Arquivos mensais: maio 2021

Movimentação indica que eleição da bancada federal será uma das mais disputadas dos últimos tempos

 

Bancada maranhense a ser eleita em 2022 para atuar no plenário da Câmara dos Deputados será o resultado de uma disputa difícil, que envolverá vários nomes fortes 

Meses atrás, a Coluna registrou a previsão de que a grande disputa das eleições de 2022 no Maranhão se dará na corrida pelas 18 cadeiras da Câmara Federal. Naquele momento, o cenário era impreciso, mas agora, mesmo não tendo ainda o seu desenho definitivo, está muito claro de que será uma luta titânica. Não há dúvida de que grande parte dos deputados federais tem cacife para apostar alto na reeleição. Por outro lado, a entrada de pesos pesados na corrida – que vale uma estada de quatro anos em Brasília, com salário gordo, verba de representação, emendas milionárias e apartamento funcional no Plano Piloto – poderá mudar expressivamente o perfil da bancada maranhense a partir de fevereiro de 2023. Nas contas de um parlamentar experiente, não mais do que 10 dos 18 atuais integrantes da bancada têm cacife para se reeleger.

Márcio Jerry (PCdoB), André Fufuca (PP), Juscelino Filho (DEM), Cléber Verde (Republicanos), Pedro Lucas Fernandes (PSL), Edilázio Jr. (PSD), Aluísio Mendes (PSC) e Marreca Filho (Patriotas) são exemplos. Cabeças de chapas dos seus partidos, os parlamentares dessa lista comandam os seus partidos, o que os torna candidatos diferenciados. Nesse time pode se incluir Rubens Jr. (PCdoB), que tem cacife eleitoral elevado, e Bira do Pindaré (PSB), que é “bom de voto”, mas poderá enfrentar a concorrência perigosa do presidente do seu partido, Luciano Leitoa, ex-prefeito de Timon, que estaria pensando em voltar à Câmara Federal. A disputa poderá contar ainda com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), hoje nome forte.

Se confirmar o que vem dizendo, a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), somada aos deputados federais emedebistas Hildo Rocha e João Marcelo, poderá ser um forte diferencial. O mesmo se pode prever em relação à deputada Detinha (PL), caso o deputado Josimar de Maranhãozinho (PL) resolva mesmo disputar o Governo do Estado. Se realizar uma campanha com foco e propósito claros, a ex-governadora receber uma expressiva votação, facilitando assim a reeleição de Hildo Rocha e João Marcelo, podendo inclusive “puxar” mais um emedebista, dependendo do poder de fogo dos demais candidatos. É o que poderá acontecer com a deputada Detinha, que certamente herdará a votação de Josimar de Maranhãozinho, podendo turbinar a chapa do PL, facilitando a vida do deputado Júnior Lourenço.

Não bastasse esse cenário de disputa acirrada, a corrida à Câmara Federal deve ganhar mais importância com a entrada de outros prováveis candidatos. É o caso, por exemplo, do deputado estadual Duarte Júnior (hoje no Republicanos, mas a caminho do PSDB), que deve sair eleito de São Luís. E de nomes destacados da equipe do governador Flávio Dino (PCdoB) e com futuro na política, como Carlos Lula (PCdoB), secretário de Saúde, Felipe Camarão (DEM), secretário de Educação, e Clayton Noleto (PCdoB), secretário de Infraestrutura. Esse tabuleiro pode receber também a candidatura do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (sem partido), dono de cacife gordo para essa disputa, e a do ex-prefeito de São José de Ribamar, Luís Fernando Silva, secretário estadual de Projetos Especiais.

Nos bastidores, especula-se que vários nomes política e eleitoralmente fortes estariam se preparando discretamente para entrar na corrida à Câmara Federal, entre eles os atuais prefeitos reeleitos de Balsas, Eric Silva (PDT), que tem forte presença na região Sul; de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos, mas migrando para o PSDB), com prestígio em todo o Leste maranhense, e de Pinheiro, Luciano Genésio (PP), hoje um nome de grande peso na Baixada Ocidental.

Essas citações não são indicadoras de que os demais deputados federais estejam fora do páreo. Ao contrário, os deputados Gil Cutrim (Republicanos), Zé Carlos (PT), Pastor Gildenemyr (PL) e Josivaldo JP (Podemos).

Como é possível observar, muito antes da definição das chapas propriamente ditas, são fortes as evidências de que a disputa para a Câmara Federal será diferenciada nas próximas eleições.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Dino quer resolver seu futuro partidário até o dia de Santo Antônio, o casamenteiro

Em meio à intensa movimentação para definir o futuro do PCdoB e do PSB, o governador Flávio Dino, hoje o nome mais importante do PCdoB em todo o País, trabalha com uma data para resolver a equação e definir seu rumo partidário: 13 de Junho. Para quem não sabe ou não se lembra, esse é o dia de Santo Antônio, o casamenteiro. Rigorosamente adequado para o desfecho do namoro partidário que o governador vem mantendo há tempos. Uma rodada de conversa nessa direção incluiu a possibilidade de fusão dos dois partidos ou a incorporação do primeiro pelo segundo. Nada foi decidido. As conversas continuam, como Flávio Dino acha que deve ser.

 

CCJ da AL aprova MP que reforça Polícia e homenageia defensores dos direitos humanos

Os deputados Ciro Neto, Adelmo Soares, Yglésio Moises e Rafael Leitoa reunidos ontem de manhã na CCJ da AL

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Assembleia Legislativa, em reunião presidida pelo deputado Adelmo Soares (PCdoB) e com a participação dos deputados Yglésio Moises (PROS), Rafael Leitoa (PDT) e Ciro Neto (PP), aprovou, por unanimidade, dois projetos importantes.

O primeiro foi a Medida Provisória 353, editada pelo governador Flávio Dino, que cria a Força Integrada de Segurança Pública. Trata-se de um novo conceito estrutural de Polícia, que na avaliação do relator da matéria, deputado Adelmo Soares, vai tornar a ação policial mais efetiva e não implicará na criação de cargos públicos, pois haverá apenas o uso de remanejamento de servidores. A integração da Polícia maranhense é o resultado das mudanças operadas pelo secretário Jefferson Portela.

O segundo: o Projeto 258, proposto pelo governador Flávio Dino, que institui, e inclui no Calendário Oficial do Estado, o Dia Estadual dos Defensores dos Direitos Humanos. Aprovada por unanimidade, a data homenageia Padre Josimo, militante dos direitos humanos e defensor dos trabalhadores rurais na Região Tocantina, assassinado em Imperatriz no dia 10 de Maio de 1986. Ocorrida no auge do Governo do presidente José Sarney (PMDB), o assassinato do sacerdote, por ação de pistoleiros, no centro da Princesa do Tocantins, abalou o Maranhão e repercutiu fortemente em todo o Brasil e no exterior.

São Luís, 19 de Maio de 2021.

Em busca de união, Dino abre espaço para Brandão e Weverton em ações e atos do governo

 

As imagens de ontem no Palácio dos Leões são reveladoras de que o governador Flávio Dino pode construir um grande acordo para evitar o confronto entre Carlos brandão e Weverton Rocha, com o apoio de Othelino Neto, Márcio Jerry e Rodrigo Lago

O ato de entrega, ontem, no Palácio dos Leões, de 12 mil cestas básicas para uma dezena de municípios – totalizando mais de 52.678 mil doações em 40 municípios pelo programa “Comida na Mesa” – foi marcado por forte simbolismo político. Comandado pelo governador Flávio Dino (PCdoB), o evento, que vem se repetindo a cada semana, reuniu no mesmo espaço o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e o senador Weverton Rocha (PDT), ambos pré-candidatos ao Governo do Estado e que travam uma luta dura nos bastidores da aliança partidária governista em busca de suporte aos seus projetos de candidatura. O encontro passou a impressão de que o governador Flávio Dino caminha para conseguir um entendimento entre os dois aspirantes, para que um deles seja candidato à sua sucessão com o apoio do outro. Carlos Brandão e Weverton Rocha deram uma demonstração de que, apesar da disputa ácida que vêm travando, mantêm uma relação civilizada, sem estresse, e até com troca de figurinhas, indicando que estão inclinados a firmar um acordo que interessa a ambos.

Flávio Dino trabalha intensamente para evitar um confronto direto entre dois candidatos da sua base de apoio. Para ele, o melhor caminho para a sua sucessão é a construção de um acordo pelo qual os dois se juntem e acertem que o melhor posicionado será o candidato e terá o apoio do outro. O governador tenta fazer essa mediação procurando acomodar os muitos interesses que giram em torno das duas pré-candidaturas, para evitar que haja uma escolha traumática, sem acordo, levando o não escolhido a entrar na briga com o discurso de que foi injustiçado. No caso do entendimento, o candidato escolhido será ungido por todas as forças partidárias da aliança dinista. Por isso não será uma escolha fácil, pois dependerá de muita conversa, muito desprendimento e muito senso de grupo. Afinal, será duro para o não escolhido abrir mão de tentar chegar ao comando do Estado.

O encontro de ontem, que não foi casual, mostrou que, ao contrário do que muitos imaginam, é real a possibilidade de um acordo. E o ponto que o torna viável é exatamente o governador Flávio Dino na condução do processo, mesmo que seja clara sua inclinação pelo projeto de candidatura do vice-governador Carlos Brandão. Essa posição não o impede de conduzir o processo de escolha navegando nas águas serenas da isenção, dando a cada um deles instrumentos que lhes permitam reforçar suas posições políticas e eleitorais. Por exemplo: nesta semana, enquanto Carlos Brandão representava o governador participando de inaugurações e lançamento de obras em Imperatriz e em Parnarama, numa ação vista por adversários como favorecimento a sua candidatura, o secretário de Desenvolvimento Social, Márcio Honaiser, membro da cúpula estadual do PDT, firmava com o presidente da Famem, Erlânio Xavier, também membro da cúpula do PDT, um Termo de Pactuação Técnica para o programa Vale Gás, que distribuirá a famílias de baixa renda 115 mil tickets para a compra de gás de cozinha, no que outros enxergarem benefício político para o senador Weverton Rocha.

No ato de ontem, no Palácio dos Leões, o governador Flávio Dino mostrou que, independentemente da sua inclinação, vem tratando os dois pré-candidatos com rigorosa isenção, produzindo nas duas correntes a garantia de que não interferirá no processo de consulta partidária que será iniciado no final deste mês e que levará à escolha do candidato à sua sucessão. Carlos Brandão e Weverton Rocha sabem disso, tanto que se esforçam para não passar a impressão de que estão trocando socos e pontapés pela vaga de candidato da aliança dinista ao Governo do Estado. Nos bastidores, partidários dos dois movimentos jogam pesado – às vezes usando peso excessivo – para fortalecer seu candidato e minar o concorrente.

Ao colocar os dois no mesmo ambiente, o governador Flávio Dino reforça o recado segundo o qual o grupo por ele liderado apoiará o nome que emergir das consultas. Mas, caso esse grande entendimento não seja possível e os dois resolverem partir para o confronto, ele e seu grupo estarão à vontade para escolher o rumo a seguir. E nesse caso dificilmente será o caminho da neutralidade.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Roberto Costa diz que o MDB quer diálogo pelo Maranhão e que Roseana vai liderar o processo

Roberto Costa e Roseana Sarney conduzem o MDB aberto ao diálogo, sem restrições

Visto por muitos como um partido à beira do abismo com o resultado das eleições de 2018 quando teve seus candidatos ao Governo e ao Senado duramente derrotados, e ainda o encolhimento da sua bancada federal e da sua bancada estadual, o MDB se movimenta para, se não dará volta por cima no sentido mais amplo, trilhar um caminho que possa torna-lo de novo um grande partido no Maranhão. Foi o que externou seu vice-presidente, deputado estadual Roberto Costa, de longe o mais atuante líder do partido, numa entrevista recente à TV Mirante. Roberto Costa foi enfático em afirmar que o MDB vai continuar com todas as forças políticas em ação no Maranhão, a começar pelas lideradas pelo governador Flávio Dino. O tema central do diálogo é a discussão de um projeto que leve o estado a recuperar as perdas econômicas sofridas com a pandemia.

– Acho que hoje o compromisso da classe política não é com a política, mas com o desafio de pensarmos um projeto para o futuro, para reconstruir todas as perdas causadas pela pandemia. E para isso é preciso, acima de tudo, nós termos o diálogo com todas as forças. Nós acreditamos no caminho do diálogo. Esse é um sentimento do conjunto do partido, das lideranças do partido, como os deputados federais Hildo Rocha e João Marcelo, como os deputados estaduais Arnaldo Melo e Socorro Waquim, o ex-senador João Alberto e a líder maior nossa dentro do partido, a ex-governadora Roseana Sarney – disse.

Roberto Costa está convencido de que esse diálogo deve passar pelo governador Flávio Dino: “A bancada do MDB (na Assembleia Legislativa) tem um diálogo de muita proximidade e muito respeito com o governador Flávio Dino. E hoje não vemos nenhuma dificuldade para sentar e dialogar com o próprio governador em relação a um projeto futuro. O Maranhão tem de ser uma prioridade constante. Para isso, é necessário que as grandes lideranças políticas possam sentar à mesa, discutir um projeto que possa beneficiar, acima de tudo, o estado do Maranhão. Acho que o entendimento político que existe hoje dentro do MDB vem muito nessa direção: dialogar, com muita transparência, e acima de tudo colocando os interesses públicos da população como prioridade nossa”.

O vice-presidente do MDB avisa que, depois das derrotas, o partido se oxigena a cada dia, num processo que será mais forte sob o comando da ex-governadora Roseana Sarney, que assumirá a presidência do partido daqui a algumas semanas: “A ex-governadora Roseana é a maior liderança política e eleitoral que nós temos no MDB, e uma das maiores do Maranhão. Ela tem um papel fundamental nas decisões partidárias. Ela é favorável ao diálogo. Ela é hoje uma pessoa procurada para dialogar, para colocar a experiência que ela tem como governadora, como senadora, como deputada federal, com espaço nacional. Acho que o partido vai ganhar muito com a presidência de Roseana, porque ela vai dar os encaminhamentos necessários, para que o partido possa continuar se fortalecendo e construindo um projeto para o Maranhão”.

 

Prefeitos de vários partidos estão querendo migrar para o PSDB

O vice-governador Carlos Brandão tem sido procurado por muitos prefeitos de diferentes partidos, parte deles do Republicanos, para consultá-lo a respeito da conveniência de migrarem agora para o PSDB. De acordo com uma fonte “quente”, Carlos Brandão tem recomendado que permaneçam nos seus partidos por enquanto permaneçam nas suas agremiações, para evitar que seja acusado de estar “drenando” os partidos. Mesmo assim, vários prefeitos já avisaram que vão trocar de partido e turbinar o PSDB.

São Luís, 18 de Maio de 2021.

Como Flávio Dino, José Sarney acha que a corrida presidencial pode ter uma “terceira via”

 

José Sarney, como Flávio Dino, sugere terceira via na disputa 

Ainda uma das principais referências políticas do País por sua experiência e sua clarividência em relação ao que acontece no tabuleiro político brasileiro, o ex-presidente José Sarney e presidente de honra do MDB avalia que o forte desgaste que atinge tanto o ex-presidente Lula da Silva (PT) quanto o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pode favorecer uma “terceira via” na corrida ao Palácio do Planalto. Essa avaliação do ex-presidente – que segundo a coluna do jornalista Lauro Jardim, na edição de ontem de O Globo – tem sido por ele externada a interlocutores, depois de ter recebido a visita dos dois pré-candidatos a presidente.  É essa também a avaliação do governador Flávio Dino (PCdoB), que desde as primeiras discussões sobre a corrida sucessória, vem defendendo a formação de uma grande aliança reunindo partidos do centro-direita, centro, centro-esquerda e esquerda democrática em torno de um nome em torno do qual se pode construir um consenso. Como o ex-presidente emedebista, o governador teme que mesmo uma candidatura forte, mas sem lastro partidário amplo e sólido, corre risco numa disputa fortemente polarizada como a que já começa a se desenhar.

José Sarney e Flávio Dino são marcados por diferenças políticas e ideológicas abissais, mas têm traços comuns, como o pragmatismo e a visão democrática segundo a qual é possível mobilizar essas forças em torno de um projeto que leva uma candidatura de projeção nacional. E nesse caso, suas posições coincidem, de vez que a ideia central de uma estratégia para vencer o atual inquilino do Palácio do Planalto é mobilizar forças políticas em torno de uma candidatura consensuada, evitando que elas se pulverizem. O ex-mandatário nacional e o governante maranhense sabem que projetos isolados e inflexíveis, como é o de Bolsonaro e parece ser o de Lula da Silva, limitam seu poder de fogo e tendem a fazer uma campanha cheia riscos.

José Sarney não deu pistas do que pensa a respeito de nomes, mas com certeza quer o MDB numa aliança forte. Flávio Dino, por sua vez, acha que Lula da Silva, mesmo com o problema da rejeição, tem condições de mobilizar um amplo leque de apoio partidário, também construindo pontes nos estados. Avaliam, por vieses diferentes, que o ex-presidente Lula da Silva precisa flexibilizar o debate, evitando impor as posições do PT. Mesmo já tendo declarado apoio uma eventual candidatura do líder petista, o líder maranhense não cansa de bater na tecla segundo a qual é necessária a construção da grande aliança. E mostra como exemplo o que ele próprio faz no Maranhão, onde governa com 16 legendas, que representam as mais diferentes correntes partidárias do País.

Defensor da política de alianças, Flávio Dino dá o exemplo e aposta numa candidatura de consenso da aliança que lidera para disputar a sua sucessão, que já ganha intensidade com as pré-candidaturas do senador Weverton Rocha (PDT) e do vice-governador Carlos Brandão (PSDB). E antes de se posicionar, vai consultar a todos os partidos que integram a base de apoio do seu Governo, pretendendo com isso estimular um debate que venha produzir consenso em torno de um dos dois pré-candidato. E mesmo estando inclinado a apoiar o seu vice, que tem sido o seu mais fiel aliado fora do PCdoB, vai iniciar as consultas já no final deste mês, com a perspectiva de chegar ao final do ano com todas as cartas na mesa, reunindo, portanto, argumentos para indicar o candidato. Paralelamente, Weverton Rocha e Carlos Brandão se movimentam intensamente em busca de apoio partidário, passando a impressão de que vão respeitar o resultado da consulta e o consequente posicionamento do governador, que é pré-candidato ao Senado.

No campo político nacional, o cenário que leva em conta a sucessão presidencial é ainda impreciso, e turvo. Jair Bolsonaro é candidatíssimo à reeleição, mas, além de não ter partido, não sabe exatamente com quem contará. O mesmo acontece com Lula da Silva, que realiza uma verdadeira maratona de contatos em busca de alianças. Correrão mais ainda se a tal “terceira via” for encontrada e lançada na disputa, como sugerem o ex-presidente José Sarney e o governador Flávio Dino.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Weverton intensifica articulação para formar base partidária forte

Weverton Rocha troca figurinhas com André Fufuca visando ampliar base partidária

O senador Weverton Rocha não faz pausa para descanso na corrida em que busca formar e consolidar uma base partidária para sustentar o seu projeto de candidatura à sucessão do governador Flávio Dino. Já conta com o DEM e já atraiu o Republicanos, comandado pelo deputado federal Cléber Verde; o PSL, que agora está sob o comando do deputado federal Pedro Lucas Fernandes; o PSB, conforme declaração do presidente socialista Luciano Leitoa, ex-prefeito de Timon, e provavelmente o PP, liderado no estado pelo deputado federal André Fufuca. Nos bastidores da política ludovicense, corre que Weverton Rocha aguarda o apoio do Podemos, comandado pelo prefeito Eduardo Braide, que não fez até agora qualquer gesto político relacionado com a corrida sucessória estadual em 2022. Aliados do senador apostam que ele terá o apoio de pelo menos oito dos 15 partidos da aliança dinista, o que será um cacife e tanto.

 

Brandão cumpre agenda intensa no interior em busca de apoio político

Carlos Brandão no cais de Parnarama, com o prefeito Raimundo Silveira (de azul)

O vice-governador Carlos Brandão (PSDB) vem cumprindo uma intensa programação de visitas a municípios, representando o governador Flávio Dino em inauguração e lançamento de obras. Na Quinta-Feira, ele esteve em Imperatriz, onde inaugurou mais uma etapa do Centro de Artesanato do município, e ontem foi a Parnarama, onde entregou as instalações da Defensoria Pública, uma Escola Digna e vistoriou obras no cais e no mercado da cidade. Carlos Brandão incursiona no interior representando o governador Flávio Dino – que está concentrado em São Luís por conta dos desafios do novo coronavírus -, e mostrando à classe política que está consolidando sua pré-candidatura à reeleição, para não deixar vácuos no seu projeto de poder.  Vale lembrar que o vice-governador será governador titular a partir de 3 de Abril do ano que vem, quando o governador Flávio Dino deixará o cargo para disputar o Senado.

São Luís, 17 de Maio de 2021.

ESPECIAL: Em Quatrocentona: Código de Posturas e Imposturas Líricas da Cidade de São Luís do Maranhão, Cassas canta sua cidade pelas entranhas, sem azulejos coloridos nem chavelhos luminosos

 

(Impressões de um jornalista que gosta de poesia, mas não é versado em poética, e que, mesmo tendo a palavra como matéria-prima, nunca se atreveu nem se atreverá a escrever um verso)

São Luís, essa magnífica singularidade urbana, historicamente incomum e culturalmente ímpar, já foi cantada em quase todos os seus vieses em versos magistrais, esculpidos por poetas de grandeza imensurável. Sua arquitetura incomparável, sua geografia sem par, sua cultura sincrética, sua miscigenação caudalosa, seu caldeirão religioso – com domínio do catolicismo romano na superfície e dos deuses afro dando as cartas na base -, seus encantos e sua trajetória estão eternizados em poemas definitivos e irretocáveis, levando muitos a avaliar que o manancial temático da musa especial e pouco fiel caminhava para o esgotamento. Nada disso. Como um vulcão em erupção, o poeta Luís Augusto Cassas desmancha, radical e implacavelmente, essa tendência com Quatrocentona: Código de Posturas & Imposturas Líricas da Cidade de São Luís, sua obra mais recente, lançada em fevereiro, mostrando a cidade dele pela beleza e pela crueza das suas entranhas. Os 90 poemas reunidos – muitos já publicados em 10 dos 20 títulos hoje reunidos na antologia “A poesia sou Eu”, e muitos inéditos – falam das suas mulheres, seus cantores, suas prostitutas, seus heróis não cantados, sua grandeza, seus amores, seus conflitos, seus temores, seus tumores, suas culpas, suas conquistas, seus reveses, sua torpeza e o peso quase insuportável de ser única, transitando por praças, becos e igrejas.

A São Luís de Cassas é superior, ativa e dançante na sua existência cotidiana, mas é também triste e alegre, sombria e solar, velha e nova, onde tudo tem um contraponto ameaçador, o que a torna angustiada com a sobrevivência e o porvir. E por isso mesmo é tratada com carinho, paixão, ironia, crítica,  tornando cada poema uma esfinge a ser decifrada. Tanto que, ao mesmo tempo em que a revela, Cassas a procura, como o argonauta Odisseu, singrando mares revoltos em busca de sua Ítaca, como bem aludiu o poeta Rossini Corrêa na genial apresentação do livro.

Fruto da poesia madura, apurada e singular de Cassas, Quatrocentona: Código de Posturas & Imposturas Líricas da Cidade de São Luís revela e desnuda a cidade pelo seu viés mais rico e controverso: sua gente, com seus movimentos, sua força, suas fraquezas e seus fantasmas. O lirismo do poeta não desenha a beleza lusa dos casarões coloniais, não traz um só verso sobre os azulejos que os cobre, ignora a existência das pedras de cantaria e não traduz o que há de memória no silêncio dos telhados nem aponta beleza nos trapiches. Mas cada verso faz o leitor lembrar desses traços da cidade. Nas suas 200 páginas, a única referência arquitetônica está num único verso que fala, numa abordagem universal, da relação da sacada com o mar. Além de praças, feiras e igrejas, sua referência urbana são os paralelepípedos, vistos como “diamantes de multidões”, “testemunhas de destroços” e “com cara de munição”. São as pedras da cidade-fantasma na qual busca o bonde, “Bicho de ferro surreal” que está “em mim”. Nada sobre as formas e as cores da cidade. Tudo sobre sua gente, seus sábios e seus loucos, seus humores, suas dores, seus ardores, seus temores e seus tumores. Uma cidade viva, alegre e cantante, mas também triste e contida, com saúde e chagas e que avança e decai.

O livro está dividido em oito blocos: “A Cidade Aberta”, a “Cidade Relembrada”, “A Cidade no Varejo & Atacado”, “A Cidade e a Alma Ensolarada”, “A Cidade Transfigurada: o Véu & a Máscara”, “A Cidade Dançante”, “O Dono do Mar”, “A Cidade e o Fantasma Romântico” e “O Renascimento da Cidade”. Cada bloco explora um viés da São Luís singular. Cada bloco explora um universo dessa São Luís humana, bela e feia, rica e pobre, pedante e humilde, poderosa e frágil. O livro é aberto com “Brasão”, um poema-manifesto poderoso, no qual o poeta afirma que “a cidade somos nós / nós somos a cidade”, “Somos a luz e a sombra / o caminho e a verdade”, “sabiás cantando / amores na fornalha”, e lembrando, em tom de advertência, que “cada pedra lançada contra nós é por nós arremessada” e ainda: “cada ruína que brota de morada são mágoas por nós entrincheiradas”.

“A Cidade Aberta” reúne oito poemas demolidores, iniciando com “Introdução ao Sanctus”, no qual Cassas identifica São Luís como “minha cidade / minha ruína / minha catarina mina / meu licor de tangerina / minha mina / meu buquê de hiroxima”. E encanta com “Barroca”, que mergulha na sensualidade na vida comum de São Luís: “a cidade acorda despida de segredos” / “desfolha os seios com maçãs no meio”, “sensual no carnaval” e “molhadinha de emoção no São João”. E exala paixão no poema “Carta a São Luís”: “Se a cidade fosse minha… / chamava a fada madrinha e o santo de Ribamar / e a batizava nuinha na igreja verde do mar”, e fecha afirmando que “se a cidade fosse minha não a deixava tombar”. Cassas percorre as entranhas da musa em dois poemas implacáveis: “O discurso do Mestre dos Becos” e o “Sermão dos Becos”.

Na “Cidade Relembrada”, Cassas vê São Luís sob risco e no poema “Convocação Geral” clama pelos seus maiores cantores, perguntando onde estão Ferreira Gullar, Nauro Machado, Josué Montello, Bandeira Tribuzi, João Mohana, Odylo Costa, filho, entre outros, convocando-os para “acender o círculo da palavra / adestrar as aljavas / reinaugurar a taba”. No mesmo bloco, o poeta revela a decadência da fé cristã na sofrível resistência do “Confessionário da Sé”, “ouvido atento de Deus”, consultório onde o ludovicense temente busca cura para doenças da alma, por meio de “receitas com bondade / antídoto de pecado: / o remédio do perdão”. E chega ao ponto alto com “Brechó do Pó”, cantando cruamente duas São Luís, “duas costelas do mesmo barro / duas mulheres do mesmo sarro / duas plantas do mesmo jarro”, sendo que “uma é suja / a outra mal lavada”, “uma está tombada / outra desmoronada”.

Nas páginas de “A Cidade no Varejo & Atacado”, o poeta dispara forte contra a hipocrisia e vai fundo nas entranhas ludovicenses, alcançando o ponto máximo com “Nossas Meninas”, uma declaração de amor absolutamente genial às prostitutas de São Luís, vistas como “almas generosas”, que “dão ombro pra chorar / seios para descansar / boca pra beijar / olhos para admirar / sexo pra relaxar”, e que “depois devolvem os clientes /amaciados e quentes / à fauna-faina da vida”. Nas páginas seguintes está “Lamentações dos Jardins do Roxy”, sobre as sessões pornôs do Cine Roxy na visão angustiada e profética da célebre Joana de Deus, Louca do Senhor. Ainda nesse bloco, Cassas enxerga o mar deprimido, a Feira do João Paulo e a da Praia Grande, a Borracharia do Arouche e dá receita de peixe-pedra frito.

No bloco “A Cidade & Alma Ensolarada”, Cassas homenageia e canta  personalidades que dão grandeza a São Luís, como os poetas Bandeira Tribuzi, Nauro Machado, Ferreira Gullar e José Chagas, a médium  Maria de Jesus Carvalho e a médica Maria Aragão – “Duas marias cheias de alegria / uma era espírita, a outra: comunista”, “Duas marias de luz / duas marias de cruz” -, o cantor e compositor Zeca Baleiro, a cantora Rita Benneditto, o poeta e militante ambiental Zé Nascimento Moraes, as duas versões de Antonio Vieira, o médico Odorico Amaral de Matos e o amigo José Ricardo Moreira. A homenagem a Tribuzi está em “Compromisso”, um dos mais belos e fortes poemas do livro, sobre um encontro às seis da tarde a que o poeta não pode faltar. E “A Cidade Transfigurada: o Véu & a Máscara” é composto de apenas um longo e denso poema “Édipo em Athenas (diálogo temperado de ódio que o amor engoliu no sódio”, no qual Cassas passa a impressão de ser ele o Édipo no tenso e arrebatador diálogo com São Luís na pele de Jocasta.

“A Cidade Dançante” reúne quatro poemas curtos, mas arrebatadores, um sobre bumba-meu-boi, um sobre fogueiras juninas, um cantando o tambor de crioulas e outro, o reggae. O boi de Cassas não tem chavelhos, índias, caboclos, Catirina e Pai Francisco; é apenas o “boi tesouro”, que “é o berro do céu no chão / o reino do pobre em ação / é cristo em ressureição / é a estrela do Maranhão”. Em “Ao redor da fogueira”, o poeta roga o cantar de matracas, tambores e pandeirões, “cantem vozes artilharia dos corações / cantem fogos de artilharia explosões”. “Tambor de Crioula” é genial: “Nigéria-cambraia / vesúvio de saias / castanha-de-caju / áfrica-sereia / negra incendeia / torna-se azul”. E o poema sobre o reggae, é igualmente forte: “detrás dos óculos lunares / dos guerrilheiros dos bares / quatrocentas radiolas / te contemplam”.

Antes de fechar sua monumental declaração de amor à São Luís, Luís Augusto Cassas abre, na sua cidade, espaço para dois registros poéticos fenomenais, “O Dono do Mar”, que é parte de um encarte de 24 páginas publicado em 2000, no jornal O Estado do Maranhão, relacionando dois José de Ribamar, o político, escritor e ex-presidente da República José Sarney e o padroeiro do Maranhão. “Um é cristão velho / outro é cristão novo / um é a voz de deus / outro é a voz do povo”. E em “A Cidade & o Fantasma Romântico”, Cassas retoma um tema que parece desafiá-lo sempre: o célebre e conturbado amor do poeta caxiense Gonçalves Dias e da ludovicense Ana Amélia.

Quatrocentona: Código de Posturas & Imposturas Líricas da Cidade de São Luís do Maranhão fecha com o bloco “O Renascimento da Cidade”, no qual o ponto alto é o poema “Exorcismo das Ruínas”: “Te consagro vento e te batizo água / de absolvo terra e te esconjuro mágoa / te invoco o fogo e penitencio o mal / abençoo os logos e te perdoo metal”. Suas páginas registram a genialidade e a maturidade de um poeta que sempre reagiu forte à limitação das regras fechadas, que sempre ousou desdizer o dito imposto, que sempre subverteu a ordem castradora e que da província se tornou um poeta brasileiro e universal. Sem favor um dos maiores, se não o maior, da sua geração.

São Luís, 15 de Maio de 2021.

 

Simplício Araújo ousa e se movimenta para entrar no páreo para a sucessão de Flávio Dino

 

Flávio Dino apoia iniciativa de Simplício de lançar pré-candidatura à sua sucessão

O cenário em que a corrida ao Palácio dos Leões no âmbito da aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB) começa a ganhar ritmo, com a evidente polarização entre as pré-candidaturas do senador Weverton Rocha (PDT) e do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), um novo projeto de candidatura ganha forma, tendo como protagonista o presidente do Solidariedade no Maranhão, Simplício Araújo, atual secretário de Estado de Indústria, Comércio e Energia. Ele comunicou sua pretensão ao governador Flávio Dino no início da semana, mostrando-se disposto a deixar de lado a briga pelo voto proporcional – ele é suplente de deputado federal -, para entrar na guerra majoritária como candidato a governador. Ouviu palavras de incentivo do governador, mesmo sem uma declaração explícita de apoio. Se levada a efeito e ganhar sustância, a pré-candidatura poderá ganhar status de “terceira via” dentro da aliança governista, tornando a disputa mais animada e o ambiente mais democrático.

Mesmo sem um cacife eleitoral graúdo, Simplício Araújo reúne as condições políticas e partidárias para entrar em qualquer disputa nas próximas eleições. Tem no currículo a vistosa condição de presidente do Solidariedade, um partido pequeno, mas consolidado, carrega duas suplências de deputado federal, a presidência de um partido pequeno, mas consolidado, já exerceu o mandato na Câmara Federal e conhece o caminho das pedras no Congresso Nacional, e os meandros da seara política do Maranhão. Além disso, alimenta uma fidelidade maiúscula ao governador Flávio Dino e à aliança por ele liderada, sendo também nome de proa na equipe de governo, tendo sua pasta, já importante por natureza, ganhado relevância excepcional na crise socioeconômica causada pelo novo coronavírus.

Político já lastreado por bom naco de experiência, Simplício Araújo é também conhecido pela sua habilidade no comando da pasta da Indústria, Comércio e Energia, que vem do mandato passado. Na crise pandêmica, foi escalado pelo governador Flávio Dino para ser o interlocutor do Governo junto à classe empresarial, com a qual dialogou intensamente, debatendo a crise, procurando saídas e se esforçando para construir consensos, principalmente nos momentos mais tensos, como os do fechamento das atividades comerciais. O seu desempenho à frente da pasta aumentou, principalmente no que respeita às articulações com o empresariado, aumentou expressivamente o seu cacife. A ideia de deixar a seara eleitoral proporcional para entrar no complicado e já minado campo majoritário serve para medir o tamanho da sua ousadia política.

Em que pese o fato de que está sendo posto num momento adequado, quando projetos de candidatura estão se consolidando ou perdendo razão de ser, é improvável que a pré-candidatura do secretário Simplício Araújo decole e ganhe densidade. Mas, como reconheceu o próprio governador Flávio Dino, a iniciativa é politicamente oportuna e saudável, à medida que contribui para ampliar o debate e para dar uma coloração mais democrática ao processo sucessório no Maranhão. O chefe do Solidariedade tem plena consciência do poder de fogo do vice-governador Carlos Brandão a partir do momento em que se tornar governador titular, e do cacife do senador Weverton Rocha, que fazem deles adversários para ninguém botar defeito.

Simplício Araújo avalia que, por causa dos estragos causados pela pandemia, essa a corrida ao Palácio dos Leões se dará em condições bem diferentes, com o eleitorado sendo motivado por necessidades prementes, como a fome e o desemprego. Para ele, esse ambiente de crise exigirá dos pretendentes uma leitura correta do cenário, sob pena de virem ser triturados nas urnas. Acha que “captou a mensagem” e que saberá se movimentar com eficiência na direção das urnas. Pode ser, mas considerando também a ideia de ser um bom candidato a vice, já que a cadeira de senador parece reservada.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Lula desmonta o mito de que Bolsonaro domina no eleitorado evangélico

Lula da Silva derruba o mito de Jair Bolsonaro entre os evangélicos

A pesquisa Datafolha sobre corrida presidencial jogou por terra o mito de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem maioria folgada entre os eleitores evangélicos. A pesquisa mostra que, se a eleição fosse agora, o ex-presidente Lula da Silva (PT) teria nada menos 35% dos votos evangélicos contra 34% de Jair Bolsonaro, um empate técnico, se levado em conta o fato de que a margem de erro do levantamento é de 2,5%. Os outros 21% de pulverizariam entre os outros seis candidatos. Já no segundo turno haveria um empate rigoroso: Lula da Silva teria 45%, enquanto Jair Bolsonaro teria os mesmos 45%.

Chama a atenção a diferença de postura entre Lula da Silva e Jair Bolsonaro em relação a esse naco do eleitorado brasileiro. Lula da Silva é católico, mas sempre alimentou respeito pelos evangélicos, sem qualquer necessidade de parecer “terrivelmente” evangélico, participar de culto ou se submeter a pressões do segmento. Jair Bolsonaro, ao contrário, tenta parecer “terrivelmente” evangélico, participa de cultos e fica “pianinho” quando é repreendido pública e grosseiramente por figuras inacreditáveis como o pastor paulistano Silvio Malafaia.

Esse levantamento do Datafolha mostra que o mundo evangélico vai muito além dos nas Universais da vida.

 

Osmar Filho prepara lastro para tentar a Assembleia Legislativa

Osmar Filho

Os movimentos mais recentes indicam que nomes expressivos da Câmara Municipal de São Luís tentarão cadeira na Assembleia Legislativa. A pré-campanha mais visível é, de longe, a do presidente da Casa, vereador Osmar Filho (PDT). Linha de frente do projeto de candidatura do senador pedetista Weverton Rocha ao Governo do Estado, o vereador-presidente da Capital vem intensificando ações políticas em São Luís e em diversos municípios, com atuação forte inclusive em São José de Ribamar e em Imperatriz, onde esteve há pouco tempo em visita política. Na rotina da Câmara, o presidente vez por outra tem recebido a visita de colegas seus do interior. Essas visitas, segundo fonte com trânsito no Palácio Pedro Neiva de Santana, estão acontecendo com frequência cada vez maior.

São Luís, 14 de Maio de 2021.

Pesquisa Datafolha aponta virada de Lula sobre Bolsonaro e reforça posição de Dino no Maranhão

 

Datafolha: Lula da Silva vence  Jair Bolsonaro num pleito sem chance para Sérgio Moro, Ciro Gomes, João Doria, Luciano Huck, Henrique Mandetta e João Amoêdo

A primeira pesquisa Datafolha sobre a corrida presidencial depois que o ex-presidente Lula da Silva (PT) politicamente reabilitado, com direito de votar e ser votado, sinaliza com clareza que o líder petista volta com grande força e com poder de fogo para voltar ao Palácio do Planalto. O quadro encontrado pelo Datafolha é o seguinte: se a eleição fosse agora, Lula da Silva bateria Jair Bolsonaro no 1º turno, com 41% dos votos contra 23%, aparecendo na sequência Sérgio Moro (sem partido) teria 7%, Ciro Gomes (PDT) 6%, Luciano Huck (sem partido) 4%, João Doria (PSDB) 3% e Henrique Mandetta (DEM) e João Amoêdo (Novo) 2%. No 2º turno, Lula da Silva liquidaria a fatura com 55% votos contra 32% de Jair Bolsonaro. O levantamento encontrou também 9% de eleitores que não votarão em ninguém e 4% que se apresentaram como indecisos. O Datafolha ouviu 2.071 pessoas em 146 municípios, de forma presencial, entre terça e ontem.

As primeiras informações, levantadas ontem à noite, deram conta de que a pesquisa caiu como uma bomba no 3º andar do Palácio do Planalto e nos principais gabinetes políticos de Brasília. Sua repercussão começou pouco antes da desastrada intervenção do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) na CPI da Covid, onde, em meio a um verdadeiro bombardeio contra o Governo, atacou adversários e chamou o relator, Renan Calheiros (MDB-AL) de “vagabundo”, num lance revelador do grau de tensão que tomou de conta da família presidencial. A leitura dos números do Datafolha deve agravar ainda mais o clima político em Brasília, já que a previsão de analista é que o presidente agrave muito mais o clima de confronto com a CPI, podendo redirecionar suas baterias verbais para o ex-presidente.

Os números do Datafolha fortalecem a tendência, já desenhada por outros levantamentos menos confiáveis, de que a corrida presidencial está polarizada entre o presidente e o ex-presidente, não sobrando mais espaço para a chamada “terceira via”, preconizada por líderes politicamente equilibrados, como o governador Flávio Dino (PCdoB), por exemplo. Os demais aspirantes, como o lesa-magistratura Sérgio Moro, o incontrolável Ciro Gomes, o ‘nada a ver’ Luciano Huck, o ‘bom moço’ João Doria, o ‘salva-vidas’ Henrique Mandetta e o liberalíssimo João Amoêdo somaram minguados 22%, o que expressa a quase impossibilidade de um deles vir a se tornar párea para os dois líderes.

O recado da pesquisa Datafolha produzirá reflexos fortes no tabuleiro político do Maranhão, que começa a ganhar forma.  Primeiro fortalecendo o governador Flávio Dino (PCdoB) na tendência de aliança em torno da candidatura do ex-presidente Lula da Silva, consolidando a caminhada do líder maranhense na busca da cadeira de senador, arquivando definitivamente o projeto de disputar o Palácio do Planalto. Ao mesmo tempo, o fortalecimento de Lula da Silva na corrida presidencial reforça a posição do governador Flávio Dino no sentido de construir a unidade da aliança partidária que lidera em torno de uma candidatura à sua sucessão, já que o senador Weverton Rocha (PDT) e o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), postulantes ao Governo, terão pouco suporte na corrida presidencial.

Por outro lado, a tendência mostrada pela pesquisa, fragiliza ainda mais os bolsonaristas, como o senador Roberto Rocha (ainda sem partido) e a prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge (ainda no PSDB), que por via diversas e inconsistentes, têm se esforçado para passar a impressão de que o bolsonarismo tem algum futuro no Maranhão. O problema é que, em pesquisas anteriores, nas quais o presidente aparecia com chance de reeleição, nenhum deles apareceu com alguma chance nas disputas majoritárias no estado. Pela lógica – que em política pode ser contrariada -, a perda de fôlego de Jair Bolsonaro em relação à reeleição tende a diminuir ainda mais suas possibilidades nas próximas eleições.

A pesquisa trouxe à tona o cenário momento, mas com indicação de que esse retrato é uma tendência forte.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Comissão realiza hoje nova escuta para atualizar legislação ambiental

Fernando Barreto recebe de Othelino Neto ato que criou a Comissão de Juristas

A Comissão de Juristas que trabalha na elaboração do projeto de atualização do Código de Proteção do Meio Ambiente do Maranhão e da legislação ambiental do estado realiza hoje a segunda escuta pública, por meio da qual especialistas e até mesmo o cidadão comum podem colaborar com sugestões, de modo que a sociedade civil seja integrada ao esforço da Assembleia Legislativa para modernizar as leis que protegem os biomas maranhenses.  Ontem, o presidente da Comissão de Juristas, promotor Fernando Barreto (Meio Ambiente), apontou as escutas oportunidades essenciais neste momento em que o cuidado com o meio ambiente é tema de debates no mundo inteiro. “Se alguém tinha dúvidas da relevância da questão ambiental, as mudanças climáticas estão aí para provar o contrário. As nossas limitações são reflexos de consequência do nosso tratamento com a natureza. Por isso, a nossa relação com o meio ambiente precisa ser repensada”, pontuou.

Criada em Fevereiro pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Filho (PCdoB), a Comissão de Juristas é formada por 13 membros-representantes dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, do Ministério Público, da OAB/MA, da sociedade civil e especialistas na área ambiental. Na escuta de hoje será debatida a Política Estadual de Resíduos Sólidos e Estímulos Legais, temas de importância vital para os municípios maranhenses que ainda não implantaram políticas de tratamento de resíduos sólidos e ainda convivem com lixões.

A Comissão de Juristas tem prazo de 180 dias para entregar a Assembleia Legislativa a minuta de um projeto de atualização de toda a legislação ambiental maranhense.

 

Morre a educadora e ex-vereadora Simone Macieira

Simone Macieira com o filho Mário Macieira

Morreu ontem, vítima do novo coronavírus, a ex-vereadora Simone Macieira, uma referência na vida de São Luís nas últimas décadas. Educadora de renome, Simone Macieira exerceu vários cargos relevantes como profissional, entre eles o de delegada do Ministério da Educação no Maranhão, o de diretora geral da Biblioteca Benedito Leite e o de presidente do braço maranhense do Sebrae.

Simone Macieira foi politicamente ativa, desde a adolescência. Sua politização estava principalmente no fato de ser filha da médica e militante comunista Maria Aragão, que fez história dedicando a vida prestando atendimento médico a necessitados e mulheres e atuando na defesa dos oprimidos, tendo sido uma das principais referências na luta contra a ditadura. Simone Macieira elegeu-se vereadora em São Luís no pleito de 1988, candidata pelo PCdoB. Na Câmara Municipal, manteve suas posições em defesa de causas nobres.

Simone Macieira foi casada com o economista Roberto Macieira, ele também uma das referências da sua geração, e que como o pai, Carlos Macieira, foi prefeito nomeado de São Luís no início dos anos 80, gestão à qual ela prestou decisiva colaboração. Deixa filhos, entre eles o advogado Mário Macieira, ex-presidente da OAB-Maranhão, e netos.

São Luís, 13 de Maio de 2021.

Codevasf pode se transformar num explosivo foco de investigação

 

Celso Dias com Jair Bolsonaro e Aluísio Mendes na posse na Codevasf do Maranhão

Demorou, mas aconteceu, e o desfecho poderá ser surpreendente, se não vexatório para o Maranhão. Matéria forte publicada na edição de Domingo (09) do jornal O Estado de S. Paulo mostra que a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), criada como um instrumento de desenvolvimento para a região de influência do Velho Chico e rebatizada Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba, é uma bomba cuja explosão, se vier a acontecer, causará estragos de proporções imprevistas na malha política que alcança milhões e milhões de quilômetros quadrados, aí incluídos os 331 mil nos quais se encontram os 217 municípios maranhenses.

Com a mudança, o raio de ação geopolítico chega ao distante Amapá, e teve seu rico e cobiçado orçamento excepcionalmente reforçado, e como não poderia deixar de ser, esse mamute federal é agora apontado como um bolsão de manipulação política controlado pelo Centrão e que, por via de consequência, um foco de corrupção. Nesse contexto, o braço da Codevasf no Maranhão, que anualmente faz jorrar dezenas e dezenas de milhões de reais em pequenos projetos – que vão desde a distribuição de kits de irrigação para pequenos produtores até tratores e projetos de construção de barragens -, já teve vários controladores.

No Maranhão, como em todos os estados em que está presente, o braço da autarquia federal é controlado por um padrinho, que entre outras “prerrogativas”, detém o poder de indicar o superintendente regional, via de regra burocrata experiente, que sabe como a poderosa engrenagem funciona. Atualmente, o patrono da Codevasf no Maranhão é o deputado federal Aluísio Mendes (PSC), responsável, como manda a regra, pela indicação do atual superintendente regional, Celso Adriano Costa Dias. Antes de assumir o cargo, foi secretário parlamentar do gabinete do deputado Aluísio Mendes em Brasília.

Sua condição de autarquia que funciona como peça ativa da gigantesca engrenagem federal nos estados, financiando projetos os mais diversos, grande parte de natureza comunitária, por meio de prefeituras, faz da Codevasf um órgão público com grande capilaridade e, por isso mesmo, com imensurável poder político. Sua relação é direta com prefeitos, intermediada por senadores, deputados federais e deputados estaduais, formando uma cadeia orgânica hierarquizada e eficiente.

Para se ter ideia do poder de fogo político da Codevasf, em quatro dias da última semana de Fevereiro, conforme está documentado – não existem registros de Março e Abril -, o superintendente no Maranhão recebeu 18 prefeitos, três ex-prefeitos, dois vereadores, dois ex-vereadores, dois deputados estaduais, dois deputados federais, dois ex-deputados estaduais, um assessor de deputado federal e dois assessores de senadores. Todos tratando da liberação de recursos para municípios, a maioria devidamente articulada por senadores e deputados federais.

Essa engrenagem monumental, que movimenta bilhões de reais por ano e funciona como um poderoso motor político-eleitoral, está transformada no alvo de uma investigação cujo desfecho é absolutamente imprevisível, segundo o que está sendo sinalizado em Brasília e na imprensa. O ponto de partida é o chamado “orçamento paralelo”, por meio do qual o Governo do presidente Jair Bolsonaro criou e colocou em operação um esquema para privilegiar seus aliados com a liberação de recursos, deixando de fora os não alinhados e adversários.

A reportagem do Estadão não trouxe qualquer informação sobre eventuais desvios nos recursos aplicados pela Codevasf no Maranhão por meio da cadeia de intermediação política. Mas não deixa dúvida de que a companhia se encontra situada no epicentro do “orçamento paralelo” e será um alvo duramente bombardeado por denúncias nos próximos tempos. Já há até parlamentar falando em CPI para investigá-la.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Assembleia aprova MPs com medidas de combate a estragos causados pela pandemia

Othelino Neto, com Roberto Costa (MDB), comandou a sessão que aprovou as MPs

A Assembleia Legislativa consolidou ontem duas providências do governador Flávio Dino (PCdoB) para reduzir os estragos sociais e econômicos causados com a avassaladora chegada do novo coronavírus no Maranhão. Por unanimidade, os deputados aprovaram as Medidas Provisórias 352/2021 e 344/2021. A MP 352, com validade até 31 de Dezembro deste ano, isenta do pagamento de ICMS as operações com mercadorias necessárias às medidas de prevenção ao contágio e enfrentamento da pandemia da Covid-19, como vestuários de proteção, gel antisséptico à base de álcool etílico 70%, respiradores, ventiladores médicos, kits de teste para Covid-19, bem como medicamentos destinados ao tratamento da doença.

Já a MP 344 altera a MP 341/2021 incluindo cantinas e estabelecimentos congêneres do ramo de serviços de alimentação como beneficiários do Auxílio Emergencial no valor de R$ 1 mil, pago pelo Governo do Maranhão. Esses serviços estão suspensos por medidas sanitárias de combate ao novo coronavírus.

 

Redes de TV apuram mal e minimizam trajetória de Sarney Filho no Ministério do Meio Ambiente

Sarney Filho teve trajetória minimizada em redes de TV

Os telejornais de âmbito nacional cometeram ontem o que se pode chamar de injustiça para com o ex-deputado federal pelo Maranhão e atual secretário de Meio Ambiente do Distrito Federal, Sarney Filho (PV). A derrapagem ocorreu nas reportagens em que abordaram a carta assinada por nove ex-ministros de Meio Ambiente contra o projeto de lei que extingue a exigência de licença ambiental para projetos de grande investimento, como barragens, rodovias, fábricas, entre outros, já em pauta na Câmara Federal. Um dos assinantes da carta, Sarney Filho é identificado apenas como tendo sido ministro do Meio Ambiente do Governo Michel Temer (MDB). Na verdade, antes do Governo Temer, ele comandou o Ministério do Meio Ambiente no segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o que o torna o brasileiro que mais tempo permaneceu à frente daquele ministério até aqui. E com a autoridade de ter sido um dos fundadores da Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso Nacional ainda nos anos 80 do século passado. Por razões óbvias, pelo menos a Rede Globo poderia ter apurado melhor a trajetória do ex-ministro, visto por muitos como um dos mais eficientes no comando da pasta.

São Luís, 11 de Abril de 2021.

Flávio Dino avalia, com reflexão e cautela, se deve ou não mudar de partido

 

Flávio Dino estaria avaliando deixar o PCdoB e ingressar no PSB ou permanecer onde está

Os cenários políticos que estão sendo rascunhados no País e no Maranhão e podem ganhar forma na grande intensa e decisiva disputa eleitoral do ano vêm causando mudanças partidárias até pouco tempo improváveis. Nesse campo, que há pouco foi sacudido pela surpreendente e inesperada migração do vice-governador e candidato a candidato a governador Carlos Brandão do Republicanos para o PSDB, não será surpresa se daqui a algumas semanas o mundo político vier a ser assanhado com uma mudança partidária muito mais importante e explosiva, a do governador Flávio Dino. Até agora assunto de especulações e motivo de manifestações de lideranças partidárias interessadas no passe do governador, a migração partidária dele parece estar se tornando possível. Isso quer dizer que, por maior que sejam o seu envolvimento e a sua lealdade para com o PCdoB, do qual é hoje o quadro mais destacado, Flávio Dino encontra-se, de fato, avaliando a possibilidade de mudar de partido. E deve bater o martelo até Setembro, como manda a legislação, que exige pelo menos um ano de filiação partidária a quem quiser disputar voto. Ele é pré-candidato ao Senado.

Deixar o PCdoB não é fácil para Flávio Dino, como também não é simples definir um novo rumo partidário. O governador nasceu político nas fileiras do PT, mas mantendo relações próximas com o PCdoB desde a sua militância no Movimento Estudantil. Foi pela legenda comunista que disputou todas as eleições das quais participou até aqui, colhendo amargando insucessos e colhendo vitórias. Nesse período, vem trabalhando duro para fortalecer o partido no Maranhão e fora dele, preocupado com a sua transformação em “sigla fantasma” se não eleger deputados federais suficientes para vencer a draconiana cláusula de barreira. No momento, todas as avaliações indicam que o PCdoB dificilmente sobreviverá às eleições do ano que vem. A importância de Flávio Dino hoje para o PCdoB é tamanha, que já lhe fizeram até apelos para que se candidate a deputado federal, e assim “puxar” candidatos do partido, facilitando suas eleições.

Por outro lado, sua permanência no PCdoB trava-lhe a própria caminhada como um líder importante falando por um partido rico em tradição, mas sem força política e eleitoral. Torna-se cada vez mais complicado para o governador avançar no seu discurso como expoente de uma esquerda moderna, democrática, tendo como emblemas a foice e o martelo, que hoje representam o que há de mais conservador na seara ideológica. O pensamento político de Flávio Dino se encaixa exatamente numa sociedade aberta, com espaço para todas as vertentes, num ambiente civilizado de tal modo que possa comportar alianças reunindo centro-direita, centro, centro-esquerda e esquerda democrática, como a que ele construiu no Maranhão.

O político Flávio Dino, com a importância que alcançou, poderia tranquilamente se filiar ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), uma agremiação que vem sabendo se conduzir na confusa realidade partidária nacional, sem abrir mão de princípios de natureza socialista. Ou no Partido Democrático Trabalhista (PDT), onde poderia contribuir decisivamente para recolocar a agremiação nos trilhos imaginados por Leonel Brizola, Neiva Moreira e Jackson Lago no célebre encontro de Lisboa, no início dos anos 80 do século passado. Dos dois, não há dúvida de que o caminho mais adequado no momento seja o PSB, cujas lideranças têm feito acenos e mais acenos na sua direção, oferecendo-lhe até mesmo a vaga de candidato a presidente da República, ou a de vice numa composição com o PT, por exemplo.

Como é possível observar, o governador do Maranhão, que vem ganhando reconhecimento nacional como gestor – com destaque para o desempenho do seu Governo contra o novo coronavírus – e como articulador político de ponta, encontra-se entre a cruz e a espada, avaliando as opções, para tomar uma decisão em breve. Poderá também surpreender decidindo permanecer no PCdoB, determinado a fazer o que estiver ao seu alcance para salvar o partido da inclemência da cláusula de barreira, e modernizá-lo. De preferência como senador da República, onde, é possível prever, terá um desempenho superlativo, como tem sido sua trajetória política até aqui.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Reportagem da Folha repetiu tudo o que já fora dito sobre cenário político do Maranhão

Disputa entre Carlos Brandão e Weverton Rocha é assunto destacado na Folha

O jornal Folha de S. Paulo publicou neste Sábado (08), extensa reportagem sobre o cenário político do Maranhão. Na verdade, reproduziu, com a maquiagem adequada, tudo o que fora dito na imprensa maranhense – incluindo esta Coluna – sobre as posições do governador Flávio Dino na agitada corrida sucessória estadual e no movimentado tabuleiro da política nacional.

Tratou das investidas do ex-presidente Lula da Silva para fisgar o apoio do governador Flávio Dino, do ex-presidente José Sarney (MDB) e do senador Weverton Rocha (PDT) ao seu projeto de levar o PT novamente ao poder central. E especulou, de maneira eficiente, sobre a corrida sucessória estadual entre o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e o senador Weverton Rocha.

Sobre Carlos Brandão, chutou afirmando que “alguns” membros da cúpula nacional do PT lhe fariam restrições por haver ele se filiado ao PSDB. O chute foi para o espaço quando o deputado estadual petista Zé Inácio, que é do grupo mais próximo de Lula da Silva, disse que não haverá qualquer problema se declarar apoio ao ex-presidente, o que é lógico. Já em relação a Weverton Rocha, insinuou que se o encontro do senador com Lula da Silva tiver desdobramentos, Ciro Gomes, pré-candidato presidencial pedetista, poderá reagir duro. Afinal, é óbvio ululante que Lula tenta atrair Weverton Rocha para minar a candidatura de Ciro Gomes.

A reportagem da Folha mostrou com precisão a posição, os movimentos e as intenções do governador Flávio Dino nesse cenário. Mas nada além do que já havia sido publicado.

 

Prefeitos reeleitos de cidades importantes podem tentar vagas na Câmara Federal

Especulação: Assis Ramos, Eric Silva e Fábio Gentil podem disputar a Câmara Federal

As especulações sobre quem será quem nas eleições proporcionais do ano que vem estão correndo soltas. Pelo menos três prefeitos de grandes cidades estariam se preparando para disputar cadeiras na Câmara Federal. Um deles seria o delegado de Polícia Assis Ramos (DEM), reeleito para comandar Imperatriz por mais quatro anos, que estaria avaliando seriamente a possibilidade de passara bola para o vice e tentar se mudar para Brasília em Janeiro de 2023. Outro seria o atual prefeito reeleito de Balsas, o médico Eric Silva (PDT), que estaria avaliando se valeria a pena deixar o comando daquele município para arriscar um mandato federal. Fala-se ainda no prefeito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos), que estaria precisando mudar de ares por causa de perdas familiares e para cuidar da própria saúde. Como foi dito no início, são especulações.

São Luís, 09 de Maio de 2021.