Bem nas pesquisas, Lahesio começa agressivo, tenta liderar a direita e pode acabar como em 22

Lahesio Bonfim: conhecido por
falar demais e agressivamente

Há pouco mais de um mês, ele pediu publicamente ao prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), que indicasse a primeira-dama da Capital como sua vice; agora, seu lance é bem mais ousado: reunir num mesmo palanque os deputados federais Josimar de Maranhãozinho e Detinha do PL, e Aluísio Mendes, do Republicanos, e ainda o prefeito Eduardo Braide. Dois meses atrás ele lançou sua candidatura a governador em Marajá do Sena, no centro do estado, com a presença da vereadora Flávia Berthier (PL), bolsonarista roxa que usava boné festejando Donald Trump. Ontem, ele deixou no ar a impressão de que quer essa mobilização em torno da sua candidatura ao Governo do Estado. Até o fechamento da Coluna, todos ignoraram sua proposta.

O rabiscador desses rascunhos políticos para as eleições de 2026 para o Palácio dos Leões é o médico e ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (Novo), candidato assumido e em campanha aberta ao Governo do Estado. Ele vem atuando embalado pela segunda colocação nas três últimas pesquisas, atrás apenas do prefeito Eduardo Braide.

Dono de um discurso agressivo, no qual xinga adversários e centra fogo na corrupção, mas com o estranho cuidado de não mostrar casos concretos, com nomes e dados, e navegando no resultado de 2022, quando saiu das urnas com exatos 24,96% dos votos, à frente do senador Weverton Rocha (PDT), que obteve mais de 19%, ambos derrotados pelo governador Carlos Brandão (PSB), que obteve 51% da votação, Lahesio Bonfim vai aos poucos espalhando no eleitorado do interior a imagem de candidato que “desafia o sistema”. Faz o mesmo discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na primeira campanha. Ele nega ser bolsonarista, mas de olho nos bolsões da extrema-direita do Maranhão, se declara seu eleitor e se mostra identificado com muitas das suas bandeiras, incluindo as mais conservadoras.

Com esse discurso e seu lastro eleitoral, mas também com a sua espantosa imprevisibilidade, Lahesio Bonfim é visto com desconfiança pela maioria dos políticos, alguns dos quais consideram difícil alinhavar algum tido de acordo com ele, principalmente em se tratando de uma aliança em que ele seria o candidato ao Governo do Estado. O deputado federal Josimar de Maranhãozinho, por exemplo, não manifesta qualquer interesse em conversar com o ex-prefeito. O prefeito Eduardo Braide não se deu sequer ao trabalho de comentar a sua ousada proposta de aliança.

A menos que haja uma reviravolta surpreendente, a tendência do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes é continuar sua campanha aberta sozinho, como um outsider às avessas, que promete “completar a mudança”, sem explicar exatamente do que está falando. Nos seus pronunciamentos, não apresenta propostas concretas para governar, levantando a suspeita de que não tem um projeto de Governo e de que sua plataforma é ainda um discurso no qual se mostra como a solução para os problemas do Maranhão, como diz ter sido para São Pedro dos Crentes.

Mas as sutilezas da política recomendam que um político como o candidato do Novo, um partido fraco e sem futuro, não deve ser subestimado. Os 25% dos votos que obteve em 2022, batendo um senador da República, e os 19% das intenções de voto para 2026, segundo a pesquisa mais recente, é motivo suficiente para que seus concorrentes enxerguem nele um fator de risco.

Todos os sinais indicam que a disputa para o Palácio dos Leões em 2026 caminha para uma polarização entre o prefeito Eduardo Braide, que representa a oposição, e o vice-governador Felipe Camarão (PT), liderando as forças da situação. E como dificilmente atrairá eleitores dessa seara, terá de tirá-los de quem será o seu principal adversário: o ex-senador Roberto Rocha (Republicanos), que entrará na briga para atrair exatamente os eleitores dos nichos nos quais o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes começou fazendo a festa com muita antecedência.

Resta saber se ele conseguirá manter o ritmo de campanha, principalmente depois do Carnaval de 2026, quando o cenário será definido e o jogo começará para valer.

PONTO & CONTRAPONTO

Nomeação de Fábio Gentil para Agricultura reforça posição dos Leões no Leste maranhense

Fábio Gentil: influente
na região Leste

O governador Carlos Brandão reforçou seus laços políticos com o Leste do Maranhão com a nomeação do ex-prefeito de Caxias, Fábio Gentil (PP), para secretário de Estado de Agricultura e Pecuária, e o militante político Gabriel Tenório para chefiar a Agência Metropolitana do Leste Maranhense (Agem Leste). As nomeações, especialmente a primeira, são parte de um ajuste de relações numa das regiões politicamente mais importante e mais ativa do Maranhão.

Fábio Gentil é hoje um dos líderes regionais mais importantes e influentes do Maranhão. Além de ter feito o seu sucessor, Gentil Neto (PP), numa bem armada aliança com o Grupo Coutinho, tem a filha Amanda Gentil (PP) como deputada federal e a parceira de vida, Daniela Gidão (PSB), na Assembleia Legislativa. No meio político, Fábio Gentil é apontado como forte candidato à Câmara Federal, sendo lembrado também como o primeiro da lista para suplente de senador e nome certo para o secretariado no próximo Governo, se o grupo eleger o vice-governador Felipe Camarão (PT), a quem já declarou apoio.

A nomeação de Gabriel Tenório para a Agem Leste funciona como suporte a um dos políticos da região mais alinhados à aliança liderada pelo governador Carlos Brandão (PSB), mesmo depois de ter sido derrotado em duas eleições para a Prefeitura de Matões – em 2020 para o prefeito Ferdinando Coutinho (PDT) e em 2024 para Nonatinho (União), que era apoiado por Ferdinando Coutinho, pela deputada Cláudia Coutinho (PDT) e pelo ministro Juscelino Filho (Comunicações). Gabriel Tenório migrou e disputou a prefeitura pelo PT, com o apoio do deputado federal Rubens Jr. (PT) e mais o PCdoB e o PV, que formam a Federação Brasil Esperança.

A duas nomeações reforçam o poder do Palácio dos Leões na Região.

Deputado Neto Evangelista e vereadora Thay Evangelista somam forças por mulheres

Thay Evangelista e Neto Evangelista: parceria

O deputado Neto Evangelista (União), líder do Governo na Assembleia Legislativa, apresentou, na semana passada, indicação no sentido de que as empresas de transporte de massa de São Luís disponibilizem ônibus só para mulheres em determinados horários em linhas semiurbanas. O seu argumento: o elevado registro de casos de assédios e violência contra mulheres nessas linhas. Outra informação do parlamentar, a vereadora Thay Evangelista (União), sua esposa, também apresentou a mesma demanda à Prefeitura de São Luís.

A demanda feita pelo casal é absolutamente oportuna, pois se trata de uma realidade que afeta mulheres trabalhadoras quase que diariamente, conforme os poucos registros policiais – a maioria prefere não denunciar, por medo de represália. A colocação de ônibus exclusivo para mulheres pode ser uma solução – o ideal mesmo seria a educação dos assediadores sobre relações respeitosas na realidade urbana.

Vista por outro ângulo, a iniciativa traz à tona uma relação parlamentar inusitada. Um deputado estadual, Neto Evangelista, e uma vereadora de São Luís, Thay Evangelista, casados e politicamente afinados, somam forças, cada um no seu campo e com o seu nível de responsabilidade, para a solução de um problema social grave. A soma dos esforços amplia expressivamente a possibilidade de uma solução.

Vale lembrar que outra parceria nessa linha pode surgir, essa entre o deputado estadual Osmar Filho (PDT), ex-presidente do parlamento ludovicense, e sua esposa, a vereadora Clara Gomes (PSD).

São Luís, 06 de Abril de 2025.

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