Brandão ingressa hoje no PSB com pré-candidatura fortalecida por adesão de prefeitos

 

Carlos brandão sela aliança com o prefeito pedetista de João Lisboa, Wilson Soares, ladeados pelos deputados Marco Aurélio e Rildo Amaral: uma articulação tocantina

O vice-governador Carlos Brandão completa hoje sua conversão ao socialismo democrático filiando-se ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), reforçando ainda mais a sua aliança política com o governador Flávio Dino (PSB), consolidando em definitivo a sua condição de candidato de uma aliança partidária forte, com siglas estáveis e com credibilidade para lastrear sua campanha ao Palácio dos Leões. Ele desembarca em Brasília para assinar sua ficha de filiação no mesmo ato em que Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo, rompe com o ninho dos tucanos, para somar forças com o ex-presidente Lula da Silva (PT) na corrida ao Palácio do Planalto. Carlos Brandão e Geraldo Alckmin foram contemporâneos no PSDB, têm uma boa relação, que deve agora se estreitar na corrida às urnas. No front interno, o vice-governador vem contabilizando ganhos políticos, fortalecendo sua pré-candidatura com a mobilização de forças importantes, como os três prefeitos que aderiram ontem ao seu projeto, sendo um deles do PDT, partido presidido pelo senador Weverton Rocha, seu principal concorrente até aqui.

Carlos Brandão se converte ao socialismo democrático, acompanhando seu parceiro e avalista, o governador Flávio Dino, que migrou do PCdoB para o PSB em busca de um espaço compatível com o tamanho político que alcançou. Além disso, assinar a ficha de filiação no mesmo ato em que se dará a conversão do liberal Geraldo Alckmin ao PSB, é para Carlos Brandão a consolidação total e definitiva do seu projeto de candidatura. Não há como ignorar o fato de que Geraldo Alckmin entra no PSB para ser o companheiro de chapa de Lula da Silva na corrida presidencial, o que coloca Carlos Brandão numa posição privilegiada, uma vez que a aliança liderada por Flávio Dino fará dobradinha com o PT no Maranhão.

Essa aliança vem se tornando mais viável a cada dia com o fortalecimento político do vice-governador, que vem ganhando a adesão de prefeitos e vereadores, inclusive do PDT do senador Weverton Rocha e do PL de Josimar de Maranhãozinho. Foi o que aconteceu ontem, quando ele recebeu declaração de apoio de três prefeitos, Wilson Soares (PDT), de João Lisboa; Cirineu Costa (PL), de Formosa da Serra Negra, e Wallas Rocha (PSC), de São Benedito do Rio Preto, que havia declarado apoio ao pré-candidato do PDT. O prefeito pedetista de João Lisboa foi levado ao vice-governador pelos deputados estaduais tocantinos Marco Aurélio (PSB) e Rildo Amaral (SD).

Com essas adesões, Carlos Brandão eleva para mais de 120 o número de prefeitos que o apoiam, enquanto a base municipalista do senador Weverton Rocha perde densidade. Levado pelo governador Flávio Dino, que fez a articulação na seara socialista, o vice-governador ingressa no PSB com cacife gordo e na condição de favorito para vencer a corrida às urnas no Maranhão. Mais ainda liderando uma aliança que terá Lula da Silva como candidato a presidente, tendo o amigo Geraldo Alckmin como candidato a vice do líder petista, uma chapa por todos apontada como favorita na corrida ao Palácio do Planalto.

Carlos Brandão desembarca no PSB com sua pré-candidatura consolidada e com enorme potencial de crescimento, a começar pelo fato de que no dia 1º de abril assumirá o comando do Estado na condição de governador titular, assegurando ao PSB a sua permanência no comando do Governo, status que ganhou quando o govenador Flávio Dino assinou ficha de filiação no partido, liderando um movimento que agigantou o braço maranhense da legenda socialista, cuja possibilidade concreta é sair das urnas com o governador, o senador e vários deputados federais e estaduais.

Isso não quer dizer que Inês já morreu. Nada disso. O jogo entra agora numa etapa importante e decisiva, preparatória às convenções. O senador Weverton Rocha não joga a toalha fácil e buscará os meios políticos ao seu alcance para seguir na disputa. O pré-candidato do PSD, Edivaldo Holanda Jr., está no páreo, o mesmo acontecendo com Lahesio Bonfim (Agir36 de mudança para o PTB), faltando apenas o senador Roberto Rocha dizer se vai ou não entrar nessa disputa.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Oposição caminha para vencer a eleição na Câmara de São Luís

Paulo Victor e Dr. Gutemberg: o primeiro aumenta cacife; o segundo perde força

A declaração de apoio do vereador Otávio Soeiro (Podemos) à candidatura do colega Paulo Victor (PCdoB) à presidência da Câmara Municipal de São Luís reforça a tendência rascunhada há semanas indicando que o candidato da situação, vereador Gutemberg Araújo (PSC), dificilmente reverterá o quadro já definido.

Paulo Victor se revelou um articulador eficiente, contando com o suporte do seu partido e com o incentivo do Palácio dos Leões, ou seja, do governador Flávio Dino e do vice-governador Carlos Brandão. Na conta de ontem, ele já contava com 18 dos 31 votos, e com a possibilidade de chegar a 20.

O vereador Gutemberg Araújo, mesmo sendo uma reserva moral e ética da Câmara Municipal, se lançou candidato no meio de uma guerra política dura, sendo apoiado pelo prefeito Eduardo Braide (Podemos), que vem enfrentando problemas como a greve nos transportes, e pelo senador Weverton Rocha (PDT), que vem perdendo força na corrida aos Leões. O atual presidente da Câmara Municipal, Osmar Filho (PDT), não tem cacife para fortalecer o candidato apoiado pelo seu partido.

Em resumo: faltando menos de um mês para a eleição, e amenos que aconteça uma reviravolta surpreendente, a disputa na Câmara d São Luís parece definida a favor do vereador Paulo Victor.

 

Roberto Rocha ainda sem partido nem mandato a disputar

Roberto Rocha: ainda sem partido nem mandato a disputar em iutubro

A Coluna perguntou ontem à noite, via WhatsApp, ao senador Roberto Rocha, se ele já havia definido sua situação partidária e o mandato que disputará nas eleições de outubro. Pouco tempo depois ele respondeu com um lacônico: “Ainda não”.

Bem, já se sabe que ele dificilmente permanecerá no PSDB, que se juntou em federação com o Cidadania e cujo braço maranhense foi entregue a Inácio Melo, marido, conselheiro e operador político da senadora Eliziane Gama. É improvável também que ingresse no PL, uma vez que Josimar de Maranhãozinho só aceita recebe-lo se ele lhe declarar apoio à sua candidatura a governador. Controlados por Josimar de Maranhãozinho, o Avante e o Patriotas dificilmente lhe abrirão as portas. O PTB, que poderia recebê-lo, já está comprometido com Lahesio Bonfim, que deixa o Agir36 para ser o candidato petebista a governador, restando-lhe, no caso, a opção de ser candidato a senador, o que parece não ser do seu interesse em tais circunstâncias. Nada indica que ele se filiará ao União Brasil, cujas forças estão divididas entre Weverton Rocha e Carlos Brandão, nem ao MDB, que deve declarar apoio informal ao vice-governador. Seu abrigo poderia ser o PSC, cujo presidente estadual, deputado federal Aloísio Mendes, é vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara Federal. Como se vê, restam-lhe poucas opções.

Mas em política sempre existem brechas para se resolver situações como essa. Vale, portanto, aguardar o desfecho da movimentação do senador Roberto Rocha.

São Luís, 23 de Março de 2022.

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