Em clima de otimismo, Brandão reúne líderes da base, avalia eleições e traça rumo para 26

Carlos Brandão (PSB) entre Edilázio Jr. (PSD), Fábio Macedo (Podemos),
Marcus Brandão (MDB), André Fufuca (PP), Pedro Lucas Fernandes
(União Brasil), Francimar Melo (PT), Adriano Sarney (PV)
e Eliel Gama (Cidadania)

Feitas as contas da divisão dos votos saídos das urnas no dia 6 de Outubro, a aliança partidária comandada pelo governador Carlos Brandão (PSB) se firma como a grande vencedora da corrida por prefeituras. Seus aliados saíram eleitos em 72% dos 217 municípios, e vão comandar 16 das 20 maiores cidades; e no campo da vereança, o exemplo mais expressivo foi que a aliança governista elegeu nada menos que 74% dos vereadores de São Luís. Esses números, que dão ao grupo governista musculatura para desenhar o projeto eleitoral para as eleições gerais de 2026, foram, comemorados ontem, em tom de celebração, pelo governador Carlos Brandão – que preside o PSB – e nove dos 13 chefes do grupo partidário em um almoço no Palácio dos Leões.

No encontro, após avaliar os números e o cenário político por eles rascunhado, o governador Carlos Brandão fez uma declaração que poderá tornar mais efetiva a aliança partidária: “Isso representa um bom alinhamento para trabalharmos juntos pelas pessoas. Vamos reforçar a gestão municipalista, que trabalha em parceria com todos, independentemente de lado político”. Foi apoiado pelos representantes do PT, MDB, PP, Podemos, PV, PCdoB, União Brasil, Cidadania, PSDB – cujo presidente, Sebastião Madeira, está engajado na campanha de Rildo Amarão em Imperatriz -, PRD – representado no Governo por Júnior Marreca, secretário de Indústria e Comércio – e a banda do PSD, representada no almoço pelo presidente estadual, ex-deputado federal Edilázio Jr..

O gesto do governador Carlos Brandão de comemorar o resultado das eleições municipais com seus aliados faz todo sentido. Primeiro porque o chefe do Governo e presidente do PSB se consolidou de vez na liderança da aliança partidária que alguns achavam fragilizada. Vitórias como as ocorridas em Timon, Caxias, Bacabal, Barreirinhas, Barra do Corda, Santa Inês e São Mateus, por exemplo, deram à aliança governista o gás necessário para mirar as urnas de 2026 com segurança. Esse leque pode ficar bem mais expressivo se Rildo Amaral (PP) sair vencedor do 2º turno da eleição em Imperatriz, a segunda maior e mais importante cidade maranhense.

Outro ponto a ser observado nesse desenho é que as eleições municipais não produziram uma liderança com poder de fogo para enfrentar essa aliança com alguma possibilidade de sucesso. Nesse contexto, três nomes podem ser citados: Eduardo Braide (PSD), Josimar de Maranhãozinho (PL) e Weverton Rocha. Único candidato do PSD bem-sucedido na disputa, o prefeito de São Luís se reelegeu com muita folga e pode tentar um voo mais alto em 2026. O chefe estadual do PL enfrenta uma guerra com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que quer expurga-lo e entregar o partido a aliados seus no estado. E o senador, chefe do PDT, viu sua base de apoio diminuir com o emagrecimento eleitoral do partido no dia 6 de outubro, e não parece cacifado para enfrentar uma majoritária na oposição.

A única rusga dentro da aliança governista é o afastamento político do grupo identificado como dinista, sendo uma parte do PSB e outra do PCdoB. Mas, passada borrasca eleitoral, há sinais de uma tendência no sentido de uma grande conciliação no grupo, inclusive com a possibilidade de um realinhamento partidário. Isso em nada abala o comando governador Carlos Brandão, que vem comandando o processo com equilíbrio dentro do grupo, com o apoio de prefeitos e deputados estaduais.

O almoço de ontem, mais do que uma simples comemoração, pode ser visto como o primeiro movimento no sentido de manter a base unida e consolidada para as eleições de 2026. Isso porque, por mais que os líderes políticos tentem desconversar dizendo que “ainda é cedo”, o fato concreto é que as montagens para as eleições de daqui a dois anos já estão sendo arquitetadas a todo vapor nas entranhas partidárias.

PONTO & CONTRAPONTO

Governador pede a líderes da base apoio a consenso por Roberto Costa na Famem

Roberto Costa (quarto da esquerda para a direita) recebe o apoio de líderes
partidários da aliança governista para ser presidente da Famem

O deputado estadual Roberto Costa (MDB), prefeito eleito de Bacabal, foi confirmado ontem candidato da base governista à presidência da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem). A confirmação foi feita pelo governador Carlos Brandão durante o almoço com líderes partidários no Palácio dos Leões.

A se referir à eleição para o comando da Famem, o governador selou o seu compromisso com a candidatura do prefeito eleito de Bacabal, e pediu e obteve o apoio dos líderes partidários – e de aliados mais próximos, como a presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB), que reafirmou o seu alinhamento ao movimento em favor do parlamentar emedebista.

Na conversa com líderes partidários, Carlos Brandão pediu o apoio deles e recomendou que conversem com prefeitos eleitos e reeleitos por seus partidos no sentido de que trabalhem pelo consenso na eleição da Famem.

Roberto Costa vem recebendo manifestações de apoio de prefeitos de todos as regiões, a começar pelos eleitos e reeleitos pelo MDB, o seu partido, que estão fechados com a sua candidatura. Também os prefeitos do PSB e do PP já teriam manifestado engajamento no projeto do prefeito eleito de Bacabal.

Na avaliação do Palácio dos Leões, se a eleição fosse agora, Roberto Costa seria eleito com boa vantagem. A eleição está agendada para janeiro, e como a Famem é uma entidade corporativa, a diretoria ganha mais poder de fogo se a eleição se dê por consenso.

Câmara de São Luís: Paulo Victor já tem 25 votos e busca os seis restantes para obter o consenso

Paulo Victor
busca consenso

Se a eleição para o comando da Câmara Municipal de São Luís acontecesse ainda em outubro, o atual presidente, vereador reeleito Paulo Victor (PSB), seria eleito com 25 dos 31 votos da Casa. O 25º voto foi assegurado ontem, com a declaração de apoio do vereador eleito Fábio Macedo Filho (Podemos), herdeiro do presidente do partido no estado, deputado federal Fábio Macedo.

Além do seu próprio voto, já lhe haviam declarado apoio os vereadores eleitos e reeleitos Edson Gaguinho (PP), Beto Castro (Avante), Marlon Botão (PSB), Andrey Monteiro (PV), Astro de Ogum (PCdoB), Thiago Feitas (PRD), Romeo Amin (PRD), Concita Pinto (PSB), Daniel Oliveira (PSD), Rosana da Saúde (Republicanos), Coletivo Nós (PT), Marcelo Poeta (PSB), Nato Júnior (PSB), Octávio Soeiro (PSB), Dr. Joel (PSD), Clara Gomes (PSD), Marcos Castro (PSD), Raimundo Penha (PDT), André Campos (PP), Antônio Garcez (PP), Thayanne Evangelista (União Brasil), Raimundo Júnior (Podemos) e Wendel Martins (Podemos).

Não lhe declararam voto os vereadores eleitos Douglas Pinto (PSD), Marquinhos (União), Aldir Jr. (PL), Cléber Verde Filho (MDB), Flávia Berthier (PL) e Professora Magnólia (Republicanos).

Há um esforço político para que o presidente Paulo Victor seja eleito para o novo mandato – que inicia a nova legislatura – por aclamação, como aconteceu em 2021. Até o momento, a informação corrente é a de que os seis vereadores podem lhe declarar apoio, mas há quem diga eles querem continuar independentes.

Mas em política o tempo conta, e até o dia 2 fevereiro de 2025 tudo pode acontecer.

São Luís, 22 de Outubro de 2024.

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