Edivaldo Jr. perde a timidez, assume posição mais agressiva, passa Castelo e já ameaça Eliziane Gama

 

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Edivaldo Jr. acelera máquina ; Eliziane Gama e João Castelo quase fora de cena

 

A pouco mais de 300 dias das eleições municipais, a corrida sucessória em São Luís começa a ganhar novos contornos. Pesquisas recentes feitas apenas para acompanhamento de pré-candidatos mostram que, confirmando avaliação feita pela Coluna no final do semestre passado, o prefeito Edivaldo Jr. (PTB) saiu da zona de perigo e vai aos poucos avançando, já tendo ultrapassado o deputado federal e ex-prefeito João Castelo (PSDB) e ameaça seriamente a liderança da deputada federal Eliziane Gama (Rede Sustentabilidade). Sem fazer alarde, e valendo-se habilmente dos tremores que têm sacudido o cenário político desde o início deste semestre – prisão de João Abreu, guerra interna no PMDB, pressão da Polícia Federal sobre Ricardo Murad e os escândalos da política nacional que sacodem o país a cada semana, como a recente prisão do senador e líder do Governo Delcídio Amaral (PT-MS) -, o prefeito Edivaldo Jr. vem acelerando a sua máquina obreira, principalmente na periferia e, assim, pavimentando sua estrada em direção às urnas.

Enquanto o prefeito Edivaldo Jr. se tornou politicamente mais agressivo – resultado principalmente da sua mudança para o PDT e das parcerias que vem construindo com o governador Flávio Dino (PCdoB) – seus pré-adversários – Eliziane Gama e João Castelo – parecem ter saído da cena sucessória, e se nela permanecem, o fazem de maneira muito discreta, de modo que seus movimentos são pouco percebidos e o que eles fazem ou dizem não ecoa. O prefeito de São Luís, ao contrário vem aos poucos assumindo protagonismo na corrida sucessória, mostrando a cara de administrador e, por via de desdobramento, de pré-candidato à reeleição. O discurso que vem fazendo em horário do PDT na TV o mostra mais maduro, admitindo inclusive que seus dois primeiros anos na prefeitura  deixaram muito a desejar, mas que agora a realidade é outra e ele está correndo atrás do prejuízo.

Na seara adversária, seu principal concorrente, a deputada federal Eliziane Gama pode estar começando a se dar conta de que a migração do PPS para a Rede não foi um bom passo político. No PPS, ela vinha ganhando espaços cada vez maiores, sendo mostrada pela velha guarda do partido como o seu principal sopro de renovação no Congresso Nacional. Mesmo enfrentando um problema aqui e outro ali, sua permanência no PPS lhe dava projeção no cenário congressual e alimentava sua imagem política no Maranhão, principalmente em São Luís. Para a maioria dos observadores, sua mudança para a Rede foi precipitada, a começar pelo fato de que a reunião em que assumiu o comando do partido de Marina Silva no Maranhão foi um grande fiasco em matéria de repercussão, porque o ato não deu a turbinada que ela esperava na sua corrida pré-eleitoral. Esse contexto que envolve Eliziane Gama explica a ameaçadora aproximação de Edivaldo Jr..

O deputado federal e ex-prefeito João Castelo sumiu da Câmara Federal, reduziu seus movimentos na cena política maranhense e, mais estranho ainda, desapareceu por completo da corrida sucessória. Castelo tem dois problemas que o fazem desacelerar sua pré-candidatura. O primeiro deles é o partido, cujo presidente regional, vice-governador Carlos Brandão, faz força para levar os tucanos para uma aliança com o prefeito Edivaldo Jr., o que, se confirmado, poderá minar de vez suas chances de sair candidato. O outro é o drama de, por estar hoje em terceiro lugar nas pesquisas e, sem suporte político nem partidário, entrar numa guerra para ser apenas mais um candidato, correndo também o risco de receber votação raquítica e manchar de vez sua densa trajetória política.

E não vale o argumento de muitos de que ainda está cedo. O cenário de hoje já é de pré-campanha e será ajustado de acordo com os movimentos dos protagonistas da corrida eleitoral em São Luís. E nele o prefeito Edivaldo Jr. ganha musculatura a cada dia, com tendência a se tornar em pouco tempo o líder da corrida ao Palácio de La Ravardière.

 

 

PONTOS & CONTRAPONTOS

 

Fator PSB

roberto rocha-vertUma estranha movimentação nos bastidores da aliança partidária que dá sustentação ao governador Flávio Dino indica que dois ou três partidos avaliam a possibilidade de lançar candidatos contra o prefeito Edivaldo Jr. O caso mais eloquente é o do PSB, onde  o senador Roberto Rocha e o deputado estadual licenciado e secretário de Tecnologia e Inovação, Bira do Pindaré à Prefeitura dizem que podem ser candidatos. Dois problemas aí: o primeiro é que até onde se sabe essa iniciativa não envolve – pelo menos diretamente – o governador Flávio Dino, que até aqui não inibiu esses movimentos dentro governo, como também não tirou a mão do ombro do prefeito Edivaldo Jr. que apresenta como o seu candidato. Roberto Rocha não parece muito interessado na vaga, mas quer dizer para onde o partido deve ir. Já Bira do Pindaré tem dito a interlocutores que gostaria de ser candidato, mas que para isso precisaria do aval do governador e a chancela do senador e do deputado federal José Reinado Tavares, que já declarou apoio à pré-candidatura de Eliziane Gama. Sem esse apoio, Pindaré perde força e fica politicamente impossibilitado de  pleitear a cadeira de candidato. Além disso, sua posição nas avaliações é embaraçosa para quem já foi forte candidato a senador, ao contrário de Rocha, que levou a melhor.

 

Fator PMDB

murad 1A corrida eleitoral em São Luís ainda não conta com o PMDB. A pré-candidatura do deputado estadual Roberto Costa foi ensaiada, mas em seguida ele decidiu concorrer à Prefeitura de Bacabal, onde se sente politica e eleitoralmente mais seguro, mesmo tendo como adversário o prefeito José Alberto. Sem Costa, tudo indica que o candidato a prefeito será o ex-deputado Ricardo Murad, que tentou em vão assumir o controle do partido na Capital. E agora, a investigação sobre eventuais desvios na Saúde estadual, a situação ficou mais complicada, já que Murad é o alvo das ações da Polícia Federal, Ministério Público e Controladoria Geral da União. Se conseguir sair dessa, Ricardo Murad poderá ser o candidato do PMDB em São Luís, o que fatalmente elevará o nível da campanha, como também a tensão, pois o pemedebista forçará debates mais técnicos, já que joga pesado e gosta do confronto.

 

Coutinho,cirurgia, política e alto astral
humberto no sirio
Humberto e Cleide Coutinho (D) recebeu a visita de Flávio Dino e Weverton Rocha 

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Humberto Coutinho (PDT) será submetido hoje, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, a um procedimento cirúrgico para a retirada de uma lesão no intestino grosso. Ontem de manhã, ele foi examinado por uma junta médica, que entre tratar a lesão com quimioterapia e cirurgia, preferiu a segunda opção. Na parte da entre uma e outra visita médica, Humberto Coutinho recebeu visitas de amigos e se distraiu fazendo o que mais gosta: conversar sobre política. Ao lado da esposa Cleide Coutinho, que, como ele, é médica e acompanha todos os procedimentos, Humberto Coutinho recebeu a visita do governador Flávio Dino (PCdoB) e do presidente regional do PDT, deputado federal Weverton Rocha. A visita durou cerca de uma hora, tempo em que os três trocaram impressões sobre o quadro político nacional e sobre o cenário da política no Maranhão. Humberto Coutinho estava descontraído, exibindo confiança de que a cirurgia será bem sucedida e que em breve ele estará de volta ao Maranhão e às suas atividades no comando da Assembleia Legislativa e como o mais ativo articulador político do estado neste momento.

 

São Luís, 28 de Novembro de 2015.

 

 

 

 

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