Arquivos mensais: maio 2021

Edivaldo Jr. dá passo ousado ao deixar o PDT e agrava ainda mais as perdas do partido em São Luís

 

Edivaldo Holanda Jr. e Weverton Rocha após a conversa que selou o fim da relação partidária que deixou marcas no PDT

A saída do ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. dos quadros do PDT, anunciada ontem por ele próprio, foi recebida como um fato político “quase” natural, mas guarda pelo menos três aspectos que valem a pena ser avaliados no atual cenário político. O primeiro é que Edivaldo Holanda Jr. utilizou o PDT para facilitar sua reeleição em 2016 com plena convicção de que não permaneceria no partido. O segundo: a saída do ex-prefeito afunda mais ainda o PDT em São Luís, onde já deu todas as cartas, mandando e desmandando. E o terceiro: a não permanência do ex-prefeito no PDT levanta dúvidas sobre a condução do partido pelo senador Weverton Rocha, seu chefe inconteste. Ontem, os principais nomes da agremiação preferiram “ignorar” o desligamento do ex-prefeito, como também seus porta-vozes em meios de comunicação, que preferiram não tocar no assunto. Mas não há como não avaliar o passo de Edivaldo Holanda Jr. sem medir o peso dessa decisão dentro da agremiação pedetista.

Quando se esquivou de participar da disputa pela sua sucessão, recusando-se a apoiar o deputado Neto Evangelista, candidato da aliança do PDT com o DEM, articulada por Weverton Rocha, o então prefeito Edivaldo Holanda Jr. mandou um recado claro de que sua saída do partido após o pleito seria questão de tempo. Primeiro porque, político da chamada “direita civilizada”, mais inclinada ao centro, o ex-prefeito não tem qualquer afinidade com o viés esquerdista do PDT. Além do mais, com o cacife político que amealhou em dois bem-sucedidos mandatos no comando de São Luís, alcançou status para comandar um partido e não permanecer submetido ao comando forte do senador Weverton Rocha. Agora, está livre para ter um partido para chamar de seu ou se filiar a uma legenda onde seja a estrela maior. Quem sabe não retornará ao PTC, pelo qual se elegeu prefeito em 2012? O controle está garantido.

Quanto ao futuro, Edivaldo Holanda Jr. tem horizonte largo pela frente. Ao preencher seu vácuo partidário, poderá sentar na mesa com o governador Flávio Dino (PCdoB) como opção para companheiro de chapa do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), ou entrar na briga por uma cadeira de deputado federal, projeto que poderá realizar sem maiores dificuldades. Há quem o veja entrando na corrida ao Palácio dos Leões, mas uma avaliação mais cuidadosa certamente concluirá que não é ainda o seu momento de queimar esse cacife tão duramente armazenado. Isso porque nesse momento, quando tudo parece conspirar a seu favor, o pior que lhe pode acontecer é dar um passo em falso e sofrer uma derrota eleitoral.

No que diz respeito ao PDT como força partidária, a saída de Edivaldo Holanda Jr. aumenta fortemente o enorme desgaste sofrido pelo partido em São Luís na corrida eleitoral do ano passado. A agremiação, que comandou a cidade por 20 anos nas últimas três décadas, tinha um prefeito, não lançou um candidato e fez uma aliança com um partido adversário em torno de um candidato que o prefeito queria ver pelas costas. O comando o pedetista montou a equação perfeita para o desastre. Resultado: o PDT perdeu a mais importante Prefeitura do Maranhão, teve sua representação reduzida na Câmara Municipal e agora, de quebra, perde o quadro mais influente depois do senador Weverton Rocha.

Ao deixar o PDT, o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. dá um passo ousado, pois, mesmo sem um papel de comando, sua permanência no partido lhe dava a garantia de uma sólida estrutura partidária, base necessária para viabilizar seus projetos, sem ter necessariamente de disputar espaços de poder com o chefe maior da agremiação. Dono de boa experiência, e tendo no pai, o deputado Edivaldo Holanda (PTC), raposa tarimbada, um bom conselheiro, o ex-prefeito de São Luís certamente sabe o que estava fazendo quando decidiu deixar a legenda comanda pelo senador Weverton Rocha, nome forte na corrida ao Palácio dos Leões.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Especulação sobre migração de Dino do comunismo para o socialismo anima PSB

Flávio Dino: nova onda de especulação sobre permanência no PCdoB ou migração para o PSB

Em meio à especulação segundo a qual o governador Flávio Dino estaria avaliando resolver seu futuro partidário até o final deste mês, tendo como opções permanecer no PCdoB ou migrar para o PSB, ou seja, abandonar o comunismo e se converter ao socialismo, o presidente da legenda socialista no Maranhão, Luciano Leitoa, ex-prefeito de Timon, reafirmou que o partido continua com as portas escancaradas para o governador do Maranhão. Disse, porém, nada saber sobre o que foi especulado durante o dia, colocando em dúvida a veracidade da informação.

De acordo com os especuladores, Flávio Dino inclinado a migrar para o PSB, mas sabe que sua saída do PCdoB poderá significar o fim da legenda, à qual está filiado desde que deixou o PT, no início deste século. Foi no PCdoB que disputou todas as suas eleições, com vitórias e derrotas, situações que contribuíram para que o ex-petista criasse um vínculo forte com o mais antigo partido de esquerda do País. E nenhuma das fontes da Coluna admitiu a possibilidade de o governador rever sua posição partidária no momento. Ao contrário, todas disseram que, pelo menos por enquanto é difícil imaginar Flávio Dino fora do PCdoB, principalmente sabendo que sua saída poderá causar o fim do partido.

O próprio governador não se manifestou a respeito dessa especulação.

 

Reaproximação de Lula com Sarney anima parte do MDB no Maranhão

Lula da Silva e José Sarney 

Emedebista graduados do Maranhão estão torcendo para que o partido reedite a aliança com o PT para as eleições do ano que vem. Sabem, porém, que essa possibilidade, se vier a se concretizar no plano nacional, enfrentará muitas dificuldades no Maranhão. Isso porque, atualmente, o caminho mais claro para o PT no Maranhão é compor com o PCdoB e não mais com o MDB, como aconteceu nos governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff. Agora, mesmo considerando a importância do ex-presidente José Sarney numa eventual articulação de uma nova aliança PT/MDB no País, como querem muitos petistas e emedebistas, no Maranhão, o aliado preferencial do líder petista é o governador Flávio Dino, que esteve na linha de frente da cruzada contra processos e prisão do ex-presidente.

São Luís, 08 de Maio de 2021.

Reencontro de Lula e Sarney pode reeditar aliança PT/MDB, mas com dificuldades no Maranhão

 

Lula da Silva e José Sarney, ontem, em Brasília: amizade reafirmada. Só isso?

Ainda que tenha causado certo impacto devido às circunstâncias políticas do momento e também pelo fato de que seu visitante mais recente fora exatamente o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a visita de ontem do ex-presidente Lula da Silva (PT) ao ex-presidente José Sarney (MDB) foi escrita nas estrelas mesmo antes de ser agendada. Por uma série de razões, entre elas a simpatia mútua que liga há muito os dois chefes da Nação, de vez que José Sarney é fã de Lula da Silva, e vice-versa, em que pesem as profundas diferenças políticas, ideológicas e culturais que os separam. O almoço de ontem, na residência de José Sarney, em Brasília, além do reencontro de dois amigos, proporcionou-lhes a oportunidade de fazer analisar a complicada situação social e econômica do País causada pela pandemia do novo coronavírus, o desastre administrativo e político do Governo Bolsonaro e, claro, o futuro que pode ser desenhado pelas eleições do ano que vem com a participação efetiva e decisiva do PT e do MDB. O Maranhão certamente foi tema da conversa, mas não se sabe sob que enfoque.

A aproximação pessoal e o estreitamento de relações políticas entre os ex-presidentes são de duas décadas atrás. Os dois se conhecem muito bem, de modo que na relação que travam não existem armadilhas nem jogo de faz de contas. Nesse momento, além refazer os laços como amigo, Lula da Silva quer o apoio do MDB na guerra que travará para voltar ao Palácio do Planalto, agora enfrentando o presidente Jair Bolsonaro, numa eleição que já parece polarizada. José Sarney, por seu turno, quer o MDB de volta ao poder, possibilidade viável apenas numa composição com o PT, reedição de 2002 e 2006, com Lula da Silva tendo o industrial mineiro José Alanca como vice, e de 2010 e 2014, com a eleição e a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), tendo como vice o líder emedebista Michel Temer, que acabou presidente. As mágoas em relação ao impeachment da presidente petista evaporaram ou estão cuidadosamente sufocadas.

Sem participação direta na atual gestão do MDB, comandada pelo deputado federal paulista Baleia Rossi, José Sarney detém, porém, uma visão política privilegiada e atualizada, é um dos líderes mais consultados da República, e pode influenciar, sim, na tomada de posição do MDB na corrida presidencial. Não será surpresa, portanto, se a aliança PT/MDB de 2002, que durou até 2014, for reeditada com o aval do ex-presidente José Sarney. Nada indica que essa possibilidade seja algo definido, mas nada também sugere sua inviabilidade. O fato é que, sem a aliança com o PDT, que parece estar se acomodando em torno do ex-governador Ciro Gomes, o PT precisará, mais do que nunca, de um aliado de centro, forte, com capilaridade em todo o País, perfil no qual o MDB se encaixa perfeitamente. A julgar pelo cenário do momento, não será surpresa se PT e MDB venham a reatar politicamente e compor uma aliança nacional para 2022.

Nesse contexto, o fator Maranhão pode surgir como uma dificuldade incontornável num projeto nacional unindo PT e MDB. Para começar, no estado está a base maior do PCdoB, o principal aliado do PT na esquerda, como também a sua principal referência, o governador Flávio Dino, o mais destacado apoiador da presidente Dilma Rousseff durante o processo de impeachment, e do ex-presidente Lula da Silva durante a via crucis que lhe foi imposta pela banda bolsonariana da Lava Jato. Diferentemente de 2010 e 2014, o PCdoB e Flávio Dino são aliados agora preferenciais. Causará no mínimo perplexidade se em 2022 o PT não estiver na base do projeto liderado pelo governador Flávio Dino, seja com a candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), seja com chapa encabeçada pelo senador Weverton Rocha (PDT).

O fato é que o reencontro de Lula da Silva com José Sarney, além do simbolismo expressado num encontro de ex-presidentes da República, tem peso político importante no cenário em evolução no País. E não surpreenderá se vier a produzir desdobramentos com força para sacudir intensamente as bases políticas do País. Principalmente se a forte tendência de crescimento de Lula da Silva nas pesquisas de intenção de voto para 2022 for consolidada.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

José Reinaldo avalia que Brandão terá força para se reeleger quando “sentar na cadeira”

José Reinaldo vê futuro no projeto de candidatura de Carlos Brandão

O ex-governador José Reinaldo Tavares (PSDB), que ocupa, sem favor, a posição de conselheiro do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) voltou ontem a assanhar a base de apoiadores do senador Weverton Rocha. Em entrevista à TV Mirante, ele reafirmou sua aposta na candidatura de Carlos Brandão ao Governo, vendo-a como escolha natural pelo governador Flávio Dino.  E disse acreditar que, ao “sentar na cadeira” de governador, em Abril do ano que vem, Carlos Brandão terá condições de, apoiado por Flávio Dino, que será candidato ao Senado, reunir força política e partidária para se reeleger.

José Reinaldo sabe o que diz nessa seara, porque analisa um quadro que ele próprio viveu em 2002, como vice-governador. Em janeiro daquele ano, Roseana Sarney (DEM), completando o segundo mandato no auge do seu poder político e nome forte na corrida presidencial, tirava-lhe o sono dando a entender que lançaria outro nome à sua sucessão. No final daquele mês, numa longa e franca conversa com o colunista, o então vice-governador declarou, enfático: “Quando eu assumir, em Abril, quero ver quem vai me dizer que não serei candidato. Com apoio ou sem apoio, vou disputar e vou ganhar a eleição”.

Em março daquele ano, a Operação Lunus, da Polícia Federal, autorizada pelo então jovem juiz federal Carlos Madeira, destruiu a base nacional do projeto presidencial da ainda governadora do Maranhão, que logo renunciou para se candidatar ao Senado numa situação dramática. José Reinaldo assumiu em Abril, anunciou sua candidatura à reeleição sem colocar o assunto em discussão, enfrentou Jackson Lago (PDT) e Ricardo Murad (PSB) e foi reeleito no primeiro turno, numa dobradinha sem afeto com a ex-governadora, que se elegeu senadora. Quatro anos depois (2006), o governador comandou o movimento político que resultou na histórica vitória do pedetista Jackson Lago sobre a emedebista Roseana Sarney (MDB).

Em resumo: sem ser o dono da verdade e sujeito a equívocos, José Reinaldo sabe o que diz quando avalia o cenário político do Maranhão.

 

Executivo e Legislativo mantêm sintonia fina na relação institucional

Othelino Neto e Flávio Dino: sintonia fina entre os Poderes Executivo e Legislativo

Sintonia fina e relação produtiva. Foi o que ficou mais uma vez demonstrado em nova reunião institucional entre o governador Flávio Dino e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), realizada ontem no Palácio dos Leões. O governador e o presidente avaliaram a pauta mais recente e concluíram que o parlamento estadual tem sido ativo e produtivo em relação às matérias propostas pelo Poder Executivo, assegurando benefícios para a população maranhense nos momentos mais dramáticos da pandemia.

Num balanço franco, o presidente Othelino Neto avalia que a Assembleia Legislativa tem se posicionado sem demora em relação a todas as matérias propostas pelo Palácio dos Leões. Agora mesmo, o Poder Executivo protocolou projeto de lei propondo a criação do Agente de Desenvolvimento Rural Quilombola, no âmbito do programa ‘Maranhão Quilombola’. O propósito é promover ações que garantam maior qualidade de vida a essas comunidades.

Na conversa de ontem, o governador Flávio Dino reconheceu o empenho da Assembleia Legislativa no sentido de dar resposta positiva às propostas do seu Governo, como também a ação dos deputados na destinação das emendas parlamentares.

Executivo e Legislativo têm mantido convivência harmônica e produtiva, alimentando um ambiente institucional sem qualquer traço de crise. Ao contrário do que acontece, por exemplo, no plano federal.

São Luís, 07 de Maio de 2022.

Encontro de Weverton com Lula mostra que o senador está determinado a consolidar projeto de poder  

 

Weverton Rocha e Lula da Silva: encontro em Brasília tratou do Brasil e do Maranhão

Em meio à medição de forças que trava com o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) na disputa pela vaga de candidato ao Palácio dos Leões pela aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB), o senador Weverton Rocha (PDT) marcou tento importante ao se encontrar com o ex-presidente Lula da Silva (PT), nesta Terça-Feira, em Brasília, durante jantar com a bancada petista no Senado, com a participação da presidente da legenda, deputada federal Gleise Hoffmann. Weverton Rocha foi recebido como um parceiro de sempre, dispensando o mesmo tratamento ao ex-presidente. Os dois conversaram sobre o Brasil e o Maranhão, provavelmente rascunhando as bases de uma relação que pode produzir frutos importantes na corrida eleitoral do ano que vem. Não foi por acaso que o líder do PT no Senado, o senador paraense Paulo Rocha, convidou o senador maranhense para um jantar do qual participaram apenas senadores petistas. Ambos têm interesse maiúsculo numa boa relação PT/PDT na importante e decisiva corrida eleitoral que se aproxima.

Da parte do senador Weverton Rocha, interessa sobremaneira uma aliança do PT com o PDT no Maranhão no bojo do seu projeto de candidatura. O senador sabe que o PT tende a se inclinar para uma aliança com o PCdoB em apoio ao projeto de candidatura do vice-governador Carlos Brandão. Tem consciência de que o posicionamento do PT maranhense depende do caminho a ser traçado pelo governador Flávio Dino com o líder petista. Daí a importância vital do estreitamento da relação com o ex-presidente. Weverton Rocha avalia, com faro de raposa, que o apoio do PT tem peso importante na disputa do Governo do Maranhão. Tanto que o governador Flávio Dino trata o partido de Lula da Silva como parte da aliança partidária que lidera, com espaço no Governo e, mais recentemente, com a indicação do deputado petista Zé Inácio como vice-líder do Governo na Assembleia Legislativa.

Da parte de Lula da Silva, uma boa relação com o senador maranhense tem importância no jogo sucessório. O ex-presidente sabe que Weverton Rocha, por haver herdado o comando do partido fundado pelo ex-governador Jackson Lago, e pela ligação que mantém com a cúpula do partido, da qual faz parte, agora mais ainda como senador, tem grande peso nas decisões do PDT. O comando petista vê a pré-candidatura do ex-governador cearense Ciro Gomes como um obstáculo ao projeto do PT de voltar ao Poder com a candidatura de Lula da Silva ao Palácio do Planalto. O senador Weverton Rocha bem que pode intermediar uma negociação que possa resultar num acordo ligando Lula da Silva e Ciro Gomes, fechando uma aliança PT/PDT no plano nacional, com reflexo integral no Maranhão.

Em política, o que é aparentemente viável muitas vezes não chega sequer a ser configurado como uma possibilidade. No Maranhão, mesmo levando em conta o fato de que recentemente o PT se manteve por mais de uma década aliado ao MDB, tendo apoiado a candidatura de Lobão Filho contra Flávio Dino em 2014, a relação do partido de Lula da Silva com o PCdoB mudou radicalmente. Flávio Dino e o PCdoB estiveram na linha de frente contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e na cruzada contra as condenações e a prisão do ex-presidente. Hoje, mesmo considerando que na política do Maranhão ´boi voa com asa quebrada`, no dizer de velhas raposas, é impensável uma disputa pelo Palácio dos Leões e pelo Palácio do Planalto com o PT em lado oposto ao PCdoB.

A política, vale lembrar, evolui com conversa, e a ida de Weverton Rocha a Lula da Silva mostrou que o senador está determinado a consolidar seu projeto de candidatura, e que as portas no PT estão abertas para conversa, por mais previsível que seja o seu desfecho neste caso.


PONTO & CONTRAPONTO

 

Com troca de comando na Educação, Braide mandou recado direto à equipe

Eduardo Braide: recado direto

Ao trocar o comando na Secretaria Municipal de Educação, tirando a vice-prefeita Esmênia Miranda (PSD) e nomeando o economista Marcos Moura, além de tomar uma providência administrativa arrojada e destinada a dar uma nova dinâmica à pasta, na qual os estragos causados pelo novo coronavírus são particularmente dramáticos, o prefeito Eduardo Braide (Podemos) mandou um recado direto e sem rodeios: não existe “indemissíveis” na sua equipe. Com isso, o prefeito de São Luís reafirma o discurso de campanha segundo o qual sua equipe será avaliada pelo desempenho, e não por relações pessoais ou políticas. Fonte com trânsito na Prefeitura de São Luís, incluindo o Palácio de la Ravardière, avalia que o recado foi entendido com clareza, mas sem surpresa para muitos. Esses já sabiam que o prefeito é exigente e meticuloso, e com uma característica que faz toda diferença: é estudioso e obcecado pelo trabalho, o que aumenta sua autoridade.

 

Roberto Costa diz que MDB se renova e está aberto ao diálogo

Roberto Costa: MDB está aberto ao diálogo com todas as correntes

“O MDB tem de olhar para frente e não para o retrovisor”. Foi o que disse ontem o vice-presidente e principal articulador do partido, deputado Roberto Costa, em discurso na Assembleia Legislativa, no qual afirmou que o MDB está em busca de um caminho que o leve a um futuro adequado no contexto político estadual, por meio do diálogo. Isso quer dizer que o MDB está aberto a conversas com o PDT, em torno do senador Weverton Rocha, ou com o PSDB, visando participar do projeto de candidatura do vice-governador Carlos Brandão. “Podemos dialogar até com o governador Flávio Dino (PCdoB)”, disse o líder da ala jovem, que vem sacudindo o MDB e atualizando suas principais lideranças, como a ex-governadora Roseana Sarney.

O discurso do deputado Roberto Costa é direto. Ele defende que o MDB abra e mantenha canais de diálogo com as mais diferentes correntes partidárias, de modo a encontrar parceiros confiáveis, com os quais possa dialogar somar forças. “Temos a compreensão da importância que o nosso partido tem no processo político e sabemos acima de tudo que nós temos que ter a responsabilidade não de olhar para o retrovisor, mas de visualizar o futuro”, destacou.

E completou: “E quando a gente fala força política, as forças políticas, nós não estamos fazendo nenhum tipo de veto, absolutamente, de ninguém. Não tem problema em se pensar, em sentar e em discutir com o senador Weverton (Rocha), do PDT, ou com o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), podendo incluir o governador Flávio Dino (PCdoB). Isso não é acordo, é diálogo, que pode resultar, sim, na construção de um acordo no futuro”.

Vale lembrar que agora em Junho o MDB realizará convenção extraordinária para mudança de comando, já estando acertado que o comando partidário será entregue à ex-governadora Roseana Sarney.

São Luís, 06 de Maio de 2021.

Sem líder forte e sem projeto de poder, Oposição continua dispersada e sem futuro claro no Maranhão

 

Roberto Rocha atua sozinho, Roseana Sarney quer liderar MDB, Josimar de Maranhãozinho e Lahesio Bonfim se dizem candidatos, e Franklin Douglas pode  liderar a ultraesquerda

A 17 meses das eleições, que muitos avaliam como decisivas para o futuro do Maranhão, o tabuleiro político do estado está dividido em dois campos. O da Situação, forte, com rumo bem definido pela liderança do governador Flávio Dino (PCdoB) – que no momento cuida de administrar a medição de forças entre os dois aspirantes à sua sucessão, o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e o senador Weverton Rocha (PDT) -, e o da Oposição, fraco, disperso e sem lideranças aglutinadoras, que funcionem como referência – a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) e o senador Roberto Rocha (sem partido), por exemplo. Além disso, só os movimentos do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), que continua dizendo-se pré-candidato a governador, e a solitária e zoadenta pré-campanha do prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSL) – ambas sem futuro visível. Nesse contexto, há quem aponte o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos), como uma terceira via, mas tudo indica que ele gora está empenhado em justificar sua eleição com uma boa gestão, visando reeleger-se em 2024 para entrar na guerra pelo poder estadual em 2026.

O senador Roberto Rocha tem-se esforçado para ser visto como o principal nome da Oposição nesse momento, com cacife político para entrar na disputa pelo Governo do Estado contra Carlos Brandão ou Weverton Rocha, ou os dois, caso não cheguem a um acordo. E se prepara para ser o representante de proa do bolsonarismo no Maranhão disputando o Governo do Estado em alinhamento com a tentativa de reeleição do presidente Jair Bolsonaro, como ele, ainda sem partido. Só que até o momento Roberto Rocha não fez nenhum movimento no sentido de mobilizar esses grupos dispersos em torno do seu projeto. Ao contrário, todos os seus passos até aqui revelam uma trajetória solitária, como se desconhecesse que numa disputa majoritária não há lugar nem futuro para candidato sem grupo.

No caso da ex-governadora Roseana Sarney (MDB) – que, segundo o deputado César Pires (PV) em entrevista ao blog do jornalista Jorge Vieira, está desanimada -, ela é a maior referência oposicionista da atualidade, mas depois de duas derrotas (2006 e 2018) e de uma aposentadoria confortável, não mostra interesse por uma disputa em que suas chances parecem remotas. Ela prefere organizar o MDB e incentivar candidaturas a deputado federal e a deputado estadual. Saudosa do jogo e das articulações, retornará ao cenário como líder partidária, no controle das rédeas emedebistas, mais inclinada a apoiar candidato do que a se candidatar e mergulhar no turbilhão das incertezas. Como ela, o braço maranhense do MDB está em busca de um parceiro na corrida majoritária, podendo apoiar Carlos Brandão, que tem alguma afinidade com o que restou do Grupo Sarney.

O retrato mais nítido da Oposição do momento no Maranhão é a imagem que mostra o deputado federal Edilázio Jr. e César Pires em São Paulo, reunidos com o ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab, tentando encontrar um rumo para o PSD no estado. De acordo com a assessoria do partido, Edilázio Jr. teria dito a Kassab que não apoiará nenhum dos nomes já postos para o Governo do Estado, admitindo apenas apoiar o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT), se ele entrar no PSD. Os movimentos indicam que essa é também a posição do deputado federal Aluísio Mendes, que comanda o PSC no Maranhão e até agora não disse como ele e seu partido se posicionarão na corrida à sucessão do governador Flávio Dino.

Todas as evidências sugerem que nenhum candidato oposicionista conseguirá mobilizar todos os grupos dispersados nas eleições de 2014 e 2018, nas quais a grande aliança liderada por Flávio Dino destroçou nas urnas as forças que lhe fizeram frente. E foi exatamente por falta de lideranças que essas correntes se perderam e se transformaram em grupos pequenos, controlados com mão de ferro por deputados federais e sem condições de conceber e viabilizar um projeto de poder que inclua uma candidatura de consenso ao Governo do Estado. Fora disso, só a ultraesquerda, representada por PSOL, PCB e UP, já se prepara para conversar e definir um rumo, que pode ser a candidatura do professor Franklin Douglas (PSOL) ao Governo.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Deputadas têm atuação forte na voltadas sessões presenciais da Assembleia Legislativa

Ana do Gás, Daniella Tema e Thaiza Hortegal: atuação forte na Assembleia Legislativa

A bancada feminina atuou fortemente ontem, na volta das sessões presenciais na Assembleia Legislativa, comandada pelo presidente Othelino Neto (PCdoB). As deputadas Ana do Gás (PCdoB), Daniella Tema (DEM) e Thaiza Hortegal (PP) retornaram ao plenário com garra e com uma atuação produtiva.

Ana do Gás ocupou a tribuna para registrar, com ênfase, ações do Governo Flávio Dino por meio da Secretaria das Cidades e Desenvolvimento Urbano, comandada pelo presidente do seu partido, deputado federal Márcio Jerry. Começou destacando as ações em São Luís, como as sete praças inauguradas no Dia do Trabalho. A deputada elencou programas como o “Cheque Minha Casa” e as obras no Centro de São Luís, a exemplo do Shopping Rua Grande, construído por meio de incentivo do programa “Adote um Casarão”. E destacou: “Apesar desse período delicado, estão sendo construídas 300 casas para famílias de baixa renda nos municípios de Araioses, Conceição do Lago- Açu e Serrano do Maranhão, por meio do programa ‘Minha Casa, Meu Maranhão’. Gostaria de parabenizar, mais uma vez, o governador Flávio Dino e o secretário Marcio Jerry, pelo excelente trabalho desenvolvido em nosso estado”.

Daniella Tema (DEM) comemorou a sanção, pelo governador Flávio Dino, da Lei 11.455/2021, de sua autoria, que cria o selo “Empresa Amiga da Mulher”, dispositivo que beneficia o público feminino e incentiva as empresas maranhenses a promoverem ações e projetos para valorização da mulher e de combate à violência de gênero e ao feminicídio em suas instalações. De acordo com a deputada, que coordena a Frente Parlamentar de Combate e Erradicação do Feminicídio, da Assembleia Legislativa do Maranhão, a nova lei vai favorecer a visibilidade das pautas femininas, no âmbito estadual. “O combate à violência contra a mulher e a promoção dos seus direitos ainda é um trabalho que tem de ser feito diariamente e intensamente. Espero que tenhamos uma larga adesão do empresariado maranhense”, disse Daniella Tema.

A partir de amanhã, Quinta-Feira (6), a Agência Satélite Norte iniciará a venda de passagens de ferryboat da empresa Serviporto, na Rodoviária de Pinheiro. A iniciativa é fruto de uma solicitação feita pela deputada estadual Thaiza Hortegal (PP), atendida pela Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB). “Muito feliz com a concretização desse serviço que pleiteamos, o que é mais um avanço que tivemos na área. Ao longo do meu mandato, estamos sempre intercedendo junto à MOB, em favor dos usuários de ferryboat, e buscando melhorias reais. Agora, os passageiros contam com essa opção de compra de passagens, na própria Rodoviária de Pinheiro, o que facilita muito aos moradores, inclusive, o acesso a informações sobre as embarcações”, explicou a parlamentar.

 

PTB de Mical Damasceno continuará na base de Flávio Dino?

Mical Damasceno comandou a tropa bolsonarista na carreata de Domingo

Quando recebeu, no início do ano, a tarefa de comandar o PTB no Maranhão, na esteira de uma crise que tirou o deputado federal Pedro Lucas Fernandes da presidência e das fileiras do partido, juntamente com seu pai, o ex-presidente petebista e atual prefeito de Arame Pedro Fernandes, a deputada estadual Mical Damasceno parecia o nome mais improvável para comandar a hoje desfigurada agremiação partidária criada por Getúlio Vargas. Escolhida pelo chefe maior da sigla, o ex-deputado federal Roberto Jefferson, Mical Damasceno se encaixou perfeitamente no papel de chefe partidária, posição facilitada pela sua plena identificação com o ideário atual do PTB: o bolsonarismo na sua versão mais radical. O entusiasmo com que a deputada participou da carreata pró-Bolsonaro em São Luís, no último Domingo, confirmou sua posição no partido, mas levantou uma dúvida: o PTB vai continuar na base de apoio do governador Flávio Dino? Com a palavra, a deputada Mical Damasceno.

São Luís, 05 de Maio de 2021.

Corrida sucessória ganha intensidade com ataques e contra-ataques nos primeiros dias de Maio

 

Corrida sucessória: Jair Bolsonaro atacou, Roberto Rocha reforçou e Márcio Jerry rebateu, enquanto Josimar de Maranhãozinho manteve projeto, Weverton Rocha fez política parlamentar e Carlos Brandão intensificou articulações

Os movimentos registrados nesta Segunda-Feira, 03 de Maio, indicaram com clareza que a corrida sucessória no Maranhão começa, de fato, a entrar em ritmo intenso, como previra a Coluna em edições recentes. Ontem, o senador Roberto Rocha (sem partido), praticamente assumiu a condição de pré-candidato ao Palácio dos Leões, ao endossar uma provocação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dirigida ao PCdoB, mas tendo como alvo o governador Flávio Dino, o principal líder do partido, e duramente rebatida pelo presidente do PCdoB no estado, deputado federal licenciado Márcio Jerry, atual secretário das Cidades. Ao mesmo tempo, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), repetiu, num programa de TV, que é pré-candidato ao Governo do Estado. Nas últimas 48 horas, o senador Weverton Rocha (PDT) preferiu usar as redes sociais operando para reforçar sua relação com os trabalhadores, enquanto o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), com o sinal verde do governador Flávio Dino, aproveitou os três primeiros dias do mês para intensificar as articulações políticas em reforço à sua pré-candidatura.

A provocação do presidente Jair Bolsonaro dizendo que “Vamos arrancar o PCdoB do Maranhão” foi uma espécie de senha para o senador Roberto Rocha produzir e publicar nas suas redes sociais um cartaz com a “ameaça”, ao que acrescentou o seguinte comentário: “Tem meu apoio, presidente Jair Bolsonaro. Estamos Juntos”. A declaração do presidente e o complemento do senador foram um movimento devidamente combinado e destinado a funcionar como recado informando que Jair Bolsonaro vai mesmo “jogar pesado” para reverter sua sofrível presença política no Maranhão, usando para isso a candidatura de Roberto Rocha ao Governo do Estado como ponta-de-lança. O episódio confirmou informação da Coluna na edição de 16/04 sobre o projeto urdido nos gabinetes do Palácio do Planalto.

Direta e agressiva, a provocação do presidente Jair Bolsonaro e do seu lugar-tenente ao PCdoB não ficou incólume. Ato contínuo, o presidente do partido, Márcio Jerry, reagiu com petardo igualmente ácido: “Roberto Rocha não seria jamais senador sem o apoio do PCdoB em 2014. A propósito, após trair o grupo que o elegeu, o sonolento senador amargou uma acachapante derrota em 2018, quando rastejou em 2% dos votos”. A resposta do presidente do PCdoB foi uma mostra amena do que pode vir por aí se as provocações continuarem.

Em outra seara, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, em entrevista à TV Alternativa, reafirmou sua pré-candidatura ao Governo do Estado, avaliando que seu projeto é viável. Em meados de Abril, o deputado teria sido sondado por emissários do presidente da República sobre compor uma chapa com Roberto Rocha, mas logo declarou que a composição especulada não tinha fundamento. Dias depois, no início da semana passada, foi ao Palácio dos Leões para uma audiência com o governador Flávio Dino articulada pelo vice-governador Carlos Brandão. Em meio à repercussão, horas depois publicou em redes sociais que é candidato a candidato a governador. Fez o mesmo discurso na entrevista de ontem, sem conseguir, no entanto, desfazer a impressão de que caminha para uma aliança em torno de Carlos Brandão.

Os movimentos dos últimos dias impactaram o núcleo duro do projeto de candidatura do senador Weverton Rocha. Depois de uma semana intensa, durante a qual o projeto do pedetista foi atingido por uma incômoda denúncia do Ministério Público, o senador se manteve ativo com duras críticas ao Governo Bolsonaro e uma mensagem otimista aos trabalhadores no 1º de Maio. Por sua vez, o vice-governador Carlos Brandão deu seguidas demonstrações de que seu projeto de candidatura está de vento em popa, com sinais fortes de que poderá ter até mesmo o apoio de segmentos ligados ao sarneysismo, com os quais vem conversando discretamente.

Essa espécie de largada, que ganhou força com os passos dados pelo governador Flávio Dino no sentido de articular um grande acordo dentro da aliança que lidera, só tende a ganhar intensidade nos próximos meses, principalmente se o senador Roberto Rocha vier a entrar efetivamente no tabuleiro da sucessão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Braide muda comando da Educação sem crise com a vice-prefeita Esmênia Miranda

 

Esmènia Miranda deixou a Secretaria de Educação sem crise com Eduardo Braide

Poucas vezes uma mudança de comando numa pasta da Prefeitura de São Luís foi feita com naturalidade como a substituição da vice-prefeita Esmênia Miranda (PSD) pelo economista Marcos Moura na Secretaria Municipal de Educação. Num lance que revelou a soma de habilidade com autoridade, o prefeito Eduardo Braide (Podemos) fez a troca sem tensão nem trauma. O fato parece ter sido o resultado de um entendimento maduro, conversado. Provavelmente vencida pelo enorme desafio que está sendo reinventar o funcionamento do Sistema Municipal de Ensino – uma engrenagem complicada, com mais de 250 escolas e milhares de alunos e professores, além do pessoal administrativo – a vice-prefeita caiu em si e preferiu se recolher às funções protocolares, aparentemente sem uma ponta de mágoa.

O fato é a confirmação de que é um erro nomear vice-prefeito, vice-governador ou vice-presidente para cargo executivo. Via de regra não dá certo e deixa o prefeito em saia justa, à medida que demitir o seu substituto eventual é uma decisão que pode causar uma série de problemas.

Quase todos os casos de nomeação de vice para cargo executivo resultaram em problema. No plano nacional, o presidente Jair Bolsonaro nomeou o vice Amilton Mourão para o comando do Conselho da Amazônia e, embora esteja praticamente rompido com ele, não tem coragem de demiti-lo da função. Noutro cenário, o governador Flávio Dino mantém há seis anos uma relação produtiva e saudável com o vice-governador Carlos Brandão, a quem delega tarefas de natureza política ou diplomática, fazendo-o seu representante nas mais diversas situações e circunstâncias, obtendo excelentes resultados, uma vez que o Nº 2 cumpre rigorosamente suas orientações, jamais ultrapassando os limites da sua atuação.

Ao que tudo indica, é isso que o prefeito Eduardo Braide pretende para a vice-prefeita Esmênia Miranda.

 

Governo reforça segurança alimentar distribuindo 12 mil cestas em 10 municípios

Flávio Dino, entre Othelino Neto e Carlos Brandão, faz a entrega de cestas básicas

O governador Flávio Dino comandou ontem o ato em que o Governo do Estado, por meio do programa Comida na Mesa, posto em prática pela Secretaria de Agricultura Familiar, comandada pelo secretário Rodrigo Lago, enviou 12 mil cestas básicas para famílias carentes de 10 municípios – Anapurus, Belágua, Chapadinha, Itapecuru Mirim, Mata Roma, Nina Rodrigues, Presidente Vargas, São Benedito do Rio Preto, Urbano Santos e Vargem Grande. Realizado no Palácio dos Leões, o ato contou com a presença do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), de vários deputados – Wendell Lages (PMN), Thaiza Hortegal (PP), Paulo Neto (DEM) e Ana do Gás (PCdoB) – e do vice-governador Carlos Brandão (PSDB). Na semana passada, outras 12 mil cestas básicas foram encaminhadas às necessitadas outros 10 municípios.

O Comida na Mesa é destinado a reforçar a política de segurança alimentar nas regiões mais carentes do estado, sustentado em dois pilares: os 52 Restaurantes Populares em funcionamento atualmente, que vendem comida de qualidade a preços populares, e a distribuição de alimentos de forma direta, sendo parte deles produzidos por famílias de agricultores. Além disso, o Programa banca o gás de cozinha para famílias identificadas pelo Cadastro Único, entre outras ações. O Governo está investindo R$ 180 milhões na política de segurança alimentar

No ato da entrega dos alimentos aos prefeitos, o governador Flávio Dino assinalou que o seu Governo encara a pandemia do novo coronavírus enfrentando os problemas sanitários, sociais e econômicos: “Estamos com uma série de ações mitigadoras dos problemas nascidos da pandemia, entre os quais, a garantia da subsistência e segurança alimentar mínimas. O Comida na Mesa integra esse conjunto de medidas. Vamos continuar fazendo nossa parte, como Deus nos permite e nos dá energia, e essa união [com prefeituras e parlamento] é importante para manter o Maranhão como o estado de menor taxa de letalidade do Brasil. Essa é uma luta cotidiana e mostra que a união faz a força”.

Por sua vez, o secretário Rodrigo Lago, responsável direto pelo programa, destacou: “Hoje temos mais uma entrega do Comida na Mesa, para mais 10 cidades. Os alimentos são entregues para as prefeituras, que somam na distribuição, para amenizar a fome do povo do Maranhão. Parte destes alimentos são adquiridos da agricultura familiar. O programa, ao mesmo tempo em que garante renda aos produtores familiares, garantimos comida na mesa dos maranhenses”.

Em nome do Poder Legislativo, o presidente Othelino Neto assinalou: “É necessário que todos estejamos juntos para ajudar as pessoas nesse momento tão crítico. E esta é uma iniciativa importante, pois, além de realizar a distribuição de alimentos, também estimula a agricultura familiar, contribuindo para que superemos o mais rápido possível essas dificuldades”.

São Luís, 04 de Maio de 2021.

Sucessão: Dino abre contagem regressiva para definir candidato e unir base partidária na corrida às urnas

 

Flávio Dino vai administrar disputa entre Carlos Brandão e Weverton Rocha

Daqui a exatamente 11 meses, o governador Flávio Dino (PCdoB) renunciará a oito meses que lhe restarão no Governo para se candidatar à cadeira a ser aberta no Senado com o fim do mandato do senador Roberto Rocha (sem partido), passando o comando do Estado ao vice-governador Carlos Brandão (PSDB). Até lá, deve cumprir roteiro intenso nos campos administrativo e político, preparando a transferência do Governo ao sucessor, articulando a escolha do candidato à sua sucessão dentro da aliança partidária que lidera, e trabalhando duro para fortalecer a Oposição na corrida presidencial, podendo até mesmo, numa hipótese remota, vir a participar dessa disputa. Dos três pontos, o mais complicado é, sem sombra de dúvida, a montagem da equação para a sua própria sucessão, que já está em andamento com as pré-candidaturas do vice-governador Carlos Brandão, que não esconde seu objetivo, e do senador Weverton Rocha (PDT), candidato a candidato assumido e em franco movimento.

Todos os sinais emitidos até agora indicam que o governador tem preferência pelo projeto de candidatura do vice-governador, e por razões óbvias: trata-se de um aliado fiel, colaborador dedicado do Governo, representante sóbrio e emissário correto, que até aqui não cometeu qualquer deslize pessoal e político. Mesmo com essa inclinação, o governador não descarta avalizar a candidatura do senador, que considera válida, importante e dentro do contexto, se dispondo a apoiá-la sem problemas, se for o caso. Seu trabalho político, no entanto, está focado na escolha do nome que reúna as melhores condições para liderar a grande aliança em direção às urnas. Mesmo considerando as tendências que estão sendo delineadas, a definição virá com as conversas que travará com as lideranças partidárias da base, a partir de Julho, pretendendo chegar a Dezembro com a equação resolvida na forma de uma chapa consensuada na mesa de negociações.

No campo partidário, o senador Weverton Rocha vem levando a melhor, pelo menos por enquanto. Até o momento conta com o apoio declarado do PSL, do Republicanos e do PSB. No caso do PSB, o apoio foi declarado pelo presidente do partido, Luciano Leitoa, mas o presidente do PSB em São Luís, o deputado federal Bira do Pindaré, se mantém em silêncio, numa indicação de que tende a seguir o governador Flávio Dino, como fez no segundo turno da eleição em São Luís. E no caso do Republicanos, pelo menos metade dos 25 prefeitos eleitos pelo partido já teriam declarado apoio a Carlos Brandão, ainda que permanecendo no partido. O senador também ganhou força política com a declaração de apoio da senadora Eliziane Gama (Cidadania), mas aposta alto na força partidária para consolidar sua candidatura.

Por seu turno, ainda sem uma estrutura partidária forte, o vice-governador Carlos Brandão aposta alto na articulação política, jogo que conhece como poucos devido à rica experiência que viveu como chefe da Casa Civil do Governo José Reinaldo Tavares. No início da semana, articulou o reatamento do ex-governador José Reinaldo com o governador Flávio Dino, que o indicou para a diretoria de Relações Institucionais da Emapa, um cargo adequado ao status do antigo aliado. E três dias depois, Carlos Brandão articulou uma conversa do governador Flávio Dino com o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, líder do PL, e com ex-deputado federal Júnior Marreca, cujo filho, deputado federal Júnior Marreca Filho, controla o Patriotas no Maranhão. Ao deixarem o Palácio dos Leões, causaram a impressão de que podem vir a apoiar o vice-governador, ainda que o chefe do PL tenha mantido de pé sua candidatura ao Governo.

O fato é que até aqui o jogo permanece equilibrado entre o senador Weverton Rocha, que tem uma megaestrutura trabalhando diuturnamente a seu favor, e o vice-governador Carlos Brandão, que só conta até aqui com a força da articulação política e com a perspectiva de daqui a 11 meses ocupará o Palácio dos Leões como governador titular, condição com que disputará o Governo do Estado. É nesse meio de campo que o governador Flávio Dino jogará nos próximos meses em busca de um entendimento que junte as duas forças.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Governo entrega obras de urbanização em São Luís no Dia do Trabalho

Entre Carlos Brandão e Márcio Jerry, Flávio Dino entrega cartão de compra a catador de materiais no Dia do Trabalho, após entregar várias obras em bairros de São Luís

Ao contrário de outros tempos, quando comemorava o 1º de Maio com grande manifestação na Avenida Vitorino Freire, o governador Flávio Dino preferiu ato mais modesto, mas igualmente expressivo. Primeiro fez uma rodada de inaugurações sem São Luís, entregando obras de urbanização em diversos pontos da cidade, e depois entregando cartões de compra no valor de R$ 600 para catadores de materiais recicláveis, dentro de um programa de renda destinado a esses trabalhadores. Cumpriu a programação com entusiasmo, juntamente com o secretário Márcio Jerry, das Cidades e Desenvolvimento Urbano, responsável pelas obras e do vice-governador Carlos Brandão, que participou de alguns eventos.

Foram entregues sete obras de urbanização em diversos bairros, resultado de investimentos no valor de R$ 2,2 milhões.  Foram entregues a Praça da Ponta do São Francisco e praças para moradores dos bairros Vila Industrial, Vila Sarney, Vila Nova República (na zona rural), Residencial Ribeira e Residencial Piancó, na área Itaqui-Bacanga, e Recanto dos Signos, na região da Cidade Operária.

“São obras que valorizam os bairros onde a classe trabalhadora mora e garantindo direitos essenciais. Fizemos várias obras, para que tenhamos um dia da classe trabalhadora em que, nos seus locais de moradia e de trabalho, se sintam valorizados”, disse o governador Flávio Dino.

“Este momento de pandemia é de vacina, emprego e pão, que podemos dividir, celebrando o Dia do Trabalhador. Esta entrega é muito importante, da penúltima etapa da ponte do São Francisco, e vários polos da cidade com a entrega de obras e equipamentos públicos que melhoram a vida de nosso povo”, assinalou o secretário Márcio Jerry.

 

São Luís aplica 92% das doses de vacina que recebeu e ocupa 2º lugar nesse ranking

O prefeito Eduardo Braide acompanha vacinação de profissional da Saúde, numa operação eficiente

O prefeito Eduardo Braide (Podemos) tem motivos de sobra para sorrir no que diz respeito à vacinação contra o novo coronavírus. E o motivo principal é que São Luís é a segunda Capital que mais aplicou as doses de vacina recebidas do SUS através do Ministério da Saúde e do Governo do Estado. O levantamento mais recente feito pelo Localiza SUS, São Luís aplicou 92% das doses de vacina que recebeu, perdendo apenas para Maceió (RN), que alcançou 97% de aplicação das doses recebidas, enquanto que a Capital com pior desempenho é Goiânia, que aplicou apenas 40% das doses que lhe foram entregues pelo SUS. Todas as informações que circulam sobre vacinação indicam que a Capital do Maranhão foi uma das que melhor se estruturou para a vacinação. Os três centros de vacinação montados – Multicenter Sebrae, Universidade Federal e Estacionamento do Shopping da Ilha – têm funcionado de maneira eficiente, com equipes recebem as pessoas e as orientam, as que fazem a vacinação propriamente dita e registram no documento sanitário, e uma terceira que acompanham os vacinados imediatamente após a aplicação, de modo a prevenir eventuais reações. Um trabalho de excelência.

São Luís, 02 de Maio de 2021.

Legislativo e Judiciário retomam sessões presenciais para agilizar a justiça e esquentar a política

 

Otherlino Neto vai comandar sessões presenciais no plenário da Assembleia Legislativa, enquanto Lourival Serejo presidirá volta de desembargadores ao do TJ

Numa ação articulada entre suas cúpulas, a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Justiça, os dois Poderes colegiados do Maranhão, retomarão na segunda-feira (03) atividades presenciais, com a reabertura dos seus plenários e a volta do processo direto de decisões por meio do debate jurídico e do embate político. Não será uma retomada integral, por conta das cautelas ainda indispensáveis em relação ao novo coronavírus, o que exigirá a realização de sessões mistas – presenciais e remota, por videoconferência -, mas a volta do trabalho presencial de desembargadores e deputados estaduais será um fator importante na etapa de enfrentamento da pandemia. Isso porque as duas instituições – uma que responde pela aplicação da Justiça e a outra pela elaboração das leis e pela fiscalização da sua aplicação -, são referências decisivas na vida da sociedade. E o retorno, ainda que limitado, é uma sinalização muito positiva, à medida que as duas instituições dão um passo para voltar à normalidade, adotando procedimentos para a agilização do processo judicial e a dinâmica do processo legislativo e político.

Tanto a Assembleia Legislativa quanto o Tribunal de Justiça comunicaram a volta às atividades presenciais depois de avaliarem todos os vieses e riscos que uma decisão dessa natureza, em plena pandemia, pode produzir. Tanto o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), quanto o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Lourival Serejo, baixaram instrução normativa comunicando o retorno e fixando regras para a realização de sessões. Tanto no Poder Legislativo quanto no Poder Judiciário, as sessões serão realizadas mediante o cumprimento de um severo protocolo de cuidados, que incluem distanciamento, uso de máscara e álcool em gel, além da redução do número de servidores.

Nos dois casos, a volta não será integral. No parlamento, uma parte significativa dos deputados voltará a participar das sessões no plenário da Assembleia Legislativa, com um grupo menor atuando por vídeoconferência. Mesmo assim, o acesso ao Palácio Manoel Beckman será restrito, estando até a imprensa com espaço reduzido de atuação. As sessões plenárias do parlamento continuarão sendo transmitidas ao vivo em diversos canais. As mesmas limitações restringirão o acesso ao plenário do Tribunal de Justiça, sendo que parte dos desembargadores atuará por videoconferência. Os advogados também poderão ocupar a tribuna, desde que seguindo as regras protocolares. As sessões judiciárias serão também transmitidas ao vivo por canais da internet, como já o são.

A volta das sessões presenciais na Assembleia Legislativa ganha uma motivação extra. Isso porque os deputados estaduais, provavelmente sem exceção, estão a caminho das urnas e precisam, sobretudo, de visibilidade. O plenário do parlamento é o seu mais importante espaço de atuação, onde os grandes temas – como a pandemia e seus desdobramentos e consequências, por exemplo – são debatidos num saudável e necessário confronto de pontos de vista. É no plenário onde se dá o grande e saudável embate político, com o choque das diferenças, a troca de acusações, que ganham força à medida que se aproxima a corrida às urnas. A história tem mostrado que foi no confronto verbal, travado no plenário da Assembleia Legislativa do Maranhão, que várias pendências políticas foram resolvidas.

O deputado Othelino Neto e o desembargador Lourival Serejo são presidentes ponderados, com os pés no chão e absolutamente cientes em relação ao poder devastador do novo coronavírus, tanto que há um ano vêm mantendo o Palácio Manoel Beckman e o Palácio Clóvis Bevilacqua fechados ao público, funcionando com número reduzido de servidores. E protagonizaram um pioneirismo imprevisto ao colocarem os dois Poderes na era das sessões remotas por videoconferência, utilizando corretamente a tecnologia disponível. Essa forma de comunicação foi fundamental para garantir que a roda da história continuasse girando.

A volta das sessões presenciais fará com que Assembleia Legislativa e Tribunal de Justiça deem um passo importante e decisivo na direção da normalidade perdida com o desembarque do novo coronavírus no Maranhão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Especulação sobre chapa Carlos Brandão/Cleide Coutinho assanha os bastidores da sucessão

Especulação apontou Cleide Coutinho para vice de Carlos Brandão: complicado, mas possível

A especulação apontando a deputada estadual Cleide Coutinho (PDT) como nome de peso para ocupar a vaga de vice numa chapa encabeçada pelo vice-governador Carlos Brandão (PSDB) agitou ontem os bastidores da ainda corrida ao Palácio dos Leões. Os especuladores foram longe, montando uma equação de diversos fatores, com a possibilidade de um desfecho surpreendente.

Primeiro, Cleide Coutinho é do PDT, parece bem acomodada no partido, tem bom relacionamento com o senador Weverton Rocha, líder do seu partido e candidato a candidato assumido a governador. Logo, a deputada só poderia ser indicada para essa chapa se o senador desistisse da candidatura e declarasse apoio ao vice-governador, o que, no momento, parece improvável, se não impossível.

Depois, esse acordo teria de envolver o prefeito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos a caminho do PSDB), hoje um dos esteios do projeto de candidatura de Carlos Brandão e adversário político figadal da líder do Grupo Coutinho.

Por outro lado, a especulação se torna viável à medida que, muito antes de ingressar no PDT e se aliar a Weverton Rocha, Cleide Coutinho foi muito ligada a Carlos Brandão, a quem apoiaria em 2006 se tivesse atendido pedido do governador José Reinaldo para votar em Flávio Dino, e com a concordância do próprio Brandão.

Em resumo: a especulação foi longe, mas a equação é viável se for articulada pelo governador Flávio Dino, montando um grande acordo pelo qual o senador Weverton Rocha abra mão de disputar o Governo agora, deixando para entrar na briga em 2006, tendo a vice Cleide Coutinho na cadeira principal do Palácio dos Leões.

Viagem grande, não? Mas possível, se levadas em conta as voltas que a política do Maranhão costuma dar. E a reação da deputada Cleide Coutinho sobre o assunto é reveladora: “Como ensinava meu saudoso e querido Humberto Coutinho, é sempre honroso ser lembrado para qualquer missão, e, como sempre, estarei à disposição para qualquer missão política que nossas lideranças me confiarem, hoje e sempre!”

 

Sarney e Bolsonaro: uma conversa muito difícil de ser imaginada

José Sarney recebeu Jair Bolsonaro em casa: diferenças profundas

Não surpreendeu a informação segundo a qual o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi à residência do ex-presidente José Sarney (MDB), em Brasília, em busca de ajuda para conter o poder de fogo do senador Renan Calheiros (MDB) como relator da CPI da Pandemia.

Aos 91 anos, José Sarney continua politicamente ativo, com lucidez impressionante e com pleno domínio do cenário político nacional a partir de Brasília, com forte influência dentro do MDB, no qual atua como conselheiro especialíssimo. Sua casa registra diariamente intensa movimentação de deputados federais e senadores, prefeitos e governadores em busca de boas orientações políticas, ou simplesmente para um rico dedo de prosa. Todos saem encantados com o refinamento e a habilidade política do ex-presidente.

Por isso é muito difícil imaginar uma conversa de José Sarney com Jair Bolsonaro.

São Luís, 01 de Maio de 2021.