Arquivos mensais: setembro 2018

Candidatos a governador dizem a empresários como vão agir nos campos tributário e fiscal

 

Flávio Dino defendeu as ´políticas tributária e fiscal do seu Governo diante de empresários, no encontro realizado pala Federação das Indústrias do Maranhão

Foi esclarecedor o Encontro Empresarial com Candidatos a Governador, realizado ontem pela Federação das Indústrias do Estado do Maranhão  (Fiema) com três dos candidatos melhor posicionados nas pesquisas. Os três que compareceram – o governador Flávio Dino (PCdoB), Roberto Rocha (PSDB) e Maura Jorge (PSL) –  traduziram bem o cenário tributário e fiscal do Maranhão, que pode ser resumido assim: um Estado com um rendimento tributário, limitado e com muitas dificuldades para ajustar sua realidade fiscal às necessidades, exigindo sacrifícios por parte do Poder Executivo. Essa realidade é fruto da dramática situação econômica que vem assolando o Brasil desde 2014 e que resultou em nada menos do  que o fechamento de 13 milhões de postos de trabalho no País, mergulhando a economia brasileira num implacável processo de fragilização. Nesse cenário, o Maranhão, que está na ponta da linha, paga um preço cruelmente elevado, obrigando governador Flávio Dino, que herdou a bomba em 2015, a fazer esforços gigantescos para manter uma política fiscal sustentada num férreo controle de gastos e numa definição rigorosa de prioridades. Candidata a um quinto mandato, a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) não compareceu, responsabilizando uma virose pela sua ausência.

Primeiro a responder perguntas e questionamentos de empresários, o governador Flávio Dino não fez rodeios, sendo direto nos pontos de maior interesse do empresariado: política tributária, investimentos e geração de emprego e renda. O governador foi claro ao afirmar que a política tributária do seu Governo é sustentada na realidade de um Estado que tem enorme responsabilidade social e por isso precisa de uma arrecadação que se aproxime ao máximo das necessidades. Flávio Dino rebateu a acusação feita pela Oposição de que exorbita nas alíquotas de ICMS, principalmente nos casos da energia e dos combustíveis, deixando claro que a verdade é outra, uma vez que a maioria dos estados cobra muito mais que o Maranhão. Demonstrou que tem uma política tributária diferenciada para os pequenos negócios e que, ao contrário do que dizem seus opositores, não beneficia grandes empresas, que no seu governo recebem tratamento mais justo possível, que se baseia principalmente na capacidade dessas empresas gerarem emprego e renda. Além do mais, a situação tributária estadual é um reflexo da dura realidade econômica do País, que atinge fortemente estados, mas que, mesmo assim, o Maranhão está avançando, como muitas dificuldades, mas sem malabarismo nem traumas. Flávio Dino saiu da conversa como entrou: seguro de que faz uma política tributária equilibrada para as condições econômicas do Maranhão.

Maura Jorge expõe suas ideias tributárias e fiscais aos empresários em encontro

Maura Jorge fez uma participação modesta, sem avançar muito nas engrenagens do tema, provavelmente por não ter uma visão mais abrangente. Entrou e se manteve pelo caminho mais fácil, o de pintar com cores dramáticas o desemprego que, a exemplo do País, assola o Maranhão, o que causa, segundo o seu entendimento, “uma enorme frustração, principalmente nos jovens”. Sem entrar na complexidade técnica da engrenagem tributária e, por via de desdobramento, na realidade fiscal definida pelo Governo, a candidata do PSL insistiu na tecla segundo a qual é preciso gerar emprego e renda, dizendo acreditar que tem condições de fazer isso se conseguir o aval da maioria do eleitorado para trabalhar pelos próximos quatro anos no Palácio dos Leões.

Roberto Rocha criticou política tributária do governador Flávio Dino durante encontro

O candidato Roberto Rocha (PSDB) centrou seu discurso inicial em críticas à política fiscal do atual Governo, acusando o governador Flávio Dino de “ter gastado mau”. Para ele, o governador “é um Robin Hood às avessas, que tira dos pobres para dar aos ricos”, referindo-se à política tributária que estimula grandes empresas a ampliar seus investimentos. O candidato tucano disse que, se eleito, reverá a atual política tributária, mudando, por exemplo, as bases atuais do ICMS, sem explicar, no entanto, onde buscará recursos para cobrir as despesas do Governo com servidores, custeio e investimentos. Focado num discurso destinado a atingir o governador Flávio Dino, o senador Roberto Rocha criticou a política fiscal (arrecadação e gastos), afirmando que o Governo “gastou muito e mau”, mas sem dizer exatamente o que, na sua opinião, deveria ser feito diante de um cenário tão complexo como o que o Flávio Dino enfrenta, e que ele enfrentará se eleitor for.

O fato é que na avaliação de muitos, mesmo alimentando alguns pontos de desacordo com a classe empresarial, o governador Flávio Dino saiu do auditório do Sebrae bem avaliado, a começar pelo fato de que sua fala é a de quem está no comando da máquina estatal e, assim, enfrentando as dificuldades de caixa e as limitações dos gastos. Maura Jorge e Roberto Rocha deram seus recados, mas falaram como quem quer chegar lá e, por isso, mostram uma realidade bem  mais fácil de ser domada. Quanto à ex-governadora Roseana Sarney, ela perdeu uma boa oportunidade de dizer o que pretende nesse campo.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Graça Paz comunica candidatura de vice-governadora à Assembleia, confirma candidatura do filho à sua vaga e pede apoio

Graça Paz informa sua candidatura a vice de Roberto Rocha na Assembleia Legislativa

Candidata à vice-governadora na chapa do senador Roberto Rocha, candidato do PSDB ao Governo do Estado, a deputada estadual Graça Paz (PSDB) ocupou ontem a tribuna da Assembleia Legislativa para fazer ao mesmo tempo um comunicado, uma apresentação e um pedido.

Ela comunicou aos deputados sua candidatura à vice-governadora, argumentando que não havia ainda feito essa comunicação: “Eu vim a esta tribuna confirmar, que eu sou candidata a vice-governadora do PSDB, do nosso candidato a governador Roberto Rocha. Eu  acho que fui escolhida por vários motivos: por ser mulher, mãe, avó, esposa, dona de casa, conhecedora dos problemas do meu povo, por ter dentro de casa sete mandatos, três do meu marido, o ex-deputado Clodomir Paz, e quatro meu. Sete mandatos prestando serviço ao povo do Maranhão, andando em todos esses municípios, conhecendo os problemas do nosso povo e tentando resolver, tentando ajudar, é o que nós temos feito ao longo de nossa vida. Roberto Rocha viu em mim, com certeza, uma figura que pode ajudar, ficha limpa, nome limpo, em todos esses mandatos – claro que eu me orgulho por isso. O partido escolheu uma mulher representante também das mulheres maranhenses, escolheu uma Deputada prestigiando também a nossa Casa, e eu acho que o povo do Maranhão poderá reconhecer e aplaudir esta escolha”.

Em seguida, fez a apresentação: “Indicamos meu filho (candidato a deputado estadual), Guilherme Paz, um jovem advogado, competente. E eu tenho certeza que com o que ele viu, o que ele aprendeu dentro da nossa casa, com o pai, Clodomir Paz, e com a mãe, Graça Paz, com a juventude que ele tem, é um menino estudioso, ele vai fazer mais e vai fazer melhor. Isso só me faz ter muito orgulho deste filho”.

O pedido: “É isto que eu vim dizer: sou candidata à vice-governadora e peço o apoio de todos os meus colegas, peço apoio da imprensa, dos funcionários desta Casa, da galeria, para que a gente possa continuar o trabalho que vem fazendo e que vem agradando o povo de meu estado, porque, se não, nós não estaríamos agora no nosso sétimo mandato”.

 

Daniella Tema intensifica campanha como um dos nomes com força eleitoral para chegar à Assembleia Legislativa

Daniella Tema, ao lado do governador Flávio Dino em Dom Pedro: nome forte para a Assembleia Legislativa

A campanha eleitoral começa de fato a “pegar fogo”, principalmente na caça ao voto para a Assembleia Legislativa, envolvendo mais de 500 candidatos. Nos bastidores começa-se a rascunhar listas de favoritos, que mudam a cada momento, sendo a mais movimentada delas a do “chapão” da aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB). Nesse contexto de “quem é quem” na caça ao voto, um dos nomes que surgiu forte na pré-campanha e vem se mantendo firme é o nome da nutricionista Daniella Tema (DEM), que tem como base a região do Sertão, a partir de Tuntum, Presidente Dutra e Dom Pedro, se espalhando por mais duas dezenas de municípios do Leste, da Baixada Ocidental e na Ilha de São Luís. Incentivada pelo experiente e bem articulado prefeito de Tuntum, Cleomar Tema (PSB), que também preside a Famem e conhece como poucos o caminho das pedras políticas do Maranhão, Daniella Tema tem a seu favor sua juventude, uma consciência política forte, grande desenvoltura e um discurso com início, meio e fim, focado no compromisso de dedicar o mantado à busca de soluções para os problemas dos municípios e do estado como um todo. Ela vem percorrendo as regiões onde sua ação política vem encontrando respaldo, sendo por isso apontada como um dos nomes fortes para compor o plenário da Assembleia Legislativa a partir de fevereiro de 2019. Seus aliados manifestam claro otimismo por um desfecho positivo da sua campanha e seus concorrentes se referem a ela como nome que vem ganhando mais projeção na campanha.

São Luís, 04 de Setembro de 2018.

Candidatos proporcionais omitem candidatos ao Senado nas suas peças de propaganda usadas na campanha

 

Edison Lobão, Sarney Filho, Eliziane Gama, José Reinaldo, Weverton Rocha e Alexandre Almeida praticamente não atuam como duplas e estão no “cada um por si e Deus por todos”, seguindo cada um a sua própria estratégia de caça ao voto

Algo muito estranho está contaminando e, ao mesmo tempo, complicando a corrida para o Senado Federal no Maranhão: grande parte dos candidatos a deputado estadual e a deputado federal está ignorando, na sua propaganda em papel e em vídeo, o fato de que são duas, e não uma, as vagas que estão em disputa para o Senado da República. E essa “indiferença” em relação ao segundo candidato vem criando uma situação esdrúxula, pois passa ao eleitor desavisado a impressão de que só existe uma vaga para o Senado. A distorção está acontecendo em todas as coligações, causando, se não uma confusão, um clima de desinformação generalizada que, se não for esclarecido urgentemente, em larga escala, e com muita ênfase, pode levar a uma distorção perigosa o suficiente para comprometer a representatividade dos eleitos.

Candidatos a deputado estadual e a deputado federal estão fazendo dobradinha com apenas um candidato a senador nas coligações lideradas pelo governador Flávio Dino (PCdoB), pela ex-governadora Roseana Sarney (MDB), e pelo senador Roberto Rocha (PSDB). Apenas os candidatos proporcionais das coligações que têm à frente Maura Jorge (PSL) – com um candidato apenas, Samuel Campelo (PRTB) – e Odívio Neto (PSOL-PCB), e o PSTU de Ramon Zapata estão “vendendo” seus nomes ao Senado em duplas, como parece ser mais lógico em se tratando de aliança partidária.

“Sou Fábio Macedo e meu candidato ao Senado é Weverton Rocha”, declara enfaticamente o deputado estadual Fábio Macedo (PDT), em busca da reeleição, deixando no ar grande dúvida: ele apoia mesmo só um candidato a senador? Qual sua posição em relação à outra vaga, que tem a deputada federal Eliziane Gama (PPS), da sua coligação, como candidata? Outro exemplo: a deputada federal Luana Costa (PSC), que pertence à coligação “O Maranhão quer mais”, não faz qualquer referência aos candidatos ao Senado, senador Edison Lobão (MDB) e Sarney Filho (PV). O mesmo ocorre com o empresário e ex-prefeito de Imperatriz, Ildon Marques, que não estampa no seu material de campanha o nome de seus candidatos ao Senado nem o nome do candidato a governador. Há também inúmeros casos como o que envolve deputado federal André Fufuca (PP), da coligação “Maranhão de Todos”, que vota com Weverton Rocha e declarou apoio ao candidato Sarney Filho para a outra vaga. Em outro viés, Márcio Jerry (PCdoB), candidato a deputado federal, exibe na sua propaganda impressa os dois candidatos senatoriais da sua coligação, Weverton Rocha e Eliziane Gama. O mesmo está fazendo no seu material de propaganda o deputado presidente da Assembleia Legislativa Othelino Neto (PCdoB), que informa com clareza que tem dois candidatos a senador, Weverton Rocha e Eliziane Gama.

Essa omissão está sendo ostensiva em relação aos candidatos ao Senado e chega a ser agressiva, atingindo os próprios candidatos, porque nas suas propagandas não indicam os nomes dos colegas de coligação para a outra vaga. Assim: Sarney Filho (PV) não inclui Edison Lobão (MDB) na sua propaganda e vice-versa; Weberton Rocha faz campanha isolado de Eliziane Gama, que faz o mesmo em relação a ele; e José Reinaldo (PSDB) ignora totalmente o colega de partido Alexandre Almeida (PSDB), que também faz de conta que ele não existe para a outra vaga. Nessa peleja marcada pelo “cada um por si e Deus por todos”, a campanha transcorre esquisita, com certo ar de confusão, como se não houvesse duas vagas no Senado.

A situação de agora é bem diferente de 2010, por exemplo, quando os hoje senadores Edison Lobão e João Alberto formaram uma chapa compacta, de aliança, e venceram a eleição para as duas vagas no Senado sem necessidade de um correr para um lado e outro para outro, como se fossem concorrentes para uma única vaga, sem nem de longe produzir o clima de confusão como a disputa de agora. Trata-se de um cenário.

 

 PONTO & CONTRAPONTO

 

Pesquisa mostra uma disputa dura pelas vagas no Senado

Pesquisa DataIlha/Difusora mostra Eliziane Gama, Edison Lobão, Sarney Filho e Weverton Rocha muito próximos, ligados pela margem de erro

A pesquisa DataIlha/Difusora encontrou um cenário que reforça mais ainda a impressão de que a corrida ao Senado encontra-se intrincada com os quatro candidatos mais bem posicionados na preferência do eleitorado no mesmo patamar, ligados pela margem de erro, que é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

Eliziane Gama surpreende com 10,01% das intenções de voto, à frente de  Edison Lobão (MDB) com 9,40%, Sarney Filho (PV) com 9,23% e Weverton Rocha (PDT) com 7,51%. Os quatro candidatos estão rigorosamente no mesmo patamar, sendo absolutamente impossível prevê um desfecho neste momento.

Esse grupo é formado exatamente pelos candidatos que reúnem cacife político e eleitoral. Eliziane Gama, por exemplo, ganhou ânimo novo depois que o governador Flávio Dino declarou que ela, sim, é a “guerreira” do Maranhão. O senador Edison Lobão é um “ás” da política, que sabe o que faz quando sua posição de liderança é ameaçada. Sarney Filho vai se movimentando para não permitir que Weverton Rocha chegue de vez, o que é um problema, porque o pedetista é arrojado e está disposto a jogar tudo para se eleger e conta com o apoio integral do governador Flávio Dino. E é exatamente esse poder de fogo que cada um tem que alimenta ba saudável guerra pelo voto.

No grupo que vem em seguida está assim formado, segundo a pesquisa: José Reinaldo (PSDB) com 5,60%, Alexandre Almeida (PSDB) com 1,13%, Preta Lú (PSTU) com 0,39%, Samuel Campelo (PSL) e Saulo Pinto (PSOL) com 0,22%, Iêgo Brunno (PCB) com 0,20%, e Saulo Arcangeli (PSTU) com 0,5%. Brancos e nulos somaram 17,57%.

 

Números do DataIlha e da Econométrica sobre corrida sucessória batem

Flávio Dino, Roseana Sarney, Roberto Rocha, Maura Jorge. Odívio Neto e Ramon Zapata encontram-se na mesma posição segundo as duas últimas pesquisas

É quase uma regra nas campanhas eleitorais no Maranhão: as pesquisas são sempre desacreditadas por candidatos que estão perdendo e, claro, valorizadas ao extremo pelos que as lideram. O que ocorre no Maranhão neste momento é a confirmação desse jogo. Daí ser interessante a comparação dos números das duas pesquisas mais recentes sobre a corrida ao Palácio dos Leões, feitas pelos institutos DataIlha e Econométrica. Os percentuais de intenção de voto são praticamente iguais, confirmando a tendência já consolidada desde a pré-campanha.

Na pesquisa DataIlha/TV Difusora, o governador Flávio Dino (PCdoB) lidera com  60,47% dos votos válidos contra 30,08% de Roseana Sarney (MDB). Roberto Rocha (PSDB) aparece com 4,4%, Maura Jorge (PSL) com 3,56% e Ramon Zapata (PSTU) com 0,6% e Odívio Neto (PSOL) com 0,2%. A votação nominal encontrou 18,65% de nulos, brancos e indecisos.

A pesquisa Econométrica/TV Guará, divulgada na semana passada, encontrou o governador Flávio Dino com 60% dos votos válidos contra 32% da ex-governadora Roseana Sarney, seguida do senador Roberto Rocha com 4,2%, de Maura Jorge com 2,4%, Ramon Zapata e Odívio Neto somados não foram além de 1%. O levantamento da Econométrica encontrou 11,5% de brancos, nulos e indecisos.

Outras pesquisas recentes, como a do Ibope e a do instituto Exata encontraram números próximos, que poderiam se alinhar pela margem de erro, via de regra de três pontos percentuais para mais e para menos. Ou seja, se tais institutos não estiverem cometendo um erro coletivo monumental, o governador Flávio Dino caminha firme para a reeleição, tendência que só poderá ser revertida com surgimentos de fatos excepcionais durante a campanha, o que é improvável que aconteça.

São Luís, 03 de Setembro de 2018.

 

Início de campanha indica favoritismo de Flávio Dino e dificuldades de Roseana Sarney, Roberto Rocha e Maura Jorge para reverter tendência

 

Flávio Dino mantém favoritismo na corrida com Roseana Sarney e Roberto Rocha na corrida ao Palácio dos Leões

O que foi nitidamente rascunhado ao longo da pré-campanha eleitoral para o Governo do Estado começa a ser confirmado com desenho bem nítido na campanha para valer, com todos os seus ingredientes: todas as informações de números e movimentos indicam com clareza que o  governador Flávio Dino (PCdoB) caminha firme para conquistar mais um mandato, tendendo a fechar a conta em turno único à medida que os demais concorrentes não dão sinais de que dispõem de gás político, argumento programático ou encanto pessoal suficientes para reverter o quadro e apontar um desfecho diferente. Até o momento, a liderança e o  favoritismo do governador nessa corrida estão estampados nas pesquisas de opinião, no gigantismo da aliança partidária que articulou, no  desempenho positivo do seu Governo e na desenvoltura pessoal e política do próprio candidato do PCdoB. No contraponto, a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), melhor posicionada no campo adversário, tem mostrado um lastro político sólido, um capital eleitoral denso e um visível poder de sedução, mas que, somados, não têm alcançado o peso necessário para ameaçar a liderança do governador no processo. O mesmo está acontecendo com o senador Roberto Rocha (PSDB), com a ex-prefeita Maura Jorge (PSL) e com os esquerdistas Odívio Neto (PSOL) e Ramon Zapata (PSTU), que se mantiveram nos mesmos patamares nas cinco últimas pesquisas.

As impressões iniciais, porém, não podem ser interpretadas como o desenho definitivo da corrida eleitoral. Pela frente está mais de um mês de campanha de rua, de caminhadas e carreatas, de trabalho de militantes e cabos eleitorais, de propaganda no Rádio e na TV, de entrevistas e debates, durante os quais os candidatos terão oportunidades de expor suas propostas e posições e assim convencer o eleitorado. Além do mais, todos sofrerão, em maior ou menor grau, os fluídos da disputa para a presidência da República, que poderá injetar ânimo ou aumentar o desânimo desse ou daquele candidato a governador. O que vem pela frente, portanto, pode alimentar o quadro desenhado até aqui na corrida ao Palácio dos Leões, como também pode alterar posições ou rumos, ainda que, pelo que vem acontecendo, há certo grau de previsibilidade no ar.

O cenário de agora é mais ou menos como os embates polarizados de Luiz Rocha (PDS)/Renato Archer (MDB) em 1982, Epitácio Cafeteira (MDB)/João Castelo (PDS) em 1987, Roseana Sarney (PMDB)/Epitácio Cafeteira (PTB) em 1994, Jackson Lago/Roseana Sarney (PMDB) em 2006, Roseana Sarney (PMDB)/ Flávio Dino (PCdoB) em 2010 e Flávio Dino/Lobão Filho (PMDB) em 2014, em que os primeiros foram favoritos desde sempre e venceram as eleições. Bem diferente das guerras com desfechos imprevisíveis que foram travadas com munição pesada em 1990 entre Edison Lobão (PMDB) e João Castelo (PRN), em 1994 entre Roseana Sarney (PMDB) e Epitácio Cafeteira (PTB) e em 2002 entre José Reinaldo Tavares (PMDB) e Jackson Lago, todas elas decididas à última hora.

Está muito claro que, repetindo a lógica da maioria das disputas para o Governo do Estado ocorridas desde a volta da escolha de governador pelo voto direto desde 1982, o governador Flávio Dino, por conta do seu favoritismo, será alvo preferencial de todos os concorrentes, como aconteceu na pré-campanha. O problema maior dos adversários reside no fato de que, por conta da sua postura política e da sua conduta administrativa, Flávio Dino é um alvo muito difícil de ser atingido por denúncias de desvio, como ficou demonstrado com a mais absoluta ineficácia do bombardeio que sofreu do Grupo Sarney desde que assumiu o comando do Estado em janeiro de 2015. Roseana Sarney também conseguiu blindagem eficaz contra eventuais petardos, não conseguindo, porém, livrar-se do visível e já acentuado desgaste do sarneysismo, independentemente do seu lastro de 14 anos de governo. Além disso, Roseana Sarney sabe como ninguém o poder de fogo de um governador que concorre no cargo, independente das práticas que usa para renovar o mandato. Os disparos dos franco-atiradores Roberto Rocha e Maura Jorge dificilmente arranharão o entorno blindado do governador Flávio Dino.

Por conta de todos os pontos, aspectos e vieses que desenham o cenário da disputa, o caminho é uma campanha propositiva, com os candidatos tentando seduzir o eleitor com ideias, planos e objetivos convincentes e viáveis.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Roseana Sarney e Sarney Filho têm problemas para se situar na corrida presidencial

Roseana Sarney não abraçou ainda Henrique Meirelles e Sarney Filho não adotou Marina Silva na campanha

Fica cada a dia mais complicada a situação dos irmãos Roseana Sarney (MDB) e Sarney Filho (PV) em relação à disputa para presidente da República.

O partido da ex-governadora tem o candidato Henrique Meirelles, que parece disposto a tudo para, pelo menos, sair da rabeira da corrida presidencial. Só que a emedebista até agora ignorou solenemente a existência da candidatura de Meirelles, preferindo insistir numa relação com o ex-presidente Lula (PT), que não será candidato e cujo virtual substituto, o ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), esteve há poucos dias em São Luís Maranhão e declarou reiteradas vezes que o candidato de Lula no Maranhão é o governador Flávio Dino. Roseana Sarney, no entanto, mantém peças de campanha nas quais insiste em vender ao eleitorado a falsa impressão de que Lula a apoia. Essa parada terá de ser resolvida cedo ou tarde.

A mesma situação envolve o deputado federal Sarney Filho, candidato do Grupo Sarney ao Senado. O partido de Sarney Filho, o PV, fez aliança com a Rede em torno da candidatura da presidenciável Marina Silva, tendo como vice-presidente o respeitadíssimo ex-deputado federal Eduardo Jorge (PV). Sarney Filho até agora não se manifestou sobre essa aliança, parecendo desconhecer o fato de que existe uma disputa presidencial em curso, na qual o padrinho maior do candidato emedebista Henrique Meirelles é o presidente Michel Temer (MDB), que o fez ministro do Meio Ambiente pela segunda vez. A qualquer momento a cúpula da Rede ou a do PV vai querer cobrar o desatar desse nó, exigindo uma posição clara do ex-ministro do Meio Ambiente em relação à corrida presidencial.

 

Econométrica confirma tendência de desfecho da eleição para governador em turno único

A medição das preferências do eleitorado maranhense em relação aos candidatos a governador, já bem apurada por pesquisa dos institutos Exata, DataIlha e Ibope ganha mais consistência com o levantamento feito pela Econométrica, a mais tradicional e experiente empresa de investigação estatística do Maranhão. De acordo com a sua apuração, contratada pela TV Guará, se a eleição fosse agora o governador Flávio Dino sairia das urnas com eleito em turno único com 53,1% dos votos nominais, o equivalente a 60% dos votos válidos. Em segundo lugar viria Roseana Sarney com 28,8% dos votos nominais, equivalendo a 32,5% dos votos válidos. Roberto Rocha teria 3,7% dos votos nominais ou 4,2% dos votos válidos, enquanto Maura Jorge teria 2,1% dos votos nominais ou 2,4% dos votos válidos. E somados, Odívio Neto (PSOL) e Ramon Zapata (PSTU) não alcançariam 1% dos votos. De acordo com Econométrica, somente 6,6% disseram que votariam em branco ou anulariam o voto e 4,9% não saberiam em quem votar.

Mesmo com o cenário indicando nítida tendência de desfecho em turno único, a Econométrica consultou os eleitores entrevistados sobre a hipótese de um segundo turno. O resultado que encontrou: Se a disputa fosse entre Flávio Dino e Roseana Sarney, o comunista teria 56,3% dos votos nominais contra 30,8% da emedebista, tendo brancos e nulos somado 8,2% e não sabem ou não responderam, 4,7%. Na simulação com Roberto Rocha, Flávio Dino teria 63,3% dos votos nominais contra apenas 17,3% do candidato tucano, 13,1% de brancos e nulos e 6,3% dos indecisos.

Em Tempo: a Econométrica ouviu 1.407 pessoas em todo o Maranhão no período entre 21 e 25 de Agosto e foi registrada no TSE sob o número MA-08877/2018. A pesquisa tem intervalo de confiança de 95% margem de erro de 2,61%.

São Luís, 02 de Setembro de 2018.

 

Campanha na TV: Dino faz programa forte com a simbologia dos leões, Roseana mostra sua personalidade política e Maura Jorge ocupa “terceira via”

 

Flávio Dino, Roseana Sarney e Maura Jorge abriram o horário gratuito na TV com bons programas

A abertura da campanha dos candidatos ao Governo do Estado no Rádio e na TV, no início da tarde de sexta-feira (31), foi emblemática. O líder da corrida eleitoral, segundo as pesquisa, o governador Flávio Dino (PCdoB), e o segundo colocado na disputa, ex-governadora Roseana Sarney (MDB), ocuparam seus espaços em grande estilo, enquanto o terceiro colocado, senador Roberto Rocha (PSDB), visto por muitos como “terceira via”, não compareceu à telinha, deixando para o quarto colocado, a ex-prefeita Maura Jorge (PSL), a chance de funcionar como “terceira via” contra os que estão na frente, já que os dois candidatos mais radicais, Odívio Neto (PSOL) e Ramon Zapata (PSTU), não mostraram as garras, um por ausência plena, outro porque preferiu usar o espaço para protestar com a célebre palavra de ordem do seu partido: “Só a luta muda a vida”. A largada dos candidatos a governador reforçou a tendência de polarização entre o governador Flávio Dino, que pleiteia a reeleição, e a ex-governadora Roseana Sarney, que tenta voltar ao poder. Isso porque surpreendeu o fato de o senador Roberto Rocha haver esnobado espaço tão destacado num momento tão importante da campanha, deixando para a ex-prefeita Maura Jorge a oportunidade de enfrentar os dois primeiros com humor escrachado, mas inteligente.

O primeiro programa do governador Flávio Dino foi impecável, a começar pelo fato de que explorou com eficiência a poderosa simbologia política dos leões que guardam a sede do Governo. Abriu com um marcante trecho do histórico discurso de posse que fizera no dia 1º de Janeiro de 2015 na sacada do palácio: “Quero me dirigir aos leões. A esses leões que estão aqui. Vocês nunca mais vão rugir para o povo do Maranhão, porque esse palácio pertence sim, a partir de agora, aos invisíveis, aos esquecidos, aos humildes, àqueles que nada têm, mas que agora têm um governador ao lado dos seus sentimentos, dos seus desejos, dos seus sonhos e dos seus objetivos. Queridos leões, sejam bem vindos à democracia!”. E se transportando para agora, completou: “Hoje são os leões que simbolizam o orgulho de ser maranhense, são os leões dos trabalhadores, são os leões das quebradeiras de coco, são os leões dos empresários que acordam cedo, que lutam, são os leões das pessoas que nós alfabetizamos aos 50, 60 anos de idade, são os leões desses meninos que são leões, que conseguiram vencer. Esses sim, são os leões que fazem com que eu sinta muito orgulho de ter feito esse Governo”.

O programa de Flávio Dino prosseguiu mostrando realizações – contratação de 3.500 mil policiais, criação dos Iemas, implantação de oito grandes hospitais, transformação da antiga casa de veraneio em Casa de Ninar, escolas dignas -, e com o governador fustigando em seguida: “Acabou o tempo do Maranhão ser governado por duas ou três famílias. O Maranhão é governado para toda a família do Maranhão. Há quatro anos escolhemos o caminho da mudança, e hoje temos um governo diferente, feito por todos e para todos”. E seguiu afirmando que tirou do poder uma família “que pensava que o maranhão era uma monarquia”.  E concluiu:

“Quando assumimos encontramos a casa desarrumada. E com Michel Temer, do PMDB, a situação ficou muito ruim. Nós fizemos muito, mas não fizemos tudo. Quatro anos é pouco tempo para resolver problemas que se acumularam por 50 anos. Nenhum Governo é perfeito. O que o cidadão exige é que o cidadão seja sério, honesto e trabalhador. Isso nós somos. É para continuar esse trabalho no Maranhão que peço a oportunidade do segundo mandato, que você renove a sua confiança, que tenha fé no futuro e venha com a gente”.

Num programa de abertura também inteligente, os marqueteiros da ex-governadora Roseana Sarney optaram por explorar a sua figura humana e política, batendo forte na tecla de que ela é “guerreira”. Foram dois minutos e 32 segundos – o menor tempo que ele tem em toda sua trajetória – nos quais foi mostrada de maneira quase mitológica, identificada com pessoal, cultural e politicamente com o povo maranhense, e concluindo com a auto definição de que é um ser essencialmente político, agora também fazendo um inócuo esforço para desgrudar a marca “Sarney” da sua imagem, preferindo ser apenas “Roseana”

“Não sou eu que sou guerreira, é o povo do Maranhão que é guerreiro. Nós todos somos guerreiros, porque nos somos lutadores”, disse, como se estivesse sendo entrevistada. E prosseguiu: “Eu não penso em resolver todos os problemas do Maranhão. Mas eu penso em resolver os problemas mais graves. Penso sim. Eu tenho esse sonho”.

E sinalizou como pretende atuar se eventualmente retornar ao Palácio dos Leões: “Como governadora e, claro, eleita novamente governadora, se tiver obra inacabada, é prioridade, eu vou acabar essas obras. Se tiver programa dando certo, é claro que eu vou continuar”. E explorou uma seara que a favorece nas suas campanhas: “Fica uma palavrinha especial para as mulheres: vamos para a linha de frente, esse é o nosso lugar. Nós temos de lutar pelos nossos direitos. Vamos lutar para conseguir o que a gente quer”.

Sem mostrar obras, mas tendo uma voz de fundo exaltando-a como um mito, o roteiro do programa foi fechado com a candidata emedebista desenhando a se própria: “Sou uma pessoa muito aguerrida. Eu sou uma pessoa que briga pelas suas coisas. Sempre foi assim. Eu sou uma pessoa essencialmente política. Eu tenho a impressão de que essa é a minha missão e que eu nasci para fazer isso”.

Com a inexplicada ausência de Roberto Rocha, coube a Maura Jorge fazer o contraponto aos dois candidatos, recorrendo a uma peça de humor com escracho leve: uma moça numa banca de feira jogando bananas para os outros candidatos, mostrando em seguida a candidata do PSL como a mudança seguida por uma multidão.

O horário eleitoral gratuito no Rádio e na TV foi aberto com programas fortes e ausências significativas, mas não traduziu nem de longe o clima de confronto que já domina as manifestações dos candidatos nas redes sociais. Por isso ninguém se iluda, por que vem chumbo grosso por aí.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Candidatos ao Senado fazem abertura forte e sem tensões no horário eleitoral gratuito

Weverton Rocha abriu o horário eleitoral  na televisão, seguido de Eliziane Gama, Sarney Filho, Edison Lobão e Alexandre Almeida

A arrancada dos candidatos ao Senado da República no Rádio e na TV foi de apresentação, tendo iniciado com Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PPS), da coligação “Maranhão para Todos”, liderada pelo governador Flávio Dino.

Weverton Rocha abriu a programação recordando sua trajetória de “ser político” desde criança, que passou intensamente pelo movimento estudantil, pela assessoria do governador Jackson Lago – seu padrinho político -, pela assessoria do Ministério do Trabalho até chegar à Câmara Federal, onde foi vice-líder, líder do PDT e agora exerce a liderança da Minoria, tendo frequentado com destaque e em linha de frente nos relatórios de organização que avaliam o desempenho de parlamentares no País. Eliziane Gama, por seu turno, fez uma bela abertura em que foi mostrada como uma mulher de origem humilde, fruto de uma mistura de cores e raças, vencedora, que pretende chegar ao Senado quebrando um tabu de que gente simples e humilde não chega lá”.

Em seguida entraram Sarney Filho (PV) e Edison Lobão (MDB), candidatos ao Senado pela coligação “O Maranhão Quer Mais”, comandada por Roseana Sarney. Sarney Filho se apresentou como um político diferente do grupo a que pertence e se declarando “ficha limpinha”. Destacou sua trajetória como deputado federal de nove mandatos e como ministro do Meio Ambiente nos Governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Michel Temer (MDB), assinalando que sua militância no PV, que na sua avaliação o tornou um político diferente. O senador Edison Lobão abriu sua falta agradecendo o eleitorado maranhense por sua trajetória de deputado federal, governador e senador por quatro mandatos e ministro de Minas e Energia nos Governos de Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT), legitimado, portanto, para pedir votos para novo mandato.

O bloco foi fechado com os candidatos do PSDB ao Senado. José Reinaldo Tavares não participou do programa de abertura ao meio dia, ficando a representação tucana apenas com Alexandre Almeida, que se apresentou como um candidato jovem, mas já experiente pelos dois mandatos de deputado estadual. Falou do seu trabalho parlamentar e se comprometeu a ser um senador atuante e diferenciado.

 

Horário para candidatos a deputado estadual mostra bons resultados

Othelino Neto, Fábio macedo, Daniella Tema, Zé Inácio e Adriano Sarney se destacaram na abertura  da propaganda no horário eleitoral gratuito na TV,

Vários traços e aspectos chamaram atenção no espaço destinado aos candidatos a deputado estadual. O primeiro deles foi a apresentação do deputado estadual Othelino Neto (PCdoB), presidente da Assembleia Legislativa, que se mostrou entusiasmado e descontraído, com discurso simples e firme, sustentado na palavra-slogan “Avante”, com a qual deixa claro que pretende ter longa na política. Outro foi o deputado Adriano Sarney (PV), eu usou uma linguagem jovem e descontraída, afirmando que fez “um trabalho legal”, de oposição, no primeiro mandato, e pedido apoio para continuar na Assembleia Legislativa. Destacaram-se também o deputado Zé Inácio (PT), que pediu apoio para sua reeleição, e o deputado Fábio Macedo (PDT), que pareceu muito mais descontraído do que antes, aparecendo ter assimilado o modo de ser político. Entre as novidades, destaque absoluto para a candidata Daniella Tema (DEM), que vem sabendo associar com precisão e eficiência juventude, maturidade, beleza e visão política.

São Luís, 31 de Agosto de 2018.