Arquivos mensais: maio 2020

Tyrone Silva assume TRE prevendo que eleições serão realizadas, apesar do novo coronavírus

 

Tyrone Silva vai comandar d Justiça Eleitoral tendo como vice José Joaquim Figueiredo como vice e corregedor eleitoral

O calendário eleitoral deste ano deve ser mantido e as eleições municipais ocorrerão em Outubro, como está programado, apesar dos problemas causados pela pandemia do novo coronavírus. Esse foi o tom do discurso do novo presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Tyrone Silva, empossado ontem em sessão virtual remota, juntamente com o vice-presidente e corregedor geral eleitoral, desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos. No seu pronunciamento, o novo comandante da Justiça Eleitoral do Maranhão foi afirmativo quanto ao calendário, mas deixou no ar um clima de expectativa quanto à confirmação: “Aqui estamos todos aparelhados para a realização das eleições municipais vindouras. Evidentemente que tudo vai depender do momento crítico que vivemos. A expectativa é positiva no sentido de que possamos realizar mais esse ato cívico de consolidação democrática”. O novo presidente do TRE confirmou na seara regional o que o novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, que em várias ocasiões descartou enfaticamente a possibilidade de adiar as eleições.

O desembargador Tyrone Silva e o ministro Luís Roberto Barroso sabem que a Justiça Eleitoral se encontra sob forte pressão tendo de um lado correntes políticas influentes que defendem a manutenção do calendário eleitoral, enquanto das outras forças políticas igualmente poderosas estão se mobilizando para mudar a regra e, pelo menos, adiar as eleições. As autoridades eleitorais argumentam que os mandatos dos atuais prefeitos e vereadores terminam no próximo dia 31 de dezembro, e que mudanças no calendário ferirão gravemente a estabilidade do sistema democrático, à medida que os atuais prefeitos, muitos deles candidatos à reeleição, poderão permanecer por mais tempo no poder.

As manifestações das cúpulas estadual e nacional da Justiça Eleitoral defendendo o cumprimento do calendário das eleições deste ano certamente causam forte impacto nos milhares de pré-candidatos a prefeito e a vereador dos 5.570 municípios brasileiros, entre eles os cerca de mil que aspiram comandar as 217 prefeituras e os cerca de 30 mil que sonham ocupar os 2.320 assentos das câmaras municipais maranhenses. Eles vinham em marcha acelerada de pré-campanha, mas tiveram que desacelerar e entrar em compasso de espera por conta da pandemia. Por causa do novo coronavírus, a classe política e a população estão enfrentando divisões quanto à realização das eleições. Entre os políticos, a maioria é a favor da corrida às urnas. Já entre os eleitores, várias pesquisas mostraram que larga maioria da população quer o adiamento da corrida ao voto. Isso significa dizer que a posição dos presidentes do TRE e do TSE podem ser atropeladas pelos fatos.

A corrida à Prefeitura de São Luís revela bem essa situação. Os 12 pré-candidatos assumidos à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT) – Eduardo Braide (Podemos), Rubens Jr. (PCdoB), Duarte Jr. (Republicanos), Bira do Pindaré (PSB), Neto Evangelista (DEM), Franklin Douglas (PSOL), Adriano Sarney (PV), Yglésio Moises (PROS), Saulo Arcangeli (PSTU), Wellington do Curso (PSDB), Carlos Madeira (SD) e Detinha (PL) – mergulharam numa movimentação mais discreta, para evitar a acusação de oportunismo. Nenhum anunciou desistência e todos aguardam o desenrolar dos fatos. Donos de indiscutível poder de fogo no processo político na Capital, o governador Flávio Dino (PCdoB) e o prefeito Edivaldo Holanda Jr. não têm se manifestado sobre o assunto.

O fato é que, faltando 137 dias para a corrida às urnas, o novo presidente da Justiça Eleitoral no Maranhão, alinhado ao presidente TSE, assume o comando da máquina eleitoral sinalizando com a certeza de que as eleições estão a caminho, sem descartar, no entanto, a possibilidade do seu adiamento. As leves evidências são as de que os pré-candidatos à Prefeitura de São Luís fazem suas pré-campanhas na surdina, para não perder o embalo de vez.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Fortaleza dos Nogueiras ganha carro de coleta de lixo. E o aterro sanitário?

Aluísio Mendes entrega as chaves do carro de coleta de lixo a Aleandro Passarinho, de Fortaleza dos Nogueiras

Circulou ontem a informação segundo a qual o deputado federal Aluísio Mendes (PSC) viabilizou, com recursos da Codevasf, um caminhão de coleta de lixo para Fortaleza dos Nogueira, um equipamento de R$ 297 mil festejado pelo prefeito Aleandro Passarinho (PDT) como “a realização de um desejo antigo do município”. Boa aquisição, sem dúvida, principalmente em meio à maior crise sanitária do planeta neste século, com repercussão trágica em curso no Brasil.

A conquista justamente comemorada sugere uma indagação ao prefeito Aleandro Passarinho: para onde será levado o lixo que o caminhão coletará? Fortaleza dos Nogueira já tem aterro sanitário? Ou ainda armazena aleatoriamente ao ar livre o lixo coletado na área urbana? O município já está devidamente enquadrado nas regras de coleta e armazenamento de resíduos sólidos?

A indagação se explica pelo fato de que pouco mais de 10% dos municípios maranhenses cumprem a Política Nacional de Resíduos Sólidos instituída pela Lei 12.305/10, que determinou o fechamento de todos os lixões até 2014. Não aconteceu, pois a maioria dos municípios mantêm lixões sem qualquer tratamento, produzindo chorume, gases tóxicos, ratos e várias doenças infecciosas, além de comprometer lençóis freáticos e causar outros danos à saúde pública.

Se Fortaleza Nogueiras já contar com aterro sanitário de acordo com a Lei dos Resíduos Sólidos, parabéns. Estará dentro da lei, cuidando da saúde da sua população e contribuindo para a saúde planetária. Em caso contrário, o prefeito Aleandro Passarinho deve pressionar o ativo deputado Aluísio Mendes e o seu líder partidário, senador Weverton Rocha (PDT), para conseguir recursos para a implantação de um aterro sanitário na sua cidade.

 

Rumores indicam que Allan Garcês está na lista de Bolsonaro para o Ministério da Saúde

Allan Garcês na lista dos ministeriáveis da Saúde

São, de fato, fortes os rumores especulando que o médico ortopedista e traumatologista e professor da UFMA Allan Garcês, radicado no Maranhão, integra uma lista de nomes que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) examina para o Ministério da Saúde.  Ele estaria concorrendo com o psiquiatra carioca Ítalo Marsili, o deputado federal Osmar Terra (MDB), a oncologista Nise Yamaguchi e o vice-almirante Luiz Froes, segundo o portal UOL.

Bolsonarista roxo, que atuou na linha de frente de campanha zoadenta em São Luís, Allan Garcês participou do Governo de Transição e foi recompensado com um cargo de terceiro escalão do Ministério da Saúde, o qual trocou pela Secretaria de Saúde de Roraima, onde misteriosamente só permaneceu pouco mais de um mês. Voltou ao Ministério da Saúde como coordenador geral de Gestão de Projetos da Saúde Digital. No campo político se filiou ao PSL e ensaiou candidatura a prefeito de São Luís, mas arquivou o projeto quando o partido rompeu com o presidente.

É verdade que Allan Garcês concorre com um grupo de pesos pesados do bolsonarismo, mas também tem trunfos que poderão ser levados em conta se o presidente estiver mesmo avaliando os nomes relacionados pelo UOL. Além de médico e professor universitário, se diz pós-graduado em Auditoria, Planejamento e Gestão de Saúde. Além disso, dispõe de um trunfo que, a julgar pela militarização do Ministério da Saúde, poderá pesar decisivamente a seu favor: é oficial médico da reserva da FAB. Falta agora se declarar afinado com o presidente sobre o uso da cloroquina no combate ao coronavírus.

Suas chances são remotas, mas em se tratando do presidente Jair Bolsonaro, sua nomeação não será nenhuma surpresa.

São Luís, 20 de Maio de 2020.

Pandemia: notícia falsa será punida com multa de até R$ 10 mil, reza projeto de Othelino Neto aprovado pela AL

 

Othelino Neto comandou a sessão em que AL aprovou multa para notícias falsas

De todas as matérias aprovadas ontem pela Assembleia Legislativa em mais uma sessão remota por videoconferência, a mais importante, sem dúvida, foi o Projeto de Lei 134/20, que estabelece punição, na forma de multas que podem variar de R$ 1.200,00 a R$ 10.000,00 para quem divulgar notícia falsa (fake news) sobre pandemia, endemias e epidemias no Maranhão, em jornal impresso, TV, rádio ou mídias sociais. Proposto pelo presidente do Poder Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), e chancelado unanimemente pelo plenário virtual, o projeto é mais um importante esforço no sentido de estancar a “doença ética” da Era da Informação, mais frequentemente produzida pela banda marginal e sem lei da internet. Na justificativa, o presidente assinala, com ênfase, que a medida não alcança a manifestação de opinião e que não contém mecanismos de censura, limitando-se a coibir a divulgação de notícias falsas, que via de regra causam danos ao cidadão e à coletividade.

A pandemia do novo coronavírus, que assola e assombra o mundo desde as primeiras semanas deste ano, tornou-se matéria-prima farta para o exercício da má fé, da ignorância, da mediocridade, da perversidade, do sadismo e até mesmo da militância política e ideológica deformada, que encontraram nos problemas políticos e sociais campo fértil e sem limites para as suas notícias falsas. No Brasil, problemas diversos têm ocorrido com frequência por conta da disseminação de informações falsas – caso da eleição presidencial de 2018, por exemplo. Agora, com o novo coronavírus avançando no País de forma avassaladora, muitos usam canais de informação para divulgar dados e fatos inverídicos sobre a pandemia, sua origem, como lidar com a covid-19 e suas consequências. Via de regra, a começar pela sua natureza, a notícia falsa é nociva, gera prejuízo insegurança e até pânico em indivíduos, comunidades, cidades, estados e até países.

A “notícia” de que o coronavírus foi criado e laboratório por chineses como uma arma biológica para dominar mundo – tese estupidamente defendida pelo chanceler e terraplanista brasileiro Ernesto Araújo – chegou a causar fortes tensões diplomáticas entre China e Estados Unidos, infelizmente com o dedo do governo brasileiro na marmelada. Numa escala reduzida, centenas de informações falsas sobre medicamentos, situação hospitalar, número e causa de mortes, propagação do vírus e curas “milagrosas” têm infestado principalmente as redes sociais. Na semana passada, por exemplo, o governador Flávio Dino fez um apelo forte contra a disseminação de notícias falsas sobre a pandemia no Maranhão, argumentando que elas prejudicam seriamente os gigantescos esforços do Governo para evitar que o vírus continue se alastrando no estado. Nesse contexto, qualquer iniciativa visando coibi-las é bem-vinda.

O projeto também estabelece que em caso de reincidência, a punição poderá dobrar, mas também que em caso de arrependimento voluntário e eficaz reparação da informação inverídica, publicada pelo próprio autor, a multa poderá ser reduzida à metade. E com um dado adicional importante: o pagamento da multa não isenta o infrator das pancadas previstas na legislação que trata desse crime.

O deputado Othelino Neto não apresentou o Projeto de Lei 134/20 apenas com a preocupação de político militante e chefe de Poder. O fez com a autoridade de Bacharel em Comunicação Social que exerceu a atividade jornalística antes a entrar para a vida pública. O presidente da Assembleia Legislativa tem, portanto, por formação profissional, a exata compreensão do alcance social e político de uma informação correta e do estrago que pode causar uma notícia falsa. E por ter essa noção é que tomou todos os cuidados no sentido de separar informação de opinião, deixando claro que o projeto não fere a liberdade de pensamento nem a de expressão, mas apenas combate a chamada fake news, que é um crime em qualquer sociedade organizada do planeta. “É preciso combater essa prática desumana, que faz com que pessoas possam perder suas vidas e recursos públicos sejam desperdiçados”, justificou o presidente.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Semana começou sob um clima mais amenos e sinais de que no Maranhão o pior está passando

Flávio Dino anuncia decreto para amanhã e Carlos Lula (centro, de máscara) inaugura hospital de campanha com 200 leitos no Multicenter Sebrae

Mesmo sob a pressão da curva ainda ascendente do número de infectados e do número de óbitos, a semana no Maranhão começou com um ambiente mais ameno, com sinais, ainda que tênues, mas visíveis – como a inauguração de um hospital de campanha com 200 leitos, no Multicenter Sebrae Colinas, Timon, Lago dos Rodrigues, Carolina, Magalhães de Almeida, Bom Jesus das Selvas, Alcântara, Esperantinópolis, Santa Luzia do Paruá, Conceição do Lago Açu, Rosário, Mata Roma e Santa Inês. – de que o pior da pandemia do novo coronavírus começa a se desfazer. Na entrevista que concedeu ontem à noite à TV Mirante, o governador Flávio Dino (PCdoB) se mostrou menos grave e com um discurso mais ameno, apesar da dureza das advertências, alertas e recomendações para o período de distensão que começa a se desenhar e que deve ser confirmado no decreto sobre a pandemia que anunciou para esta quarta-feira (20). Sem abrir muito a guarda, para evitar interpretações equivocadas sobre o distanciamento social ainda como a arma mais eficiente contra a propagação do novo coronavírus, o governador sinalizou que o decreto deve abrir caminho para o início de uma cautelosa e bem pensada retomada das atividades econômicas, com a retomada de algumas atividades comerciais e de serviço além das essenciais, o que deve tirar milhares de trabalhadores de casa. Avisou que essa retomada se dará lastreada por protocolos que estão sendo discutidos com a classe empresarial, de modo a que nada seja feito de maneira açodada. Fechado há muito sob tempestades com trovoada, o canal que liga o Palácio dos Leões ao Palácio do Planalto ganhou clima mais leve com o anúncio, ontem, de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pode ter encontrado uma brecha na sua irracionalidade política ao convidar os governadores para uma reunião em Brasília na quinta-feira. O que vai resultar de tudo isso é cedo para prevê, mas não há dúvida que pelo menos no Maranhão, exatamente pelos esforços do Governo e da compreensão de muitos, a tendência visível é no sentido de que o “novo normal” está a caminho.

 

Pacote aprovado pela AL proíbe corte de energia e água durante pandemia

Neto Evangelista, Adriano Sarney e Yglésio Moises tiveram projetos aprovados na sessão de ontem

Na sessão remota por videoconferência de ontem, a Assembleia Legislativa apreciou pauta extensa, aprovando um pacote de medidas relacionadas com os estragos causados pelo novo coronavírus, a começar pela confirmação do estado de calamidade pública em Colinas, Timon, Lago dos Rodrigues, Carolina, Magalhães de Almeida, Bom Jesus das Selvas, Alcântara, Esperantinópolis, Santa Luzia do Paruá, Conceição do Lago Açu, Rosário, Mata Roma e Santa Inês. Por unanimidade, os deputados aprovaram projeto de autoria dos deputados Adriano Sarney (PV) e Neto Evangelista (DEM) instituindo que durante a pandemia, concessionárias não poderão cortar o fornecimento de energia, água e gás por falta de pagamento.

O pacote também regra proposta pelo deputado Yglésio Moises (PROS) dispensando a necessidade de carimbos em prescrições para aquisição de medicamentos, requisições de exames e terapias na rede pública, privada e junto aos planos de saúde. E ainda projeto do presidente Othelino Neto instituindo que os concursos públicos realizados pelo Governo do Estado para os profissionais da área da saúde, deverão contar como título o tempo de serviço prestado a hospitais públicos e privados pelos profissionais que atuaram diretamente no combate à Covid-19.

São Luís, 19 de Maio de 2020.

 

Sem orientação nacional, Maranhão encara o coronavírus com liderança forte, cadeia de comando e plano de ação

 

Flávio Dino comanda a equipe dirigida por Carlos Lula e apoiada por Marcelo Tavares, Diego e Rodrigo Lago (Gab. de Crise) e Marcos Pacheco (Gab. Científico)

Num cenário de tragédia em que o Brasil já contabiliza 15,6 mil vítimas da covid-19 e 233 mil infectados, sem ministro da Saúde – dois deixaram o cargo em cinco semanas – e com um general “especialista em logística” no comando temporário do Ministério da Saúde, situação causada por um presidente da República que, em vez de unir a Nação, faz de tudo para dividi-la, o País parece   estar todo na contramão do resto do planeta na luta contra novo coronavírus. Nas entranhas do País, porém, a epidemia avança, já teria assumido dimensões catastróficas não fosse o contrapeso sensato de governadores e prefeitos, que ao contrário do que deseja o presidente da República, materializam, em esforços gigantescos, as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de sanitaristas e infectologistas do mundo inteiro.

O Maranhão, comandado pelo governador Flávio Dino (PCdoB), é um exemplo. Um dos estados mais pobres da Federação, com uma extensão territorial avantajada e 7,5 milhões de habitantes de 217 grandes, médios e pequenos centros urbanos espalhados na imensidão de 331,9 mil quilômetros quadrados, o estado, que até ontem já havia sido contabilizado por 11.592 infectados (8.307 ativos, 2.761 recuperados) e 524 mortos, tem dado uma demonstração de que, quando há Governo com liderança firme, uma cadeia ajustada de comando que se move para efetivar medidas devidamente maturadas, baseadas em ciência e suporte técnico, a coisa anda. Sob essa cadeia de comando, a estrutura hospitalar responde, apesar das limitações. E os números mostram que, com decisão política, determinação operacional e muito trabalho devidamente ordenado, o Governo do Maranhão conseguiu ampliar a estrutura hospitalar pública de 200 leitos de UTI preparados no início de março para 1 mil leitos até ontem.

A eficácia da estrutura de Saúde no combate ao novo coronavírus se deve à unidade da cadeia de comando liderada pelo governador Flávio Dino, que toma as decisões políticas maiores e dá suporte à atuação estrutura operacional liderada pelo secretário de Saúde, Carlos Lula. O governador e o secretário contam com o apoio funcional do chamado Gabinete de Crise, integrado pelos secretários Marcelo Tavares (Casa Civil), Diego Galdino (Governo), Rodrigo Lago (Comunicação e Assuntos Políticos) e Francisco Gonçalves (Direitos Humanos e Participação Popular), e com o suporte científico do Gabinete Científico, comandado pelo secretário de Articulação de Políticas Públicas, Marcos Pacheco, que é médico infectologista. Embalado pelo lema segundo o qual, primeiro salvar vidas humanas, depois salvar a economia, o governador dedica de 14 a 16 horas diárias a frentes diversas: cuida da gestão de todas as áreas do Governo, mantém controle severo sobre as finanças públicas e dedica a maior parte do seu tempo ao acompanhamento de todas as ações na Saúde, mantendo contatos com colegas governadores e conversando com autoridades do Ministério da Saúde. E mantém sintonia fina com os Poderes Legislativo e Judiciário.

É esse Governo administrativa ajustado e politicamente ativo, com a cadeia de comando alinhada e funcionando de acordo com orientações técnicas e científicas, que vem ampliando a estrutura hospitalar – que está longe de ser a ideal, mas até agora está segurando a onda quase no limite -, que vem contratando pessoal para a linha de frente e até bombeiros civis para organizar as bagunçadas e explosivas filas nas agências da Caixa. Foi esse Governo articulado que, diante da ineficácia diplomática do Governo Bolsonaro, montou uma operação ousada e espetacular para trazer da China equipamentos para UTIs e EPIs para o pessoal da linha de frente. Foi esse Governo que adotou o isolamento social e o uso de máscara, e que, cumprindo de boa vontade decisão judicial, colocou o Maranhão nas manchetes planetárias ao o bloqueio total (lockdown) na Ilha de Upaon Açú, isolando 1,5 milhão de pessoas em São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa como medida extrema de um esforço extremo para quebrar a onda de avanço do novo coronavírus na sua região mais populosa.

Os resultados já começam a aparecer, o que permitirá que os esforços possam ser canalizados em novas frentes, já que no sábado o novo coronavírus já havia alcançado 185 dos 217 municípios maranhenses, num aviso direto e amargo de que a guerra está longe do fim. E com o agravante de que está sendo travada sem um plano nacional que uniformize as ações em todo o País, como manda a lógica e o bom senso numa situação dessa natureza.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Governo ouve empresas para montar protocolos que nortearão retomada da economia

Simplício Araújo: articulação com a classe empresarial e entidades do setor

Diferentemente do que faz o ministro Paulo Guedes (Economia) e a turma de ministros militares que auxiliam diretamente o presidente Jair Bolsonaro, que tentam usar empresários para pressionar governadores para que implantem o isolamento vertical, ou seja, promovam o “liberou geral” da economia, o Governo do Maranhão está mantendo diálogo aberto com a classe empresarial, objetivando torna-la parceira e não adversária. E o condutor desse processo é o secretário de Indústria, Comércio e Energia, Simplício Araújo, que esclarece o cenário afirmando que vem, por meio de vídeoconferência, trabalhando com empresários com o objetivo de definir protocolos que poderão ser usados quando o Governo do Estado decidir retomar gradualmente as atividades econômicas. Esses protocolos reúnem medidas sanitárias e de segurança que garantam a integridade de trabalhadores e clientes. O secretário informa que os protocolos estão sendo discutidos com empresários diretamente e com entidades empresariais, de modo que as medidas que integrem os protocolos a serem validados, dentro da linha adotada nos países mais avançados e que começam a criar condições para retomar o movimento da ciranda econômica. Simplício Araújo, porém, alerta:  “Nós não estamos dizendo que após o lockdown vamos reabrir o comércio, isso não me cabe. Estamos fazendo um trabalho de formulação desse protocolo, que será geral e também específico, atendendo a particularidade de cada segmento. Ouvimos e discutimos com vários segmentos e vamos encaminhar o documento para o Governador Flávio Dino”.

 

Andreia Resende enfrenta a Covid-19

Andreia Resende, membro da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, com Covid-19

A deputada Andreia Resende (DEM) foi alcançada pelo coronavírus, conforme nota que divulgou sexta-feira por meio da sua assessoria, tornando-se o sexto parlamentar a ser acometido de Covid-19 – os outros foram os deputados federais Aluísio Mendes (PSC) e Pastor Gildenemyr (PL) e os deputados estaduais Daniella Tema (DEM), Helena Duailibe (Solidariedade) e Carlinhos Florêncio (PCdoB). Um dos membros mais respeitados da atual Assembleia Legislativa, Andrea Resende é dentista, integra a Mesa Diretora e tem a região de Balsas como principal base política.

A nota relata que a deputada Andreia Resende – que é paraplégica por conta de um acidente automobilístico que sofreu durante a campanha eleitoral de 2018 -, procurou assistência médica após sentir os sintomas primários da Covid-19 – tosse, dores no corpo -, fez o teste e confirmou a suspeita de infecção pelo coronavírus. A nota informou que já naquele dia (sexta-feira, 15/05), a parlamentar já encontrava no 13º dia de isolamento em casa, em São Luís, cumprindo rigorosamente as orientações médicas.

São Luís, 17 de Maio de 2020.

Bolsonaro tenta culpar governadores pela crise econômica, mas Dino reage: “Se não sabe o que fazer, renuncie”

 

Flávio Dino reage duro à jogada de Jair Bolsonaro de culpar governadores por crise

“Se a crise econômica fosse causada pelos governadores, por que ela existiria em outros países? Quem está causando a grave crise econômica é o coronavírus. Incrível que Bolsonaro finja ignorar isso. E a responsabilidade da gestão econômica é dele. Se não sabe o que fazer, renuncie”.

Com essa declaração, o governador Flávio Dino (PCdoB) interpretou com responsabilidade institucional, larga visão política e plena consciência do gravíssimo quadro de crise que o Brasil – Maranhão incluído – está enfrentando por causa da pandemia do novo coronavírus, do desmantelo econômico dela decorrente e da conflituosa e perigosa postura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A manifestação do mandatário maranhense foi uma reação, na bucha, à tentativa do presidente de culpar os governadores pela crise econômica, feita numa videoconferência com um grupo de barões da indústria de São Paulo.

Como que indiferente ao que acontece em todo mundo e ao aumento galopante dos casos de Covid-19 no Brasil – que no momento da vídeoconferência já amargava mais de 188 mil infectados e mais de 13 mil mortes -, o presidente Jair Bolsonaro mais uma vez defendeu o chamado isolamento vertical – para resguardar apenas os integrantes do chamado “grupo de risco” -, e insistindo no “liberou geral”, “para salvar a economia”, sem se preocupar com as consequências sanitárias de tal medida. O presidente disse que se dependesse dele, “tudo estaria funcionando”, amparando sua espantosa tese no exemplo da Suécia, que não adotou o isolamento, mas paga o preço de ter o maior número de mortos entre os países escandinavos que o adotaram e da Europa. E chegou mesmo a insinuar que os governadores estão praticando a “desobediência civil” ao ignorarem seus decretos ampliando listas de “atividades essenciais”.

A reação do governador Flávio Dino primeiro desmente a tese furada da culpa dos governadores pela quebra econômica, que é um problema global. Além de infectar e matar pessoas, o novo coronavírus obrigou as sociedades a desligar máquinas, suspender escritórios, estacionar aviões, fechar shoppings e o comércio em geral, desmontar cadeias produtivas, causar milhões e milhões de desempregos em todo o planeta, a começar pelos Estados Unidos, modelo maior do capitalismo ocidental e governado, agora com os pés no chão, pelo “grande amigo” do presidente brasileiro. Com a acusação – ouvida com satisfação mórbida por uns, indisfarçável ironia por outros e perplexidade por alguns dos barões paulistas -, Jair Bolsonaro provavelmente entrará para História como o único mandatário do mundo a tentar fugir da responsabilidade e transferi-la exatamente para quem está tentando salvar vidas para com elas salvar a economia mais à frente.

Na sua reação, o governador do Maranhão externa a incredulidade geral – menos dos bolsonaristas, claro – em relação à jogada política do presidente da República de fingir que desconhece a realidade planetária, e nela a situação do Brasil. “Há a falácia de que cuidar do coronavírus é desprezar a economia, quando só existe uma forma de cuidar da economia, qual seja, enfrentar a pandemia do coronavírus. Enquanto o coronavírus estiver entre nós com muita força, matando todos os dias, centenas, milhares de pessoas, a economia não vai ser retomada, porque é um problema global”, lembrou o governador do Maranhão, de maneira quase didática, rascunhando a   equação que traduz a realidade de todos os continentes e que já é compreendida pela maioria dos brasileiros.

O governador Flávio Dino mostra que o presidente Jair Bolsonaro faz política, tentando ao mesmo tempo, até aqui sem sucesso, criar as condições para implantar um regime de exceção ou viabilizar sua reeleição em 2022. Não será ditador porque a democracia brasileira é sólida. Quanto à reeleição, as pesquisas mostram tratar-se de uma possibilidade cada vez mais distante. E nesse contexto, Flávio Dino arremata lembrando, em tom de alerta, que a responsabilidade pela gestão econômica é do presidente da República. E como um enxadrista que sabe o que faz no tabuleiro, canta xeque mate:

– Se não sabe o que fazer, renuncie.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Redução no valor da mensalidade escolar na pandemia está garantido por lei estadual

Othelino Neto anunciou sanção de lei de Rildo Amaral emendada por Yglésio Moises, Neto Evangelista e Rafael Leitoa

As mensalidades escolares na rede privada de ensino do Maranhão serão reduzidas em 10%, 20% e 30% durante o período em que estiverem fechadas por causa da pandemia do novo coronavírus. A medida está assegurada pela Lei Estadual 11.259/20, sancionada ontem pelo governador Flávio Dino, com base em Projeto de Lei de autoria do deputado Rildo Amaral (SD), aprovado pela Assembleia Legislativa no início da semana com emendas dos deputados Yglésio Moises (PROS), Rafael Leitoa (PDT) e Neto Evangelista (DEM). A sanção foi anunciada pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), que apoiou o projeto desde que ele foi apresentado pelo parlamentar tocantino, classificando a medida como “uma conquista para pais de alunos no Maranhão”.

O desconto de 10%, no mínimo, será para as instituições de ensino com até 200 alunos matriculados; o de 20% se dará em com 200 a 400 alunos matriculados e para as escolas técnicas, independente do quantitativo de alunos matriculados; e o de 30% para as instituições de ensino com mais de 400 alunos matriculados e para as pós-graduações, independente do quantitativo de alunos matriculados. O desconto vale para as faculdades da rede privada e os cursinhos preparatórios para vestibular. O benefício também não alcançará alunos bolsistas.

A redução temporária das mensalidades escolares foi um dos projetos mais importantes aprovados recentemente pela Assembleia Legislativa. Primeiro porque se trata de uma medida que impacta direta e imediatamente na economia familiar num momento em que as famílias vivem uma situação de insegurança financeira por causa da crise e as escolas, por conta da suspensão das aulas presenciais, têm suas despesas operacionais reduzidas. O segundo ponto foi que antes de aprovar o projeto, a Assembleia Legislativa, por iniciativa do presidente Othelino Neto, abriu um canal de diálogo com o sindicato das empresas escolares, que reagiu negativamente. O projeto foi aprovado por maioria esmagadora, o voto contra de três deputados.

Nesse processo, a Assembleia Legislativa funcionou como uma instituição centrada na realidade, ouvindo e processando corretamente reclames e reivindicações da sociedade civil no todo ou em parte. “Muitos pais pediram o desconto das mensalidades escolares e, apesar das tentativas de negociações com os donos de escolas, conseguimos a aprovação do projeto, que agora, com a sanção do governador Flávio Dino, passa a ser lei estadual, obrigando as unidades de ensino a concederem o desconto aos pais”, assinalou o presidente. Ele vê a medida como uma decisão correta dos deputados estaduais: “É nossa obrigação, enquanto deputados estaduais e agentes públicos, fazer valer os direitos do consumidor e fazer com que não tenham seus direitos lesados. Portanto, essa é uma vitória da sociedade”.

O deputado Rildo Amaral, que é professor e conhece a realidade no universo do ensino privado, justificou pragmaticamente o projeto e a nova Lei estadual:  “Numa época de pandemia, onde as excepcionalidades acontecem e as responsabilidades devem ser compartilhadas, os estudantes, com certeza, terão a garantia de que a diminuição das aulas presenciais será compensada nas mensalidades”.

 

Quatro políticos maranhenses venceram o coronavírus

Daniella Tema, Creomar Tema, Aluízio Mendes e Pastor Gildenemyr venceram o coronavírus

Os quatro políticos maranhenses alcançados até aqui pelo novo   coronavírus venceram a covid-19. Primeira infectada, a deputada estadual Daniella Tema (DEM) enfrentou a doença sem maiores problemas, protegida pela elevada imunidade da sua juventude e, pelo que ficou claro, por sua “saúde de ferro”, comum em pessoas da sua idade. O prefeito de Tuntum, Tema Cunha, marido da deputada Daniella Tema, encarou também a covid-19 sem maiores problemas, mesmo já rondando a seara dos grupos de risco, mas com a consciência de quem é médico e sabe o que deve ser feito para encarar o problema. O deputado federal Aluízio Mendes (PSC) enfrentou barra pesada, com internação em UTI e respirador, saindo-se bem do embate que preocupou sua família, mas que foi vitorioso também por sua boa saúde, alimentada pelo preparo físico de quem montou, treinou e comandou o Grupo Tático Aéreo (GTA) da PM do Maranhão. E o deputado federal Pastor Gildenemyr (PL) fez teste aos primeiros sintomas, o que lhe permitiu providenciar tratamento adequado, internação no momento certo, um conjunto de fatores decisivos para que ele vencesse a covid-19 e já esteja de alta, são e salvo. É isso.

São Luís, 15 de Maio de 2020.

Pesquisa CNT: 55% dos brasileiros reprovam Bolsonaro e 69% aprovam o isolamento social contra pandemia

 

Jair Bolsonaro tem desempenho reprovada e isolamento social, como o bloqueio total em São Luís e na região metropolitana, tem larga aprovação

Mais da metade dos brasileiros (55,4%) reprovam o desempenho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra 39,2% que aprovam e 5,4% que não sabem avaliar. O governo do presidente é avaliado como “ruim e péssimo” por 43,4% dos brasileiros, contra 32% que o consideram “ótimo e bom” e 22,9% que o avaliam como “regular”, sendo que apenas 1,7% não têm avaliação. Sobre a atuação dos Governos Federal e estaduais na pandemia do coronavírus, enquanto 51,7% aprovam a atuação do Governo Federal, 69,2% dos brasileiros aprovam a atuação dos Governos Estaduais. E também na contramão do que prega o presidente da República, 67,3% dos entrevistados aprovam o isolamento social para combater a pandemia. Em praticamente todos os itens da pesquisa a maioria se posicionou contra as posições do presidente e seu governo.

Os números são da 146ª Pesquisa CNT de Opinião – feita em parceria com o Instituto MDA, de 7 a 10 de maio de 2020, que mostram também a percepção dos brasileiros sobre a atuação dos governos federal e estaduais no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Realizado em todo o Brasil, o levantamento também aborda questões relacionadas ao isolamento social, à realização das eleições municipais e às recentes manifestações contra o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal), entre outros assuntos que estão na ordem do dia da Nação. Divulgado ontem pela CNT, a pesquisa, feita por telefone, ouviu 2.002 cidadãos de 494 municípios de 25 Unidades da Federação. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais. Os números são os seguintes:

Avaliação do Governo Jair Bolsonaro:  Ótimo/bom: 32%, Regular: 22,9%, Ruim/péssimo: 43,4% e Não sabe/não respondeu: 1,7%.

Desempenho pessoal do presidente Jair Bolsonaro: Aprovam: 39,2%, Desaprovam: 55,4%, Não sabe/Não responde: 5,4%.

Avaliação do governador Ótimo: 10,0%, Bom: 31,3%, Regular: 32,7%, Ruim: 8,8%, Péssimo: 15,9%.

Avaliação do prefeito Ótimo: 13,0%, Bom: 27,1%, Regular: 29,7%, Ruim: 9,0%, Péssimo: 18,7%.

Na investigação sobre a atuação dos governos federal e estaduais em relação à Pandemia de Covid-19 (coronavírus), o Governo Bolsonaro é aprovado por uma margem muito tênue, que pode ser alterada pela margem de erro.

Atuação dos governos federal no combate à pandemia do coronavírus é aprovada por 51,7% dos entrevistados, enquanto 42,3% desaprovam.

Já a atuação dos Governos estaduais, na média, é aprovada por 69,2% dos entrevistados contra 26,8% que desaprovam.

Em relação ao isolamento social, fortemente combatido pelo presidente Jair Bolsonaro, 67,3% dos brasileiros consideram que deve ser praticado por todos, independentemente de ser ou não do grupo de risco; para 29,3%, só deve ser praticado pelas pessoas que fazem parte do grupo de risco; e 2,6% contrários ao isolamento social.

A pesquisa mostra com informações cristalinas que o presidente Jair Bolsonaro e seu Governo estão na contramão do Trem da História, à medida que contrariam a lógica, a razão, a ciência e a realidade, desprezam riscos e minimizam 12 mil mortes em dois meses numa escala crescente.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Maioria quer adiamento das eleições e reprova ataques ao Congresso e ao Supremo

A Pesquisa CNT/MDA investigou também a posição dos brasileiros sobre a realização das eleições de prefeitos e vereadores marcadas para Outubro, indagou sua posição em relação às agressões ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal, assuntos que estão na ordem do dia no País, e quis saber o que pensam em relação às informações divulgadas pela Imprensa.

Larga maioria (62,5%) dos entrevistados considera que as eleições municipais devem ser adiadas devido ao impacto da crise da Covid-19; e 30,4% acham que devem mantidas, apesar da crise.

Já em relação às manifestações contra o Congresso Nacional e o STF, 51,8% são contrários, contra 28,8% que são a favor e 10,8% não são nem a favor nem contra.

Em relação ao grau de confiança nas informações divulgadas pela Imprensa sobre a pandemia do novo coronavírus, 24,3% afirmam confiar muito; 48,5% confiam pouco; e 25,2% não confiam.

 

Flávio Dino critica descortesia de Jair Bolsonaro com o ministro Nelson Teich

Flávio Dino se solidarizou com o ministro Nelson Teich,

“Se você chega a uma entrevista coletiva e sabe pelos jornalistas o que está acontecendo, fica claro que o presidente da República depreciou, destruiu a autoridade do próprio ministro. Fiquei penalizado pelo ministro que ficou sem ter o que dizer dado o absurdo da decisão do presidente”.

Com a declaração, dada ontem à Rádio Gaúcha, o governador Flávio Dino (PCdoB) criticou mais um gesto de irracionalidade do presidente Jair Bolsonaro, desta vez atingindo em cheio o ministro da Saúde, Nelson Teich. O ministro soube por jornalistas, durante entrevista coletiva, que o presidente havia incluído barbearias, salões de beleza e academias de ginástica na lista de atividades essenciais que devem funcionar durante a pandemia.

Milhões de brasileiros testemunharam nos telejornais o desconcerto e o desconforto do ministro ao tomar conhecimento da decisão presidencial, tomada sem consultá-lo nem o comunicar. Nelson Teich ficou perplexo, sem ação, tentando dizer algo, mas sem ter o que dizer, como se tivesse sido alvejado por um petardo, numa das cenas mais constrangedoras das muitas montadas pelo presidente da República em relação a ministros nos últimos tempos.

Na entrevista, o governador do Maranhão informou que o ministro Nelson Teich já reuniu duas vezes com os governadores do Nordeste e se mostra sempre cortês, solícito e aberto ao diálogo em relação às demandas da crise do coronavírus no país.

– Além da demissão formal do (Luiz Henrique) Mandetta, temos agora essa demissão fática do Teich, e eu espero que ele seja readmitido hoje, para que possamos continuar mantendo um canal para tentar resolver o problema do país nessa crise sanitária – assinalou Flávio Dino.

São Luís, 13 de Maio de 2020.

Assembleia suspende desconto de consignado de servidor e confirma calamidade em sete municípios

 

O presidente Othelino Neto comandou a sessão remota em que os deputado votaram medidas importantes contra a Covid-19

A Assembleia Legislativa se tornou ontem uns dos parlamentos estaduais mais produtivos do País neste período de pandemia do novo coronavírus, com a aprovação de medidas de importância decisiva no combate ao agravamento da crise sanitária que vem afetando duramente a vida social e econômica do Maranhão. Em mais uma sessão remota, realizada por meio de videoconferência sob o comando do presidente Othelino Neto (PCdoB), e considerada “histórica” por eles próprios, os deputados aprovaram mais de uma dezena de projetos, alguns de largo alcance, como um de autoria da deputada Helena Duailibe (Solidariedade), que suspende temporariamente o desconto em folha de parcelas de empréstimos consignados feitos por servidores públicos e aposentados do Estado,  e  um de autoria do presidente Othelino Neto, que permite o registro online de Boletim de Ocorrência por mulheres em situação de violência, além do decreto que oficializa o Estado de Calamidade Pública nos municípios de Balsas, Caxias, Santa Helena, Mirinzal, Presidente Dutra, Tutoia e Formosa da Serra Negra, cujos prefeitos ganham base legal para até decretar o bloqueio total (lockdown).

Com participação de mais de três dezenas de deputados – alguns não participaram por conta de limitações técnicas -, a sessão remota desta segunda-feira durou quatro horas e meia e foi marcada também pela abrangência e pela diversidade das propostas debatidas e votadas.

O deputado Yglésio Moises (PROS), por exemplo, emplacou projeto que suspende prazos de concursos públicos no Maranhão durante a crise sanitária, e o projeto que alinhava diretrizes para o enfrentamento do Estado de Calamidade Pública no território maranhense. O deputado Felipe dos Pneus (PRTB), por sua vez, conseguiu transformar em lei proposta que isenta de multa atraso temporário nas mensalidades dos serviços de telefonia, TV a cabo e internet durante a pandemia. E a deputada Helena Duailibe (Solidariedade), normatizou a venda de álcool em gel e outros produtos higiênicos em farmácias e no comércio. O deputado Duarte Júnior (Republicanos) oficializou em projeto de lei medidas que colocarão ordem no caos em que se transformou o atendimento nas agências bancárias maranhense desde o início da pandemia.

Fora do contexto da pandemia do novo coronavírus, os deputados aprovaram um projeto de importância vital para o futuro ecológico e econômico do Maranhão, proposto pelo governador Flávio Dino (PCdoB) e relatado pelo deputado Carlinhos Florêncio (PCdoB), que institui o Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Maranhão (ZEE-MA) para o Bioma Amazônico. E finalmente foi transformada em lei a Medida Provisória que isenta do pagamento de ICMS, até 31 de julho de 2020, as operações internas e de importação de mercadorias destinadas à prevenção da Covid-19.

Além das decisões importantes e oportunas que tomaram contra a pandemia do novo coronavírus, os deputados estaduais avançaram na inovação das sessões remotas. Pela primeira vez na História, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que dá sinal verde a respeito da constitucionalidade das matérias, decidiu sobre matérias em pauta numa sessão remota. O fato, que poderia ter passado despercebido, foi destacado pelo presidente Othelino Neto. Ao destacar a relevância da pauta aprovada e louvar a participação dos deputados na que definiu enfaticamente como “uma sessão histórica”, o presidente fez um agradecimento especial aos deputados que integram a CCJ pelo desempenho na sessão. E com a recomendação de que as outras Comissões da Casa (Educação, Saúde, Infraestrutura, por exemplo) façam o mesmo.

Com essas sessões, que continuarão a ser feitas durante a quarentena, os deputados estaduais estão justificando plenamente os seus mandatos, o que é institucional e politicamente saudável.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Bolsonaro comete erros primários ao atacar Flávio Dino

Jair Bolsonaro cometeu erros ao atacar Flávio Dino

Ao tentar relacionar as ações do Governo do Maranhão com o que está acontecendo na Venezuela, numa provocação sem pé nem cabeça ao governador Flávio Dino (PCdoB), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cometeu três erros políticos primários, que reafirmaram o seu perfil cada vez mais nítido de mero criador de factoides em redes sociais.

Primeiro, a relação do Maranhão com a Venezuela não faz qualquer sentido, porque, antes de qualquer ilação, os maranhenses são governados por um dirigente de esquerda e sob o mais amplo conceito do estado democrático de direito, onde a liberdade de manifestação do pensamento e de escolha é plena, com espaço para todos as vertentes ideológicas, sem restrição. Ao contrário do presidente, que dado todas as pistas de que tem ojeriza à democracia plena e que amarga a frustração de o Brasil não estar sob uma ditadura, de preferência com ele na pele do ditador. Perdeu tempo e errou feio na comparação.

Segundo, reafirma, com sua declaração fora de jeito, alimentar posição contrária ao isolamento social como a mais eficiente arma contra o alastramento do coronavírus no País. Por ele, no Maranhão o comércio deveria estar funcionando a pleno vapor, as atividades escolares – do jardim de infância à universidade – com o ano letivo em andamento, e restaurantes, bares, casas noturnas e estádios de futebol com suas rotinas de agitação.  Mesmo que isso causasse a morte de milhares. “E daí?” Perdeu a simpatia de muitos, reduzindo sua tropa de choque.

E terceiro, colocou, finalmente, o governador Flávio Dino na linha de frente dos seus adversários, reconhecendo, muito a contragosto, a eficiência do Governo do Maranhão e o prestígio político do líder maranhense.

Alguém precisa lhe dizer que São Luís não é Caracas.

 

Josimar de Maranhão pode pagar preço ético com sua máscara partidária

Josimar de Maranhãozinho pode se encalacrar por causa de máscras

O deputado Josimar de Maranhãozinho entrou numa sinuca com sua máscara partidária. Ele tentou, de maneira ostensiva e agressiva, transformar máscaras de proteção contra o coronavírus numa peça de propaganda do seu partido, o PL, em plena evolução do calendário eleitoral para as eleições municipais marcadas para Outubro. A já conhecida ousadia do parlamentar caiu na antipatia do Ministério Público Eleitoral, que vai denunciá-lo por propaganda eleitoral antecipada e derrapagem ética. É improvável que a no campo judicial a manifestação do MPE produza algum aborrecimento sério ao parlamentar. Mas ninguém duvida de que no campo ético, Josimar de Maranhãozinho pagará preço elevado, uma vez que há quem veja deboche na sua atitude. E politicamente isso tem um preço.

São Luís, 12 de Maio de 2020.

 

Com forças de esquerda e direita, bancada federal do Maranhão se posicionará dividida em caso de ruptura

 

Weverton Rocha, Eliziane Gama, Márcio Jerry, Bira do Pindaré, Zé Carlos, Gastão Vieira e Pedro Lucas Fernandes estão na Oposição alinhados com Flávio Dino
Roberto Rocha, Edilázio Júnior, Aluízio Mendes, Hildo Rocha, Josimar de Maranhãozinho, Pastor Gildenemyr, Júnior Lourenço e Merreca Filho com Bolsonaro
Eduardo Braide, Juscelino Resende, André Fufuca, Cléber Verde, Gil Cutrim e João Marcelo: imprevisíveis

Ao mesmo tempo em que enfrenta a maior crise sanitária dos tempos recentes, causada pelo novo coronavírus, com milhares de mortes numa curva ainda ascendente, o Brasil avança também para o que poderá ser uma grave crise institucional de desfecho imprevisível, consequência da irracionalidade política do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que contraria a razão e teima em marchar na contramão da História. E nesse contexto de alta tensão e forte expectativa, as forças políticas do Maranhão, principalmente os seus representantes no Congresso Nacional, poderão ter de se posicionar clara e abertamente se a situação de fato se agravar no campo político, como os fatos vão desenhando dia após dia, levando, por exemplo, a um pedido de impeachment do controvertido chefe da Nação.

Como aconteceu com a bandada maranhense de 2016, cuja maioria votou pelo polêmico impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), a atual representação congressual do Maranhão poderá ter de encarar esse quadro de ruptura e certamente se dividirá nos momentos de decisão. Sob a liderança direta do governador Flávio Dino (PCdoB), os segmentos de esquerda e centro-esquerda e de centro, formado pelos senadores Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (Cidadania) e os deputados federais Márcio Jerry (PCdoB), Bira do Pindaré (PSB), Zé Carlos (PT), Gastão Vieira (PROS) Pedro Lucas Fernandes (PTB) se posicionarão em Oposição ao bolsonarismo. O posicionamento desse grupo está evidenciado nas ações e pronunciamentos políticos do governador Flávio Dino e nas manifestações individuais desses parlamentares contra o presidente e seu governo no agitado cotidiano político nacional.

No confronto cujo roteiro ganha definição a cada dia, o presidente Jair Bolsonaro terá como aliadas as forças assumidamente de direita, representadas, num cenário de crise, pelo senador Roberto Rocha (PSDB) – que até aqui tem contrariado a linha do seu partido – e os deputados federais Edilázio Júnior (PSD), Aluízio Mendes (PSC), Hildo Rocha (MDB), Josimar de Maranhãozinho (PL), Pastor Gildenemyr (PL), Júnior Lourenço (PL), Marreca Filho (Patriotas). São forças difusas, assumidamente de direita, mas que não estão sob o comando de um líder – salvo os deputados do PL, que são chefiados por Josimar de Maranhãozinho. Pertencem à ala bolsonarista do Centrão, não havendo dúvida quanto ao seu alinhamento com o Palácio do Planalto, que poderá ser mantido em caso de ruptura.

No centro político e partidário da bancada federal estão alguns deputados de centro-direita e de direita e cujas atuações não deixam muitas pistas sobre o rumo que tomarão numa situação de confronto. São eles Eduardo Braide (Podemos), Juscelino Filho (DEM), André Fufuca (Progressistas), João Marcelo (MDB), Cléber Verde (Republicanos) e Gil Cutrim (Podemos). Seus partidos pertencem ao Centrão, eles têm boa relação com os comandos partidários, votam via de regra com o Governo, mas são parlamentares que aqui e ali saem dos trilhos de orientação das lideranças para se posicionar com alguma independência, o que os torna imprevisíveis no desfecho traumático de uma crise política.

O que vem por aí está ganhando traços de um cenário politicamente insustentável. Primeiro porque o Brasil tem um presidente irracional, que parece não ter noção do papel de chefe da Nação num sistema presidencialista, mas que tem um Legislativo e um Judiciário que funcionam para balizar as ações do Poder Executivo. E depois, Jair Bolsonaro não consegue sair do submundo da política nacional, passando a impressão nítida de que está definitivamente amarrado ao mundo da conspiração fardada e à paisana contra a democracia e às raízes das milícias cariocas, além de se manter refém das entranhas menos saudáveis das redes sociais. Isso enquanto País mergulha numa guerra no combate a uma pandemia que já infectou centenas de milhares e já matou duas dezenas de milhares, e que minimiza dizendo que os brasileiros estão acometidos de “neurose”. Ontem, por e enquanto milhares de famílias choravam seus mortos, o presidente se divertia pilotando um jet ski no Lago Paranoá e confraternizando com barões candangos que faziam pouco caso da pandemia curtindo o sol nas suas lanchas milionárias.

Nenhum um povo, por mais cordato, pacífico e conformado que seja tolera por muito tempo o que está acontecendo no Brasil. E a solução dessa crise só virá corretamente pela via política, por ação do Congresso Nacional. E nesse processo, os três senadores e os 18 deputados federais maranhenses podem ter de se posicionar a favor ou contra uma virada política radical no País.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Na linha de frente contra o coronavírus, Dino critica passeio de jet ski de Bolsonaro

Jair Bolsonaro no jet ski e Flávio Dino no batente: sem tempo para diversão

O passeio de jet ski do presidente Jair Bolsonaro, ontem, no Lago Paranoá, que escandalizou muitos brasileiros, não passou desapercebido da alça de mira verbal do governador Flávio Dino. Logo em seguida, após visitar as instalações de um ambulatório implantado para desafogar as UPAs de São Luís, o governador disparou: “Neste sábado fizemos os ajustes finais no novo ambulatório para coronavírus que vai funcionar a partir de segunda-feira em São Luís, ajudando a desafogar as UPAs e dando atenção maior aos casos com comorbidades. Aqui a gente não tem tempo para passeio de jet ski”.

O que parece ser uma mera provocação, o petardo crítico do governador do Maranhão certamente traduziu a perplexidade e a indignação de milhões de brasileiros que assistiram ao laser presidencial, quando governadores, prefeitos e até mesmo ministro responsáveis estavam na frente de combate à pandemia, indiferentes ao fato de ser sábado. E mais, o presidente foi se divertir no Lago Paranoá depois de ter de cancelar “um churrasco com pelada”, para “uns trinta convidados”, diante da avalanche de críticas, e que, sem a menor cerimônia, disse depois que era “fake”. Não era.

O governador alfinetou o presidente com a autoridade do governante que, tendo feito a opção por salvar vidas, encarou a guerra desde os primeiros momentos e se tornou uma referência em todo o País. E embalado pelo argumento irrefutável, que nem foi preciso usar, de que enquanto o presidente se divertia pilotando um jet ski, o Brasil registrava a assombrosa marca dos 10.627 mortos, sendo 730 nas últimas 24 horas. Situação que motivou as cúpulas do Legislativo e do Judiciário a decretar luto pelas mortes.

 

Aliança do PDT com o DEM vai depender do aval de Edivaldo Holanda Jr.

Weverton Rocha terá de convencer Edivaldo Júnior sobre Neto Evangelista

Em meio à guerra contra o novo coronavírus, as forças políticas de São Luís se movimentam sutilmente para definir posições em relação à corrida para a sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT). Um dos movimentos – na verdade um jogo de pressões – ocorre exatamente nos bastidores do PDT. Comandante do partido no estado, o senador Weverton Rocha tenta consolidar o projeto de juntar o PDT com o DEM em torno da candidatura do deputado estadual Neto Evangelista. O projeto divide o arraial brizolista, tendo o apoio de uma fatia expressiva identificada com a linha do senador. A outra banda – majoritária, mas muito ativa – não fecha com a candidatura de Neto Evangelista. Há quem garanta que a principal voz de resistência a esse projeto seria o próprio prefeito Edivaldo Holanda Júnior, que prefere levar o PDT para uma aliança com o PCdoB em torno da candidatura do secretário das Cidades, Rubens Júnior. Não existe uma situação de confronto dentro do PDT ludovicense, mas quem conhece as reentrâncias do arraial brizolista aposta que essa parada só será resolvida depois de uma conversa decisiva sobre o assunto entre o senador Weverton Rocha, o prefeito Edivaldo Holanda Júnior, o governador Flávio Dino e o deputado federal Márcio Jerry, que preside o (PCdoB). Faz sentido.

São Luís, 10 de Maio de 2020.