Se a eleição para o Governo do Estado fosse agora, o senador Weverton Rocha (PDT) e o vice-governador Carlos Brandão (PSDB migrando para o PSB) disputariam um segundo turno. É esse o cenário encontrado pela pesquisa Exata, divulgada na edição de hoje do jornal O Imparcial e cujos números são os seguintes: Weverton Rocha tem 24% das intenções de voto, Carlos Brandão 17%, Roberto Rocha (sem partido) 13%, Edivaldo Holanda Jr. (PSD) 10%, Lahesio Bonfim (Agir36) 9%, Josimar de Maranhãozinho (PL) 6%, Simplício Araújo (SD) 1% e Enilton Rodrigues (PSOL) não pontuou. O levantamento encontrou 8% que pretendem votar em branco ou anular o voto, e 12% que não souberam ou não quiseram responder. A pesquisa Exata ouviu 1.413 eleitores em todo o estado, tem margem de erro de 3,3%, confiabilidade de 95% e está registrada na Justiça Eleitoral sob o número 02686/22.
A pesquisa Exata não foi a melhor notícia para o senador Weverton Rocha, injetou ânimo no vice-governador Carlos Brandão, informou que o senador Roberto Rocha está vivo, alvejou o ex-prefeito Edivaldo Jr. com um jato de água natural, fez sorrir o prefeito Lahesio Bonfim, frustrou o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, manteve Simplício Araújo onde ele sempre esteva nessa corrida e avisou a Enilton Rodrigues que o eleitorado maranhense continua não querendo conversa com a esquerda tida como radical. E para o conjunto dos candidatos, a pesquisa do instituto Exata deu um aviso com apenas 12% de indecisos. O recado não poderia ser mais claro.
Líder na corrida, o senador Weverton Rocha enfrenta uma tendência de queda, sendo esse o pior percentual a ele atribuído em todas as pesquisas divulgadas até aqui. No contraponto, o vice-governador Carlos Brandão experimentou um crescimento modesto, mas firme, que não apenas o aproximou do líder, mas também o descolou do segundo time. Sete pontos separam os dois pré-candidatos, o que representa muito pouco numa corrida eleitoral que ainda tem sete meses e meio pela frente. Esse cenário revelou tendências claras e inequívocas na movimentação dos dois líderes: joga nos ombros do pré-candidato do PDT o desafio de estancar a sangria, corrigir o rumo e voltar a crescer, ao mesmo tempo em que injeta no pré-candidato do PSB doses generosas de ânimo para estimulá-lo a manter o ritmo de crescimento. Isso porque não há como fazer uma leitura diferente dos números, principalmente levando-se em conta os levantamentos anteriores.
No time intermediário o dado surpreendente é o que aponta o senador Roberto Rocha à frente do ex-prefeito Edivaldo Jr. e o prefeito Lahesio Bonfim ameaçando a posição dos dois. Os três estão embolados dentro da margem de erro, deixando para trás o deputado Josimar de Maranhãozinho, que parece preso ao patamar dos seis pontos percentuais, apesar da intensa pré-campanha que vem fazendo nas mais diferentes regiões do estado. Nesse patamar, chama a atenção o fato de o senador Roberto Rocha aparecer com 13 pontos percentuais de intenção de votos sem ter um partido e sem dizer se será ou não candidato a governador. Na mesma medida, surpreende a permanência do ex-prefeito de São Luís no mesmo degrau, enquanto o prefeito de São Pedro dos Crentes o alcança num empate quase integral.
O pré-candidato do Solidariedade mantém sua estratégia de fortalecer sua candidatura a deputado federal, uma vez que não há como enxergar sua caminhada até aqui por outra ótica. Com a não citação do pré-candidato do PSOL, a pesquisa repetiu o recado contundente de que o eleitorado não quer conversa com a chamada esquerda radical.
Como é visível, agora com o quadro de candidatos melhor definido, com o claro posicionamento político de cada um e sem a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), a pesquisa sugere que o cenário começa a ganhar contornos mais nítidos.
PONTO & CONTRAPONTO
Josimar reafirma pré-candidatura ao Governo
Na entrevista que concedeu ontem à TV Mirante, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) reafirmou sua pré-candidatura ao Governo do Estado, enfatizando que tem o apoio total do seu partido e que não pretende voltar atrás nesse projeto.
Com essa declaração, o parlamentar praticamente fechou as portas do PL ao senador Roberto Rocha, que deve decidir nos próximos dias o partido ao qual se filiará e o mandato que disputará nas eleições de outubro. Se Josimar de Maranhãozinho abrir as portas do partido ao senador, poderá assegurar-lhe a vaga de candidato ao senado, situação que Roberto Rocha dificilmente aceitará: não ter um partido sob o seu controle e ser obrigado a candidatar-se à reeleição por uma concessão do chefe do PL.
Josimar de Maranhãozinho surpreendeu ao deixar claro que não vincula o seu projeto de candidatura ao Palácio dos Leões ao projeto de candidatura do presidente Jair Bolsonaro à reeleição. E explicou: o projeto de candidatura dele a governador é anterior à entrada do presidente Jair Bolsonaro.
Derrubada de vetos sugere que Braide deve construir maioria na Câmara Municipal
Com a derrubada de dois vetos a projetos importantes por ele propostos, o prefeito Eduardo Braide (Podemos) obteve ontem uma prova cabal de que precisa construir uma maioria sólida e confiável na Câmara Municipal. Os vetos derrubados alteraram expressivamente os projetos de lei Nº 345/21, que trata do Cartão Alimentação, e o projeto Nº338/21, que dispõe sobre a concessão de abono aos profissionais da rede de Educação Básica municipal. Está mais que claro que o prefeito de São Luís não conta com uma base de apoio sólida e consistente na Câmara Municipal, o que o obriga a montar maiorias eventuais para garantir a aprovação de projetos mais importantes. O clima de disputa pelo comando da Casa vem alimentando instabilidade no plenário do Palácio Pedro Neiva de Santana, colocando em risco a integridade dos projetos propostos pelo prefeito Eduardo Braide. A situação pode se agravar se o vereador Paulo Victor (PCdoB) vier a derrotar o vereador Gutemberg Araújo (PSC) na disputa pela presidência do Legislativo municipal. Pragmático e bom analista de contexto, o prefeito Eduardo Braide com certeza está estudando meios de alcançar maioria na Casa.
São Luís, 15 de Fevereiro de 2022.