A audiência que o governador Flávio Dino (PCdoB) manteve quarta-feira em Brasília com o ministro da Defesa, Aldo Rabelo, pode entrar para a história como uma das mais importantes da sua peregrinação por Brasília em todo o seu período de governo. A explicação: o principal item da conversa do governador com o ministro foi a implantação, na Ilha de São Luís, em frente à Ilha do Medo, da mega estrutura que abrigará a 2ª Esquadra da Armada do Brasil. Trata-se de um investimento de R$ 2,9 bilhões, a ser feito em médio e longo prazo – que já deveria ter sido iniciado –, conforme o plano Estratégia Nacional de Defesa (END), montado em 2008 e que apontou a região de São Luís, mais precisamente a Ponta da Espera, como o espaço ideal para receber o empreendimento militar.
Antes de tudo, vale anotar que a base prevista no END está projetada para abrigar seis mil militares, o que significa a concentração de mais de 12 mil pessoas, incluindo seus familiares. A estrutura será o ponto de chegada e de saída de navios (porta-aviões, couraçados, destroier fragatas, corvetas e as mais diferentes embarcações de apoio; aviões de caça, de transporte e helicópteros com diversas funções, além de um corpo de fuzileiros navais) e todos os instrumentos de apoio, como máquinas e veículos os mais diversos, assim como uma grande estrutura de apoio administrativo. Será semelhante – um pouco menor – à estrutura que abriga a 1ª Esquadra da Armada no Rio de Janeiro. Sua função primordial será garantir suporte técnico e suprimento a embarcações de todos os tamanhos que cobrirão as atividades da Marinha do Brasil nas regiões Norte e Nordeste.
Antes de concluir o END, a área técnica da Marinha esquadrinhou as regiões Nordeste e Norte em busca de um ponto ideal para implantar a base da 2ª Esquadra da Armada. Ao contrário de outros, a Ilha de São Luís preencheu todos os requisitos, sendo definida como o local ideal. Essa conclusão foi revelada pelo almirante-de-esquadra Júlio Soares de Mouro Neto, então comandante da Marinha, em visita de trabalho São Luís, onde se reuniu com o então governadora Roseana Sarney (PMDB), com quem tratou do assunto, dando-lhe praticamente a certeza de que o martelo estava batido por São Luís. A implantação da base deveria ter sido iniciada em 2010, de modo que a primeira fase estivesse concluída em 2016 e última em 2028, de modo que em 2030 já estivesse operando quase plenamente – inclusive abrigando um porta-aviões comorados à França navios ainda em construção.
O projeto da Marinha, no entanto, foi deixado de lado, pois na época todas as atenções e esforços do Governo do Estado estavam voltados para o projeto da Refinaria Premium I, da Petrobras, em Bacabeira. Era o momento do boom econômico nacional, da certeza de que o Brasil se transformaria numa potência – e o Maranhão junto – com o aumento da produção industrial e com a descoberta do pré-sal, que o colocaria entre os maiorais do petróleo, conjunto de argumentos que embalou a seara política e garantiu maioria de votos aos candidatos governistas Dilma Rousseff (PT) e Roseana Sarney em 2010. Passado o processo eleitoral e o enterro sistemático de R$ 1,5 bilhão no desmatamento em área de Bacabeira, as coisas começaram a mudar, e o que seria o maior projeto industrial em andamento em todo o planeta acabou engolido pela crise e pela escandalosa corrupção na petroleira, transformando-o, enfim, no mais espetacular e vexatório fracasso já registrado na história do Maranhão.
Com o sepultamento – tudo indica que definitivo – do projeto de refino de petróleo em Bacabeira, o governador Flávio Dino enxergou na base da 2ª Esquadra da Armada um filão a ser reanimado e incentivado. Em primeiro lugar, por se tratar de um empreendimento considerado prioritário no Ministério da Defesa, e depois porque sua implantação gerará um grande número de empregos na construção civil, além de atrair para São Luís um grande número de integrantes do Ministério da Marinha, que passarão a fazer parte do mercado consumidor da Capital, o que significará injeção de recursos na economia local. Quando esteve no Maranhão, o então comandante da Marinha se reuniu com líderes empresariais e lhes mostrou que o empreendimento necessitaria de grande quantidade de energia elétrica, água potável, vagas no sistema escolar público, moradias, unidades de saúde, entre outros equipamentos para atender aos milhares de militares ligados à base. O Poder Público terá de preparar São Luís para receber o empreendimento.
O governador Flávio Dino está acertando em cheio quando ajusta o norte da sua bússola na direção do empreendimento da Marinha. Razões para isso ele tem muitas. Para começar, não é um projeto eleitoreiro, mas tem consistência, é necessário e tem um forte viés desenvolvimentista, tanto na área da economia quanto no campo do conhecimento. São Luís ganhará muito em importância estratégica, podendo atrair projetos tecnológicos (escolas especializadas e institutos de tecnologia), econômicos (mais investimentos no complexo portuário do Itaqui, além do incremento do comércio) e industriais (principalmente na área de construção naval). E não se trata de projeto mirabolante nem uma jogada de marketing para encantar eleitor. Trata-se de um projeto de defesa, necessário e essencial num país que tem de controlar 200 milhas marítimas em 7.367 quilômetros de litoral, no qual o Maranhão é o segundo maior, com 640 quilômetros.
Não é, portanto, demais afirmar que concentrar esforços para acelerar a vinda da base da 2ª Esquadra da Armada do Brasil para a Ponta da Espera pode aumentar muito o peso histórico do Governo Flávio Dino.
Testemunharam a audiência do governador com o ministro da Defesa o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e os deputados federais José Reinaldo Tavares (PSB) e Rubens Jr. (PCdoB).
PONTO & CONTRAPONTO
ITA pode formar o tripé da formação tecnológica para o Maranhão
Outro assunto tratado pelo governador Flávio Dino com o ministro Aldo Rabelo foi a possibilidade de trazer para o Maranhão, especialmente para Alcântara, uma unidade do Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA), cuja sede fica em São José dos Campos e de onde sai boa parte dos cientistas brasileiros no campo das ciências exatas. O projeto vem sendo defendido pelo deputado federal José Reinaldo Tavares desde quando era governador do Maranhão, sob o argumento de que o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e o Maranhão como um todo precisam de um centro de estudos e pesquisas em tecnologia do tamanho e da experiência consolidada de um ITA. O governador Flávio Dino incorporou a proposta e vem trabalhando sua viabilidade com o ministro da Defesa, que além de ser um dos líderes do seu partido, o PCdoB, é também amigo do governador, em quem vê um quadro de peso no cenário político do país nos próximos tempos. A chegada do ITA ao Maranhão seria o ponto culminante de uma política de Governo voltada para a formação tecnológica. O Maranhão já conta com várias unidades do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), que oferece formação superior, e com unidades, em fase avançada de implantação, do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA), que garante formação técnica de nível médio. A vinda do ITA reforçaria decisivamente essa base de formação técnica no estado. O ministro Aldo Rabelo, que comanda o Exército, a Marinha e a Aeronáutica, pode dar ajuda decisiva para implantação de uma unidade do ITA no Maranhão.
São Luís, 13 de Fevereiro de 2016.
Caro Reportertempo, muita coisa precisa acontecer para a Segunda Esquadra sair de fato. Primeiro o Prosuper e o programa de construção das corretas da Classe Tamandaré precisa virar realidade e ambos os programas estão fazendo água. É conhecendo bem a realidade dos programas de reaparelhamento da Marinha, eu não apostaria nessa realidade para essa década.
Pensar projetos estratégicos significa engrandecer uma região e é tarefa das mais nobres de todo governo. Flávio Dino está verdadeiramente antenado com as legítimas aspirações do povo maranhense, que deseja prosperidade e destaque no concerto da federação brasileira. Parabéns, governador. Governar é olhar para a frente com determinação e desassombro.
A derrotada oligarquia teve todas as oportunidades de projetar o Maranhão no cenário nacional, mas não tinha projeto político para o Estado. Era um grupo ganancioso e individualista, cujo maior projeto era a a perpetuação no poder.
Flávio Dino tem a missão de engrandecer o nosso povo e sepultar em definitivo qualquer nova tentativa de recomposição oligárquica no Maranhão.
Antes de qualquer conversa, o governo tem que buscar um outro acesso (através de ponte) para a área Itaqui /bacanga). Hoje a barragem ja está superada em dimensão além de ser precarissimo seu serviço.
A área de acesso à ponta da espera, está comprometida am há muito tempo.
É urgente a construção de uma ponte ligando aterro do bacanga à vila nova/tamancao.
Outro absurdo é a subutilizacao desse aterro do bacanga que hoje não atende a nada.
Dali sairia a ponte
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A barragem do bacana já está superada.
Parabéns governador