Comando da Federação PP/UB no MA sairá de um acerto entre André Fufuca, Pedro Lucas e Juscelino Filho

André Fufuca, Pedro Lucas Fernandes e Juscelino
Filho farão acordo pelo comando
da Federação PP/UB no Maranhão

Por conta das muitas correntes que abriga e das diferenças que tem o desafio de superar, a recém fundada Federação PP/UB, que reúne os partidos Progressistas e União Brasil, decidiu iniciar sua existência dividindo o poder com dois presidentes, o senador Ciro Nogueira (PP) e Antonio Rueda (UB), que farão uma gestão compartilhada até que, ajustados os procedimentos e alinhada a convivência, o novo mamute partidário possa eleger um presidente. Antes, porém, terá de resolver as gestões estaduais, devendo já escolher presidente para cada estado. No Maranhão, a Federação PP/UB tem três deputados federais – André Fufuca (PP), atual ministro do Esporte; Pedro Lucas Fernandes (UB), atual líder do partido na Câmara Federal; e Juscelino Filho (UB), ex-ministro das Comunicações. Não há sinalização ainda a respeito de como os três vão alinhavar a relação, que deve resultar na escolha de um deles para comandar a Federação, que nasceu para defender também os interesses de cinco deputados estaduais, 46 prefeitos e um grande número de vereadores, e terá peso nas montagens para as eleições de 2026.  

Difícil imaginar que licenciado para comandar o Ministério do Esporte, tendo sua vaga ocupada pelo suplente bolsonarista Allan Garcês, o deputado André Fufuca tenha condições de assumir a direção do braço maranhense da Federação PP/UB. Principalmente se levado em conta o fato de que ele trabalha com o desafio de viabilizar sua candidatura ao Senado. O problema é que dentro da Federação existem vozes que estão cobrando a saída do PP e do UB da base de apoio do Governo Lula da Silva (PT), começando pela entrega dos ministérios, entre eles o do Esporte, em que André Fufuca é membro destacado da ala que não concorda com a entrega dos ministérios, defendendo a permanência dos atuais ministros do PP e UB. Se vier a deixar o ministério, o que é improvável, poderá vir a comandar a Federação no Maranhão.

Por sua vez, mesmo sabendo que o comando estadual da Federação é muito importante, o deputado Pedro Lucas Fernandes não sinaliza qualquer interesse em assumir o comando da entidade partidária no estado. Para ele, o mais importante é permanecer na liderança do UB na Câmara Federal, onde comanda uma enorme massa de poder, influenciando até sobre bolada milionária de emendas cujos destinos dependem da decisão dos líderes de bancada. Mesmo não havendo ainda uma negativa categórica sobre o assunto, é lógico e lícito supor que o deputado Pedro Lucas Fernandes não abrirá mão do poder que tem hoje em Brasília para assumir o comando do braço estadual da Federação no Maranhão.

Por fim, mesmo com todos os indícios apontando na sua direção, o deputado Juscelino Filho enfrenta dificuldades para assumir o comando da Federação PP/UB no estado, se isso for do seu interesse. E a explicação é simples, começando pelo fato de que, ao contrário de André Fufuca e Pedro Lucas Fernandes, que são alinhados do governador Carlos Brandão (PSB), Juscelino Filho milita em campo adversário ao governador Carlos Brandão, ainda que não seja um oposicionista declarado. Além do mais, se vier a apoiar o governador ao Senado, em chapa com o vice-governador Felipe Camarão (PT), Juscelino Filho terá de optar para a segunda vaga entre André Fufuca, que é da Federação, e o senador Weverton Rocha (PDT), de quem é politicamente próximo. Em resumo, não será fácil para o ex-ministro das Comunicações comandar a Federação PP/UB no Maranhão.

Como é sabido, a política comporta os mais surpreendentes arranjos, e não há dúvida de que os chefes e articuladores da Federação PP/UB encontrarão um meio-termo para resolver o comando do gigante partidário no Maranhão. Mas essa fórmula terá de ser o resultado de um acordo feito entre André Fufuca, Pedro Luca Fernandes e o próprio Juscelino Filho.

PONTO & CONTRAPONTO

Saída de Lupi reduz a influência de Weverton Rocha no Ministério da Previdência

Com saída de Lupi, Weverton tem
poder reduzido na Previdência

O senador Weverton Rocha (PDT) trabalhou duramente nas últimas 72 horas nos bastidores do poder em Brasília. Primeiro na inglória tentativa de segurar o presidente nacional do seu partido, Carlos Lupi, no comando do Ministério da Previdência. E depois, diante da impossibilidade da permanência de Carlos Lupi no cargo, tentar emplacar um aliado como substituto.

O senador perdeu na primeira tentativa, uma vez que Carlos Lupi não segurou a onda e foi mandado para casa. E no caso da escolha do substituto, Wolney Queiroz, que foi deputado federal várias vezes pelo PDT, era secretário-geral do Ministério da Previdência e foi promovido. Não era exatamente a preferência do senador, maranhense, mas diante da gravidade do escândalo e do risco de o PDT sair chumascado no caso, ele preferiu apoiar a escolha do presidente Lula da Silva (PT).

Do alto do seu cacife como senador e do poder de fogo como líder da bancada do PDT no Senado, Weverton Rocha continuará influente no Ministério da Previdência, mas sem o espaço que tinha com o ministro Carlos Lupi.

Deputado ligado à pesca pode ter recebido milhões da fraude no INSS

Edson Araújo sob suspeita

Como estava escrito nas estrelas, o escândalo da fraude dos descontos milionários de dinheiro de aposentados por meio de entidades corporativas criminosas, chegou ao fumacento e suspeitíssimo universo das colônias de pescadores do Maranhão.

O deputado estadual Edson Araújo (PSB) foi citado na investigação da Polícia Federal como suposto beneficiário de R$ 5,4 milhões oriundos da ação criminosa. Segundo o site de notícia Metrópoles, essa bolada teria chegado às contas do parlamentar no período de maio de 2023 a maio de 2024, por meio da Colônia de Pescadores do Estado do Maranhão.

O dinheiro foi repassado à Colônia pela Confederação Brasileira de Trabalhadores na Pesca e Aquicultura, que arrancou nada menos que R$ 99 milhões das contas de pescadores aposentados do INS, repassando parte dessa dinheirama a braços estaduais, como a Colônia de Pescadores do Maranhão controlada por Edson Araújo.

Como é sabido, Edson Araújo é um dos manda-chuva do setor pesqueiro, o que lhe assegura milhares de votos a cada eleição. Ele tem o controle de inúmeras associações e sindicatos que abrigam milhares e milhares de pescadores – muitos deles nunca sequer viram um anzol ou uma rede de pesca na vida.

Em Tempo: a revelação feita pelo Metrópoles sobre o suposto recebimento de milhões por Edson Araújo no escândalo do INSS causa incômodo ao ao PSB e ao Palácio dos Leões, uma vez que ele é secretário de Estado.

São Luís, 03 de Maio de 2025.

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