Se a eleição para governador Maranhão fosse agora, o governador Carlos Brandão (PSB) sairia das urnas como o mais votado, 28%, impondo uma expressiva vantagem sobre o segundo colocado, o senador Weverton Rocha (PDT), que teria 16%. Os dois disputariam um segundo turno. Em terceiro lugar estaria o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr. (PSD) com, 14%, seguido do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (PSC) com 10%. Joás Moraes (DC) teria 2%, Enilton Rodrigues (PSOL), Frankle Costa (PCB) e Simplício Araújo (SD) com 1% cada um, enquanto Hertz Dias (PSTU) não pontuou. Brancos ou nulos somariam 9% e indecisos (não sabe ou não responde) seriam 19%. O IPEC ouviu 800 eleitores no período de 20 a 23 de agosto, tem margem de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95% e está registrada no TSE sob o número MA-06254/2022.
A pesquisa IPEC/TV Mirante é o olhar de fora que chegou em boa hora para colocar um pouco de ordem nesse item sensível e, às vezes decisivo, da campanha eleitoral.
E as informações que trouxe à tona confirmam a tendência dominante encontrada na grande maioria das pesquisas feitas até aqui: o governador Carlos Brandão lidera a corrida ao Palácio dos Leões, já tendo alcançado uma boa vantagem sobre o seu principal adversário, o senador Weverton Rocha, que se encontra praticamente na mesma posição em que foi encontrado em quase duas dezenas de levantamentos feitos até aqui. Feita em momento adequado, quando a campanha eleitoral propriamente dita começa a ganhar fôlego, a pesquisa do Ipec inicia sua série de sondagens confirmando uma tendência já consolidada, que é a liderança do governador Carlos Brandão, tendo o senador Weverton Rocha, seu principal adversário, numa distância razoavelmente segura.
Outro dado que chama a atenção no levantamento do IPEC/TV Mirante é a briga pelo terceiro lugar entre Edivaldo Holanda Jr. e Lahesio Bonfim. Contrariando todas as pesquisas mais recentes, o ex-prefeito de São Luís aparece com quatro pontos percentuais – fora da margem de erro, portanto – à frente do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes. Por esse cenário, é Edivaldo Holanda Jr. e não Lahesio Bonfim a ameaça a Weverton Rocha, de quem está separado por cinco pontos percentuais de diferença, uma distância não muito consistente se levada em conta a margem de erro. Ou seja, Weverton Rocha vive o dramático desafio de alcançar Carlos Brandão sem tirar o olho de Edivaldo Holanda Jr..
Outra informação surpreendente trazida à tona pelo IPEC é Lahesio Bonfim na quarta posição, na perigosa fronteira de um para dois dígitos. Essa posição pose ser explicada pelo fraco desempenho dele no debate na TV Difusora e nas sabatinas e entrevistas das quais participou nas últimas duas semanas. Ousado, falastrão e tentando se “vender” como um gênio da administração pública com base na sua experiência no comando de São Pedro dos Crentes, um município com quatro mil habitantes. Suas respostas vazias para questões complexas mostraram que sua visão do estado e seus problemas é primária, diferentemente, por exemplo, de Joás Moraes (DC), um professor universitário bem preparado, que aparece em quinto lugar.
Outro dado curioso é a posição de Simplício Araújo, que tem mostrado um discurso propositivo, com muitas ideias, mas encontra-se estancado na faixa de 1% de intenções de voto, mesmo patamar de Enilton Rodrigues e Frankle Costa. O fato de Hertz Dias não haver pontuado não surpreendeu.
Com as informações dessa sondagem, a campanha ganhará movimentos mais intenso, tendo como campos de batalha a telinha da TV e as ondas de rádio, que a partir desta sexta-feira serão os espaços mais ricos da campanha eleitoral. Valendo a lembrança de que os indecisos, que não quiseram ou não souberam responder, somam 19%, percentual com poder de fogo para consolidar ou virar qualquer disputa.
PONTO & CONTRAPONTO
Dino tem mais do dobro das intenções de votos de Rocha
O ex-governador Flávio Dino caminha para se tornar senador da República. De acordo com o Ipec, se a eleição fosse agora, ele iria para a votação com 50% das intenções de voto contra 21% do selador Roberto Rocha, que busca a reeleição. O candidato Ivo Nogueira teria 4%, enquanto Saulo Arcangeli teria 2% e Antônia Cariongo 1%. Na pesquisa espontânea, quando o entrevistado responde sem que se seja dada opções, Flávio Dino também vem na frente com 21%, o triplo das intenções de voto dadas a Roberto Rocha, que aparece com 7%. Outros candidatos não pontuaram.
Não surpreende a liderança do ex-governador Flávio Dino na corrida ao Senado. Ele entrou na disputa saindo de um Governo muito bem-sucedido em todas as áreas, além de ter sido politicamente muito atuante, principalmente na seara nacional, onde se tornou uma das vozes mais contundentes na oposição ao Governo do presidente Jair Bolsonaro. O senador Roberto Rocha, por seu lado, tenta renovar um mandato em que politicamente saiu da esquerda democrática (PSB) para se tornar membro destacado da extrema-direita que tomou conta do PTB, partido controlado pelo ex-deputado Roberto Jefferson, cujo discurso de direita-golpista vem beirando a insanidade.
Weverton ignora apelos e mantem “neutralidade” na corrida ao Planalto
Apelos e advertências não têm sido suficientes para fazer com que o senador Weverton Rocha saia da “neutralidade” e assuma a candidatura do ex-ministro Ciro Gomes à presidência da República pelo PDT. Ele mantém inalterada sua estratégia de ignorar o candidato pedetista, sinalizar que quer a eleição do ex-presidente Lula da Silva (PT) e fazer campanha embalado por chefes bolsonaristas, fazendo de conta que o presidente Jair Bolsonaro, a quem se diz oposição, simplesmente não existe. Correu a informação de que o PDT decidiu punir candidatos regionais do partido que não se integrasse à candidatura de Ciro Gomes. Mass nem isso mudou a posição do chefe do PDT no Maranhão.
São Luís, 24 de Agosto de 2022.