Pesquisa Data Ilha mantém Roseana na frente, mas surpreende com empate entre Weverton, Brandão e Rocha

 

Data Ilha: Roseana Sarney lidera com  Weverton Rocha, Carlos Brandão e Roberto Rocha enroscados logo atrás

A 16 meses das eleições, pesquisas continuam rascunhando cenários absolutamente indefinidos no que diz respeito à disputa para o Governo do Estado. Foi, por exemplo, o que mostrou a pesquisa do instituto Data Ilha, contratada e divulgada na edição de Domingo do Jornal Pequeno. Com o detalhe de que não há entre os nomes incluídos nenhum favorito consolidado, o quadro das intenções de voto é o seguinte: a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) lidera com 22,8%, seguida do senador Weverton Rocha (PDT) com 13,3%, do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) com 11,9%, do senador Roberto Rocha (sem partido) com 11,2%, do prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (PSL) com 69%, do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) com 5,4%, e do secretário de Indústria e Comércio Simplício Araújo (Solidariedade) com 1%. O levantamento – que ouviu 2.179 eleitores entre os dias 10 e 12 de junho, tem margem de erro de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos e nível de confiança de 95% – mostra que 24,6% não souberam ou não quiseram responder e que 2,9% disseram que pretende votar nulo ou em branco.

Mesmo estando a ex-governadora Roseana Sarney na liderança, o dado que de fato chama a atenção na pesquisa Data Ilha é o empate técnico entre Weverton Rocha, Carlos Brandão e Roberto Rocha. Se comparada com outros levantamentos divulgados até aqui, e tiver encontrado o cenário real para o momento, a situação mais complicada é exatamente a do senador Weverton Rocha. Nas outras pesquisas, ele apareceu sempre em segundo lugar, mas com uma vantagem expressiva em relação a Carlos Brandão e a Roberto Rocha. Agora, sua vantagem é mínima, como também é quase inexistente a vantagem de Carlos Brandão sobre Roberto Rocha. E se aplicada a margem de erro, que é de 2% para mais ou para menos, nenhum deles pode dizer que está em vantagem em relação aos outros dois. Ou seja, entre os três pré-candidatos o jogo está rigorosamente zerado, situação que só será consolidada ou modificada por novas pesquisas.

Os números da Data Ilha acenderam o alerta amarelo no QG do senador Weverton Rocha, que na avaliação de observadores atento deveria estar “brigando” com a ex-governadora Roseana Sarney pela primeira posição, e não perigosamente ameaçado pelo vice-governador Carlos Brandão e pelo senador Roberto Rocha. Afinal, além da fama de “agregador”, como pregam insistentemente seus aliados, o pedetista conta com mais de 40 prefeitos, tem o coordenador do seu projeto de poder no comando da Famem, recebeu declarações de apoio de vários chefes partidários e cumpre agenda intensa nos municípios, reunindo prefeitos e vereadores. Essa super-engrenagem  em ação já deveria estar produzindo resultados bem mais expressivos no eleitorado. Weverton Rocha tem experiência e sagacidade para fazer a leitura correta desse cenário e se movimentar para mudá-lo.

Por outro lado, a pesquisa Data Ilha sinaliza que o vice-governador Carlos Brandão começa a colher os frutos do seu total alinhamento ao governador Flávio Dino (PSB). E do trabalho político que vem realizado por meio de conversas com líderes políticos das mais diversas regiões do estado e com personalidades destacadas dos mais diversos segmentos da sociedade civil organizada. A posição de quase empate com o senador os dois senadores, depois de aparecer em posições modestas nas pesquisas anteriores, dá a Carlos Brandão gás suficiente para acreditar que sua candidatura é viável, principalmente que ele se tornar governador em busca da reeleição, em abril do ano que vem, quando o governador Flávio Dino se desincompatibilizar para concorrer à vaga no Senado.

Surpreendente também a posição do senador Roberto Rocha na pesquisa Data Ilha, tecnicamente empatado com Carlos Brandão e Weverton Rocha. Ninguém aposta que ele reúna as condições para vencer a eleição, mesmo apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, mas subestimar pura e simplesmente o seu poder de fogo também não é sensato. Dependendo do partido ao qual se filiar e do discurso que vier a adotar na campanha, o senador poderá tumultuar para valer o cenário ou simplesmente ser triturado durante a campanha e tomar o rumo de casa. Os demais, Lahesio Bonfim e Simplício Araújo terão de encontrar argumentos para dizer se querem ou não entrar. Tudo indica ser o caso do presidido de São Pedro dos Crentes é ocupar espaço para projetos futuros.

Em Tempo: duas pesquisas estão no forno, uma do instituto Exata, contratada por um programa de rádio simpático ao senador Weverton Rocha, e que deve ser divulgada no final da semana, e uma do Escutec, contratada pelo jornal O Estado do Maranhão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Dino tem em aprovação o que Bolsonaro temem desaprovação no Maranhão

Data Ilha: Flávio Dino aprovado e Jair Bolsonaro desaprovado no Maranhão 

A pesquisa Data Ilha encontrou uma situação curiosa ao ouvir os entrevistados sobre se aprovam ou desaprovam o governador Flávio Dino e o presidente Jair Bolsonaro. O resultado: 58,1% responderam que aprovam o governador Flávio Dino, enquanto 59,3% disseram que não aprovam o presidente Jair Bolsonaro. A proximidade da aprovação de Flávio Dino com a desaprovação de Jair Bolsonaro revela que o governador continua muito forte no conceito da opinião pública maranhense, enquanto o presidente permanece fortemente impopular no Maranhão.

A aprovação do governador Flávio Dino está no fato de ser ele um governante acreditado pela população do Maranhão e cujo Governo tem sido eficiente e inovador, tendo consolidado esses adjetivos com o excelente desempenho na luta contra o novo coronavírus. Já o presidente Jair Bolsonaro caminha pela via inversa, à frente de um governo ineficiente e responsável pela tragédia que ceifou a vida de mais de meio milhão de brasileiros.

 

Declaração de Roseana causa euforia e cautela dentro do MDB

A revelação da ex-governadora Roseana Sarney (MDB) de que está tentando viabilizar sua candidatura ao Governo do Estado, feita uma semana antes de assumir o comando do partido, causou surpresa dentro do seu próprio partido. Emedebistas mais pé no chão se surpreenderam, mas disseram não acreditar que ela entre na corrida aos Leões. Outros – em menor número – festejaram a possibilidade, por acreditarem na viabilidade da improvável candidatura e no sonho colorido de voltar ao poder. A pesquisa Data Ilha funcionou como ducha de água fria. Isso porque, embora líder nas intenções de voto, ela dá sinais de que está no seu limite, com poucas chances de crescimento. As próximas pesquisas deverão desenhar um cenário pais preciso.

São Luís, 29 de Junho de 2021.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *