem condições de governar, ele não tem o mínimo de preparo para o cargo”.

“Não pretendo ser candidato, quero ser é cabo eleitoral”.

“Não tenho nada para conversar com a Marina (Silva) ou com o Ciro (Gomes). Eles já estiveram conosco e decidiram seguir outros rumos”.

“Acho que todos os partidos da Oposição devem lançar seus candidatos. No segundo turno a gente se junta”.

“A arte de governar é a gente conseguir estabelecer a convivência democrática na adversidade. É o que o Flávio Dino está fazendo no Maranhão”.

“O Sarney foi um companheiro da mais alta qualidade, da mais alta lealdade durante o período em que presidiu o Senado”.

“O que temos que fazer agora é salvar vidas e cuidar dos pobres”.

“Mesmo o presidente Sarney sendo do Maranhão, eu duvido que na história da existência do Maranhão tenha tido um momento em que um presidente colocou mais dinheiro no Maranhão do que eu”.

As declarações, enfáticas, foram feitas pelo ex-presidente Lula da Silva (PT) durante os 45 minutos que durou a entrevista que concedeu ontem (21) ao programa “Ponto e Vírgula”, da Rádio Difusora FM, comandado pelo jornalista Leandro Miranda e com a participação dos jornalistas Ricardo Marques (Caxias) e Paulo Negrão (Imperatriz). O líder petista demonstrou que aos 74 anos está mais lúcido e ativo que nunca, agora com a experiência reforçada pelo tempo de prisão em Curitiba e pela disposição de mostrar aos brasileiros que foi vítima de uma trama colocada em prática pelo então juiz federal Sérgio Moro – “Um mentiroso!” – na Operação Lava Jato.

O ex-presidente Lula não poupou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), avaliando o governo dele como “inexistente” e como “um desastre”, principalmente porque no caso da pandemia do novo coronavírus “ele irresponsavelmente seguiu (Donald) Trump (presidente dos EUA), que tem também agido com irresponsabilidade”. Mostrou que por absoluta incapacidade política tentou governar sozinho, não saiu do lugar e agora se vê obrigado a se unir a partidos que hostilizou quando candidato a presidente. Para Lula, o combate ao coronavírus teria alcançado melhores resultados se desde o início o presidente tivesse mobilizado os governadores e os prefeitos para definição de uma estratégia para enfrentar a pandemia. “Ele fez tudo errado, demonstrando que não tem nenhum preparo para ocupar o cargo de presidente”, declarou.

Com a mesma visão política larga que usou quando presidiu o País por oito anos, Lula insistiu no argumento de que numa democracia se governa com articulação e com alianças pontuais com os mais diversos segmentos políticos e partidários. Citou como exemplo de articulação política eficiente e produtora de resultados a sua aliança com o ex-presidente e então senador José Sarney, que juntou o PT com a maior fatia do então PMDB. “O Sarney prestou um serviço extraordinário a mim na presidência do Senado”, declarou, referindo-se à sólida e prolongada aliança que manteve com José Sarney, que se desfez quando o ex-presidente emedebista se afastou da então presidente Dilma Rousseff e apoiou o seu impeachment. E citou como exemplo da boa política de resultados a aliança formada por 16 partidos que o governador Flávio Dino (PCdoB) comanda no Maranhão. “Ele não governaria sozinho”, avaliou.

Foi essa prática democrática de ação política que, segundo ele, lhe garantiu governabilidade e deixar o cargo “com 87% de ´bom` e ´ótimo`, 10% de ´regular` e 3% de ´péssimo`”.

O ex-presidente Lula da Silva descartou nesse momento a possibilidade de vir a ser candidato ao Palácio do Planalto em 2022, afirmando que o que quer mesmo “é ser cabo eleitoral”. E numa atitude aparentemente contraditória, não deu qualquer indicação de quem o PT lançará na hipótese de ele não vier a ser o candidato, não tendo citado, por exemplo, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, numa indicação clara de que continua em forma e que, apesar da idade e da sua situação judicial, poderá encarar o desafio das urnas daqui a dois anos.

Em Tempo: a entrevista de Lula da Silva ao programa “Ponto e Vírgula” foi retransmitida ao vivo por um pool de cerca de 50 emissoras comunitárias.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Justiça garante desconto de 10% a 30% nas mensalidades escolares durante a pandemia

Deputado Rildo Amaral, autor do projeto que reduziu mensalidades escolares durante pandemia

As 155 escolas de São Luís terão de cumprir a Lei Estadual n˚11259/2020, que instituiu o desconto de 10% a 30% nas mensalidades durante o período da pandemia do novo coronavírus. A decisão foi tomada ontem pelo juiz Manoel   Chaves, da Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís, atendendo a Ação Civil Pública Cível ajuizada pelo Ministério Público e Defensoria Pública, para consolidar a medida proposta pelo deputado Rildo Amaral (SD), aprovada pela Assembleia Legislativa e sancionada pelo governador Flávio Dino em 14 de Maio. A lei estabelece que instituições de ensino fundamental, médio, técnico e superior da rede privada, além de pós-graduações, que adotem aulas presenciais e reduzam proporcionalmente suas mensalidades. O desconto de 10% é para as instituições de ensino com até 200 alunos matriculados. Para instituições que contam com entre 200 e 400 alunos matriculados e escolas técnicas, o desconto é de 20%. Escolas com mais de 400 alunos matriculados e pós-graduações terão de oferecer desconto de 30% no valor das suas mensalidades. Alunos que já possuem descontos via bolsas de estudo não têm direito ao desconto.

A multa para quem não cumprir a lei será de R$ 2 mil por quebra de cada contrato, o que implica dizer que que se uma escola de 200 alunos não cumprir a regra, ela poderá ser multada em R$ 400 mil.

 

A aprovação de Bolsonaro continua caindo

Jair Bolsonaro: em queda, diz pesquisa XP/Ipespe

A aprovação do presidente Jair Bolsonaro continua caindo, revela nova pesquisa XP/Ipespe, concluída terça-feira (19). O grupo que considera o governo “bom” ou “ótimo” oscilou de 27% na rodada concluída em 30 de abril para 25% agora, enquanto os que avaliam a gestão como “ruim” ou “péssima” foram de 49% para 50%. No levantamento anterior, de 24 de abril, os números eram 31% e 42%, respectivamente. Na mesma linha, também se deteriora a expectativa para o restante do governo, que agora é 48% negativa e 27% positiva, ante 46% e 30% em abril.

Movimento semelhante acontece na área econômica, em que o grupo que avalia que a economia está no caminho errado saltou de 52% para 57%, enquanto os que veem a economia no caminho certo passaram de 32% para 28%. Foram realizadas 1.000 entrevistas de abrangência nacional, nos dias 16, 17 e 18 de maio. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais.

Os entrevistados foram questionados também sobre impactos da crise causada pelo coronavírus. Para 68%, o pior ainda está por vir, enquanto 22% avaliam que o pior já passou.

A pesquisa mostra que se mantém alto o apoio ao isolamento social como medida de enfrentamento à pandemia. Para 76%, ele é a melhor forma de se prevenir e tentar evitar o aumento da contaminação pelo coronavírus, enquanto 7% discordam. Outros 14% avaliam que ele está sendo exagerado.

Em relação à duração do isolamento, 57% defendem que ele deve continuar até que o risco de contágio seja pequeno.

O levantamento também registra uma redução na avaliação positiva da ação dos governadores para o enfrentamento à crise. São 46% os que apontam que a atuação é boa ou ótima, contra 53% na última pesquisa. Os que acreditam que a atuação é ruim ou péssima saíram de 16% para 23%.

A atuação de Bolsonaro na crise é vista como boa ou ótima por 21% e como ruim ou péssima por 58%.

Em Tempo: A Coluna está usando as in informações foram disponibilizadas pela assessoria da XP.

São Luís, 22 de Maio de 2020.

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