O meio político foi impactado quarta-feira (05) pela filiação da empreendedora Clara Gomes ao PSD, partido do prefeito Eduardo Braide, para disputar uma cadeira na Câmara Municipal de São Luís, tendo o pleno aval do seu marido, o deputado estadual Osmar Filho (PDT). Diante da agitação causada pelo fato político, o deputado Osmar Filho foi à tribuna da Assembleia Legislativa para não só confirmar integral e entusiasticamente a filiação de Clara Gomes ao PSD, como também para declarar o seu apoio pessoal à candidatura do prefeito Eduardo Braide à reeleição. O deputado também esclareceu que essa posição nada tem a ver com a sua relação com o governador Carlos Brandão, que tem seu total apoio e a quem comunicou sua decisão. Chamou a atenção o fato de o deputado Osmar Filho não ter feito qualquer referência ao seu partido, o PDT, que tem um candidato a prefeito, Fábio Câmara, apoiado pelo chefe maior da agremiação, senador Weverton Rocha, que segue se dizendo opositor do governador Carlos Brandão.
A atitude do deputado Osmar Filho pode ser lida por duas óticas. A primeira é a do pragmatismo político. Isso porque Clara Gomes poderia se filiar ao PDT, que se prepara para a guerra eleitoral com o objetivo de fazer uma grande bancada de vereadores, no que nem os pedetistas mais otimistas acreditam, principalmente se o partido confirmar mesmo a inacreditável candidatura de Fábio Câmara, que assim puxará uma complicada chapa de “medalhões”, como os vereadores Raimundo Penha e Pavão Filho. Ao optar pelo PSD e pelo apoio ao prefeito Eduardo Braide, Clara Gomes escolheu um caminho política e eleitoralmente mais viável, no qual a sua eleição dependerá apenas do seu desempenho nas urnas.
A outra leitura é mais óbvia: o PDT continua um partido em crise, cometendo erros após erros, principalmente em São Luís, onde deu as cartas durante décadas, mas que mergulhou no desacerto depois da morte de Jackson Lago, perdendo força a cada eleição, a ponto de hoje ter apenas três cadeiras no parlamento ludovicense. Não surpreende, portanto, que o deputado Osmar Filho, um político que nasceu nas lutas por cadeira na Câmara Municipal e que, portanto, conhece como poucos a realidade política e eleitoral da Capital, não tenha estimulado sua mulher a se filiar ao PDT, que já não tem qualquer relação com a atual administração municipal.
Vale registrar que os últimos desempenhos eleitorais do PDT em São Luís foram trágicos. Na eleição de 2020, apoiou Neto Evangelista (DEM) no 1º turno e Eduardo Braide no 2º turno, mas fez uma bancada pífia na Câmara Municipal. Na eleição geral de 2022, seu candidato a governador, senador Weverton Rocha, amargou o terceiro lugar, resultado vexatório para um partido que controlou o Executivo e o Legislativo do município por várias gestões. E a julgar pelo que está sendo preparado agora, com a inacreditável candidatura de Fábio Câmara, não será surpresa se o PDT sair das urnas de outubro nocauteado por outro fracasso retumbante.
A filiação de Clara Gomes ao PSD dá ao prefeito Eduardo Braide mais do que um candidato viável para o seu partido. Ele ganha também um expressivo reforço com o apoio da base do deputado Osmar Filho em São Luís – concentrado principalmente na região da Ilhinha e São Francisco. Além disso, a atitude do parlamentar pedetista pode inspirar membros de outros partidos a não seguir a orientação de apoiar os candidatos escolhidos por suas agremiações. O exemplo mais nítido é a decisão do presidente do MDB de São Luís, deputado federal Cleber Verde de não seguir o partido no apoio ao candidato Duarte Jr. (PSB) e se declarar aliado ao prefeito Eduardo Braide.
E o dado que mais chamou a atenção nessa efeméride política foi a convicção com que o deputado Osmar Filho expôs a sua posição na Assembleia Legislativa, ouvido atentamente e em silêncio por seus colegas do PDT, os deputados Glaubert Cutrim, Cláudia Coutinho e Viviane Silva, num cristalino sinal de aprovação.
PONTO & CONTRAPONTO
Eliziane propõe memorial no Senado para não esquecer o 8 de Janeiro
A Comissão de Defesa da Democracia (CDD) do Senado aprovou quarta-feira (6) o Projeto de Resolução 97/2023, proposto pela senadora Eliziane Gama (PSD), instituindo a criação do Memorial em Homenagem à Democracia Brasileira.
O projeto prevê que o memorial seja instalado na parte externa do prédio do Senado, “de modo a ser facilmente visto pelos cidadãos”. O memorial deverá ganhar um título de identificação e deve conter a seguinte mensagem:
“A República Federativa do Brasil constitui-se, nos termos do artigo 1º da Constituição Federal de 1988, em Estado Democrático de Direito. No dia 8 de janeiro de 2023, a Democracia brasileira foi atacada. Nunca, os democratas, esqueceremos”.
Com a autoridade de quem relatou o resultado das investigações feitas pela CPMI sobre o 8 de Janeiro, a senadora Eliziane Gama destacou:
“É importante incluirmos a tentativa de ruptura institucional em nossa memória cívica e histórica a fim de evitarmos novos episódios como o visto em 8 de janeiro de 2023”.
De autoria do senador Otto Alencar (PSD-BA), o relatório favorável contém a seguinte justificativa:
“É justo e oportuno que o Senado Federal dedique um espaço para exaltar a democracia brasileira, por meio da permanente lembrança de nossas conquistas e avanços civilizatórios, bem como do olhar atento e contínuo para os ataques e ameaças à liberdade democrática”.
Na justificativa do projeto, a autora ressalta a necessidade de cultivar a democracia brasileira. Eliziane destaca “a importância de incluirmos a tentativa de ruptura institucional em nossa memória cívica e histórica a fim de evitarmos novos episódios como o visto em 8 de janeiro de 2023”.
Vale lembrar: Em 8 de janeiro de 2023, extremistas depredaram o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional — sedes dos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo. O STF já condenou mais de uma centena de pessoas por participação nas depredações, e outras cerca de 700 estão aguardando julgamento, presas, em Brasília. As penas chegam a 17 anos de cadeia.
Mulher
O mundo civilizado se rende às mulheres nesta data. Todos se juntam para saudar mães, companheiras, filhas, parentes, amigas. Na política louvam-se as chefes de Estado, senadoras, deputadas, prefeitas, vereadoras, ministras, líderes partidárias e ocupantes de todos os postos dessa seara. Na economia a louvação vai para as líderes empresariais, empreendedoras, administradoras, diretoras, negociadoras, compradoras, vendedoras, produtoras e trabalhadoras da base de produção. Na ciência saúdam-se as cientistas, pesquisadoras, médicas, engenheiras, químicas, físicas, psicólogas, enfim, investigadoras de todas as áreas que salvam vidas e transformam o mundo. Nas artes todos se curvam às atrizes, bailarinas, cantoras, pintoras, escultoras, artesãs, poetas, escritoras, roteiristas, produtoras e todas as que atuam nesse mundo mágico e essencial. Na vida social todos se rendem às professoras, que são a base de tudo o que somos.
E nesse universo existem, principalmente, as heroínas, as musas, as santas que de nós cuidam no nosso dia a dia. Elas nos dão força e razão de sobra para existir, nos fazem ser muito mais do que somos, nos guiam a todo momento.
A vida do colunista é guiada por Maria da Graça, Silvana, Cibele, Rebeca, Micaela, Alice, Aurora e Juliana.
Elas são as suas luzes.
São Luís, 08 de Março de 2024.