Arquivos mensais: setembro 2024

Lula entra de cabeça na campanha e confronta até aliados

Lula da Silva entra forte nas campanha de
Duarte Jr., Marco Aurélio e Dinair Veloso

O presidente Lula da Silva decidiu entrar de cabeça como cabo eleitoral de candidatos petistas e/ou aliados na guerra por comandos municipais. Ele segue uma orientação do PT de apostar fichas em cidades com mais de 100 mil habitantes. No Maranhão, até o momento o presidente da República gravou peças pedindo votos para o deputado federal Duarte Jr., candidato do PSB à Prefeitura de São Luís, que tem o PT como aliado de proa; para o ex-deputado Marco Aurélio (PCdoB), que tenta chegar à Prefeitura de Imperatriz, e para a prefeita de Timon, Dinair Veloso (PDT), que busca a reeleição. Nas peças de campanha favoráveis a esses candidatos, o presidente da República se joga por inteiro na caça ao voto, demonstrando que está, de fato, empenhado no esforço para tornar viável a estratégia petista, que visa dois objetivos: levar petistas e/ou aliados ao comando do maior número possível de prefeituras, e, ao mesmo tempo, conter a o projeto da direita – PL e Cia. – de sair das urnas no controle de pelo pelos 900 municípios.

Trata-se de uma estratégia arrojada, que tem vantagens indiscutíveis, quando o apoio se dá a candidatos que enfrentam adversários da direita, por exemplo. Porém, como tudo em política, principalmente no jogo eleitoral, guarda também margens alentadas de riscos, sendo o principal deles a possibilidade de contrariar frontalmente aliados.

No primeiro caso, a estratégia do PT parece lógica e eficiente em São Luís, onde o partido apoia o deputado federal Duarte Jr., candidato do PSB, seu aliado preferencial, contra o prefeito Eduardo Braide (PSD), um candidato de uma ala mais avançada e mais amena da direita, que foge do bolsonarismo e não mantém qualquer relação com o PT nem com legendas de esquerda. Nas peças que o presidente gravou apoiando Duarte Jr., ele destaca qualidades políticas do parlamentar e agradece enfaticamente o apoio que dele recebe no Congresso Nacional, e deixa no ar o recado segundo o qual se Duarte Jr. for eleito, terá o apoio do Governo Federal. Ao mesmo tempo, num viés também estratégico, o presidente Lula da Silva evita qualquer ataque ao prefeito Eduardo Braide. O apoio de Lula da Silva a Duarte Jr. atinge os candidatos Wellington do Curso (Novo), que representa direita dura, ultraliberal, e Yglésio Moises (PRTB), que levanta a bandeira do bolsonarismo radical. Ao mesmo tempo, não incomoda os candidatos da esquerda radical, Franklin Douglas (PSOL) e Saulo Arcangeli (PSTU).

A participação direta do presidente Lula da Silva na disputa em Imperatriz reúne ingredientes políticos favoráveis, e outros nem tanto. Não há dúvida de que no cenário da metrópole tocantina o seu candidato natural seja o ex-deputado estadual Marco Aurélio (PCdoB/PT/PV), que tem como vice a conhecida militante Vânia do PT. Só que ele está em quinto lugar, segundo pesquisas mais recentes, enquanto o deputado estadual Rildo Amaral (PP), que tem como padrinho o ministro do Esporte, André Fufuca, chefe do partido no Maranhão, está disputando a liderança com o deputado federal Josivaldo JP (PSD), de direita. Para brigar pela liderança, Marco Aurélio terá de tirar do caminho dois braços fortes da direita, a bolsonarista Mariana Carvalho (Republicanos) e o publicitário Nilson Takashi, candidato do Novo. Se o apoio ostensivo do presidente Lula da Silva catapultar Marco Aurélio para a liderança, isso será considerado uma façanha numa cidade com forte viés bolsonarista. E nesse caso, como fica o ministro do Esporte o seu candidato?

O caso de Timon guarda semelhança com o de Imperatriz. Ali, o PT decidiu apoiar a candidatura da prefeita Dinair Veloso (PDT) à reeleição. Só que o candidato adversário é ninguém menos que o deputado Rafael (PSB), apoiado diretamente pelo governador Carlos Brandão, que comanda a legendas socialista no estado. O ingrediente a mais desse jogo é que a prefeita é apoiada pelo senador Weverton Rocha, chefe do PDT no Maranhão e adversário assumido do governador Carlos Brandão, o que torna a equação timonense bem mais complexa. Como ficará a relação do deputado Rafael, lulista fervoroso, se o apoio do presidente Lula da Silva lhe inviabilizar o projeto de se tornar prefeito de Timon?

São situações que só a política pode comportar, mas que colocam em jogo a força do PT e o prestígio do presidente da República.

PONTO & CONTRAPONTO

Dois deputados maranhenses querem o impeachment de Alexandre de Moraes

Aluísio Mendes e Allan Garcês: pelo
impeachment de Alexandre de Moraes

Dois dos 18 atuais membros da bancada maranhense na Câmara Federal estão entre os 147 parlamentares de direita que assinaram a ação que propõe o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. São eles Allan Garcês (PP) e Aluísio Mendes (Republicanos). A atitude dos dois congressistas não surpreende. Eles são radicais de direita e militam no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o principal incentivador do movimento contra não só o ministro, mas contra o Supremo como um todo.

O médico Allan Garcês é suplente de deputado federal e está no exercício do mandato na vaga aberta com a licença do deputado André Fufuca (PP) para assumir o Ministério do Esporte. Em 2014, 2018 e 2022, Allan Garcês teve na linha de frente da campanha de Jair Bolsonaro no Maranhão, atacando fortemente Flávio Dino, Lula da Silva e seus aliados no Maranhão. Com a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, ele montou barraca em Brasília, onde tentou conseguir um cargo federal de prestígio na área de saúde. Mas, não se sabe o motivo, foi sistematicamente preterido, e voltou para o Maranhão de mãos abanando. Voltou a Brasília como deputado federal temporário. Nos seus discursos, sempre brada contra as instituições democráticas, com foco preferencial no Poder Judiciário.

O deputado federal Aluísio Mendes não foge a essa regra. Entrou na vida pública com o agente da Polícia Federal, foi ajudante-de-ordem do ex-presidente José Sarney e se revelou competente na área de segurança pública nos últimos governos de Roseana Sarney (MDB), quando assumiu a Secretaria de Segurança e implantou unidades especiais da PM, como o GTA, entre outros. Surpreendendo a muitos, elegeu-se deputado federal em 2014, pelo PRTB, mantendo posição neutra até o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O seu viés de direita radical se revelou por inteiro com a eleição do presidente Jair Bolsonaro, do qual se tornou apoiador incondicional, fazendo parte do grupo de deputados policiais ligados ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL), que, como ele, também é agente da PF. Um sarneysista roxo lamentou a posição de Aluísio Mendes dizendo que “ele esqueceu tudo o que aprendeu com o Zé Sarney”.

O deputado Aluísio Mendes preside o Republicanos no Maranhão.

O documento será apresentado nas manifestações da direita no dia 7 de Setembro.

Buzar lança hoje “Roda Viva: 1972”

Benedito Buzar: pesquisa histórica e
jornalismo bem casados

O historiador e jornalista Benedito Buzar lança hoje, às 19h, na Academia Maranhense de Letras, da qual é membro destacado, o seu mais novo livro: “Roda Viva: 1972”. Trata-se do resgate da coluna que iniciou em 1968 no Jornal do Dia e manteve até 1972 no jornal O Estado do Maranhão, portanto um registro importante e necessário daquele momento.

Benedito Buzar sempre conseguiu mesclar com perfeição a pesquisa histórica com a investigação jornalísticas, o que tem resultado em obras fundamentais, com o “A Greve de 51”, um dos mais ricos e intensos momentos políticos do Maranhão, e “ O Vitorinismo”, no qual ele remonta a instalação e os desdobramentos do poder avassalador do caudilho paraibano que se tornou, por três décadas, o “senhor absoluto” da política maranhense.

O viés jornalístico na pesquisa de Benedito Buzar se mostra inteiro e pleno, à medida que ele reconstrói a realidade com base nos fatos, na história registrada nos jornais e nas conversas com remanescentes dos tempos investigados. Em “Roda Viva”, mais do que o jornalista e o historiador, ele se faz presente no epicentro dos fatos que narra. E com um dado importante: em 1972 começava o período Médici, o mais brutal da ditadura militar, que, vale lembrar, tirou-lhe o mandato de deputado estadual anos antes.

Uma obra de Benedito Buzar com o título “Roda Viva: 1972” tem tudo para ser leitura obrigatória. Vale conferir.

São Luís, 05 de Setembro de 2024.

Prefeitos de cinco grandes municípios enfrentam situações políticas e eleitorais complicadas

Amilcar Rocha “desistiu da candidatura), Assis Ramos (isolado),
Zé Francisco (situação complicada) e Fábio Gentil
e Éric Silva (candidatos ameaçados)

A evolução da campanha eleitoral está mostrando que prefeitos de cinco dos maiores e mais importantes municípios maranhenses encontram-se em situações complicadas, dois como candidatos à reeleição e três já reeleitos e em fim de mandato, tentando se garantir no poder por meio de dos eventuais sucessores que apadrinham. Ontem, por exemplo, bombardeado por uma rejeição muito elevada e sem qualquer chance de reeleição, o prefeito de Barreirinhas, Amílcar Rocha (PCdoB), tomou a decisão drástica, mas sensata, de sair do páreo para apoiar o ex-prefeito Léo Costa (Podemos) na disputa com o líder, segundo as pesquisas, Vinícius Valer (MDB). São situações diferentes, mas que estão colocando os prefeitos contra a parede.

Em Imperatriz, o prefeito reeleito Assis Ramos (União Brasil) se prepara para entregar o bastão na mais surpreendente solidão política. Desgastado por uma gestão duramente criticada, principalmente a do segundo mandato, o prefeito Assis Ramos não teve autoridade política para lançar um candidato à sua sucessão, isso exatamente por saber que o seu afilhado seria triturado nas urnas. A situação está lhe impondo um duro isolamento, que o permite apenas assistir ao desenrolar da campanha. Nenhum candidato quer apostar no seu apoio, que certamente prejudicará, em vez de ajudar.

O prefeito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos), encontra-se na incômoda posição de ter o seu candidato, o sobrinho Gentil Neto (PSB), que já foi mostrado como líder, segundo algumas pesquisas, e estaria agora atrás do seu adversário, o suplente de deputado federal Paulo Marinho Jr. (PL), que estaria agora no comando do processo na Princesa do Sertão. O prefeito se encontra numa situação desconfortável, à medida que depara com uma situação impensável até semanas atrás, quando seu candidato teria estacionado e começado a perder força, enquanto o principal adversário estaria ganhando musculatura eleitoral, tornando imprevisível o desfecho da disputa pela sua sucessão.

Em Codó, o prefeito Zé Francisco (PSDB), que busca a reeleição e já liderou a corrida, encara agora o risco de ser derrotado nas urnas, uma vez que o seu principal adversário, o empresário Chiquinho da FC, recém convertido ao petismo – movimento que causou perplexidade em muitos, dado a sua origem direitista – está virando o jogo. A situação se agravou ainda mais com a entrada no páreo do ex-prefeito e seu aliado Biné Figueiredo (União Brasil), que tenta fazer o papel de “azarão”. A expectativa é a de que Bine Figueiredo, que já foi seu aliado de proa de Zé Francisco, desista para apoia-lo, somando forças para enfrentar o neopetista Chiquinho da FC.

Em Balsas, o prefeito Eric Silva (PDT), um dois mais bem avaliados do Maranhão, encerra seu segundo mandato numa posição nada confortável. É que o candidato por ele apoiado, Celso Henrique (PP), seu vice-prefeito até abril, começou liderando as pesquisas de intenção de voto, mas viu o seu concorrente, o suplente de deputado estadual Alan da Marissol (PRD), se aproximar e agora os dois estariam numericamente empatados, dizem que com uma pequena vantagem para o candidato do PRD. Ou seja, o prefeito se mantém com prestígio elevado na população, mas está com dificuldade de emplacar o seu sucessor.

A situação mais dramática é mesmo a do prefeito de Barreirinhas Amilcar Rocha. Integrante dos quadros do PCdoB, o prefeito do “Portal dos Lençóis” vislumbrou obter a reeleição, mas a sua gestão é tão criticada e ineficiente, que o seu projeto de poder está sendo atropelado pelo jovem engenheiro Vinícius Vale (MDB), e pelo ex-prefeito Léo Costa (Podemos), primeiro e segundo colocado nas pesquisas. Diante da impossibilidade de vitória nas urnas, o prefeito Amilcar Rocha anunciou ontem que desistiu de tentar a reeleição. Ele deverá buscar sua tábua de salvação numa aliança com Léo Costa, mas observadores da cena política barreirinhense avaliam que essa decisão foi tomada muito tarde, porque seria muito difícil conter a onda que embala a candidatura de Vinícius Vale.

À exceção do prefeito de Barreirinhas, Almicar Rocha, que já tomou rumo renunciando à candidatura por não ter nenhuma chance de reeleição, todos os outros casos representam o retrato do momento, que pode ser mudado nos próximos trinta dias.

PONTO & CONTRAPONTO

Candidatos a prefeito da Capital tentam dinamizar suas campanhas na TV

Eduardo Braide e Duarte Jr. ajustam
suas campanhas na TV

O prefeito Eduardo Braide (PSD) e o deputado federal Duarte Jr. (PSB), que polarizam a corrida à Prefeitura de São Luís, intensificaram ontem duas campanhas no rádio e na TV.

O prefeito optou por continuar mostrando os resultados da sua gestão, como o Hospital da Criança, as obras do novo Socorrão II em andamento, creches de tempo integral e o arrojado programa de asfaltamento de ruas em todas as regiões da cidade, por exemplo. Destacou outros itens da sua administração, como o equilíbrio das contas dos municípios, e o fato de que as realizações foram todas feitas com recursos próprios do município, “sem fazer nenhum empréstimo”.

Já o opositor Duarte Jr. reduziu a exposição familiar e intensificou a mostra da sua trajetória como administrador e como político. Como administrador, mostra a evolução do Procon desde que assumiu o seu comando, um processo de expansão que levou os seus serviços para todo o Maranhão. Já o Duarte Jr. político está sendo mostrado como um congressista arrojado, atuando em várias frentes, a começar pela defesa dos projetos do presidente Lula da Silva (PT), de quem vem recebendo ostensivas manifestações de apoio.

Os demais – Fábio Câmara (PDT), Franklin Douglas (PSOL) e Flávia Aves (Solidariedade) – com direito a propaganda no Rádio e na TV, ainda não disseram com clareza a que vieram.

Maranhão continua se destacando como polo de geração de empregos

Carlos Brandão tem gestão em alta
na geração de emprego

O governador Carlos Brandão (PSB) continua contabilizando bons resultados do seu Governo no campo da geração de emprego e renda. Repetiu em julho resultados positivos registrados em todo o primeiro semestre. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), naquele mês, o saldo positivo foi formado pela geração de nada menos que 2.573 empregos diretos – parte deles em obras governamentais – nas diversas regiões do estado, a começar por São Luís.

O levantamento mostra que todos as atividades do campo econômico abriram novas vagas de trabalho, destacando-se a construção civil (857), seguida de perto pela indústria (711), comércio (540), serviços (432) e o setor agropecuário abriu (33) vagas de trabalho.

Com uma economia em processo de fortalecimento em diversos campos, São Luís aparece como maior nicho de geração de emprego, com 802 vagas abertas em julho. E obedecendo a lógica, o segundo lugar ficou com Imperatriz, a segunda maior e mais ativa cidade maranhense, com a abertura de 208 novos postos de trabalho.

Os dados de julho confirmam o Maranhão como um dos mais importantes polos de geração de empregos do Nordeste e, numa escala proporcional maior, de todo o País.

São Luís, 04 de Setembro de 2024.

Estratégia põe PT em rota de confronto com aliados em diversos municípios

Lula da Silva declara apoio a Dinair Veloso em Timon

A entrada ostensiva do presidente Lula da Silva (PT) na corrida eleitoral em Timon, ocupando espaço no horário eleitoral gratuito na TV pedindo votos para a prefeita Dinair Veloso (PDT), candidata à reeleição, pode ter mudado radicalmente a correlação de forças no terceiro maior município do Maranhão. Ali, a prefeita enfrenta a candidatura do deputado Rafael (PSB), apoiado pelo governador Carlos Brandão, o que coloca dois aliados em posição de confronto, e no meio dos dois entrou o candidato Henrique Jr. (PL), apoiado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho. Houve apelos para o presidente não entrar na briga timonense, mas ele preferiu seguir a estratégia do PT de tomar partido em municípios com mais de 100 mil habitantes, como é o caso de Imperatriz, onde Lula da Silva está posicionado com o ex-deputado Marco Aurélio (PCdoB).

O caso de Timon é emblemático, porque envolvem confronto muito mais amplo. Ali estão medindo forças o Grupo Leitoa, que perdeu o controle do PSB e migrou para o PDT, e uma dissidência, liderada pelo deputado Rafael (ex-Leitoa), que que foi do PDT e migrou para o PSB e tem como candidata à vice a ex-prefeita e ex-deputada Socorro Waquim (MDB). Nessa briga, a prefeita Dinair Veloso é apoiada pelo senador Weverton Rocha, chefe maior do PDT no estado e muito próximo da cúpula nacional do PT. Em resumo, com o se trata de um caso diferenciado, a corrida sucessória em Timon se transformou num confronto direto do PT, que apoia a prefeita, contra o PSB, que está fechado com o deputado Rafael. Numa visão mais abrangente, estão lados diferentes o vice-governador Felipe Camarão (PT) e o governador Carlos Brandão (PSB).

E o que é mais curioso: se a prefeita for reeleita, o principal beneficiado será o senador Weverton Rocha, que tem Timon como um pilar importante no seu projeto de renovação do mandato em 2026. Ao mesmo tempo, se o deputado Rafael for eleito, o grupo ligado ao governador Carlos Brandão sairá fortalecido. Até aqui, as informações sobre a quantas vai a disputa em Timon estão confusas, com pesquisas dando vantagem para o socialista Rafael e outras apontando a pedetista Dinair Veloso. Em todas elas, Henrique Jr. aparece com potencial de crescimento, o que embola mais ainda o cenário político timonense.

Na estratégia de seguir a orientação da cúpula nacional do partido de se posicionar em municípios, com mais de 100 mil habitantes, o PT está posicionado em vários grandes municípios maranhenses. Em São Luís, sua posição é de apoio total e irrestrito à candidatura do deputado federal Duarte Jr. (PSB), que já está usando imagens e declarações do presidente Lula da Silva a seu respeito. Em Imperatriz, a escolha de Marco Aurélio está no fato de que ele tem como vice Vânia do PT, um dos mais importantes quadros do partido no estado. Em Paço do Lumiar, o entusiasmo do PT em relação à candidatura do advogado Fred Campos (PSB) diminuiu depois da devastadora Operação 18 Minutos. Em Caxias, o PT o candidato Gentil Neto (PSB).

O caso mais curioso e emblemático desse cenário de diferenças entre aliados é Codó. Ali, para enfrentar o prefeito Zé Francisco (PSDB), candidato à reeleição, o PT tomou uma decisão dramática: aceitou a filiação do empresário Chiquinho da FC, que de petista nada tem. Em seus discursos ainda na pré-campanha, ele disse e repetiu que não é petista e que só entrou no partido para, se eleito for ter acesso ao presidente Lula da Silva e ao Governo Federal.

Não há dúvida de que a estratégia do PT para aumentar o seu poder no âmbito municipal é inteligente e ousada. Mas está claro também que em muitos casos ela está causando estragos na relação do partido com seus principais aliados, como é o caso do PSB no Maranhão.     

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão desmonta discurso de Othelino sobre restaurante popular

Carlos Brandão com a equipe do Restaurante Popular de Santa Helena

O Maranhão já conta com 176 unidades na sua Rede de Restaurantes Populares. O mais recente foi inaugurado na semana passada em Santa Helena, que entrou na estatística do programa como o 159º município a contar com o benefício, integrado o que é proporcionalmente a maior rede de segurança alimentar direta da América Latina. Com a chagada àquele município da Baixada Ocidental, o Governo do Estado já implantou a rede a 81% dos 217 municípios maranhenses, tendo contribuição decisiva para retirar 1 milhão de pessoas na linha de pobreza.

Esses restaurantes servem café da manhã, almoço e jantar, de segunda-feira a sábado. As refeições nutricionalmente balanceadas são comercializadas a preços simbólicos, sendo o café da manhã a R$ 0,50 e o almoço e o jantar a R$ 1,00 cada.

Os números informam que o governador Carlos Brandão recebeu do governador Flávio Dino a rede com 100 unidades espalhadas nas mais diversas regiões do estado. Em 28 meses de Governo, incluindo os oito do primeiro mandato, Carlos Brandão implantou nada menos que 76 unidades, incluindo o programa de Cozinhas Comunitárias.

Na inauguração da unidade de Santa Helena, o governador Carlos Brandão foi taxativo:  “Vamos levar o programa de Restaurantes Populares para todos municípios!”

No seu projeto oposicionista, o deputado Othelino Neto (Solidariedade) afirmou que o governador Carlos Brandão “vem destruindo” o legado deixado por seu antecessor, incluindo a Rede de Restaurantes Populares no rol da destruição. Os números mostram exatamente o contrário, o que deve levar o parlamentar oposicionista a, pelo menos, fazer uma correção na sua fala.

O vice vai mandar?

Fábio Câmara e o vice Marco Aurélio

A propaganda no rádio e na TV sobre a corrida sucessória em São Luís chamou a atenção para a campanha do candidato Fábio Câmara (PDT). Ele aparece contrito ao lado do seu vice, missionário Marco Aurélio (PDT). De olhos fechado, o candidato pedetista faz um agradecimento, e disparou:

– Ao lado dele… São Luís tem jeito sim!

Nem ele nem seu marqueteiro se deram conta de que o candidato a prefeito se colocou em segundo plano, passando a impressão de que o vice evangélico vai dar as cartas numa eventual administração.

São Luís, 03 de Setembro de 2024.

São Luís: campanha na TV começa indicando disputa isolada entre Braide e Duarte Jr.

Eduardo Braide, Duarte Jr., Fábio Câmara, Franklin Douglas e Fláviaa Alves,
campanha iniciada no Rádio e na TV

Nada de excepcional marcou o início, sexta-feira, e a continuidade no sábado, da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV para a Prefeitura de São Luís. Líder nas pesquisas e candidato à reeleição, o prefeito Eduardo Braide (PSD) se apresentou como gestor eficiente, enquanto o seu principal adversário, o deputado federal Duarte Jr. (PSB), passou a imagem de parlamentar atuante e que está preparado para comandar a Capital, enfatizando o mote “Bora resolver?”. O candidato do PDT, Fábio Câmara, ocupou seu tempo para apresentar um slogan já surrado: “São Luís tem jeito”. Franklin Douglas (PSOL) resolveu investir num plebiscito, para tornar ou não gratuito para estudantes o sistema de transporte coletivo da cidade, proposta defendida minutos antes, antes por Duarte Jr.. E Flávia Alves (Solidariedade) usou seu tempo para destacar o fato de ser a única mulher na disputa. Nada de novo ou espetacular, que de fato chamasse a atenção do eleitor.

Cinco minutos antes do início horário gratuito da noite, porém, uma inserção de natureza explosiva, mostrando o caso do Clio Vermelho e sua carga milionária foi colocada no ar pela coligação “Juntos por São Luís”, do candidato Duarte Jr.. Com uma montagem dramática, sugerindo tratar-se de um escândalo de largas proporções, o enredo tenta juntar todas as peças para jogar a dinheirama no colo do prefeito Eduardo Braide, encerrando com a seguinte pergunta: “Que história é essa, Braide?” Como não trouxe nenhuma confirmação nova, a peça pode ter servido apenas para manter o assunto em pauta.

Como estava desenhado previamente, o prefeito Eduardo Braide e o deputado federal Duarte Jr. dominaram o espaço do horário eleitoral gratuito, consolidando a polarização da qual são protagonistas desde a eleição de 2020. Os dois mostraram seus ambientes domésticos, suas vidas em família, passando ao eleitorado que são estruturados em matéria de vida familiar. Ao mesmo tempo, se mostraram profissionalmente, o primeiro como gestor da Capital e o segundo no exercício do seu mandato na Câmara Federal.

No seu primeiro programa, Eduardo Braide se apresentou como o prefeito de São Luís que está em busca da renovação do mandato. E nesse sentido, avisou claramente que pretende fazer uma campanha propositiva, na qual mostrará as suas realizações, sugerindo ao eleitor que lhe dê a chance de “continuar trabalhando”. Lembrou que “não foi fácil” enfrentar a pandemia, colocar ordem na administração, ajustas as contas do município e transformar a cidade um grande programa de obras. Destacou o fato de que as obras da sua gestão foram bancadas com recursos próprios, resultado de uma boa gestão financeira. “Com a casa em ordem e as contas no azul dá para ver a diferença”, declarou, para acrescentar: “Estamos realizando obras sem fazer empréstimos”, enfatizou.

Duarte Jr., por sua vez, fez questão de se mostrar a sua família, contou sua trajetória de menino pobre que conseguiu cursar Direito, tendo Flavio Dino como professor, tendo se tornado professor. Enfatizou o que fez no Procon, mesmo tempo em que destacou o seu trabalho político e seu desempenho como deputado federal – “o mais votado de São Luís”. Destacou o fato de apoiar o governo do presidente Lula das Silva (PT) e de defender as propostas dele no Congresso Nacional. E fez o que tem feito sempre: apontar problemas e propõe soluções dentro da sua visão do que é São Luís e de como vai atuar como prefeito, se eleito for.

O candidato Fábio Câmara fez um grande esforço para se apresentar descontraído e confiante, passando a imagem de alguém determinado. Mas tudo o que conseguiu no primeiro programa foi apresentar o slogan “São Luís tem jeito”, que não quer dizer muita coisa e nada tem de original. Franklin Douglas não escondeu a sua origem de militante do Movimento Estudantil e teve como mote principal do primeiro programa a defesa do plebiscito no qual os eleitores dirão de o transporte coletivo de São Luís deve ser gratuito ou não para estudantes. E, finalmente, a candidata do Solidariedade, Flávia Alves, para quem governar é ouvir e discutir, e que também enfatizou o fato de ser a única mulher na corrida à prefeitura de São Luís.

Em Tempo: Por pertencerem a partidos sem lastro, os candidatos Wellington do Curso (Novo), Yglésio Moises (PRTB) e Saulo Arcangeli (PSTU) não têm direito a espaço no horário eleitoral gratuito no Rádio e na TV.

PONTO & CONTRAPONTO

Madeira reúne Brandão e Dino em casamento com a presença da nata política do Maranhão

Sebastião Madeira e Regiane Presot com
os padrinhos Flávio Dino e Daniela Dino
e Carlos Brandão e Larissa Brandão

O casamento do secretário-chefe da Casa Civil do Governo do Estado Sebastião Madeira com a advogada Regiane Presot, na tarde de sábado, foi uma reunião política como havia algum tempo não acontecia no Maranhão. A começar pelo fato de que o casal de nubentes teve como padrinhos ninguém menos que o governador Carlos Brandão (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino, que de pronto atenderam ao convite.

Os jardins da casa de festas foram tomados pelo que há de expressivo no tabuleiro político maranhense na atualidade, como o vice-governador Felipe Camarão (PT), a presidente da Assembleia Legislativa Iracema Vale (PSB), a senadora Eliziane Gama (PSD), deputados federais de diversas correntes, deputados estaduais, prefeitos, figura do Poder Judiciário e do mundo advocatício, além de personalidades nacionais, como o ex-governador goiano Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB. Enfim, gente suficiente para se ter uma noção exata do que é o poder político no Maranhão contemporâneo.

A presença do governador Carlos Brandão e do ministro Flávio Dino foi uma demonstração robusta de prestígio de Sebastião madeira, político tocantino, fundador e atual presidente do PSDB no estado, que exerceu quatro mandatos de deputado federal e foi parte da cúpula nacional tucana, foi prefeito eleito e reeleito de Imperatriz, e quando muitos acreditavam que ele já era carta fora do baralho político maranhense, Sebastião Madeira saiu da província tocantina para atuar no cenário estadual, primeiro como presidente da Gasmar no Governo Flávio Dino, e depois como chefe da Casa Civil de Carlos Brandão, para se tornar, em pouco tempo, o mais ativo e influente “construtor de pontes” do mapa político estadual. Ao mesmo tempo, tirou o PSDB do limbo partidário para torna-lo um partido competitivo.

Culto e hábil com as palavras, o médico urologista Sebastião Madeira tem dito aos mais próximos que a força que exibe hoje aos 74 anos vem dos encantos da advogada e professora Regiane Presot, especializada em advocacia empresarial e 20 anos mais jovem. O casal está junto há vários anos, passando agora ao regime formal com a confirmação da união no concorrido ato de sábado.

Estremecidos e distanciados por conta de diferenças políticas, Carlos Brandão e Flávio Dino de cumprimentaram, trocaram palavras, dentro da mais correta civilidade. Ainda não se sabe onde esse encontro chegou, ou se vai chegar a algum lugar; pode ter ficado na convivência momentânea, mas também pode ter evoluído para uma retomada, agora que Flávio Dino está fora da política partidária.

O fato é que, com a experiência e a habilidade das velhas raposas e com o entusiasmo de noivo, Sebastião Madeira construiu um momento raro no cenário do Maranhão atual.

Pesquisas indicam que ministro e irmã prefeita vão continuar dando as cartas em Vitorino Freire

Juscelino Filho caminha para impor derrota
fragorosa ao tio Stênio Rezende
na disputa em Vitorino Freire

Se as informações que circularam no meio político sobre a corrida sucessória em Vitorino Freire, na esteira da pesquisa mais recente, feita pelo instituto Exata, contratada pelo portal imirante.com, divulgada na última segunda-feira, estiverem corretas, o grupo comandado pelo ministro Juscelino Filho (Comunicações) e pela prefeita Luana Rezende (União Brasil), que tem como candidato a prefeito Ademar Magalhães (União Brasil), o Fogoió, vai humilhar nas urnas a outra banda da família, comandada pelo ex-deputado Stênio Rezende, apoiado pela deputada Andreia Rezende (PSB), que tem como candidato um primo deles, Cyreno Rezende (PSB).

De acordo com a pesquisa, Fogoió tem 56% das intenções de voto, contra 18% do candidato Ribamar Filho (Agir), e apenas 10% de Cyreno Rezende. Mais do que isso, o levantamento trouxe à tona a informação de que 65% dos entrevistados apostam na vitória de Fogoió. Um quadro que dificilmente será revertido durante a campanha, a começar pelo fato de que a apoiadora de Fogoió, prefeita Luana Rezende, é aprovada por mais de 80% da população vitorinense.

O racha da família se deu porque o ex-deputado estadual Stênio Rezende, que foi ficha suja durante várias eleições, cobrou dos sobrinhos Juscelino Filho e Luanna Rezende apoio à sua candidatura à sucessão dele. Os irmãos, apoiados pelo pai, o ex-prefeito e ex-deputado estadual Juscelino Rezende, recusaram a candidatura do tio, que imediatamente, com o apoio da mulher, deputada Andreia Rezende, rompeu com o irmão e com os sobrinhos. Mas, ciente da sua situação complicada, não lançou a própria candidatura, mas a de um irmão mais novo, Cyreno Rezende.

Deu no que deu até aqui.

São Luís, 01 de Setembro de 2024.