O encontro do deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB) com o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), ontem, no Palácio dos Bandeirantes, assanhou os bastidores da política maranhense. E como não poderia deixar de ser, a especulação mais óbvia foi a de que a conversa poderá resultar no ingresso do ex-governador no PSDB, rompendo um casamento de vários anos com o PSB, mas pode também mantê-lo na seara socialista, arquivando de vez o projeto de virar tucano. Se a mudança se confirmar, haverá reviravoltas pontuais dentro do ninho dos tucanos, no cenário da disputa para o Senado, e também mudanças significativas dentro do próprio braço do PSB no Maranhão. Toda a movimentação se dará, é claro, no contexto da corrida para as duas vagas de senador a serem disputadas no ano que vem, especialmente nos nomes que serão incensados pelo Palácio dos Leões e que integrarão, formal ou informalmente, a chapa que será encabeçada pelo governador Flávio Dino (PCdoB) na busca da reeleição. Peso-pesado com prestígio consolidado em todas as correntes políticas do Maranhão, José Reinaldo vive há algum tempo medindo forças dentro do PSB com o senador Roberto Rocha, que está em campanha aberta para o Governo do Estado. Se mudar de partido e desembarcar no PSDB, encontrará no ninho alguns problemas para resolver, mas certamente terá situação bem mais confortável do que a que vive atualmente no PSB.
Se vier a desembarcar no ninho dos tucanos, o deputado José Reinaldo terá de compor com o ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, que aspira ser candidato a senador ou a deputado federal pelo PSDB. Se o fizer, fortalecerá a posição do atual presidente do partido, o vice-governador Carlos Brandão, que está fragilizado por trabalhar para manter o PSDB na aliança liderada pelo governador Flávio Dino. Só que no plano nacional, o PSDB formará com o PMDB a massa política que jogará pesado para manter o comando do país derrotando o movimento liderado pelo ex-presidente Lula da Silva (PT). No PSDB, José Reinaldo certamente tentará levar o partido para apoiar a candidatura do governador Flávio Dino à reeleição, mas como Dino certamente abraçará a o projeto eleitoral de Lula no estado, é pouco provável que os tucanos maranhenses embarquem no projeto. Além disso, José Reinaldo terá de trabalhar duro para mobilizar o partido em torno da sua candidatura.
Um dos problemas que José Reinaldo terá de vencer para se converter ao tucanismo é exatamente o interesse, nítido, que o senador Roberto Rocha (PSB) tem no PSDB. Ao mesmo tempo, Roberto Rocha poderá avaliar que a saída do ex-governador do PSB abrirá caminho para que ele finalmente assuma o controle do partido em todo o estado, ficando com o caminho livre para se lançar candidato a governador sem maiores embaraços. Se permanecer no PSB, José Reinaldo certamente fará de tudo para levar o partido para a aliança em torno do governador Flávio Dino, movimento que certamente enfrentará fortíssima resistência do senador Roberto Rocha, que pretende ser o candidato do partido ao Governo do Estado. O diferencial nessa peleja é que José Reinaldo não é candidato a governador nem faz restrições ao projeto de Roberto Rocha de chegar ao Palácio dos Leões, nem Roberto Rocha é candidato a senador nem tenta impedir que José Reinaldo o seja. O embate dos dois, que se dá no limite do drible e do chega-pra-lá, não alcançando o nível das caneladas perigosas.
A visita de José Reinaldo a Geraldo Alckmin se dá num momento especialmente delicado na relação do ex-governador maranhense com o PSB, estremecidas por causa do voto favorável que ele deu à Reforma Trabalhista, contrariando a orientação do partido. Ocorre também num momento delicado para o PSDB, que foi duramente atingido pela “Lista do Fachin” e precisa decidir o mais rapidamente possível sobre como irá para as eleições do ano que vem, especialmente para o páreo presidencial. José Reinaldo, por seu turno, precisa definir sua barca partidária, para evitar dúvidas que aqui e ali surgem a respeito do seu projeto senatorial.
Num contexto de fortes tensões políticas e indefinições partidárias, é improvável que o encontro no Palácio dos Bandeirantes – com direito a lanche – tenha sido apenas uma visita de amigo, já que as circunstâncias indicam que o mais provável é que os dois trataram do futuro político do ex-governador do Maranhão, que no cenário geral pode ter tudo a ver com o futuro político do governador de São Paulo, e, de quebra, com o do senador Roberto Rocha.
PONTO & CONTRAPONTO
Operação Satélites, braço da Lava Jato, investiga assessor de confiança do ex-presidente José Sarney
Ao contrário do que muitos começavam a imaginar, a Operação Lava Jato voltou a apertar o cerco ao ex-presidente José Sarney (PMDB). Ontem, a Polícia Federal foi às ruas, agora com a Operação Satélites, destinada a jogar a rede sobre peixes pequenos, mas de muita influência e importância junto a ex-chefes de Poder – no caso José Sarney e Renan Calheiros (PMDB), ambos ex-presidentes do Senado, ambos detentores de Foro Privilegiado. Como seus chefes, eles são suspeitos de terem sido beneficiados com dinheiro desviado da Transpetro, conforme delatou o ex-presidente da companhia, o bandido cearense Sérgio Machado, que um dia foi senador.
Um dos satélites procurador é o oficial da Marinha Amauri Piccolo, ajudante-de–ordens de José Sarney desde que ele deixou a Presidência da República. Assessor discreto e eficiente, Piccolo é um militar preparado e cujos atributos e bagagem o tornaram, ao longo dos anos, auxiliar da confiança absoluta do ex-presidente José Sarney. Vários oficiais militares e agentes federais, escolhidos a dedo pelo Serviço de Inteligência da Presidência da República, se revezaram na equipe a que os ex-chefes de Estado brasileiros têm direito ao deixar o cargo. Um exemplo é o atual deputado federal Aluísio Mendes (PMN), que é agente de carreira da Polícia Federal, já integrou a equipe que assessora José Sarney, mas dela se desligou para se tornar secretário de Segurança do último Governo de Roseana Sarney (PMDB).
A Operação Satélites cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de Amaury Piccolo. Os mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, relator da Lava-Jato. O objetivo é apurar irregularidades na Transpetro, a partir da suspeita de que os investigados podem ter cometido crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, entre outros. Em maio do ano passado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão de José Sarney, e dos senadores Renan Calheiros e Romero Jucá, ambos do PMDB, por suspeita de obstrução da Lava-Jato, após vir à tona gravações feitas por Sergio Machado. José Sarney é citado 49 vezes na delação de Machado, que afirma ter repassado R$ 18,5 milhões ao ex-presidente da República, que nega enfaticamente a acusação.
Dia de protesto, mas sem ocorrências e com final tranquilo
Os trabalhadores brasileiros tiveram todo direito de participar da greve geral de ontem, principalmente pelo clima de insegurança em que o Governo Michel Temer os mergulhou com as reformas Trabalhista e da Previdência. Em São Luís, nada excepcional aconteceu além da falta de transporte de massa, das arengas de sempre, das situações incômodas e dos engarrafamentos e outras ocorrências. Mas o que chamou atenção mesmo é que o povo, a massa dos trabalhadores, não foi para as ruas. Todos os casos foram criados por sindicalistas profissionais, chefes e chefetes de centrais sindicais, que resolveram mostrar serviço porque o futuro das organizações que controlam é rigorosamente incerto, já que o imposto sindical não será mais obrigatório – a expectativa é que pelo menos metade das centrais fecharão as portas por falta de grana. Apesar de tudo, o dia de protesto em São Luís terminou bem, sem nenhuma ocorrência grave. Pelo simples fato de que a massa de trabalhadores permaneceu em casa por falta de transporte público.
São Luís, 28 de Abril de 2017.
Quem mais e contra a reforma trabalhista, são os dirigentes sindicais que vivem nababescamente à custa do imposto sindical obrigatório. Neste Brasil a melhor coisa é ser funcionário público, principalmente do judiciário ou do congresso. Estes, juntamente com os pelegos sindicalistas, massacram direta ou indiretamente os pequenos e médios empresários que trabalham para sustentar os privilégios destes dois tipos de marajás, sem falar nos congressistas. O PT foi a maior decepção política desse nosso. Pais. Não tenho nada pessoal contra Lula mas ele além de trair ideais desenvolvimentista, é passado. Não representa mais o pensamento de um país que visa um futuro de grandes realizações. Ele representa ideais minúsculos, ultrapassados. O Brasil quer muito mais do um político personalista. Que quer fazer política só por política, sem pensar na grandeza de um país rico, forte e desenvolvido. Estamos numa enrascada, porque parte do povo mal informado acredita nas propostas ultrapassadas do ex presidente lula. Não se trata-se direita ou esquerda. De neo liberalismo ou estruturalismo. Trata-se de governar para crescer o país e não um partido ou uma comandita. Vamos ver. qual o destino o povo escolherá. Já erramos em 2002 e 2010. O desafio agora é como acertar. Os que já dirigiram demonstraram que não servem. Como escolher?