Todos os sinais emitidos até aqui indicam que o Palácio dos Leões deve ser mesmo disputado no ano que vem pelo governador Flávio Dino (PCdoB) – que deve ganhar o direito a tentar a reeleição – e a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB). Cada um a seu modo, os dois estão em campanha aberta, ele com um projeto assumido, consistente e arrojado; ela por vias mais discretas, não muito explícitas, bem ao seu estilo quando opera para criar expectativa. Os dois, porém – ela muito mais do que ele – dependem da evolução do cenário nacional para tomar as decisões essenciais cruciais, como alianças, composição de chapa, etc., que via de regra são condicionadas aos quadros que se montam a partir dos acordos que são tramados e selados em Brasília. Nesse contexto, Flávio Dino tem uma margem de ação mais reduzida, que está diretamente relacionada com a movimentação do PT e a candidatura do ex-presidente Lula da Silva, que mobilizará a esquerda; Roseana Sarney vai se movimentar de acordo com os passos do PMDB, que poderá tentar a reeleição do presidente Michel Temer ou amarrar um acordão com uma chapa liderada por um tucano. Dificilmente as definições para a disputa do Governo do Estado se darão fora dessas duas equações, embora haja uma terceira via sendo desenhada pelo senador Roberto Rocha (PSB), mas ela ainda não ganhou nem cara de embrião.
Político que mescla sua atuação com sólidos fundamentos ideológicos à esquerda e uma forte e indispensável dose de pragmatismo, o governador Flávio Dino depende da movimentação das esquerdas, estas ainda capitaneadas pelo PT, e da definição do ex-presidente Lula para poder traçar sua rota de ação em busca da reeleição em 2018. Politicamente bem articulado, Flávio Dino já deixou bem claro que não se deixou nem se deixará seduzir por uma aventura nacional neste momento, como candidato a vice ou mesmo a presidente, como querem alguns. Já tem consolidada a avaliação de que seu caminho é renovar o mandato e dar continuidade ao seu projeto de governo, de modo a chegar a 2022 com um programa de campanha melhor definido.
Se as coisas continuarem evoluindo como estão no Maranhão, o governador chegará à corrida do ano que vem embalado por três motores que ganharam forma e visibilidade nos dois primeiros anos de governo. O primeiro é uma gestão eficiente, com programas de ação voltados em grande parte para o cidadão, substituindo parcialmente a velha cultura do obrismo faraônico; uma situação fiscal, invejável se comparada com a de outros estados, que garante honrar as contas mensais e ainda fazer investimentos. O segundo é que, a menos que mude radicalmente, Flávio Dino comanda um Governo correto do ponto de vista ético, não eclodindo até aqui qualquer evidência de malfeito criminoso com dinheiro público. E o terceiro é que o governador do Maranhão continua tão bem avaliado quanto nos primeiros momentos, tanto que a pesquisa mais recente lhe deu mais de 60% de aprovação.
No campo político, Flávio Dino não fugiu à regra. Sem alterar o seu plano de ação nem fazer grandes concessões, vem ampliando a base de sustentação do seu Governo. Conta mais de 30 dos 42 deputados estaduais e com mais de 160 dos 217 prefeitos, entre eles os da maioria dos grandes municípios: São Luís, Timon, São José de Ribamar, Paço do Lumiar, entre outros, o que lhe dá posição confortável, apesar de não contar com a maioria dos deputados federais nem com nenhum dos três senadores. É hoje um dos mais respeitados líderes da esquerda brasileira, visto com respeito também pelos setores do centro e até por alguns segmentos da direta moderada.
Com essas credenciais, o governador não enfrenta qualquer dificuldade para viabilizar seu projeto de reeleição, devendo entrar na corrida como favorito, e com chances reais de renovar o mandato. E com um detalhe mais: não depende do desempenho do Governo federal para se fortalecer.
Roseana Sarney não é um adversário qualquer, embora esteja entrando na disputa sem o seu clássico instrumento de poder: o comando do Governo do Estado. Com um histórico de mais de 13 anos no comando, a ex-governadora criou laços fortes com alguns segmentos, o que lhe dá lastro para entrar na corrida bem situada. Suas gestões são hoje cantadas e decantadas por grandes obras estruturantes – estradas, avenidas e viadutos em São Luís, e programas sociais importantes – o Primeiro Emprego, por exemplo -, e uma inegável evolução no Turismo – principalmente nos primeiros mandatos – e numa valorização forte da cultura popular. Ao mesmo tempo, é reconhecida a sua preocupação fiscal, com o equilíbrio das contas e com seguidas negociações para diminuir o peso da dívida na receita do Estado, tendo obtido bons resultados. Entregou para o atual governador um Estado com um quadro fiscal equilibrado, uma situação financeira equilibrada e um crédito de quase R$ bilhões no BNDES. Por outro lado, pesam graves questionamentos sobre os custos e os resultados do mais arrojado, polêmico e nebulosos programa do seu Governo, o bilionário Saúde é Vida, o maio programa de saúde que se tem notícia na região, mas que se revelou inócuo na rede hospitalar básica, salvando-se os hospitais macrorregionais que estão sendo implantados pelo atual Governo.
Politicamente, Roseana Sarney domina completamente o seu grupo partidário, cujo núcleo básico é formado por PMDB e PV – acaba de perder o PTB, que está migrando para a base de Flávio Dino -, mas pode ganhar o PDSB, que deve romper com o governador e firmar aliança com o PMDB – e vai para onde ela decidir. A ex-governadora, porém, sabe que sua candidatura só decolará com chances se o PMDB estiver bem no plano nacional e com possibilidade de se manter no poder. Sabe também que enfrentará Lula como adversário e aliado de Flávio Dino, reforçando o discurso que apontará como quem traiu a aliança com o PT, o que será muito difícil de rebater.
O fato é que os dois estão se preparando, cada um com os seus trunfos, com a sua dinâmica e as suas credenciais.
PONTO & CONTRAPONTO
Roberto Rocha se movimenta para construir uma terceira via
A corrida ao Governo do Maranhão no ano que vem pode ter uma terceira via, esta encarnada pelo senador Roberto Rocha, hoje no PSB. Rocha tem clara pretensão governamental e se movimenta emitindo todos os sinais de que é pré-candidato. Movimentos recentes nos bastidores partidários, no entanto, jogaram dúvidas sobre esse projeto. Roberto Rocha parece não se sentir confortável no PSB, onde controla o Diretório de São Luís e mede força com o ex-governador e atualmente deputado federal José Reinaldo Tavares, candidato a senador, e que comanda o Diretório estadual socialista. Os dois pensarem deixar o PSB, mas coincidiu que o destino migratório seria o PSDB, que também passa por um momento de indefinição. José Reinaldo decidiu permanecer no partido, com a garantir de que terá o controle total do partido. Roberto Rocha, por seu turno, tenta ganhar o comando do PSDB no Maranhão, mas enfrenta a resistência, de um lado, do atual presidente, o vice-governador Carlos Brandão, que por sua vez tenta resistir às investidas do ex-prefeito de Imperatriz e tucano de proa Sebastião Madeira, que pretende disputar o Senado e alinhava a candidatura do prefeito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva PSDB, ao Governo do Estado, inicialmente à sua revelia. Tal emaranhado partidário dificulta o projeto de Roberto Rocha, que não pretende ficar à margem da briga pelo voto em 2018 de preferência como candidato a governador. Usado e disposto a chegar onde programou, Roberto Rocha terá de resolver o seu futuro partidário o quanto antes, para que possa armar a estratégia de entrar na briga pelo Palácio dos Leões.
Esquerda radical deve lançar seus candidatos
A corrida para o Palácio dos leões no ano que vem deverá contar, mais uma vez, com representantes da chamada esquerda radical. Se não der uma guinada na direção da esquerda moderada, aliando-se ao PT em torno da candidatura do ex-presidente Lula, o PSOL deverá lançar candidato próprio ao Governo do Estado, que pode ser o advogado Raimundo Prazeres, que saiu-se bem em 2014. O PSTU – que só existe no Maranhão devido à obstinação ideológica do eletricista Marcos Silva e os membros da família Durans – deve lançá-lo outra vez ou a professora Cláudia Durans. E o PCB é uma incógnita que só se revela às vésperas das convenções, o que só ocorrerá em junho do ano que vem.
São Luís, 6 de Fevereiro de 2017.
O governador Flávio dino fazendo um ótimo governo vai se releege com qualquer candidato que ele disputar mais quatro para o Maranhão de vez com Flávio dino melhorar em todos os sentidos e a população maranhense que vai ganhar com essa releiçao
Roseana tá mais suja que pai de galinha