O senador Weverton Rocha (PDT) visou ontem, em entrevista à TV Mirante, que, mesmo se for convidado, o seu partido não participará do Governo liderado pelo governador Carlos Brandão (PSB), mas que isso não significa uma postura oposicionista fechada, uma vez que ele e seu grupo torcem para que a atual gestão “dê certo”. E justificou sua posição explicando que ela decorre do fato de que ele participa, em Brasília, de um grupo que está focado no projeto de reeleição do presidente Lula da Silva (PT). Por isso, segundo sua avaliação, é importante que o Governo do Maranhão seja bem-sucedido. E foi mais longe declarando que poderá apoiar a candidatura do governador Carlos Brandão ao Senado.
– Nesse momento, não está se discutindo apoio, ou oposição, à base do Brandão. O que eu estou dizendo é que, lá em Brasília, eu faço parte de um grupo político que é ligado ao presidente Lula. Aqui no Maranhão, nós precisamos de todos unidos. Isso quer dizer que, mesmo eu não fazendo parte – e não faremos parte – do governo do Brandão, nós temos que torcer para que dê certo. Por quê? Porque ele faz parte da base do presidente Lula – declarou o senador.
As declarações do senador Weverton Rocha chamam a atenção pelo fato de serem feitas na esteira de uma pesquisa em que ele aparece na frente entre os pré-candidatos ao Senado, mas também num momento em que ainda ecoam no meio político a proposta de unidade feita pelo governador Carlos Brandão, na qual admite tacitamente que disputará uma cadeira no Senado. Além disso, as palavras do senador refletem o fato de que ele e seu partido saíram duramente derrotados das eleições municipais, o que reduziu perigosamente o poder de fogo dos dois.
Não se discute a importância política de qualquer posição anunciada pelo senador Weverton Rocha, que além do mandato, preside um partido e, de fato, transita bem no Palácio do Planalto, cultivando boas relações com o presidente da República. Por outro lado, não há qualquer indício ou registro concreto de que o governador Carlos Brandão tenha convidado ou pretenda convidar o PDT participar do Governo, ou feito um pedido de apoio ao senador para ajudá-lo na relação com o Governo Federal – Carlos Brandão tem boas relações com Lula da Silva – ou ainda algum apelo para que o PDT o ajude a governar. E mais: nas contas do Palácio dos Leões o senador e o PDT não aparecem como apoiadores da eventual candidatura do governador ao Senado. As declarações do líder pedetista foram motivadas, portanto, por um contexto meramente especulativo.
O senador Weverton Rocha é um político inteligente e arrojado, que conhece o caminho das pedras na política maranhense, mas cuja ousadia e a vontade de chegar no topo rápido demais têm lhe imposto alguns amargos revezes. O melhor exemplo foi ter entrado na disputa pelo Palácio dos Leões em 2022, motivado por pesquisas que um ano antes da eleição o apontavam como líder, tendo acabado num humilhante terceiro lugar. Agora, a 21 meses das eleições, uma pesquisa o aponta como favorito para uma das vagas, num contexto em que as duas vagas serão disputadas, além dele, pelo governador Carlos Brandão, pela senadora Eliziane gama (PSD), pelo ministro do Esporte André Fufuca (PP) e – quem sabe? – pelo ex-prefeito de Santa Rita Hilton Gonçalo (Mobiliza). Ou seja, um páreo duríssimo.
Na entrevista à TV Mirante, o senador Weverton Rocha fez o que todo político inteligente faz, principalmente quando começa a contagem regressiva para uma eleição na qual o seu futuro está em jogo: mostrar que está vivo, que está credenciado para pleitear a reeleição, que está no jogo e que fará o que estiver ao seu alcance para renovar o mandato. Exatamente pelo fato de que a cadeira que ele vai defender, com todo direito, está sendo cobiçada por políticos fortes e dispostos a chegar lá.
PONTO & CONTRAPONTO
Brandão amplia a rede de Restaurantes Populares e prevê que ela chegará aos 217 municípios neste ano
O Maranhão ampliou ontem sua posição de estado com o maior programa de segurança alimentar em todo o país ao inaugurar mais dois Restaurante Populares, um em Mata Roma e outro em São Bernardo, o que eleva para 182 unidades em 163 municípios, com a oferta de 185 mil refeições por dia. As duas unidades foram entregues pelo governador Carlos Brandão (PSB), um entusiasta do programa e que tem por objetivo leva-lo aos 217 municípios já no segundo semestre deste ano.
Apontado pela Fundação Getúlio Vargas como detentor da maior rede de segurança alimentar da América Latina, o programa Restaurante Popular foi decisivo no esforço para retirar 919,9 mil maranhenses da extrema pobreza entre 2021 e 2023, segundo informações levantadas pela Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C). Isso porque, além da alimentação a preço simbólico – R$ 1,00 almoço e jantar e R$ 0,50 o café da manhã -, o Restaurante Popular gera emprego e renda.
A unidade 181 foi inaugurada em Mata Roma. No ato, o governador Carlos Brandão declarou: “Não tenho dúvida que esse é o caminho para combatermos a pobreza e garantir a segurança alimentar. Mesmo enfrentando uma crise muito grande em 2023, a gente não fechou nenhum restaurante e não aumentamos o preço da alimentação, ao contrário, fizemos a expansão. Isso fez com que a gente tirasse muita gente da extrema pobreza”.
E o prefeito Besaliel Albuquqerque (PDT) agradeceu: “Motivo de muita alegria para Mata Roma receber este restaurante popular. Quero agradecer de coração ao nosso governador Carlos Brandão por entregar essa obra para a população”.
Em seguida, Carlos Brandão abriu o Restaurante Popular 182, em São Bernardo do Maranhão. Na sua fala à população, disse: “Começamos o dia inaugurando o restaurante popular de Mata Roma com o café da manhã. Agora estamos aqui em São Bernardo inaugurando outro, na hora do almoço, totalizando 182 restaurantes. A nossa meta é até julho alcançarmos todos os municípios do Maranhão”, afirmou Brandão.
O prefeito Chico Carvalho (PDT) comemorou: “Estamos muito satisfeitos. O povo de São Bernardo só tem a agradecer essa parceria com o nosso governador Brandão. Tenho certeza que vai dar certo. Estamos juntos”.
Braide concede 6,5% para professores e diz que SL está na 11ª posição no ranking do IDEB nas capitais
Os professores do Município de São Luís tiveram seus salários reajustados em 6,5% a partir deste mês. O anúncio foi feito ontem pelo prefeito Eduardo Braide (PSD), durante a Jornada Pedagógica 2025, por meio da qual o quadro docente da Capital está sendo preparado para iniciar o ano letivo. O aumento salarial está acima da inflação e do percentual definido pelo Governo Federal para o Piso Nacional do Magistério. A vigência do reajuste só depende agora de aprovação pela Câmara Municipal de São Luís.
– Nenhuma capital, até agora, anunciou reajuste dos professores. Mas o meu compromisso com a educação e com os professores está acima da inflação e do reajuste do piso, e mesmo diante de toda dificuldade nós pagaremos aos professores 6,5%. É assim que a gente entende a forma de trabalhar e reconhecer a educação – declarou o prefeito Eduardo Braide, ao lado da secretária de Educação, Caroline Marques, e da vice-prefeita Esmênia Miranda (PSD).
O aumento salarial foi um dos itens de um pacote de decretos assinados ontem pelo prefeito e que versam sobre progressões horizontais e verticais, titulações e estabilidade de 1.265 profissionais, que já estarão implantados no contracheque do mês de fevereiro. Até o mês de março, será assinado também o decreto que regulamentará o Prêmio de Desempenho Educacional, para reconhecer professores que tiveram o trabalho de destaque na sala de aula. O prefeito falou ainda da criação, até o final deste ano, de um Centro de Formação de Referência.
O prefeito Eduardo Braide destacou, em sua fala, que os investimentos da sua gestão em Educação possibilitaram que a Capital subisse na classificação do Índice do Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), saindo da 23ª para a 11ª entre as capitais brasileiras.
São Luís, 22 de Janeiro de 2025.