Flávio Dino assume neutralidade no 1º turno em São Luís, mantendo postura que vem desde 2012

 

Flávio Dino reafirma neutralidade no 1º turno da disputa pela Prefeitura de  São Luís

O governador Flávio Dino (PCdoB) reafirma, em tom de quem dá a questão por encerrada: não se envolverá no 1º turno da eleição para a Prefeitura de São Luís, mesmo tendo seu partido um candidato, o deputado federal Rubens Júnior. E a explicação para a neutralidade é simples, também não deixando qualquer dúvida: vários partidos da aliança que ele lidera terão candidatos numa eleição que, a julgar por todas as pesquisas feitas até agora, será decidida em dois turnos, não justificando que ele se posicione na primeira volta. Apoiar o candidato do seu partido agora contra os aliados que estão na disputa seria uma incoerência política que, com a visão aliancista, não faria o menor sentido. O exemplo de 2016 está vivo na memória política da Capital: o governador só se posicionou no 2º turno, embalando a candidatura do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, então do PTC, à reeleição no embate com o então candidato do PMN, deputado estadual Eduardo Braide.

Em nota dirigida ao jornal O Imparcial, a Secretaria de Comunicação e Articulação Política, comandada pelo secretário Rodrigo Lago, informa o governador Flávio Dino “respeitará todos os aliados que o apoiaram em 2018 e, por isso, não adotará nenhuma posição quanto ao 1º turno das eleições em São Luís”. Mais do que isso, esclarece que, “coerente com essa posição, o governador não tem nenhuma opinião a emitir sobre os vários partidos aliados e que integram o Governo Estadual”.

A principal explicação está no fato de que uma frente formada por 17 agremiações faz a aliança partidária que dá sustentação política ao governador Flávio Dino. Dessas, nada menos que oito das 13 legendas que entraram na disputa são parte desse arco partidário e tentam viabilizar candidaturas ao Palácio de la Ravardière São eles: PCdoB (Rubens Júnior), Republicanos (Duarte Júnior), PSB (Bira do Pindaré), DEM (Neto Evangelista), PROS (Yglésio Moises), Rede (Jeisael Marx), Solidariedade (Carlos Madeira) e PL (Detinha). Três legendas de peso da base governista não lançaram candidatos, mas se posicionaram ostensivamente: o PDT, comandado pelo senador Weverton Rocha, que dá sustentação à candidatura do democrata Neto Evangelista; o Cidadania, liderado pela senadora Eliziane Gama, que declarou apoio incondicional à candidatura do comunista Rubens Júnior, e o PT, que vem fazendo charme, ensaiou candidatura própria, mas está claro de que vai apoiando o candidato do PCdoB.

A decisão do governador Flávio Dino de não participar da campanha do 1º turno na Capital é a expressão prática do seu discurso aliancista. Ele não vê sentido num projeto que sufoque projeto de candidatura dentro de um partido. Para ele, um número expressivo de candidatos dentro de uma mesma aliança é saudável e, em vez de problemas, proporciona o fortalecimento dos partidos, o que acaba beneficiando a aliança partidária que construiu nas eleições gerais de 2014, testou nas eleições municipais de 2016 e consolidou e ampliou e consolidou na corrida eleitoral de 2018. Hoje, a aliança que reúne partidos de esquerda, como o PCdoB, Cidadania, PT, PSB, PDT e Rede, é integrada também por legendas de centro, como PTB, PP, DEM, Republicanos, Solidariedade, PROS, PMB, PTC, DC, e também rebentos de direita, como PL, Avante. Tomar posição em relação a candidato numa disputa em que esses partidos estão distribuídos entre oito candidaturas seria um erro primário.

Com esse posicionamento, o governador Flávio Dino ratifica, portanto, o discurso que vem fazendo desde 2012, quando, ainda com o deputado federal, estimulou várias candidaturas de partidos aliados, entre eles o PTC do então deputado federal Edivaldo Holanda Júnior, só se posicionando no segundo turno, quando o atual prefeito foi para o confronto direto com o então prefeito João Castelo (PSDB), que buscava a reeleição, postura repetida em 2016. Mantendo, portanto, a coerência que prega.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Auxílio emergencial aumenta a aprovação de Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro: popularidade pelo auxílio emergencial que não foi ideia dele

O auxílio emergencial de R$ 600 liberado pela União para garantir renda a milhões de brasileiros diretamente afetados pela pandemia do novo coronavírus está rendendo elevados dividendos políticos ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), embora tenha ele sido contrário à medida quando ela foi proposta no Congresso Nacional. O bônus chegou ontem à mesa do presidente, dias depois que ele comemorou efusivamente o campeonato do Palmeiras e não deu a mínima para a marca de 100 mil mortos pela Covid-19: pesquisa do Datafolha, realizada nos dias 11 e 12, revelou que Jair Bolsonaro teve a maior aprovação desde que assumiu a presidência da República: 37% dos 2.065 entrevistados disseram que o desempenho dele é “bom e ótimo”, 27% avaliaram como “regular” e 37% responderam que seu desempenho é “ruim e péssimo”.

No Nordeste, justamente a região que concentra mais pessoas que recebem o auxílio, o presidente teve o melhor desempenho relativo. Sua rejeição caiu de 52% para 35%, e sua avaliação positiva subiu de 27% para 33%.

Em Tempo: as informações sobre a pesquisa foram publicadas no início da madrugada pelo jornal Folha de S. Paulo.

 

Avaliações começam a apontar quem fica, quem sai e quem entra na Câmara de São Luís

Osmar Filho  pode se reeleger; Júlio Pinheiro tem chance de entrar

Contas feitas por um experiente político de São Luís hoje fora das lutas pelo voto levaram ao seguinte desfecho na guerra por vagas na Câmara Municipal: dos 31 vereadores, pelo menos 15 serão reeleitos, resultado que abre 16 vagas. Alguns favoritos à renovação de mandato: Osmar Filho (PDT), atual presidente,  Astro de Ogum (PCdoB), atual vice-presidente, Ivaldo Rodrigues (PDT), Chico Carvalho (PSL), Honorato Fernandes (PT), Aldir Júnior (PL), Raimundo Penha (PDT), Marcelo Poeta (PCdoB), Afonso Manoel (Solidariedade) e Bárbara Soeiro (PSC), entre outros. Há partidos focados na eleição de vereadores, sendo um deles o MDB, que não tem candidato a prefeito, pode emplacar um candidato a vice, mas o foco principal do partido será ganhar cadeiras na Câmara Municipal. Há nomes fortes se movimentando para entrar, entre eles o vice-prefeito Júlio Pinheiro (PCdoB), havendo também rumores de que o ex-prefeito Tadeu Palácio, hoje filiado ao PSL, poderá tentar voltar à Câmara Municipal, onde exerceu três mandatos antes de ser candidato a vice-prefeito (1998) e depois a prefeito (2004) pelo PDT.

São Luís, 14 de Agosto de 2020.

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