Pesquisa Econométrica aponta empate técnico entre Braide e Orleans e indica disputa dura pelos Leões

Eduardo Braide e Orleans Brandão em situação de empate
técnico, muito à frente de Lahesio Bonfim e Felipe Camarão

A 13 meses e meio, ou seja, mais ou menos 400 dias das eleições de 2026, a fase preliminar da corrida ao Palácio dos Leões está rascunhando um desenho impensável há oito meses na medição de forças entre os pré-candidatos assumidos e um não assumido. É o que aponta o painel de intenções de votos prospectado pela Econométrica, sem dúvida o instituto de pesquisa mais experiente e confiável do Maranhão. No seu mais recente levantamento, a empresa encontrou um cenário surpreendente, que colocou o meio político em estado de agitação.

De acordo com os números, levantados no período de 11 a 15 deste mês, na semana passada, portanto, ouvindo 1,305 eleitores em todo o território maranhense, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), aparece de novo na liderança, com 31,29% dos votos, mas com um detalhe espantoso: atrás dele, com nada menos que 29,6% das intenções de voto, está o secretário estadual de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB). Os dois estão separados por apenas 1,7%, uma diferença que, considerando a margem de erro de 2,7 pontos percentuais, para mais ou para menos, não significa absolutamente nada.

A pesquisa mostra o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo) com 19,2% das intenções de voto, nada menos que 10 pontos percentuais atrás do segundo colocado, e o vice-governador Felipe Camarão (PT), com 10,7%, nove pontos percentuais atrás do terceiro colocado.

O cenário encontrado pela Econométrica surpreende ainda mais com a apuração de que 4,3% dos eleitores ouvidos disseram que votarão nulo, e 4,9% não souberam ou não quiseram responder. Juntados os números, a pesquisa revela um fenômeno: a 13 meses da eleição, 90,8% dos eleitores ouvidos já fez sua escolha para governador, enquanto 9,2% estão divididos entre os que não querem nenhum dos nomes citados ou querem votar nulo e os que ainda não sabem em quem votar. Um quadro raro a 400 dias de uma eleição.

Esses números justificam plenamente o entusiasmo quase festivo dos aliados do governador Carlos Brandão (ainda no PSB) com o desempenho do seu candidato Orleans Brandão nas pesquisas da Econométrica, e mostram que o mandatário falava sério quando prega que seu candidato vencerá a eleição.

Orleans Brandão se tornou, de fato, um candidato muito forte. Na primeira pesquisa da Econométrica sobre a disputa sucessória curso, realizada em dezembro passado, o prefeito Eduardo Braide apareceu com 30,4%, e agora, nove meses depois, tem 31,29%. Já o secretário Orleans Brandão apareceu com 11,9% naquela pesquisa, e na de agora alcançou 29,6%. Ou seja, Eduardo Braide oscilou um ponto percentual, enquanto Orleans Brandão cresceu cerca de 18 pontos. Lahesio Bonfim, mesmo bem situado, não conseguiu avançar, enquanto Felipo e Camarão estacionou no espaço pouco acima de 10 pontos percentuais.

O problema desse cenário é que não se sabe se o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, será candidato a governador. O comando nacional do seu partido, o PSD, o vê como candidato e avisa que sua candidatura é uma prioridade nacional, e os seus aliados e partidários têm como certa a sua candidatura. Mas ele próprio nada disse até agora sobre o assunto, o que sugere uma estratégia bem armada, algo previsível, à medida que o prefeito de São Luís é um político sensato, que raramente dá passo em falso e que só se posiciona quando sua decisão está amadurecida. Há quem diga que seu timing é dezembro, quando ele dirá se será ou não candidato.

Diante desses números e da dúvida em relação ao prefeito de São Luís, pode-se se especular que, com Eduardo Braide candidato, a disputa caminhará para uma medição de forças sem precedentes, podendo o pré-candidato do MDB avançar ou ser contido na queda de braços. Sem Eduardo Braide candidato, Orleans Brandão poderá crescer ainda mais, tendo como adversário o candidato que o prefeito de São Luís vier a apoiar, seja por uma aliança partidária formal, o mais provável, seja manifestação pura e simples de simpatia.

O fato pé que os números da Econométrica desbancaram os levantamentos mais recentes, assanhando o meio político.

PONTO & CONTRAPONTO

Guerra pré-eleitoral leva tensão aos embates na Assembleia Legislativa

Rodrigo Lago atacou, Yglésio Moises rebateu

O clima “pesado” que tomou de conta do tabuleiro político do Maranhão está se refletindo cada vez m ais na Assembleia Legislativa, onde os ecos da disputa pelo e dos movimentos para as eleições do ano que vem estão chegando cada vez mais fortes, e traduzidos com veemência pelos deputados mais posicionados nas linhas de frentes das forças em confronto.

Ontem, por exemplo, deputados dinistas e brandonistas foram além da troca de farpas, O deputado Rodrigo Lago (PCdoB) voltou a criticar duramente a última viagem do governador Carlos Brandão à França, acusando-o de gastar dinheiro público para comemorar seu aniversário de casamento. O parlamentar dinista anunciou que ele e seu grupo entraram na Justiça contra o chefe do Executivo. Já seu colega de bancada, Carlos Lula (PSB), confirmou a ação judicial para que o governador devolva valores da viagem aos cofres públicos.

No contrapeso, o deputado governista Yglésio Moises (PRTB), além de rebater o ataque da bancada dinista, defendendo o governador Carlos Brandão, disse que os dinistas estão atacando porque perderam o poder, atacou fortemente o ministro Flávio Dino, afirmando que ele, Flávio Dino, e o ministro Alexandre de Moraes “vão matar Bolsonaro”. Fazendo essa afirmação repetidas vezes, ele disse que há um complô para prender e matar o ex-presidente Jair Bolsonaro, prevendo que ele será condenado sob a acusação de golpismo, “porque sabem que o ex-presidente vai morrer na prisão”.

Outros deputados se manifestaram, tornando o clima mais tenso no plenário da Assembleia Legislativa.

Em comunicado divulgado nas redes sociais, o governador Carlos Brandão reagiu afirmando que “missões internacionais são comuns em um governo com prospecções” e que “os custos alegados pela oposição são falsos e nem se aproximam da realidade”. E avisou que irá à Justiça em busca de reparação.

Pesquisa Exata mostra os dois times que correm pelas duas vagas no Senado

Weverton Rocha, André Fufuca e Eliziane Gama lideram,
mas Yglésio Moises, Roberto Rocha, César Pires e
Hilton Gonçalo estão vivos na corrida para o Senado

Enquanto a corrida ao Palácio dos Leões começa a pegar fogo, a disputa pelas duas cadeiras no Senado avança nas suas tendências naturais sem a candidatura do governador Carlos Brandão (ainda no PSB), que decidiu abrir mão de uma eleição quase certa para permanecer no comando do estado até o final do seu mandato.

Nesse cenário, o senador Weverton Rocha (PDT), caminha célere para ser reeleito, com média de 40% das intenções de votos nos mais diversos cenários. Para a segunda vaga, o deputado federal e ministro do Esporte André Fufuca (PP), que aparece com 30,08%, medindo forças com a senadora Eliziane Gama (PSD), que tem 29,08%. Pelo que está desenhado, a corrida ao Senado dificilmente fugirá dessa equação, devido ao peso político e eleitoral dos três candidatos.

O levantamento da Exata sobre a disputa senatorial mostra também três nomes que estão na luta e aparecem com percentuais expressivos de intenções de voto: o deputado estadual Yglésio Moises, o ex-senador Roberto Rocha (sem partido), o ex-deputado estadual César Pires (Novo) e o ex-prefeito de Santa Rita Hilton Gonçalo (Mobiliza). Eles aparecem bem nos levantamentos, indicando de que um ou outro poderá crescer durante a campanha e embaralhar a vida dos líderes da corrida até aqui.

No quadro principal, com todos os líderes, o deputado Yglésio Moises tem 16,33% das intenções de voto, 14 pontos percentuais a menos do que a senadora Eliziane Gama. O ex-deputado estadual César Pires surge atrás com 12,25%, seguido de Hilton Gonçalo foi escolhido por 9,7% dos entrevistados.

Num cenário sem César Pires e com a inclusão de Roberto Rocha, Yglésio Moises aparece com15,75%, Roberto Rocha tem 13,42% e Hilton Gonçalo, 11,08%. No terceiro quadro, Yglésio Moises alcança 17,75%, César Pires chega a 13,50% e Hilton Gonçalo fecha com 11,75%.

Esses percentuais revelados na pesquisa Exata, realizada há duas semanas, mostram uma ampla e consistente vantagem dos dois senadores que buscam a reeleição e a do deputado federal que virou ministro, mas também sinalizam a existência de nomes que podem ter suas bases incrementadas em busca de pelo menos uma das vagas. Os líderes, portanto, que se cuidem.

São Luís, 20 de Agosto de 2025.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *