Arquivos mensais: julho 2020
Apoiado pelo PDT, Neto Evangelista (DEM) tem forte base política, mas precisa superar obstáculos
A corrida para a Prefeitura de São Luís reúne aspirantes com diferentes perfis. Há os que têm fôlego próprio, como o deputado federal Eduardo Braide (Podemos) e o deputado estadual Duarte Júnior (Republicanos), os que se enquadram em searas ideológicas, como o deputado federal Bira do Pindaré (PSB) e o professor Franklin Douglas (PSOL), os que têm suporte partidário, como o deputado federal Rubens Júnior (PCdoB) e a deputada estadual Detinha (PL), entre outros casos. Nesse tabuleiro, no entanto, um candidato se movimenta até aqui como o detentor do maior suporte político e partidário mobilizado entre os pretendentes ao comando político e administrativo da Capital: o deputado estadual Neto Evangelista (DEM). Além do seu partido, o parlamentar conta com apoio assumido e efetivo do PDT, tem o aval de várias lideranças importantes, como o senador Weverton Rocha, presidente estadual do PDT, e o apoio declarado da deputada Mical Damasceno (PTB), com forte influência em segmentos evangélicos.
Neto Evangelista é jovem, mas com uma trajetória consolidada de militante adulto. Está no terceiro mandato de deputado estadual. Cresceu à sombra do pai, o deputado João Evangelista, político experiente e bem-sucedido herdou-lhe os votos e as responsabilidades, e até aqui tem sabido manter o legado com uma carreira vitoriosa, apesar de tropeços como o de 2012, quando, então no PSDB, tombou como candidato a vice-prefeito na chapa do prefeito João Castelo (PSDB), na malograda tentativa de reeleição, disputa vencida pelo então jovem deputado federal Edivaldo Holanda Júnior (PTC). Fora isso, sua carreira tem sido a de um político atuante que sabe onde quer chegar, é um articulador traquejado, que costuma dar passos certos, como a migração do PSDB para o DEM, onde ganhou o aval do presidente regional, deputado federal Juscelino Filho, e do chefe nacional, o prefeito de Salvador, ACM Neto.
Com movimentos bem traçados, que incluem a manutenção de um bom relacionamento com o Palácio dos Leões, Neto Evangelista tem sabido construir um projeto de candidatura lastreado por uma ampla e forte base política. Seu maior suporte é o PDT, onde o presidente Weverton Rocha, na falta de um nome de peso para motivar uma candidatura própria do partido, articulou o apoio do partido em São Luís, onde está sua maior força e seus líderes mais ativos. Já lhe declararam apoio os vereadores pedetistas Osmar Filho, presidente da Câmara, Ivaldo Rodrigues, Raimundo Penha e Pavão Filho, todos com sólidas bases eleitorais na Capital. Conta também com o incentivo do deputado Othelino Neto (PCdoB), presidente da Assembleia Legislativa, e pode até mesmo vir a receber o apoio do MDB, uma vez que mantém boas relações com o principal articulador do partido, deputado estadual Roberto Costa.
Para turbinar seu projeto de chegar ao Palácio de la Ravardière, Neto Evangelista enfrenta dois problemas. O primeiro é o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), cujo silêncio sobre o assunto indica com clareza que não simpatiza com o apoio do seu partido ao candidato do DEM. O outro é o seu desempenho ainda pouco animador nas pesquisas sobre as preferências do eleitorado. Em relação ao prefeito Edivaldo Holanda Júnior, é pouco provável que ele venha declarar-lhe apoio, já que sua inclinação é no sentido de apoiar o candidato a ser apoiado diretamente pelo governador Flávio Dino. A sua posição nas preferências do eleitorado poderá ser melhorada quando a campanha começar para valer. Para ele, o importante agora é fortalecer o aval do seu partido e o do PDT, que são as bases da sua candidatura.
O deputado Neto Evangelista não parece se intimidar com os problemas, provavelmente por acreditar que poderá mudar sua posição nesse cenário. Esse estado de ânimo foi demonstrado ontem, ao receber o apoio da deputada Mical Damasceno, que poderá significar o apoio do PTB, que também tem uma fatia do eleitorado de São Luís.
PONTO & CONTRAPONTO
Segundo na corrida, Duarte Júnior provoca embate com Eduardo Braide
Segundo colocado na preferência do eleitorado, segundo a pesquisa Prever sobre a corrida eleitoral em São Luís, Duarte Júnior, pré-candidato do Republicanos, decidiu provocar o líder disparado na corrida, Eduardo Braide (Podemos), para um embate direto. Duarte Júnior sabe que se a situação se mantiver nesse patamar, será ele o principal adversário de Eduardo Braide, e joga com inteligência ao provocá-lo para o confronto. Experiente nesse jogo, Eduardo Braide sabe que esse embate vai acontecer, mais cedo ou mais tarde, porque não há como vivenciar uma campanha na Capital sem um confronto, ainda que ele aconteça nos debates.
O líder nas pesquisas certamente avalia que entrará num jogo muito perigoso se partir para o ataque ao Governo Flávio Dino, que tem a aprovação de 65% da população da Capital, o mesmo acontecendo com o prefeito Edivaldo Holanda Júnior, que também está bem colocado no conceito do eleitorado ludovicense. Se decidir partir para o discurso agressivo, Eduardo Braide terá de se municiar de bons argumentos, pois corre o risco de cometer erros e atirar no pé.
Duarte Júnior tem faro político e sabe que dificilmente consolidará sua posição de principal adversário do candidato do Podemos se mantiver postura cautelosa. É ciente também de que não pode partir para a agressão gratuita e rasteira, sob pena de se tornar apenas um provocador, o que parece não ser o seu caso.
Ninho dos tucanos está dividido em relação à candidatura de Wellington do Curso
É verdade que já foram dadas declarações indicativas de que o deputado estadual Wellington do Curso, que tem bom desempenho nas pesquisas, será o candidato do PSDB na corrida à Prefeitura de São Luís, mas é verdade também que dentro do ninho dos tucanos a candidatura do parlamentar não é ainda fato consumado. Há vozes tucanas que defendem o projeto eleitoral de Wellington do Curso, mas há também uma banda que prefere o PSDB engajando-se numa aliança com Eduardo Braide, de preferência indicando o candidato a vice-prefeito. Uma fonte do partido acha que o senador Roberto Rocha, que tem poder máximo de decisão, está dividido, ora inclinado a turbinar a candidatura de Wellington do Curso, ora tendendo a rifar esse projeto e jogar todo o peso do partido no apoio ao candidato do Podemos. Segundo a mesma fonte, o senador Roberto Rocha não quer cometer erros em São Luís.
São Luís, 08 de Julho de 2020.
Aprovação ampla do Governo Dino em São Luís e Imperatriz vai muito além de uma avaliação do momento
Pesquisa feita pelo instituto Exata e publicada na edição de Domingo do Jornal Pequeno informa: 65% dos ludovicenses aprovam o Governo Flávio Dino, contra 32% que não aprovam e 3% que não responderam; e 69% dos imperatrizenses o aprovam, contra 28% que não aprovam e 3% que não responderam. Esses números colocam o governador Flávio Dino (PCdoB) num patamar diferenciado em relação aos governantes mais recentes do Maranhão, e também entre os governadores dos demais estados, especialmente os que, como ele, foram reeleitos em 2018, estando portando, há 66 meses no comando dos seus estados. A avaliação largamente positiva do governador maranhense nos dois centros politicamente mais Flávio Dino é e tradicionalmente mais críticos em relação aos governantes, especialmente num momento como o atual, em que a atuação do Governo estadual é pesada e medida ao sabor dos graves e inusitados acontecimentos produzidos pela pandemia do coronavírus, chama a atenção. Mais do que isso, impressiona, principalmente se comparada, por exemplo, à avaliação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que há 18 meses no cargo vê seu prestígio pulverizado em seguidas quedas nas avaliações.
Flávio Dino é um governante diferenciado. A começar pelo fato de que passados quase 1.990 dias no cargo, ele mantém rigorosamente o discurso da campanha para a primeira eleição e cumpre, com muito pouca alteração, os compromissos que assumiu no discurso de posse feito na noite de 1º de Janeiro de 2015. Naquele momento, o novo governador anunciava o fim de um ciclo e o início de outro ciclo na política maranhense, e a mudança incluía, sobretudo, uma transformação nos modos e nos objetivos da governança. O compromisso básico foi “governador para o povo”, realizando uma gestão de viés social como nunca ocorrera no Maranhão, com foco em educação, saúde, segurança pública, assistência social nos seus mais variados aspectos, atenção para com a juventude, cuidados com os mais carentes, programas de segurança alimentar, combate à pobreza. Isso sem deixar de lado o outro viés: cuidar da cultura, investir em infraestrutura e incentivar as atividades econômicas.
Outro aspecto importante no perfil do atual Governo do Maranhão: transparência. Nesses cinco anos e meio não há um caso de desvio que tenha colocado o governador ou qualquer secretário na rota dos escândalos de corrupção que aqui e ali estouram Brasil a fora. Todos os gastos, sejam para bancar despesas com a máquinas e com as áreas de atendimento, sejam os destinados a custear investimentos, são objeto de um férreo controle, que não permite qualquer aventura fora dos trilhos. As informações sobre desempenho fiscal e o cumprimento orçamentário estão no Portal da Transparência. Até aqui, os raros rumores sobre pontos fora da linha reta da correção do atual Governo perderam logo sentido, exatamente por serem factoides.
A explicação para a aprovação elevada numa população exigente e politicamente independente como a de São Luís começa com o fat0o de que Flávio Dino não desembarcou na seara político. Se preparou, delineou um projeto de poder, criou as condições para colocá-lo em prática, correndo todos os riscos de fracasso, mas soube se movimentar, ocupou os espaços, desafiou o status quo vigente, expôs suas pretensões com clareza e, tendo ganhado a oportunidade, dedicou-se ao cumprimento dos compromissos assumidos no seu discurso de campanha. O prestígio que desfruta, mais do qualquer jogo de encantamento populista, vem da credibilidade que conquistou cumprindo o prometido. Essa relação que construiu com a sociedade desarmou seus adversários, inibiu a montagem de armadilhas, mas não seduziu 32% de ludovicenses que trilham por outros caminhos, dando gás à saudável disputa política que garante o vigor da democracia.
O bem-sucedido enfrentamento da pandemia reflete a base construída ao longo dessas mais de 260 semanas de gestão. Ontem, ao comentar a aprovação do Governo Flávio Dino em São Luís e Imperatriz, o secretário de Comunicação e Articulação Política, Rodrigo Lago, resumiu: “É a população reconhecendo que o governo soube bem enfrentar essa pandemia e, mais do que isso, vem ao longo dos últimos cinco anos revolucionando as políticas públicas no Maranhão”. É isso.
PONTO & CONTRAPONTO
Duplicação da BR-135: além da restauração, cabe uma investigação séria sobre o que foi gasto
Políticos ligados ao Governo do presidente Jair Bolsonaro, como o senador Roberto Rocha (PSDB), por exemplo, estão comemorando o trabalho do braço construtor do Exército na recuperação do trecho duplicado da BR-135 entre o Estreito dos Mosquitos e Bacabeira. Tudo bem. Nada contra. Muito ao contrário. Se é para resolver, que sejam os homens de verde e suas máquinas, servidores públicos considerado bons no que fazem, e que, até onde a vista alcança, não atuam por apadrinhamento.
Os mesmos poderiam tomar outra iniciativa, essa tão importante quando as obras de restauração em andamento: pedir uma perícia técnica de alto nível, isenta, via Ministério Público Federal, e se possível contratando uma consultoria especializada e independente, para que se possa saber quem elaborou o projeto, quem contratou e quem realizou aquela duplicação, como foi realizada e quanto custou a obra. Há cálculos que apontam R$ 300 milhões, outros que somam R$ 500 milhões, havendo também os que sugerem que pelo menos R$ 1 bilhão passaram pelo charco viário do Campo de Perizes e alçaram voo rumo ao desconhecido.
A chave desse caso, que se devidamente investigado pode ganhar forma de um escândalo de grandes proporções, está no Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte, o famoso DNIT.
PV pode ter o apoio do MDB, mas a negociação será ampla e complicada
Pré-candidato a prefeito de São Luís pelo PV, o deputado estadual Adriano Sarney volta suas atenções para o MDB, partido que abriga as forças remanescentes do Grupo Sarney e que se prepara para participar das eleições na Capital com uma chapa forte de candidatos a vereador e, dependendo do contexto, com candidato próprio à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) ou participando de uma aliança indicando o candidato a vice. O projeto de Adriano Sarney se encaixa como uma luva na perspectiva do MDB, e a lógica política sugere que esses interesses se completam. Mas não é bem assim. Entre o MDB de agora e o PV de agora há um enorme fosso. As duas correntes do sarneysismo não se bicam, o que torna difícil a abertura de um diálogo que apare arestas e abra caminho para um entendimento nessa corrida eleitoral. Um entendimento PV/MDB passa necessariamente pela ex-governadora Roseana Sarney e pelo ex-deputado federal Sarney Filho – hoje politicamente radicado em Brasília -, pelo ex-senador João Alberto e pelo deputado estadual Roberto Costa. Se um deles disser “não”, não haverá acordo.
São Luís, 07 de Julho de 2020.
Agitada por pesquisa, corrida sucessória em São Luís poderá ser decidida pela influência de lideranças
A pesquisa Prever, a primeira realizada para medir o poder de fogo dos pré-candidatos à Prefeitura de São Luís em meio ao impacto da pandemia do novo coronavírus e após as mudanças no calendário eleitoral, com o adiamento das eleições para 15 de Novembro, colocou, de maneira muito clara, as cartas na mesa. Os números apontam liderança indiscutível e consistente do deputado federal Eduardo Braide (Podemos), com média de 44% em vários cenários, e mostram que a soma das preferências por candidatos oposicionistas supera com muita folga a soma por candidatos governistas, entre os quais o deputado estadual Duarte Júnior (Republicanos) é o mais bem situado, com 8,8% das intenções de voto. A pesquisa reflete os movimentos iniciais em direção às urnas, uma caminhada que vai durar pouco mais de quatro meses, tempo suficiente para que o cenário seja mantido ou radicalmente alterado. Não há como minimizar a liderança de Eduardo Braide neste momento, mas também não há como fixá-la como inalterável, feito um fato consumado.
No jogo que agora vai começar para valer, fatores decisivos vão ganhar forma e pautar os candidatos, e isso produzirá efeitos que podem mudar expressivamente a escala de preferências do eleitorado. O primeiro e decisivo fator será o posicionamento do governador Flávio Dino (PCdoB), dono de expressivo cacife político e eleitoral na Capital. Outro fator que influenciará fortemente a corrida será a movimentação do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) nesse tabuleiro. Além disso, não se pode subestimar, por exemplo, a influência da ex-governadora Roseana Sarney (MDB) sobre remanescentes da base sarneysista em São Luís, nem desconsiderar o rumo a ser tomado pelo presidente do PDT, senador Weverton Rocha, que inicialmente aposta numa aliança com o DEM em torno da candidatura de Neto Evangelista.
O posicionamento do governador Flávio Dino terá influência decisiva. Mesmo levando-se em conta a hipótese de ele não entrar de cabeça na disputa no primeiro turno, considerando que vários aliados participam da peleja eleitoral, o governador tem um partido, o PCdoB, e o seu partido tem um candidato, Rubens Júnior (média de 1,5% nos vários cenários), que já apoio de secretários de Estado e fechou a semana com o aval da senadora Eliziane Gama (Cidadania), que também lidera grupos de apoiadores na Capital. Aprovado por mais de 60% da população, segundo duas pesquisas recentes, Flávio Dino tem autoridade política para estimular o lançamento de candidaturas aliadas, mas tem também o direito político, no momento em que julgar mais adequado, buscar suporte eleitoral para o seu candidato, podendo inclusive se manter distante na medição de força do primeiro turno.
Com poder de fogo para influenciar fortemente parte do eleitorado na corrida à sua sucessão, o prefeito Edivaldo Holanda Júnior se mantém afastado do debate sucessório, mas demonstrando, pelo silêncio, que não assimilou o projeto do presidente do seu partido, senador Weverton Rocha, de abrir mão de lançar um candidato pedetista em favor de um nome do DEM. Não é possível ainda vislumbrar o desfecho desse racha no arraial brizolista. Mas qualquer avaliação, mesmo superficial, do imbróglio leva diretamente à conclusão de que sem o aval do prefeito, hoje bem avaliado e gozando de prestígio dos extratos da população já alcançados pela máquina de benefícios da prefeitura. Quem subestimar seu poder de fogo pode estar cometendo um grave erro político.
O mesmo se pode dizer da ex-governadora Roseana Sarney sobre o poder de influenciar eleitoralmente na Capital. O Grupo Sarney sempre perdeu eleições em São Luís, mas erra quem subestima o prestígio político e eleitoral da ex-governadora. Dona de uma obra estrutural gigantesca e com muito prestígio na base cultural da cidade, a ex-governadora pode se transformar num cabo eleitoral influente, mesmo levando em conta a conhecida rebeldia política e eleitoral ludovicense.
O jogo começou para valer, e nele Eduard Braide confirma a liderança apontada por pesquisas feitas antes da pandemia do novo coronavírus. Seu desafio agora será manter esse patamar, e sabe que todos os movimentos agora serão no sentido de implodir seu lastro e reduzir suas chances. E nesse jogo os líderes mais influentes terão papel decisivo.
PONTO & CONTRAPONTO
Eleição de Carlos Lula para o Conass foi prova de reconhecimento
Dois dias depois de eleito presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), em meio a uma crise causada pela renúncia do então presidente, Alberto Beltrame, secretário de Saúde do Pará e alvo de denúncia de desvio na compra de respiradores para leitos de UTIs para tratamento de Covid-19, o secreta de Saúde do Maranhão, Carlos Lula, desembarca hoje em Brasília para ter o seu primeiro encontro com o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello. Agora investido no comando do Conass, que entende ser o “maior desafio da minha vida”, Carlos Lula passa a ser o principal interlocutor dos Governos de Estado junto ao Governo Federal na área de Saúde, principalmente no que diz respeito ao tema dominante e mais sensível, a relação da União com os Estados na tensa questão do novo coronavírus.
Carlos Lula não foi eleito presidente do Conass por acaso. Ele era vice-presidente, assumiu a presidência com o afastamento do então presidente Alberto Beltrame, e imediatamente convocou uma assembleia virtual dos 27 secretários para decidir sobre o comando do Conselho. O resultado não surpreendeu. Carlos Lula foi eleito por larga maioria. A eleição foi o desdobramento natural da participação efetiva do secretário de Saúde maranhense no Conass, onde consolidou uma posição de reconhecimento e respeito dos colegas. Primeiro pelos ecos da arrojada política de Saúde colocada em prática pelo governador Flávio Dino. E depois pela eficiência com que o Governo do Maranhão vem enfrentando a pandemia do coronavírus.
Na reunião de hoje – que já estava agendada antes da eleição – Carlos Lula vai ter uma pauta mais extensa com o ministro interino Eduardo Pazuello. Isso porque, além dos assuntos relacionados com o Maranhão, vai tratar tamb0em dos problemas que ainda envolvem a luta contra a pandemia em todo o País.
Jair Bolsonaro se curva a um pastor boquirroto e não consegue escolher o ministro da Educação
A escolha do novo ministro da Educação está sendo uma demonstração cabal e definitiva de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não sabe governar, não está preparado para o cargo e não tem autoridade política para tomar decisões. O exemplo mais assombroso: o presidente manifestou simpatia por Renato Feder, secretário de Educação do Paraná, a quem chegou a convidar para o cargo. Mas, ao tomar conhecimento da inclinação presidencial, o controvertido pastor Silas Malafaia esturrou discordando, abrindo caminho para a patranha ideológica que segue o chefe da Nação disparasse contra o escolhido. Diante da inanição do presidente, o próprio Renato Feder declinou do convite, um caso raro na história da República.
Há 18 meses no poder, o presidente Jair Bolsonaro não disse ainda ao País qual o projeto de Educação do seu Governo. Primeiro escolheu para ministro um professor colombiano que nem português fala direito e em poucas semanas deu seguidas demonstrações de que não tinha a menor ideia do que fazer como ministro. Foi substituído por um aloprado, que cometeu uma estupidez atrás da outra para divertir e agradar ao chefe, e acabou sendo demitido e retirado às pressas do Brasil para não ser preso, ganhando uma sinecura no Banco Mundial, de onde muito provavelmente será catapultado em breve. E finalmente o presidente passou pelo vexame de ter de nomear e desnomear, em menos de 72 horas, um ministro com o currículo fraudado.
Agora, quem está dando as cartas é a chamada “ala ideológica”, comandada dos Estados Unidos por um astrólogo boca-suja metido a filósofo, que lidera uma milícia de terraplanistas que apoia o presidente. E não será surpresa se nas próximas 48 horas, por absoluta falta de autoridade do senhor Jair Bolsonaro, um general de cavalaria for convocado para tocar a Educação brasileira pelos próximos 30 meses.
São Luís, 06 de Julho de 2020.
Carlos Lula assume Conass, defende SUS e secretários que tomaram decisões contra pandemia
Não bastassem os desafios que encara diariamente para manter de pé e funcionando bem a megaestrutura hospitalar implantada em 90 dias e as ações de suporte para enfrentar a avassaladora invasão do novo coronavírus no estado, seguindo as orientações do governador Flávio Dino (PCdoB), o secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula, assumiu ontem, interinamente, a presidência do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Ascendeu em meio a uma forte crise no colegiado, causada pelo afastamento do presidente Alberto Beltrame, secretário de Saúde do Pará, suspeito de desvio numa rumorosa compra de respiradores para leitos de UTIs naquele estado. Carlos Lula assumiu também a gigantesca responsabilidade de trabalhar para aliviar a carga de tensão que vem se abatendo sobre os secretários estaduais por conta do avanço da Covid-19, das diferenças com o Governo Federal e da tendência de colar pecha de corruptos nos dirigentes da área de saúde.
Com a ascensão, Carlos Lula se tornou alvo da atenção da grande imprensa, o que lhe colocou de vez no cenário nacional, onde já vinha sendo apontado como uma referência no enfrentamento da pandemia. Numa entrevista à CNN, no final da tarde, assumiu a defesa dos seus colegas secretários estaduais de Saúde, que diante da pressão inicial da pandemia, tiveram de tomar decisões difíceis, umas ousadas, outras radicais, algumas controversas, na tentativa de montar as estruturas possíveis para combater o avanço do novo coronavírus. E sobre as suspeitas de corrupção no Pará e no Rio de Janeiro, Carlos Lula foi equilibrado: “Por parte dos secretários, a gente entende que todos os fatos devem ser apurados. Quem tiver cometido desvios e equívocos devem responder pelo que fizeram, mas nem todos devem ser colocados na mesma pecha, dizer que 27 secretários desviaram recursos e paralisar as atividades no Brasil inteiro. Os secretários tiveram de agir para conter a pandemia diante da inação do Governo Federal”.
Com a autoridade de comandar uma das mais bem-sucedidas frentes de combate ao coronavírus no País, tarefa que lhe vem consumindo 15 horas por dia, sem descanso, mesmo enfrentando a indiferença e, em certos momentos, até a hostilidade por parte de porta-vozes do bolsonarismo, Carlos Lula avisou que vai manter a linha de ação do Conass, que é defender o SUS a qualquer custo. E também mostrar que, por inação do Governo Federal, foram ao Governos estaduais, que assumiram a linha de frente do combate à pandemia. Admite que nessa guerra houve erros, equívocos e até mesmo desvios. Mas chama atenção para o fato de que nesse contexto tenso e conturbado, as investigações de suspeitas de desvios geraram um clima de instabilidade entre os secretários.
– O clima criado no País pelas investigações é de instabilidade. Ninguém mais vai querer ser gestor de saúde no País, porque sabe que depois vai ter de responder – assinalou. Para em seguida acrescentar: “As operações da PF beneficiam a quem não trabalhou no combate à pandemia. Não se pode simplesmente parabenizar a inação. Os gestores que nada fizeram estão sendo premiados. Eles não estão sendo acusados de nada. Eles simplesmente não compraram respiradores, não compraram testes, não criaram leitos”. E arrematou observando que a falta de apoio do Governo Federal causou erros na condução do isolamento social, na vigilância sanitária e na forma de retomada das atividades econômicas. “Muitas vezes os gestores tomaram decisões espremidos, porque não tinham o apoio do Governo Federal. Viam a absoluta necessidade de tomar decisões, porque se não tomassem, ficariam marcadas como pessoas que não fizeram nada pelo País; se tomassem, poderiam receber a pecha da corrupção”, concluiu.
Prova definitiva de que para ser um bom secretário de Saúde não precisa ser médico, o advogado Carlos Lula aprendeu, com competência indiscutível, onde pisar nessa seara, na qual desembarcou em abril de 2016, convocado pelo governador Flávio Dino, depois de ter colocado nos eixos a Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (EMSERH), foco de algumas operações nada republicanas. Ganha o registro de ser o primeiro maranhense a assumir a presidência interina do Conass, consciente de que o seu principal desafio será construir uma interlocução pragmática e eficiente com o general que comanda o Ministério da Saúde.
PONTO & CONTRAPONTO
Se confirmada, saída Ildon Marques pode agitar a disputa em Imperatriz
Se a decisão do TSE de cassar o registro da sua candidatura for mantida, como está sendo desenhada, além de perder os mais de 35 mil votos que recebera como candidato à Câmara Federal em 2018, o que lhe valeu a posição de terceiro suplente da coligação pela qual se candidatou, o ex-interventor e ex-prefeito de Imperatriz, Ildon Marques (PP), ficará de fora da disputa pela Prefeitura de Imperatriz. Fonte a ele ligada disse à Coluna que ele pode reverter essa decisão, mas a impressão geral é a de que, por ter sido uma decisão colegiada da instância superior da Justiça Eleitoral. Ontem mesmo, observadores da cena política de Imperatriz começaram a fazer projeções a partir da saída de Ildon Marques do páreo. Esse vácuo tornaria mais acirrada a disputa, que hoje favorece o deputado estadual Marco Aurélio (PCdoB), líder nas pesquisas de opinião. Proporciona também algum fôlego ao prefeito Assis Ramos (DEM) e injeta ânimo no ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), que segundo um desses observadores, começa a aparecer no cenário. Em tempo: Ildon Marques se tornou inelegível porque foi acusado de usar produtos da merenda escolar em cestas natalinas, quando foi interventor em Imperatriz.
Eduardo Nicolau e Othelino Neto reafirmam boa relação entre Legislativo e Ministério Público
O novo procurador geral de Justiça, Eduardo Nicolau, fez ontem uma visita de cortesia institucional ao presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB). Os dois trocaram impressões acerca do contexto político-jurídico do Maranhão, tendo os dois dirigentes reafirmado interesse em manter um relacionamento institucional produtivo, sem abrir mão da independência e da razão de ser do Ministério Público. “Estou aqui para saudar o presidente da Assembleia e os deputados queridos e dizer a eles que o Ministério Público mudou o seu gestor, mas a vontade sempre foi, e sempre será, de andar em parceria com a Assembleia Legislativa. Sei da disposição do presidente Othelino em trabalhar pelo Maranhão e vamos fazer uma grande rede para ajudar o nosso governador a melhorar, cada vez mais, a vida dos cidadãos maranhenses”, declarou Eduardo Nicolau, enfatizando a ideia de convivência harmônica entre os Poderes. Othelino Neto, por sua vez, declarou: “A sociedade é quem ganha com esse diálogo permanente e aberto, inclusive estabelecido pela nossa Constituição Federal e repetido na Constituição Estadual, que determina a harmonia e a independência. Com esse diálogo, cada um cumprindo com o seu papel constitucional, vamos fazendo com que o Maranhão sirva de exemplo para o Brasil. Desejo ao doutor Eduardo, que inicia essa importante missão, êxito na condução do Ministério Público, uma instituição fundamental na defesa dos interesses da sociedade”.
Não há registro recente de alguma rusga entre a Assembleia Legislativa e o Ministério Público no Maranhão.
São Luís, 03 de Julho de 2020.
Adiamento das eleições mexe com os projetos de candidaturas à Prefeitura de São Luís
A Câmara Federal completou ontem a batida de martelo do Senado da República e confirmou o adiamento das eleições municipais para 15 de Novembro, e 29 de Novembro onde houver segundo turno. As datas principais do calendário eleitoral foram também adiadas: as convenções partidárias para escolha de candidatos serão realizadas no período de 31 de Agosto a 16 de setembro, o registro de candidaturas ocorrerá até 26 de Setembro, e a propaganda eleitoral em rádio, TV e internet será iniciada em 27 de Setembro, um dia após o prazo para registro de candidaturas. Outras datas, digamos, burocráticas, do pleito foram alteradas para que todo o processo transcorra de modo a garantir a posse dos eleitos no dia 1º de Janeiro de 2021. Superado esse gargalo criado pela pandemia do novo coronavírus, os partidos têm agora o tempo necessário para maturar seus projetos, definir suas candidaturas e armar as alianças possíveis para viabilizá-las no eleitorado. Esse novo cenário pode alterar expressivamente a corrida para a Prefeitura de São Luís, em tese reduzindo as chances de alguns candidatos e criando melhores condições para que outras candidaturas ainda em processo de construção se viabilizem.
Qualquer análise fria e isenta certamente concluirá que o adiamento da corrida às urnas não favorece, por exemplo, o candidato do Podemos, Eduardo Braide, que hoje lidera a preferência do eleitorado, segundo todas as pesquisas divulgadas até aqui. Os levantamentos mais recentes indicaram queda nas suas intenções de voto, um processo previsível devido ao grande número de candidatos, alguns com peso e potencial de crescimento. Se a eleição fosse mantida para 4 de Outubro, Eduardo Braide teria condições de segurar parte da sua liderança, o que se tornará bem mais difícil com o adiamento de do pleito em 40 dias. No contrapeso, candidato do PCdoB, Rubens Júnior, que confirmou sua candidatura há pouco tempo e entra na briga com o suporte de vários partidos e com as ondas fortes do Governo do Estado e o prestígio inconteste do governador Flávio Dino (PCdoB), ganhou o tempo que precisava para fortalecer o seu projeto, que já começa a dar sinais de que pode se tornar uma candidatura robusta e decisiva.
A mudança da data das eleições favorece também o candidato do DEM, Neto Evangelista, à medida que o presidente do PDT, senador Weverton Rocha – que foi um dos principais articuladores da decisão no Congresso Nacional -, ganha o tempo que precisava para amarrar a aliança com o Democratas, inclusive acertando os ponteiros com o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), cujo silêncio sobre o assunto é interpretado como um recado claro e direto de que não está de acordo com a aliança. Nesse cenário, o candidato do PSB, Bira do Pindaré, ganha mais tempo para turbinar seu projeto arquitetando alianças à esquerda. Por outro lado, o candidato do Republicanos, Duarte Júnior, nada ganha com a mudança da data da eleição, exatamente por correr o risco de perder parte das suas bases de apoio nas redes sociais, que serão intensamente assediadas de agora por diante. Para ele, a data original seria mais vantajosa.
A mudança de data favorece claramente os Jeisael Marx (Rede), Yglésio Moises (PROS), Carlos Madeira (Solidariedade), Detinha (PL), Adriano Sarney (PV), Franklin Douglas (PSOL), Saulo Arcangeli (PSTU) e Wellington do Curso (PSDB). Sem grandes estruturas, eles ganham tempo para estruturar melhor suas campanhas e tentar convencer o eleitorado sobre a viabilidade dos seus projetos. Se vão conseguir, isso só se saberá quando as urnas se pronunciarem na noite do dia 15 de Novembro.
A alteração no calendário eleitoral poderá também ter reflexos importantes em Imperatriz, por exemplo, onde o prefeito Assis ramos (DEM), que sofre forte pressão de candidatos fortíssimos como deputado estadual Marco Aurélio (PCdoB), que já lidera a corrida, Ildon Marques (PP) e Sebastião Madeira (PSDB), ganha algum tempo para tentar redesenhar o cenário de uma derrota anunciada. Em São José de Ribamar, por seu turno, o adiamento do pleito favorece o prefeito Eudes Sampaio (PTB), que ganha mais tempo para consolidar sua posição numa disputa em que não tem um adversário de peso. Em Paço do Lumiar, comandos partidários terão mais um mês para desenrolar o nó cego que trava o futuro do prefeito afastado Domingos Dutra (PCdoB) e da prefeita em exercício Paula da Pindoba (Solidariedade).
PONTO & CONTRAPONTO
Dino propõe auxílio emergencial para micro e pequeno empreendedor; Maranhão perde arrecadação
O governador Flávio Dino vem criticando severamente as trapalhadas do Governo Federal em relação aos micro e pequenos empresários, que deveriam estar sendo apoiados, mas, ao contrário, milhares em todo o País encontra-se à mingua, quase falidos, situação que poderia estar menos dramática se os programas de crédito anunciados pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, tivessem sido efetivamente colocados em prática, livres do cipoal burocrático que os impede de atendê-los.
O governador do Maranhão sugere um auxílio emergencial para os micro e pequenos empreendedores, que respondem por quase metade do bolo econômico nacional.
Flávio Dino está convencido de que esse auxílio deve ser liberado pela União sem amarras, e deve ser depositado direto na conta das empresas, permitindo que os empresários empreguem esses valores no pagamento das suas contas mais imediatas, na aquisição de matérias primas e materiais e na manutenção dos empregos.
– A situação das micro e pequenas empresas é dramática. Havia uma ideia de que bastaria abrir o comércio que tudo ia voltar ao normal. Muita gente está descobrindo que não. Em vez de crédito, deveria ser criado um auxílio emergencial agora, já, para as micro e pequenas empresas – propôs Flávio Dino, durante conversa virtual que manteve recentemente com o ex-presidente Lula da Silva (PT), que concordou com a proposta.
O governador do Maranhão conhece os efeitos da paralisação da das atividades econômicas, principalmente dos pequenos empreendimentos, por causa da pandemia do novo coronavírus. O reflexo mais evidente está exatamente na queda de arrecadação de impostos, situação enfrentada pelos estados e municípios. Ontem, levantamento publicado pelo G1, portal do Sistema Globo, mostrou que de Janeiro para cá o Maranhão perdeu R$ 2,2 bilhões em arrecadação de impostos, tendo as perdas mais acentuadas nos meses de Março, Abril, Maio e Junho, um golpe violento na estabilidade fiscal do Governo maranhense.
PT pode lançar candidato ou se aliar ao PCdoB na corrida à Prefeitura de São Luís
Não existe ainda martelo batido sobre o assunto, mas nos bastidores da corrida sucessória ganha força o rumor segundo o qual o PT tende a participar da disputa em São Luís como parte da aliança que vier a ser construída pelo PCdoB em torno da candidatura do deputado federal Rubens Júnior, podendo até mesmo indicar o vice. Há, de fato, pressão da ala lulista do partido por candidato próprio, já tendo inclusive indicado o deputado Zé Inácio. Mas há também firme posição de outras correntes a favor de que o PT apoie o candidato do PCdoB e invista pesado numa chapa de candidatos a vereador. O adiamento das eleições para Novembro abre um período bem mais largo para que o partido tome posição em São Luís.
São Luís, 02 de Julho de 2020.
Jeisael Marx diz que disputa a Prefeitura para mudar “modelo arcaico” de administração de SL
São Luís tem um modelo de administração arcaico, superado, e que não mudará se os prefeitos continuarem sendo representantes das elites políticas. Quem tem essa concepção e está disposto a inverter o processo e mudar as regras do jogo é o jornalista Jeisael Marx, pré-candidato à Prefeitura de São Luís pelo Rede Sustentabilidade, partido de natureza ambientalista liderado nacionalmente pela ex-senadora Marina Silva. Por exigência da legislação eleitoral, Jeisael Marx se afastou ontem das atividades profissionais no braço maranhense da Band, onde apresentava a versão local do programa “Brasil Urgente”, e participação no programa “Ponto Continuando”, da rádio Mais FM. Vai agora se dedicar à gigantesca e desafiadora tarefa de convencer parte graúda dos quase 600 mil eleitores da Capital de que é o nome certo para suceder ao prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) no gabinete principal do Palácio de la Ravardière.
Embalado pela máxima segundo a qual “política não é carreira, é missão”, Jeisael Marx se coloca entre os candidatos enfatizando o diferencial de ser o único aspirante que se move por essa concepção. Coloca-se como uma espécie de outsider, à medida que enxerga nos outros candidatos – Duarte Júnior (Republicanos), Eduardo Braide (Podemos), Rubens Júnior (PCdoB), Neto Evangelista (DEM), Bira do Pindaré (PSB), Yglésio Moises (PROS), Wellington do Curso (PSDB), Detinha (PL), Franklin Douglas (PSOL), Carlos Madeira (Solidariedade), Saulo Arcangeli (PSTU) e Adriano Sarney (PV) – representantes da política convencional, que na sua perspectiva nada muda. “É todo mundo amarrado em partido, em família e em grupo. Eu sou o único candidato com perfil para fazer as mudanças administrativas que São Luís precisa”, sentencia, exibindo surpreendente convicção em relação à base da sua argumentação, que encara a política como missão, não como carreira.
Baixadeiro de origem, ludovicense por adoção, jornalista – milita no radicalismo e mantém um blog, Jeisael Marx entra na corrida sucessória como detentor de um bom lastro de conhecimento da cidade de 1,2 milhão de habitantes e seus e gigantescos problemas, adquirido na sua vivência repórter e apresentador de TV cuja intensa prática sempre teve um viés político. Não esconde que integra politicamente na aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB), mas é enfático ao afirmar que seu projeto de candidatura é independente, exatamente por não estar relacionado a nenhum grupo. Ideologicamente, garante que não é de direita nem de esquerda, admitindo cultivar valores dos dois campos, o que o faz situar-se numa espécie de socialdemocracia. Garante que manterá a independência da sua candidatura, para não sucumbir ao lugar comum da política convencional, praticada por grupos e partidos convencionais.
Aos colegas, na sua despedida temporária – ou não? – dos estúdios de rádio e televisão, Jeisael Marx reafirmou seu projeto de candidatura e sua plataforma de campanha, afirmando também seu discurso político, e recorreu à Bíblica para definir o passo que está dando ao se afastar da profissão para tentar um mandato de prefeito da maior e mais importante cidade do Maranhão: “Há tempo para tudo: tempo de plantar, tempo de colher. Estamos plantando uma semente, e esperamos que Deus nos dê a oportunidade de colher ainda este ano”. A atitude e o discurso revelam também um candidato ousado e destemido, a começar pelo fato de que toca sua candidatura apenas com a sua disposição de falar aos eleitores sobre seus planos, entre eles dividir a cidade em cinco subprefeituras, como passo decisivo para a descentralização. “Só eu terei condições de fazer isso”, garante.
Jeisael Marx entra nessa fase intermediária e decisiva da corrida eleitoral como candidato do Rede, chancelado pelas lideranças locais, entre eles o compositor regueiro Fauzi Beydoun, que preside a legenda no estado, e nacionais, como a própria Marina Silva, que tem manifestado apoio total ao projeto de candidatura e dependendo apenas da formalização da escolha em convenção a ser realizada daqui a algumas semanas. A partir de então sairá a campo em busca do apoio do eleitorado.
PONTO & CONTRAPONTO
César Pires ataca Governo sobre UTIs; Rafael Leitoa rebate desmentindo
O deputado César Pires (PV) ocupou ontem a tribuna da Assembleia Legislativa para levantar dúvidas a respeito do número de leitos de UTI exclusivos para pacientes cm Covid-19 em hospitais mantidos pelo Governo do Estado. Disse ter recebido “informações de fontes fidedignas” de que o número de leitos instalados pelo Governo do Estado seria menor do que dizem as informações divulgadas pela Secretaria de Estado da Saúde. Não revelou tais fontes e citou supostos números de hospitais privados, tentando demonstrar que, de acordo com as tais fontes, o número de leitos seria menor. Ato contínuo, o líder do Governo, deputado Rafael Leitoa, rebateu o ataque do oposicionista, afirmando, categoricamente, que o Governo do Estado implantou uma grande e eficiente rede hospitalar contra o novo coronavírus, com a instalação de 220 leitos de UTI. E destacou o número de UTIs seria bem maior se o Governo tivesse recebido 55 respiradores da compra não concluída Consórcio Nordeste. Mas ressaltou que os respiradores não chegaram, mas o dinheiro foi devolvido integralmente, “em dólar”. A impressão geral foi a de que o deputado César Oires usou sua habilidade para tentar criar um clima de dúvida sobre as ações do Governo no combate à pandemia. Só que parece ter agido na hora errada, quando todas as informações, oficiais e oficiosas, mostram que o Governo do Maranhão foi eficiente e bem-sucedido em todas as suas ações para evitar o avanço da virose no Maranhão, a começar por São Luís, onde os números mostram que a rede hospitalar ontem já trabalhava com folga de 40% nos leitos de UTI.
Duarte Júnior emplaca projeto de lei para empregar maranhenses na construção civil
O deputado Duarte Júnior (Republicanos) marcou ontem gol de placa ao ter aprovado pela Assembleia Legislativa, por unanimidade, o Projeto de Lei 449/2020, que estabelece prioridade na contratação de trabalhadores maranhenses ou residentes no estado nas obras de construção civil. O texto altera a Lei 10.789/18, ampliando para as empresas do terceiro grupo da indústria (construção e mobiliário, montagem e manutenção industrial) a obrigatoriedade de contratar, prioritariamente, mão de obra maranhense (na proporção de 70% de maranhenses natos ou residentes no Estado, com reserva de 15% dessas vagas para mulheres) no quadro efetivo dessas empresas. “Essa lei é justa e necessária, ainda mais neste momento de crise e recessão econômica, já que a taxa de desocupação no primeiro trimestre de 2020 aumentou em 4% no Maranhão, o que significa dizer que aproximadamente 100 mil cidadãos maranhenses estão sem uma ocupação, sem um emprego, sem uma renda”, declarou Duarte Júnior. O parlamentar informou que a iniciativa contou com o apoio de entidades sindicais e empresariais ligadas à construção civil.
São Luís, 01 de Julho de 2020.