Ao ser diplomado, Braide manda recado a Dino dizendo que quer parcerias com seu Governo  

 

Eduardo Braide discursa na solenidade em que foi diplomado prefeito de São Luís

“Leve ao governador que o momento é de união e que a Prefeitura de São Luís sempre estará de portas abertas para fazermos parcerias em prol do povo da nossa cidade”, declarou ontem o prefeito eleito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos), dirigindo-se ao vice-governador Carlos Brandão (Republicanos), no ato de diplomação dos eleitos pela Justiça Eleitoral, num gesto endereçado ao governador Flávio Dino (PCdoB). Com o recado direto, feito sem rodeios ou meios-termos, o futuro prefeito de São Luís deixou claro que não pretende permanecer no palanque, e que está, de fato, interessado em fazer uma gestão sem abrir um fosso intransponível no muro que separa o Palácio de la Ravardière do Palácio dos Leões. O vice-governador Carlos Brandão ouviu atentamente a manifestação do prefeito eleito Eduardo Braide, e fez um leve assentimento com a cabeça, dando a entender que o recado seria dado. O gesto do prefeito eleito e a receptividade do vice-governador foram testemunhados pelos vereadores eleitos de São Luís.

Mandada pública e abertamente, a mensagem de Eduardo Braide já como prefeito diplomado ao governador Flávio Dino foi o ponto alto do viés político da diplomação, e teve um objetivo muito claro: desarmar os ânimos acirrados durante a campanha para criar um clima que permita o estabelecimento de boas relações institucionais, que produzam não apenas um ambiente normal de convivência, mas que leve também ao estabelecimento de parcerias entre a Prefeitura de São Luís e o Governo do Maranhão. Bem dentro da linha que o próprio governador tem pregado, com a ênfase de que quando o interesse público está em jogo não pode haver barreiras que dificultem a convivência de dois entes tão importante como a Prefeitura de São Luís e o Governo do Estado.

A essa altura da transição, Eduardo Braide já deve ter uma noção clara do que o espera. Os sinais emitidos agora até pelo prefeito que sai, Edivaldo Holanda Jr. (PDT), indicam que o seu sucessor receberá uma Prefeitura perfeitamente administrável, com os salários em dia, os serviços funcionando e obras em andamento. Deve ter também tomado conhecimento de algumas bombas de efeito retardado que explodirão no seu colo, já que o ano fiscal de 2021 é esperado como muito difícil, especialmente para os municípios, que estão na ponta da linha da estrutura fiscal e devem pagar preço elevado pela situação de crise que está se desenhando no País. Daí ser para ele imperativo construir boas pontes com o Governo do Estado e o Governo Federal, com as quais espera, pelo menos, minimizar, por exemplo, o impacto tributário que certamente será causado pelo fim do auxílio emergencial, que vai reduzir o consumo e, por via de consequência, o volume de tributos arrecadados.

Agora politicamente mais amadurecido, como demonstrou durante a campanha e nos movimentos que fez depois de eleito, Eduardo Braide sabe que uma boa convivência com o governador Flávio Dino é possível, mas terá de ser construída em clima político desarmado. Afinal, pelo menos nos primeiros tempos da sua gestão, ele dependerá mais de apoio. Isso não significa dizer que o governador imporá condições a uma relação institucional produtiva, mas também não se pode esperar que um simples recado, ainda que mandato na hora e no evento certos, fará com que as portas do Palácio dos Leões lhe sejam escancaradas. É preciso dar mais passos políticos para alcançar um ambiente de convivência mais franca e produtiva.

O governador Flávio Dino, com maturidade política cada vez mais consolidada, já antecipou o seu movimento em direção aos prefeitos eleitos. Dois dias depois do 2º turno em São Luís, ele divulgou vídeo no qual mandou o seu recado aos prefeitos eleitos e reeleitos, reconhecendo a legitimidade de todos, destacando que suas eleições refletiram a vontade popular, e anunciando que está pronto para trabalhar com todos, independentemente de diferenças políticas e partidárias, estando o seu governo aberto a todos, sem restrições, desde que o objeto de cada parceria seja destinado a beneficiar a população, especialmente os seus estratos mais necessitados.

Vale, portanto, aguardar os desdobramentos do gesto feito ontem pelo prefeito de São Luís.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Supremo atende a Flávio Dino e estados poderão comprar vacinas direto das farmacêuticas

Post em que Flávio Dino comunica a decisão favorável do Supremo sobre sua ação

Se o plano de vacinação a ser posto em prática pelo Governo Federal falhar, os estados poderão comprar vacinas diretamente dos fabricantes, dentro e fora do País, desde que estejam devidamente aprovadas pela Anvisa ou pelas renomadas e confiáveis agências oficiais de controle dos EUA, Reino Unido, Japão e China. A decisão foi tomada pelo ministro Ricardo Lewandowski, ao atender liminarmente a pedido nesse sentido formulado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) em ação impetrada na semana passada, em meio a um clima de indefinição e insegurança causada pelo Ministério da Saúde quanto à vacinação em massa no Brasil.

O Governo do Maranhão já tem um plano de vacinação pronto para ser colocado em prática no momento em que houver vacinas disponíveis, sejam fornecidas pelo Ministério da Saúde, sejam adquiridas de farmacêuticas, a começar pela Sinovac, que está sendo produzida pelo instituto Butantan em parceria como o laboratório chinês.

O Maranhão é hoje um dos estados mais estruturados e com resultados mais efetivos e animadores no controle da epidemia do novo coronavírus. Os levantamentos diários feitos no País, o Maranhão entrou em estabilidade há mais de um mês e há uma semana é único que vem registrando redução no número de mortes, ora sendo acompanhado pelo Pará, ora pelo Ceará. Ontem, por exemplo, teve a companhia isolada do Piauí, enquanto a maioria dos estados, especialmente os do sul e sudeste, apareceu no mapa com alta de mortes.

 

Jornalismo perde Régis Marques, levado pelo coronavírus

Régis Marques: um dos destaques da sua geração no Jornalismo maranhense

A Coluna registra com pesar a morte do jornalista Régis Marques, 67 anos, ontem, vítima do novo coronavírus, na UTI do Centro Médico, em São Luís. A perda abriu uma lacuna no jornalismo maranhense, do qual ele foi um profissional atuante e destacado. Sua marca de jornalista diferenciado e competente ficou evidente por onde ele passou – nas redações do Diário do Norte, Jornal de Hoje, O Estado do Maranhão, entre outros veículos, e nas assessorias da Câmara Municipal e Assembleia Legislativa.

A escolha do jornalismo como profissão foi feita seguindo o mesmo caminho do pai, o jornalista e político Vera Cruz Marques, que se destacou na sua geração e pagou preço alto por enfrentar a ditadura militar. Régis Marques ingressou no Curso de Comunicação da UFMA em Julho de 1976, na turma integrada também pelo titular desta Coluna, por Herbert Jesus dos Santos e pelo radialista Jota Alves. Partiu cedo, mas levou a consciência tranquila de que fez a parte que lhe coube na seara jornalística do Maranhão.

São Luís, 18 de Dezembro de 2020.

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