Roseana joga com experiência ao descartar Senado e Governo para disputar uma cadeira na Câmara Federal

 

Roberto Costa e Roseana Sarney: duas gerações em sintonia política dentro de um MDB em renovação

A ex-governadora Roseana Sarney (MDB) não entrará na disputa para o Senado no ano que vem, mas está animada para participar da corrida eleitoral, mais provavelmente como candidata à Câmara Federal ou, numa possibilidade remota, e quase descartada, ao Governo do Estado. O descarte do projeto senatorial e o ânimo pré-eleitoral da ex-governadora foram revelados ontem pelo deputado estadual Roberto Costa, vice-presidente e principal articulador do braço maranhense do MDB, e que também tem atuado como interlocutor frequente e porta-voz eventual da líder emedebista. Com a revelação, Roberto Costa encerrou uma onda de especulações quanto ao futuro político de Roseana Sarney, ao mesmo tempo em que a recolocou efetivamente no tabuleiro das articulações para as decisivas eleições do ano que vem.

O desinteresse em concorrer à vaga no Senado, a ser aberta com o fim do mandato do senador Roberto Rocha (PSDB), pode ser explicado por dois vieses. O primeiro é que ela enfrentaria uma disputa muito difícil com o governador Flávio Dino (PCdoB), que já decidiu ser esse o seu caminho na corrida eleitoral, visto quase unanimemente como nome imbatível para a vaga. Entrar nesse embate seria, portanto, um movimento desgastante e de altíssimo risco, no qual uma derrota certamente colocaria ponto final na sua trajetória política. Aos 67 anos e com uma jornada que contabiliza sete eleições com cinco vitórias – uma para deputada federal (1990), três para o Governo (1994, 1998 e 2010) uma para o Senado (2002) – e duas derrotas, ambas para o Governo (2006 e 2018), tendo sido também lembrada para presidente da República (2002), não faz sentido queimar seu prestígio num confronto difícil.

O viés que prevê sua candidatura à Câmara Federal é mais lógico e faz todo sentido. Começa com o fato de que atuará como “puxadora” de votos para o MDB, podendo, com uma campanha planejada e inteligente, usar o seu prestígio político para alcançar uma boa votação e, assim, contribuir ajudando o partido a eleger uma minibancada federal. Se alcançar o patamar dos 200 mil votos e se os deputados João Marcelo e Hildo Rocha repetirem o desempenho de 2018, o MDB poderá eleger quatro deputados federais, ou mais. Além disso, Roseana Sarney nunca escondeu que gosta mais da agitação da Câmara Federal do que o formalismo às vezes sonolento do Senado. Com a experiência política que acumulou de 1985 para cá, poderá perfeitamente se tornar uma referência na bancada do seu partido.

É sabido que no seu círculo mais íntimo de relações a ex-governadora sofre pressões de saudosistas que dariam tudo para tê-la de volta ao Palácio dos Leões. Esses “conselheiros” avaliam que ela teria chance de se dar bem no cenário de uma disputa entre o futuro governador Carlos Brandão (Republicanos) e o senador Weverton Rocha (PDT), que incluísse também o senador Roberto Rocha. Mas qualquer avaliação cuidadosa, distanciada de paixão ou interesse, certamente remeterá para a conclusão segundo a qual na corrida sucessória suas chances seriam modestas e seus riscos estratosféricos. Isso porque a corrida sucessória que se aproxima se dará num ambiente de disputa entre dois padrões determinados e duros, no qual a ex-governadora não se encaixa muito bem. Logo, é difícil imaginar a ex-governadora participando de uma guerra implacável pelo Palácio dos Leões em 2022.

É fato que Roseana Sarney está politicamente viva, conserva uma boa fatia de prestígio político e tem acumulado um rico baú de experiências nessa seara. Quando faz opção por um mandato na Câmara Federal, com chance de vitória, dá uma demonstração de que compreende com clareza que não faz sentido arriscar o seu prestígio em projetos sem futuro. Vem demonstrando essa compreensão da realidade ao apoiar, por exemplo, o processo de renovação que seu partido, o MDB, vem vivenciando sob o comando do deputado Roberto Costa, que reconhece e respeita a liderança que ela ainda exerce dentro do partido e do que restou do Grupo Sarney.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Maranhão foi o líder nordestino na geração de empregos formais em 2020

Flávio Dino satisfeito com a geração de empregos

O Maranhão foi o estado nordestino e o 4º do País que mais criou empregos em 2020 em meio à avassaladora pandemia do novo coronavírus, que atingiu fortemente a economia e causou uma massacrante onda de desemprego. Foram 19.753 postos de trabalho com carteira assinada formalizados no período de Janeiro a Dezembro, segundo os registros do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Governo Federal. Isso apesar do impacto destruidor da pandemia sobre as atividades econômicas, especialmente os setores comercial e de serviços.

Para esse resultado contribuíram vários fatores, sendo o principal deles a forma planejada com que o Governo do Estado encarou o desastre pandêmico. O primeiro passo foi manter o ritmo de investimentos em obras públicas, garantindo assim grande parte dos empregos na construção civil, além de uma série de ações sociais.

O passo mais arrojado foi dado em Agosto, com o lançamento do Plano Emergencial de Empregos Celso Furtado, um programa de investimentos de R$ 558 milhões em obras públicas, compras governamentais e editais de fomento para alavancar a economia estadual. Além disso, adotou uma série de medidas de estímulos às atividades econômicas.

Com todos os motivos para tal, o governador Flávio Dino comemorou o feito em suas redes sociais: “Fechamos 2020 com um dos maiores saldos positivos de empregos do Brasil. Em termos de variação percentual, o 4º melhor desempenho do Brasil e o 1º lugar do Nordeste (em variação percentual e em número absoluto)”.
E completou: “Cumprimento a classe trabalhadora, os empresários e a nossa equipe pelos números”.

Que venha mais em 2021.

 

Posição da bancada maranhense na eleição da Câmara Federal continua indefinida

Disputa entre Baleia Rossi e Arthur Lira e definida na bancada maranhense

A três dias da eleição, continua rigorosamente indefinida a divisão dos 18 votos da bancada maranhense na disputa para a presidência da Câmara Federal. Os dois principais candidatos, Baleia Rossi (MDB-SP), apoiado pelo presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Arthur Lira (PP-AL), bancado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), passaram por São Luís em campanha e deixaram o Maranhão cantando vitória.

Cantoria dos candidatos e aliados à parte, o fato é que ontem à tarde o cenário era o seguinte: Baleia Rossi contava com os seguintes votos: João Marcelo (MDB), Hildo Rocha (MDB), Márcio Jerry (PCdoB), Rubens Jr. (PCdoB), Bira do Pindaré (PSB) e Zé Carlos (PT). Arthur Lira tinha como certos os seguintes votos: Juscelino Filho (DEM), Aluísio Mendes (PSC), Pastor Gildenemyr (PL), André Fufuca (PP), Gil Cutrim (PDT), Cléber Verde (Republicanos), Edilázio Jr. (PSD) e Pedro Lucas Fernandes (PTB).

Estavam indefinidos: Josimar de Maranhãozinho (PL), Júnior Lourenço (PL), Marreca Filho (Patriotas) e Josivaldo JP (PHS).

A decisão continua nas mãos de Josimar de Maranhãozinho, que controla os votos de Júnior Lourenço e Marreca Filho.

São Luís, 29 de Janeiro de 2021.

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