Horário gratuito: Brandão começa mostrando Camarão, Dino e Lula; Weverton faz campanha do “eu sozinho”

 

Carlos Brandão mostrou noção de grupo, com Fl[avio Dino, Felipe Camarão e Lula da Silva; Weverton Rocha, Edivaldo Jr. e Lahesio Bonfim se mostraram sozinhos
O início, ontem, da campanha no rádio e na TV para governador do Maranhão, senador da República e deputado estadual resultou no mais absoluto domínio da aliança comandada pelo governador Carlos Brandão (PSB), candidato à reeleição, e liderada pelo ex-governador Flávio Dino (PSB), candidato ao Senado, nas três instâncias. O primeiro programa da coligação foi, de longe, o mais coerente, informativo e propositivo, tendo o governador Carlos Brandão apresentado o vice Felipe Camarão (PT), e alguns itens de conquistas do Governo no qual foi vice, tendo suas manifestações reforçadas pelo ex-governador Flávio Dino, que tem autoridade política de sobra para fazê-lo. Por sua vez, o candidato do PDT, senador Weverton Rocha abriu a campanha de maneira personalista, repetindo o bordão surrado segundo o qual vem de baixo e chegou a senador e agora quer ser governador. Os demais candidatos deram seus recados sem maiores delongas.

O programa do governador Carlos Brandão foi politicamente correto e passou ao eleitor a ideia de que faz parte de um grupo, não permitindo personalismo ou discurso atravessado. Com serenidade e sem qualquer gesto exagerado, o governador disse a quem veio quando apresentou resultados dos programas sociais, entre os quais os restaurantes populares – que já são 150 -, as dezenas de hospitais, as centenas de poltronas de hemodiálise, as 100 escolas de tempo integral, os Iemas, etc. -, que são realidades incontestáveis, ao alcance de todos. Bem amarrado com inteligência, o programa do abriu espaço para o ex-governador Flávio Dino, e para o candidato a vice Felipe Camarão, que também contou um pouco do que fez e que pretende fazer. O programa teve como ponto alto a participação do ex-presidente Lula da Silva (PT), que demonstrou entusiasmo com a candidatura de Carlos Brandão à reeleição, dando a impressão de que, se ambos forem eleitos, governarão em parceria.

O candidato Weverton Rocha (PDT) fez exatamente o que já se esperava dele: um programa fortemente personalista, no qual falou o tempo todo dele próprio, da sua trajetória de menino pobre, filho de uma professora e um técnico agrícola, que superou obstáculos e tem-se dado bem na vida pública. O candidato do PDT preferiu não dividir espaço com seu vice, deputado estadual Hélio Sares (PL), indicado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho. E também não fez qualquer referência a candidato presidencial, mesmo tendo Ciro Gomes como candidato do seu partido, o PDT. Enquanto os líderes governistas exibiram unidade de grupo, Weverton Rocha deixou muito claro de que ele é o epicentro da aliança, sem espaço para falar de vice nem de senador. O programa de estreia foi menor do que era esperado para um candidato que está na delicada posição do pedetista.

Edivaldo Holanda Jr. (PSD) também fez um programa do eu sozinho, sem mostrar o vice nem seu candidato a presidente das República, mas deixou no ar a impressão de que veio tentar chegar em Weverton Rocha. Ele aproveitou o espaço e a falta de companhia para dizer o que fez nos oito anos como prefeito de São Luís, terminando por informar que foi apontado, não sebe exatamente por quem, como o melhor prefeito que a Capital já teve. Já Simplício Araújo (SD) falou do meio da rua, numa caminhada com celular em punho, no qual gravou o discurso em que disse haver candidatos “mágicos” e foi enfático em dizer que só ele tem preparo para “mudar o Maranhão”. Lahesio Bonfim (PSC) fez uma aparição relâmpago, prometendo mudar o Maranhão, mas sem dizer como. O mesmo fez o candidato do PSOL, Enilton Rodrigues. Os demais candidatos não apareceram.

Resumo da ópera: o primeiro ato do governador Carlos Brandão foi esteticamente eficiente e politicamente correto. Weverton Rocha iniciou pesando a mão no personalismo. Lahesio Bonfim não disse a que veio, o mesmo acontecendo com líderes de outras legendas. Sem um momento de excepcionalidade, os candidatos deram seus recados, cada um à sua maneira.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Senado: Dino faz campanha com fortes argumentos, enquanto Rocha resgata trajetória

Flávio Dino: argumentos; Roberto Rocha: trajetória

O ex-governador Flávio Dino iniciou sua campanha para o Senado no rádio e na TV mostrando poder de fogo junto ao eleitorado. Fugindo ao roteiro-padrão de iniciar contando sua história, ele abriu a campanha comentando o que fez como governador. Falou de trabalho, de resultados, de cidadania, de responsabilidade pública, dos desafios de governar, etc., convencido de que fez o melhor que pôde, e reconhecendo que não fez tudo, mas avisou que, se eleito for, juntamente com Carlos Brandão, manterá essa parceria. Esse projeto inclui o ex-presidente Lula da Silva, caso ele desbanque o presidente Jair Bolsonaro.

Por sua vez, o senador Roberto Rocha também preferiu fazer do “eu sozinho”, resgatando sua trajetória de vários mandatos eletivos, mas sem apresentar, como parlamentar, feitos concretos para servir de base ao seu discurso. E também não exaltou sua aliança política e eleitoral com o colega pedetista Weverton Rocha, nem fez qualquer ligação da sua candidatura com a do candidato do seu partido a presidente, ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), que está preso, nem do seu amigo e aliado presidente Jair Bolsonaro. E se declarou preparado para continuar senador.

Os dois disputam a vaga disponível. Segundo todas as pesquisas feitas até agora, incluindo a do IPEC (ex-Ibope), o ex-governador Flávio Dino tem o dobro das intenções de voto

 

MDB tem chapa com nomes fortes à Assembleia Legislativa
Roberto Costa e Manoel Ribeiro: o novo e o maduro na chapa do MDB para a Assembleia

O MDB iniciou a campanha da sua chapa para deputado estadual apresentando os candidatos juntos. Trata-se de uma chapa forte, com expressão política e densidade eleitoral. Nela se destacam figuras distantes, umas com peso na atualidade e outras que já tiveram vez e tentam voltar à ribalta política. Em plena forma está o deputado estadual Roberto Costa, vice-presidente regional do partido e seu líder na Assembleia Legislativa, onde atua fortemente como um dos seus principais articuladores. No contraponto reaparece o ex-deputado Manoel Ribeiro, dono de uma trajetória de vários mandatos, incluindo quatro consecutivos de presidente da Casa, que resolveu suspender a aposentadoria para reviver os embates de plenário e o frenesi das articulações nos bastidores.

São Luís, 27 de Agosto de 2022.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *