Arquivos mensais: agosto 2017

Se não derrubar condenação, Stênio Rezende pode se aposentar precocemente da política

 

Stênio Rezende: condenação pode tirá-lo da política
Stênio Rezende: condenação pode tirá-lo da política estadual

Muito complicada a situação do deputado Stênio Rezende (DEM), condenado pela Segunda Seção do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região pelos crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e falsidade ideológica. Ele teve seus direitos políticos cassados por oito anos e vai pagar uma multa robusta aos cofres públicos. O caso foi relatado pela juíza federal Rogéria Maria Castro Debelli, que votou pela condenação e foi acompanhada pelos demais integrantes daquela Corte federal. Além do desgasto moral, a consequência mais severa será o confisco do seu título de eleitor, o que o impedirá de votar e ser votado nas eleições legislativas do ano que vem.

No processo – que corre em segredo de Justiça e estava pautado para o dia último dia 2, mas foi antecipado para ontem -, o Ministério Público Federal (MPF) acusa o deputado de ter inserido dados falsos na declaração de ajuste anual do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) de duas servidoras comissionadas da Assembleia Legislativa do Maranhão (Maria Raimunda Melo França e Ana Carolina Urucu Rego Fernandes), então lotadas em seu gabinete, sem o conhecimento ou anuência destas. Ele também é acusado de se apropriar e desviar salários de outros funcionários lotados em seu gabinete. Outros dois servidores do seu gabinete, que teriam participado do esquema, foram enquadradas nos mesmos tipos de crimes.

Político experiente, nascido da guerra entre os Rezende e os Bandeira pelo controle político de Vitorino Freire, em meio à qual conquistou cinco mandatos no Legislativo estadual, Stênio Rezende é o que se pode identificar como um político com rara habilidade sem a qual não teria conseguiria construir a trajetória eleitoralmente vitoriosa, que o mantem na Assembleia Legislativa desde meados da década de 90 do século passado. Hoje, divide com o deputado Rigo Teles (PV) a honraria de ser decano do Poder Legislativo, condição que lhe dá alguns privilégios, como o de presidir sessões do parlamento na ausência de membros da Mesa, por exemplo.

Médico por formação e político por opção, Stênio Rezende viveu situações diferentes nesse quarto de século como deputado estadual, preferindo permanecer na seara estadual do que partir para uma aventura política federal, como fizeram colegas seus no primeiro mandato. Sua condenação pela Justiça Federal por conta dos crimes elencados pelo Ministério Público Federal ganha o peso de um grande desastre político, pois acontece no momento em que ele está comandando, juntamente com seu sobrinho, o deputado federal Juscelino Rezende Filho, uma ampla operação para reforçar o DEM no Maranhão. Ele assumiu o controle da sigla no estado, tirando-o do controle do deputado César Pires, que foi para o PEN, dando-lhe peso para voltar ao grupo dos grandes partidos no Maranhão, tendo para tanto total apoio do comando nacional da agremiação.

Nessa roda-viva de articulações, Stênio Rezende vinha tratando, com muito cuidado, do ingresso no DEM do ex-governador e atual deputado federal José Reinaldo Tavares, que está a um passo de deixar o PSB e já teria definido o Democratas como o seu novo pouso partidário, tendo como garantia a vaga de candidato a senador em 2018. Foi por sugestão sua que o ex-governador esteve no Palácio dos Leões para conversar sobre o assunto com o governador Flávio Dino (PCdoB).

A condenação e a consequente suspenção dos seus direitos políticos por oito anos pode jogar por terra todo o esforço político que vinha fazendo para consolidar a sua posição de chefe maior do DEM no Maranhão. Se não conseguir reverter tal condenação, além de não poder participar das eleições de 2018 e 2022, corre o grave risco de perder o controle do DEM.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Assembleia Legislativa homenageia Uema por seus 35 anos de existência

leg
Foto 1 – Cúpulas da Assembleia Legislativa e da Uema na abertura da sessão de homenagem pelos 35 anos da instituição universitária maranhense. Foto 2 – Observado por César Pires, Gustavo Costa entrega comenda a Humberto Coutinho 

A Assembleia Legislativa homenageou ontem, em sessão especial, a Universidade Estadual do Maranhão (Uema) pela passagem dos seus 35 anos. Proposta pelo deputado César Pires (PEN), que já foi reitor, a homenagem recebeu o apoio integral do presidente do Poder Legislativo, deputado Humberto Coutinho (PDT) e foi feita com a participação do reitor Gustavo Costa, pró-reitores, diretores, assessores, professores, servidores, além de ex-reitores. A sessão foi aberta com a exibição de um vídeo institucional mostrando a trajetória da instituição.

O deputado e ex-reitor César Pires (PEN) fez um pronunciamento contundente sobre a Uema e o papel que ela exerce na vida do Maranhão, destacando os desafios enfrentados e os avanços alcançados pela Universidade maranhense ao longo da sua trajetória. “Não há como negar este fato inquestionável: a Uema consegue contribuir de forma galopante para o desenvolvimento do Maranhão”, acentuou César Pires, lembrando as graves dificuldades que enfrentou no período do seu reitorado. O deputado fez menção especial aos dirigentes da Uema, destacando na pessoa do reitor Gustavo Costa, e aos professores e servidores.

– O mais importante de tudo é que, apesar de todos os obstáculos, vencemos a barreira da descrença. E digo mais: de tudo que fiz na minha vida, nada mais me orgulha do que ter sido reitor da Uema. Hoje celebramos 35 anos de muita glória, e fico feliz em saber que a minha história é parte também da história desta instituição”, assinalou César Pires.

Por sua vez, o reitor Gustavo Costa, ao agradecer a homenagem, assinalou que a Uema de hoje é uma grande Universidade. “E somos muitas universidades em uma só, pois a Uema é a cara do Maranhão”, salientou. O reitor frisou ainda que a Universidade Estadual detém o pioneirismo e a vanguarda em diversas áreas, sempre com a premissa de ampliar e melhorar a sua atuação. “A Uema avançou, progrediu pela vontade e pela coragem de mulheres e de homens que se uniram para dizer que a luta valia a pena e que os resultados justificariam a resistência. Cada professor, cada técnico-administrativo, cada estudante tem deixado, nesta instituição, as suas marcas e inteligências”, declarou o reitor.

 Humberto Coutinho homenageado com a Medalha Gomes de Sousa

Na mesma sessão em que a Assembleia Legislativa homenageou a Uema, o reitor Gustavo Costa entregou ao presidente do Poder, deputado Humberto Coutinho, a Medalha, honraria por meio da qual a instituição universitária reconhece a contribuição de personalidades ao processo de desenvolvimento da educação no Maranhão.  “O deputado Humberto Coutinho, ao longo de sua vida pública, tem prestado grandes serviços à causa da cidadania e da educação em nosso Estado”, declarou o reitor Gustavo Costa, justificando a homenagem.

Ao receber a homenagem, o presidente da Assembleia Legislativa foi tomado pela emoção e externou o sentimento com a franqueza de sempre: “Estou muito emocionado, porque eu me sinto muito satisfeito com esta homenagem. Afinal de contas, a Uema também faz parte da minha história. É uma instituição que já formou várias gerações. Formou e vem formando pessoas simples e humildes e, desta forma, vem melhorando o nível intelectual de cidades como Caxias, São Luís e outras localidades as mais diversas do nosso Estado”.

O deputado Humberto Coutinho disse que a homenagem é justa e, por isso, deve ser comemorada: “Basta citar um exemplo: os excelentes estudantes da Uema, que hoje são excelentes médicos, agrônomos, engenheiros, administradores e muitas outras categorias profissionais”.

Em Tempo –  A comenda homenageia Joaquim Gomes de Sousa, nascido em Itapecuru-Mirim (1829) e que foi figura singular e cultor das ciências e da matemática e modelo emblemático da investigação científica, que é função precípua da instituição universitária. Segundo o reitor Gustavo Costa, a comenda foi criada em 2003 por meio de uma Resolução aprovada pelo Conselho Universitário da Uema, que a instituiu como Medalha Gomes de Sousa do Mérito Universitário. Sua finalidade é “galardoar personalidades, de dentro e fora do território maranhense, merecedoras de particular reconhecimento por suas realizações nas áreas da educação, da cultura, da ciência, das artes e da tecnologia”.

São Luís, 18 de Agosto de 2017.

 

 

Encontro de José Reinaldo com Flávio Dino poderá definir o futuro da candidatura do ex-governador ao Senado

 

José Reinaldo e Flávio Dino posam descontraídos no Palácio dos Leões
José Reinaldo e Flávio Dino posam descontraídos no Palácio dos Leões

O ex-governador e atual deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB) fez ontem um movimento decisivo para definir as condições em que disputará uma cadeira no Senado da República. Ele esteve no Palácio dos Leões para um encontro com o governador Flávio Dino (PCdoB), para colocar as cartas na mesa, discutir e, se possível, superar divergências e, dependendo do resultado, sair do Palácio dos Leões com a certeza de que não terá o poder de fogo político do Governo contra a sua candidatura, por considerar o seu pleito politicamente legítimo e eleitoralmente viável. Pouco ou nada vazou da reunião, mas a julgar pelo que a Coluna ouviu de algumas fontes, não houve definição, mas uma larga janela foi aberta para novos conversas. A um interlocutor habitual, José Reinaldo disse apenas que continua firme como aliado político do governador Flávio Dino, e que sua candidatura está de pé e é irreversível, conte ou não com as bênçãos Palácio dos Leões.

O encontro do deputado José Reinaldo com o governador Flávio Dino poderá ter resolvido dois focos de tensão nas suas relações políticas. O primeiro são os choque de posições políticas, ideológicas e doutrinárias que os vêm colocando em campos opostos desde o início do atual Governo. As propostas feitas pelo ex-governador para alavancar a economia no Estado se chocaram frontalmente com as que o governador tinha em mente, e esses choque foi a largada para o início do distanciamento. Ao mesmo tempo, José Reinaldo – que mesmo pertencendo aos quadros do PSB, é um político claramente de centro, com forte inclinação à direita, o oposto da postura da linha de esquerda  moderada praticada por Flávio Dino.

O viés ideológico do ex-governador, que causou forte contrariedade no Palácio dos Leões, ficou evidenciado nas posições que ele defendeu no Congresso Nacional: votou pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, apesar dos apelos do governador para que votasse contra; votou contra a autorização para investigar o presidente Michel Temer, quando o Palácio dos Leões torcia pelo contrário, e deu voto favorável à Reforma Trabalhista, na contramão do governador e as forças que comanda. Esses e outros exemplos cavaram um largo e profundo fosso separando os dois líderes no campo político e ideológico, tornando complicada sua convivência  e praticamente inviabilizando o apoio do governador ao projeto senatorial ao ex-mandatário.

Aos 76 anos e com saúde em plena forma, José Reinaldo Tavares tem na candidatura a senador o que provavelmente será sua última cartada política, pretendendo com o mandato encerrar sua invejável trajetória de homem público, durante a qual construiu um currículo que inclui secretarias de Estado, direção geral do DNOCS, a presidência da Novacap, a superintendência da Sudene, o Ministério dos Transportes, deputado federal, vice-governador e governador. E no campo político, se movimenta com a autoridade e o cacife de quem rompeu com o Grupo Sarney e viabilizou a grande virada política no Maranhão com a eleição de Jackson Lago (PDT) sobre Roseana Sarney  (PMDB) em 2006.

Além das diferenças com o chefe situacionista, José Reinaldo enfrenta um complicado problema partidário, exatamente por ter atuado na contramão do que orientou o PSB, o que tornou inviável a sua permanência no partido. Seu encontro com o governador tem a ver também com o seu provável ingresso no DEM, que hoje faz parte da base da base partidária liderada pelo chefe do Executivo. No plano nacional, o virtual ingresso de José Reinaldo no DEM é avalizado com entusiasmo pela cúpula do partido, já que, a rigor, se trata da volta de um filho à casa paterna. Os chefes do DEM no Maranhão sugeriram que José Reinaldo fosse ao governador para informar sua disposição de ingressar no partido e ser seu candidato ao Senado. O desfecho da negociação do ex-governador com o DEM indicará o resultado da conversa com o governador.

Em resumo: a ida de José Reinaldo ao encontro do governador Flávio Dino no Palácio dos Leões indicará o rumo que tomará a candidatura do ex-governador ao Senado, definindo também o seu futuro político.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Governistas relaxam denúncia e levam governador Flávio Dino a liderar reação

link

O Palácio dos Leões resolveu declarar guerra contra a Oposição no caso da denúncia segundo a qual a Secretaria Estadual de Saúde estaria pagando aluguel de um prédio onde funcionará o Hospital de Cirurgia e Traumatologia. A denúncia foi feita pela deputada Andrea Murad (PMDB), na semana passada. À exemplo do caso do prédio onde funcionaria uma unidade da Funac, alugado a um engenheiro filiado ao PCdoB e que estava vinculado por assessoramento a um órgão estadual, o Governo não deu muita importância, fazendo inicialmente uma defesa sem muita reocupação. Ocorre que a Oposição, ao perceber a falta de interesse no rebate, decidiu aproveitar o clima e avançar no ataque, usando o poder de fogo midiático do Grupo Sarney e envolvendo a Rede Globo. Na sua edição de ontem, o Bom Dia Brasil, da Rede Globo, jogou o assunto em rede nacional e com tintura de escândalo, com direito inclusive a comentário debochado de apresentador em rede social.

O balão criado pela ação da Oposição levou o Governo a reagir em bloco, num movimento liderado pelo próprio governador Flávio Dino, que em duas “tweetadas” disse o que precisava, e que se tivesse sido dito em resposta à denúncia inicial, teria inibido a ação oposicionista. A manifestação do governador ganhou repercussão na Assembleia Legislativa, onde os mais destacados líderes governistas, a começar pelo deputado Othelino Neto (PCdoB) e Rogério Cafeteira (PSB), que dissecaram o assunto, dando voz a outros deputados alinhados ao Palácio dos Leões. A reação governista repercutiu ontem no Bom Dia Brasil, que tentou mascarar as informações do Governo, mas foi obrigado a mostrar, com visível contragosto, que nada há de errado no contrato de aluguel nem na reforma do prédio, pois não havia como reformar o prédio e adequá-lo para ser um Hospital de Cirurgia e Traumatologia de extrema importância no Sistema Estadual de Saúde.

O episódio, que ainda deve render rescaldos sem importância, deixou claro que as áreas de comunicação e articulação na Assembleia Legislativa não se comunicaram como deviam e esse desajuste criou um embaraço desnecessário ao Governo e ao governador.

 

João Alberto pede centros de hemodiálises no Maranhão

João Alberto comemorou decisão do Conselho a favor de Aécio Neves
João Alberto comemorou decisão do Conselho a favor de Aécio Neves

O senador João Alberto (PMDB) pediu que o Governo Federal faça investimentos urgentes para aumentar o número de postos de hemodiálise no estado, onde há apenas 15 unidades para atender 2.240 pacientes com doenças renais crônicas. Num discurso sem tom de crítica, mas de uma cobrança equilibrada, ele observou que essas pessoas têm duas opções: ou se submetem a um transplante de rim ou às sessões de hemodiálise, que as mantêm conectadas por horas, em dias alternados, a uma máquina filtradora de sangue.

João Alberto lembrou que o problema de falta de vagas não é exclusivo do Maranhão e se estende por todo o Brasil. E o pior, acrescentou, é que tende a se agravar, segundo os especialistas.

— Nossa população está cada vez mais velha e duas das doenças mais frequentes nos dias de hoje, hipertensão e diabetes, estão diretamente relacionadas à doença renal. Sem ações preventivas que estimulem um estilo de vida mais saudável, milhões de brasileiros e brasileiras poderão se somar às fileiras daqueles que hoje penam para receber um tratamento mais apropriado e tempestivo — declarou.

Em informação recente, o Governo do Estado infirmou que está investindo na construção e implantação desses portos, parte dos quais deverá entrar em funcionamento ainda neste ano.

São Luís, 17 de Agosto de 2017.

Factóide ou não, proposta de lançar Dilma ao Senado pelo Maranhão agitou o cenário político estadual

 

Dilma Rousseff é sugerida por Márcio Jardim para fazer dobradinha com Weverton Rocha
Dilma Rousseff é sugerida por Márcio Jardim para fazer dobradinha com Weverton Rocha na corrida ao Senado

A explosiva tweetada do secretário de Estados dos Esportes e Juventude, Márcio Jardim sugerindo que a candidatura da ex-presidente Dilma Rousseff ao Senado pelo Maranhão sacudiu o meio político, mas também revelou que o Palácio dos Leões ainda não bateu martelo a respeito de quem será o candidato do movimento liderado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) à segunda vaga de senador. A “sugestão” de Márcio Jardim pode ser interpretada por diferentes vieses, mas o que importa mesmo é saber se ele jogou seu “coquetel molotov” num movimento pessoal, do tipo “E se colar?”, ou se foi acionado para jogar a isca e estudar a reação. A iniciativa política do secretário dos Esportes e Juventude acontece exatamente no momento em que o meio político e o eleitorado mais esclarecido e interessado aguardam a decisão do governador Flávio Dino sobre quem comporá a chapa governista junto com o deputado federal Weverton Rocha (PDT), cuja candidatura parece já ter ganhado a condição de fato consumado. É sabido que o governador está sob pressão para definir o nome, mas vem usando a cautela e o desenrolar dos fatos políticos para chegar a uma solução que seja eleitoralmente viável, consciente de que nesse jogo não há lugar para aventuras nem amadorismo.

Militante de tempo integral saído do Movimento estudantil e com trajetória marcada por um discurso duro e agressivo contra adversários, mas com a autoridade de haver liderado, junto com o secretário Francisco Gonçalves (Direitos Humanos), a banda do PT que não aceitou compor com o Grupo Sarney e fechou com Jackson Lago e com Flávio Dino, Márcio Jardim tem clara noção da complexidade da situação que envolve o governador Flávio Dino e projeto de poder que ele lidera. Daí ser no mínimo surpreendente que tenha sugerido a candidatura da ex-presidente Dilma Rousseff sem qualquer sinal de anuência do governador, sobre quem pesa a responsabilidade de escolher e embalar o segundo candidato da aliança.

Trata-se de um projeto arrojado, que de cara será comparado ao que elegeu, de maneira traumática, magnata da imprensa Assis Chateaubriand e que em nada beneficiou o Maranhão. Mas essa comparação poderia ser compensada coo fato de o ex-presidente José Sarney (PMDB) teria do politica e eleitoralmente para o Amapá, por onde exerceu dois mandatos.

Se candidata ao Senado pelo Maranhão, Dilma Rousseff entraria com alguns argumentos de peso: venceu as duas eleições presidenciais no estado com larga vantagem, aumentou expressivamente o programa Bolsa Família, tendo também incrementado outros programas – “Minha Casa, Minha Vida”, por exemplo –  no Maranhão. Vale destacar que ela foi parceira de primeira linha dos governos de Roseana Sarney (PMDB) e vinha acertando o passo com o governador Flávio Dino, que assumiu publica e enfaticamente a sua defesa, correndo todos os riscos de ter seu prestígio arrastado na derrocada da líder petista com o processo de impeachment. Por outro lado, Dilma Rousseff poderia sofrer a rejeição por ser “estrangeira”, com pouca ou quase nenhuma afinidade cultural e política com o estado, o que obrigaria a fazer uma campanha de jogo aberto, explicando que sua candidatura não seria exatamente uma declaração de amor pelo Maranhão, mas uma conveniência política justificável pelo quadro político nacional.

O projeto poderia também ser comparado ao que elegeu, de maneira traumática, magnata da imprensa Assis Chateaubriand e que em nada beneficiou o Maranhão. A outra seria com a do ex-presidente José Sarney (PMDB), que num movimento inverso – e a contragosto, vale lembrar -, migrou politica e eleitoralmente para o Amapá, por onde exerceu dois mandatos consecutivos. Mas são situações e contextos completamente diferentes que, mesmo cabendo a lembrança como ilustração de que a migração não seria inusitada, é possível, não há semelhanças que justifiquem comparações.

Um extenso elenco de nomes já foi especulado para ser o segundo candidato a senador pela Situação: o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Humberto Coutinho (PDT), o deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB), a deputada federal Eliziane Gama (PPS), o prefeito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva (PSDB), e o prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (PCdoB). Com exceção de Humberto Coutinho – que despontava como nome forte, mas teve de se afastou da corrida por problemas de saúde -, nenhuma dessas candidaturas ganhou fôlego como a do ex-governador José Reinaldo Tavares, mas por motivos os mais diversos, não ganhou o apoio leonino e corre o risco de ser inviabilizada.

Seja como uma sugestão viável, um balão de ensaio ou um factóide sem futuro, o nome da ex-presidente Dilma Rousseff surge num contexto em que, por mais estranha que possa parecer, faz algum sentido. E pode até mesmo contar com a simpatia do Palácio dos Leões, ainda que pareça diferente num estado em que a política é decisiva e que vive um agitado e saudável momento de transição. Mas também deve entrar com o lombo preparado para apanhar muito.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Maioria da bancada maranhense vai aprovar Distritão e Fundo de R$ 3,5 bi

bancada
Bancada maranhense

A Câmara Federal deve votar hoje a Proposta de Emenda Constitucional que institui novas regras eleitorais. Os dois itens mais visíveis são o Distritão, que elimina o conceito de proporcionalidade nas eleições legislativas, e o Fundo de Financiamento Eleitoral, que prevê R$ 3,5 bilhões de dinheiro do contribuinte para financiar as campanhas eleitorais. A bancada maranhense não definiu uma posição de unanimidade em relação às duas propostas. Há um entendimento maior em relação ao Distritão, que deve ser aprovado por todos os integrantes da bancada, podendo essa unanimidade ser quebrada por um ou dois votos. Divergências maiores dizem respeito ao Fundão, tendo deputados que o aprovam integralmente, outros que o aprovam, mas acham o valor muito elevado, e finalmente os que são contra. Mas uma coisa: com maior ou menor proporção, a maioria dos representantes maranhenses aprovará o Distritão e o Fundão.

 

Wellington do Curso silencia sobre proposta de instalar CPI da Saúde

Wellington do Curso: refletindo sobre propor CPI
Wellington do Curso: quer CPI

O deputado Wellington do Curso (PP) tem dado sinais de que recuou no seu arrojado projeto de instalar uma CPI para investigar supostas irregularidades n Sistema Estadual de Saúde. No final do semestre passado, o parlamentar se movimentou intensamente no plenário e nos bastidores da Assembleia Legislativa em busca de apoio à proposta de CPI. Chegou a conseguir um “número expressivo” de assinaturas, mas n.ao o suficiente para criar a Comissão. Foi para o recesso parlamentar avisando que voltaria à carga em agosto, certo de que conseguir instalar a CPI. Até agora não se manifestou sobre assunto.

 

São Luís, 16 de Agosto de 2017.

 

 

 

Flávio Dino e Roseana Sarney travam nas redes sociais guerra que ficará mais cruenta e decisiva na corrida eleitoral

 

Flávio Dino e Roseana Sarney deverão se enfrentar nas eleições do ano que vem
Corrida: Flávio Dino e Roseana Sarney já estão se enfrentando nas redes sociais

Essa oposição oligárquica presta enorme desserviço ao tentar sabotar o Maranhão com uma série interminável de inverdades e deturpações.Enquanto isso “tem obra em todo canto, tem obra e todo lugar”. E estamos ampliando os serviços públicos. Como a oligarquia nunca fez. Esses herdeiros da oligarquia ficam tristes porque todos seus prognósticos e “pragas” não se confirmam. Quando assumi, o Maranhão tinha R$ milhões e dívidas atrasadas que chegavam a R$ 800 milhões. Um caos. Mas sobrevivemos. Avante.

Resultado de quatro “tweets” postados segunda-feira (14) pelo governador Flávio Dino (PCdoB) como resposta direta a estocadas que ele e seu Governo vêm recebendo da Oposição mostram duas situações bem definidas. A primeira: o governador do Estado se mantém fiel ao uso intenso da sua mais eficiente arma para dizer o que pensa e, sobre tudo, para rebater ataques sistemáticos que recebe diariamente dos seus adversários. A segunda: a guerra que o governador Flávio Dino e seus adversários vêm travando nas redes sociais tende a se tornar mais dura e cruenta à medida que a corrida eleitoral se aproximar. E ao contrário do que aconteceu no período inicial do Governo, quando se desdobrava para “domar a fera” e dar forma e movimento ao seu projeto de Governo, o governador não mais reage irado, com faca nos dentes e sangue nos olhos. As reações de agora são mais tranquilas e carregadas com fortes doses de afirmações e ironia.

Nesse jogo de “bateu, levou”, na falta de malfeitos administrativos ou desatinos que possam render denúncias que estimulem o Ministério Público a infernizar o cotidiano no Palácio dos Leões, os adversários do Governo aproveitam qualquer indício, por mais tênue que seja, para transformá-lo em petardo incômodo, mesmo que venha se revelar um mero factóide. E o tema mais gerador desses ataques é o empréstimo contratado pelo Governo anterior ao BNDES e que resultou numa sobra de crédito de cerca de R$ 2 bilhões, dinheiro que o atual Governo vem utilizando, licita e corretamente, para financiar o seu programa de obras. Definitivamente transformado em pólvora, o empréstimo já foi explorado por todos os ângulos possíveis pela Oposição para atacar o Governo, que tem reagido duramente demonstrar que tudo não passa de um jogo com o objetivo de manchar-lhe a imagem.

Nessa guerra, os canhões virtuais alinhados à ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), operados por  meio de blogs comandados por jornalistas competentes e abastecidos por vozes que integram o núcleo mais próximo da cúpula do Grupo Sarney. O governador, por seu turno, se defende – e às vezes toma a inciativa de provocar -, via de regra desmontando os ataques e acusando os adversários de praticar jogo sujo, reações multiplicadas no mundo virtual por uma rede bem articulada de blogs, parte deles operados por bons e talentosos profissionais do jornalismo virtual.  A atuação dos dois lados é tão intensa e orientada que é difícil não enxergar a realidade por esse prisma. Esse cenário bem definido começa a dar sinais de que os dois exércitos, um comandado pelo governador Flávio Dino e o outro pela ex-governadora Roseana Sarney, se preparam para uma guerra, que deve ser o caráter de ser “a última das suas vidas”, exatamente porque dela sairá o comando do poder político e administrativo do Maranhão.

O texto que abre esse comentário é um “aperitivo” destilado e disparado pelo governador Flávio Dino, destinado a atingir o âmago do Grupo Sarney, numa resposta à afirmação, divulgada pela rede sarneysista dando conta de que a ex-governadora Roseana Sarney teria afirmado que quando olha para o governador Flávio Dino lembra-se do boneco Pinóquio. O petardo virtual é a certeza de que outros, muito mais ofensivos e danosos, ganharão as malhas e endereços nas redes sociais nos próximos tempos, causando danos e estimulando contra-ataques igualmente devastadores.

Efetivamente iniciada em 2006, quando os esquadrões comandados por Jackson Lago criaram a devastadora personagem “Rosengana” e a espalharam como veneno político nas redes naquele momento ainda em formação, a guerra virtual na política do Maranhão tende claramente a se consolidar de maneira irreversível como armas com grande poder de destruição de reputações. E pior – ou quem sabe melhor? -, sem os limites de uma legislação reguladora e restritiva à liberdade expressão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Maura Jorge tem nome forte, mas há dúvidas sobre a sua candidatura do Governo do Estado

Maura Jorge: bom cacife e um projeto muito ousado
Maura Jorge: bom cacife e um projeto muito ousado

A ex-prefeita de Lago da Pedra e ex-deputada estadual Maura Jorge (Podemos) dá prosseguimento à sua agenda estadual, visitando Municípios, conversando com lideranças e tentando encantar o eleitorado com um discurso forte de pré-candidatura ao Governo do Estado e com seus faiscantes olhos azuis. A ex-prefeita se colocou no cenário político como uma opção para o Palácio dos Leões e avaliando que há um vazio de lideranças e que, ocupando esse espaço, poderá chegar à condição de principal servidora do Maranhão. Não se discute o direito e a legitimidade da ex-prefeita de Lago da Pedra de colocar sua caravana na estrada e se apresentar aos eleitores maranhenses como opção para a governança estadual. Ele tem todas as condições de seguir em frente e encarar as urnas.  Um aspecto da sua existência polpitica, porém, funciona como entrave ao seu ao mesmo tempo audacioso e ambicioso projeto de chegar ao Palácio dos Leões: a sua relação umbilical com o Grupo Sarney. Nascida de um dos troncos políticos mais importantes do interior do Estado, ele se criou política no Grupo Sarney. E mesmo agora, como pré-candidata, se mantém fiel ao seu berço, mas afirmando que nada a demoverá de disputar o Governo. E vem a pergunta: se Roseana Sarney for candidata, Maura Jorge seguirá com seu projeto? Muita gente acha que não. E os que dizem que sim o fazem levantando a suspeita de ser parte de uma estratégia destinada a beneficiar a ex-governadora pemedebista. Maura Jorge tem bom potencial político, pode seguir em tem frente, podendo chegar ao Senado, à Vice-Governadoria, à Câmara Federal, à Assembleia Legislativa ou aguardar para voltar à Prefeitura de Lago da Pedra, onde sua liderança é incontestável. Mas poderá sofrer desgastes se insistir nesse projeto governamental solitário.

 

Sebastião Madeira e Ildon Marques arquivam inimizade política e se juntam por Roberto Rocha

Imagem imoensável: Sebastião Madeira e Ildon Marques se juntam em torno de Roberto Rocha
Imagem impensável: Sebastião Madeira e Ildon Marques: juntos com Roberto Rocha

A política costuma surpreender, principalmente no que diz respeito às relações entre os seus contrários. Quem até pouco tempo imaginaria que os ex-prefeitos de Imperatriz, Ildon Marques (PSB) e Sebastião Madeira (PSDB) baixassem guarda, um em relação ao outro, para se sentar à mesa como velhos amigos e tentar viabilizar a candidatura do senador Roberto Rocha ao Governo do Estado. Ildon Marques são adversários desde a década de 80 do século passado, acirrando essa inimizade a cada processo eleitoral na Princesa do Tocantins. Disputaram três eleições pela Prefeitura – Marques ganhou uma e Madeira, duas -, e bateram de frente em quase todas as eleições que aconteceram nas últimas três décadas, tendo o primeiro se quase posicionado ao lado do Grupo Sarney, enquanto Madeira navegou demore na Oposição. A relação dos dois chegou ao nível mais crítico nas eleições municipais de 2000, quando, entre muitas bimbas, explodiu uma segundo a qual um pistoleiro teria sido contratado para assassinar Ildon Marques, que acusou Sebastião madeira de ser o andante. O caso ganhou repercussão nacional e transformou os dois em inimigos figadais e irreconciliáveis. Agora fora do poder e procurando construir caminhos e pontes para chegar às urnas, os dois ex-prefeitos se juntam, demonstrando que nada em política é definitivo.

São Luís, 15 de Agosto de 2017.

Com o apoio de Humberto Coutinho, Flávio Dino visita Caxias e mantém relação republicana com Fábio Gentil

 

Governador Flávio Dino e prefeito Fábio Gentil durante reunião em Caxias. Foto: Nael Reis/Secap
Na Prefeitura: Flávio Dino fala ladeado à direita por Tem Cunha (Famem), Weverton Rocha, e Antonio José Catulé, e à esquerda por Fábio Gentil, Humberto Coutinho, Paulo Marinho Jr. (vice) e Rubens Jr. . Na entrega de fardamento escolar, no Assunção Eventos, Flávio Dino e Humberto Coutinho entre professoras e estudantes

Terceiro maior e mais importante município do Maranhão, Caxias foi palco, sábado (12), de um exemplo de que é possível a convivência civilizada de contrários políticos quando os interesses da sociedade se impõem. Em visita de trabalho à cidade, o governador Flávio Dino (PCdoB) deu uma demonstração de civilidade política ao juntar forças adversárias para, sem abrir mão das suas posições nem dos seus aliados, se reunir com o prefeito Fábio Gentil (PRB), que é seu adversário político, e com o deputado estadual Humberto Coutinho (PDT), presidente da Assembleia Legislativa e, como ele próprio definiu, “co-piloto” do seu Governo.

Com habilidade, jogo aberto e sem demonstrar o mais leve sinal de tensão, o governador comandou dois eventos, um na sede da Prefeitura, recepcionado pelo prefeito Fábio Gentil, e com a presença do deputado Humberto Coutinho e lideranças dos dois grupos, e ali anunciou um pacote de obras e medidas administrativas importantes para Caxias. O outro aconteceu em seguida no Assunção Eventos, onde o governador foi recebido por Humberto Coutinho, que demonstrou a força da sua liderança com a presença maciça de correligionários, que acompanharam a entrega simbólica de 20 mil fardamentos para estudantes da rede escolar do Estado na Princesa do Sertão.

Na sua visita, o governador Flávio Dino comunicou aos caxienses que autorizou a construção de sistemas de abastecimento para resolver o problema da falta d`água nos povoados de Jabuti, Baú de Cima, Lagoa da Pindoba, Canto Virado e Pau Pombo. Entregou equipamentos agrícolas, anunciando também o pagamento da primeira parcela do fomento para famílias de agricultores que trabalham com a criação de aves caipiras. Anunciou a construção de 25 cisternas escolares em Caxias e 41 em outros Municípios do Leste. Junto com o presidente da Assembleia Legislativa, Entregou 20 mil fardamentos para estudantes da rede estadual de Educação em Caxias. Comunicou que o “Mais Asfalto” terá nova etapa para a cidade. E fez o anúncio mais esperado por muitos: o Governo do Estado vai aplicar anualmente R$ 8,1 milhões para melhorar o funcionamento da Maternidade Carmosina Coutinho, com repasses mensais de R$ 675 mil – a primeira parcela sai já nesta segunda-feira.

Vista pela ótica institucional, a visita a Caxias pode ser avaliada como um movimento institucional bem sucedido do Governo. Ao mesmo tempo, se encarada sob o aspecto político, ganha uma dimensão bem maior, porque a Princesa do Sertão é, provavelmente. O melhor exemplo de uma equação explosiva. O governador Flávio Dino tem o deputado Humberto Coutinho, de longe a maior liderança individual do Município, como o seu mais importante, leal e eficiente aliado. Do outro lado, tem no prefeito Fábio Gentil um adversário que, passadas tensões da campanha de 2016, vem emitindo sinais de que pode conviver com o Palácio dos Leões e, por via de alinhamento, com o presidente da Assembleia Legislativa. A relação tem, claro, momentos de altos e baixos, mas o seu desenrolar vem demonstrando que há nas três forças o interesse em se desarmar quando o interesse público está em jogo. E nesses movimentos, o deputado Humberto Coutinho, tem sido o seu maior construtor.

Com a liderança que exerce e a experiência que acumulou numa carreira de quase três décadas de mandatos sucessivos de prefeito e deputado estadual, Humberto Coutinho é o grande avalista das grandes conquistas alcançadas por Caxias nas últimas três décadas, principalmente nos períodos de Governo de José Reinaldo Tavares, Jackson Lago e Flávio Dino. Seu compromisso e envolvimento com as coisas da Princesa do Sertão aumentaram com a sua chegada à presidência do Poder Legislativo e com a condição de mais importante braço aliado do governador Flávio Dino. O caso da Maternidade Carmosina Coutinho, que pertence ao Município, é emblemático. Por conta de outros investimentos vultosos que faz na área de saúde em Caxias, o Governo estadual poderia esquivar-se de bancar parte do seu funcionamento, mas o governador Flávio Dino fez o contrário, e essa decisão teve o deputado Humberto Coutinho como o principal incentivador e avalista.

Alguns aspectos ficaram muito claros na bem sucedida e movimentada visita do governador Flávio Dino a Caxias. O primeiro deles é que o governador tem sido republicano na sua relação com adversários políticos. O segundo é que o prefeito Fábio Coutinho é um adversário de convivência possível, apesar das diferentes forçar que o apoiam. E o terceiro é que o deputado Humberto Coutinho continua como a mais acreditada liderança política de Caxias, com autoridade para avalizar e discutir decisões relacionadas com a população da Princesa do Sertão.

Em Tempo: A visita do governador Flávio Dino a Caxias foi fortemente marcada pela representação política. Foi destacada a presença do presidente da Famem, Cleomar Tema Cunha (PSB), que além de prefeito de Tuntum, na região polarizada por Caxias, atua politicamente como aliado do governador e do deputado Humberto Coutinho, mas sem comprometer a relação municipalista com o prefeito Fabio Gentil. Integrou a comitiva o deputado federal Rubens Jr. (PCdoB), coordenador da bancada maranhense no Congresso Nacional, juntamente com o deputado federal Weverton Rocha, que lidera a bancada do PDT na Câmara Federal, entre outras lideranças expressivas do município e da Região, secretários municipais e prefeitos da região, como os de Timon, Luciano leitoa (PSB), São João do Sóter, Joserlene Araújo (PSD), Aldeias Altas, José Reis (PP), de Matões, Ferdinando Coutinho (PSB) e Governador Eugênio Barros, Daluz (PMDB), entre outros.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Waldir Maranhão sai do PP, entra no PTdoB e pode ser candidato a senador apoiado por Lula

Waldir maranhãom entra no PTdoB para ser candidato a senador
Waldir Maranhão deixa o PP e entra no PTdoB para ser candidato a senador

O deputado federal Waldir Maranhão deixou o PP e se filiou ao nanico PT do B. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o ato de filiação foi consumado terça-feira (8) da semana que passou, e se deu mediante o compromisso de o partido lhe garantir legenda para que ele seja candidato a senador no pleito do ano que vem. Waldir Maranhão deixou o PP por conta de divergências que começaram quando ele contrariou o partido e, a pedido do governador Flávio Dino, votou contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PP), tenso a relação se tornado insustentável quando ele votou a favor da autorização para investigar o presidente Michel Temer (PMDB). Curiosamente, o PTdoB  integra oficialmente da base de apoio do presidente Temer. O Estadão lembra que Waldir Maranhão ficou conhecido nacionalmente após anular a sessão de votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2015, quando estava interinamente como presidente da Casa, em razão do afastamento do então presidente da Casa, o hoje ex-deputado preso Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Atualmente, reconhece que a decisão foi um “equívoco”, que quase lhe custou um processo de cassação. Nos bastidores, vinha correndo a especulação segundo a qual Waldir Maranhão poderia se filiar ao PT e sair candidato a senador com o apoio do ex-presidente Lula da Silva. Essa informação foi vinha sendo reforçada por vários encontros de Maranhão com Lula e com sinais de que o projeto senatorial avalizado pelo líder petista teria o apoio também do governador Flávio Dino, que n.ao confirmou nem negou a informação. Há quem afirme quem afirme que o compromisso de Lula e Flávio Dino com o projeto senatorial de Waldir Maranhão existe, está de pé e que seu anúncio é apenas uma questão de tempo. Há quem duvide.

 

José Reinaldo quer fechar agosto com sua situação partidária resolvida

José Reinado pode migrar para o DEM ou PMDB
José Reinado deve deixar o PSB e migrar para o DEM ou outro partido à direita

O deputado federal José Reinaldo Tavares deve fechar o mês de agosto com a sua situação partidária resolvida e, na esteira dessa definição, com a sua candidatura ao Senado confirmada. Já é certo que o ex-governador não permanecerá no PSB. As divergências de rumo em votações na Câmara Federal desgastaram ao extremo a relação do parlamentar com o partido. Depois da morte do ex-governador e então candidato a presidente Eduardo Campos, que o mantinha numa linha de centro-esquerda, os seus herdeiros e sucessores optaram por posicionar o partido mais à esquerda, espantando quadros como o ex-governador do Maranhão, que pode ser identificado como um político de centro-direita. Se consumar, como é quase certo, sua saída do PSB, José Reinado poderá ingressar no DEM, segundo admitiram chefes do partido no Maranhão. “O DEM está aberto para o governador José Reinaldo, faltam apenas detalhes para a sua filiação”, disse o deputado Stênio Rezende, que juntamente com o deputado federal Juscelino Filho, comanda o partido no estado. Há outras opções, mas o que e certo é que dificilmente José Reinaldo Tavares assinará ficha de filiação num partido de esquerda. Se deixar mesmo o PSB, como está desenhado e parece irreversível, José Reinaldo será acompanhado do secretário chefe da casa Civil do Governo do Estado, o ex-presidente da Assembleia Legislativa Marcelo Tavares.

São Luís, 13 de Agosto de 2017.

 

Tema Cunha tira Famem da letargia e a transforma numa entidade de fato empenhada na luta dos Municípios

 

Tema Cunha e dois momentos da suas peregrinações em Brasilia
Tema Cunha e dois momentos da suas frequentes peregrinações em Brasilia

Se a Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem) concluir positivamente entendimentos iniciados quinta-feira (10) com o Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília, os recursos que os prefeitos maranhenses receberão decorrentes das perdas sofridas com o Fundef, fundo de apoio à educação transformado em Fundeb em 2006, terão sua aplicação padronizada, sendo a maior parte (30%) destinada Educação, uma à Saúde (20%) Educação e o restante (50%) será aplicado a critério dos prefeitos. Essa negociação foi aberta numa reunião de trabalho do presidente da Famem e prefeito de Tuntum Cleomar Tema Cunha (PSB) e o presidente do TCU, ministro Antônio Carreira, com a participação dos deputados federais José Reinado Tavares (PSB) e Aluísio Mendes (PTN) e de assessores técnicos da entidade. O presidente da Famem saiu do TCU confiante que vai dar certo.

A reunião foi mais um item de uma agenda iniciada no dia ??? de fevereiro, quando Tema Cunha foi eleito presidente da Famem quase por aclamação, embalado por um discurso centrado em palavras-chave como “transformação” e “modernização”. Nesses seis meses, a Famem saiu da condição de organização perdida no denso e sufocante cipoal de problemas que afetam os Municípios, e se transformou numa entidade linha de frente como braço ativo e porta-voz dos Municípios maranhenses. Os fatos e ações que gerou nesse período corresponderam aos compromissos assumidos pela atual diretoria.

Quando se reelegeu em 2016 para comandar pela quinta vez para comandar Tuntum, o prefeito Cleomar Tema Cunha (PSB) tomou uma decisão: seria candidato a presidir pela terceira vez a Famem. Avaliou que, aos 62 anos e com a experiência acumulada em duas gestões à frente da entidade, poderia transformá-la efetivamente na representação maior e mais produtiva dos prefeitos. Estava certo de que mobilizados e organizados, os prefeitos teriam força política para construir um relacionamento produtivo com os Governos do Estado e da União e as suas organizações. Assim fez, cumprindo uma surpreendente e agitada agenda na qual dedica metade da semana aos assuntos de Tuntum – “São a minha prioridade”, diz -, e metade aos compromissos da entidade, que inclui idas frequentes ao interior e à Brasília.

Foi nessa ciranda agitada, iniciada quase imediatamente à sua eleição e posse, e tendo como vice o prefeito de Estreito, Cícero Moraes, o Cicin (PMDB), que Tema Cunha entrou de cabeça nos problemas municipais, que conhece como ninguém. Começou articulando um acordo com o Ministério Público Estadual, por meio de reuniões regionais de prefeitos nas quais o procurador geral de Justiça, Luis Gonzaga Coelho, os estimulou a realizar gestões pautadas na legalidade e na transparência, tendo como base a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), para melhorar o relacionamento com o MPE. Na mesma linha, o presidente da Famem ampliou o canal de comunicação e entendimentos com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), em busca de mais eficiência das Prefeituras na prestação de contas.

Do alto da sua experiência de prefeito há quase duas décadas e de médico que é, Tema Cunha vem jogando pesado pela melhorar a área de Saúde, a mais complicada e desafiador das Prefeituras. Na primeira oportunidade que teve, ainda em março, foi a Brasília e bateu às portas do Ministério da Saúde em busca de mais recursos para as Prefeituras, alegando que o Maranhão tem o investimento per capita mais baixo do País nessa área – R$ 170/pessoa/ano,- cobrando reajuste para R$ 190. Os entendimentos estão em andamento. E mais recentemente, após intensas negociações, conseguiu do governador Flávio Dino o credenciamento das últimas 107 Prefeituras para a gestão plena de Saúde, um feito do qual muitos duvidavam. A assinatura do decreto pelo governador foi o ponto alto do I Encontro Estadual de Prefeitos, realizado no dia 4 de Julho, em São Luís, e ao qual compareceram mais de 150 dirigentes municipais, acompanhados de secretários de Finanças e Administração, Saúde e Educação.

E meio à busca de soluções para problemas graves que afetam os Municípios – precatórios, queda nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), segurança, transporte escolar e outros itens -, o presidente da Famem enfrentou recentemente um problema que, se consumado, semearia o caos nas finanças da maioria das Prefeituras. O seguinte: o Governo da União decidiu, no final de junho, cobrar de uma só vez R$ 224 milhões, sendo R$ 176 das Prefeituras e R$ 48 milhões do Governo do Estado – dinheiro mandado a mais pela União no final do ano passado em adiantamento de Fundeb no ano passado, ignorando outras soluções possíveis. Diante do impacto nos prefeitos, Tema Cunha seguiu para Brasília, e à frente da bancada federal, incluindo os senadores João Alberto (PMDB), Edison Lobão (PMDB) e Roberto Rocha (PSB), sob a coordenação do deputado Rubens Jr. (PCdoB), bateu às portas do Palácio do Planalto para cobrar uma solução diretamente do presidente Michel Temer. Foram dois encontros com o presidente da República, e no último – uma audiência formal com a presença de vários ministros – acertado que o débito seria cobrado. O Palácio do Planalto não cumpriu sua parte, e o caso está volta à mesa das negociações.

Ao longo desses seis meses, presidente da Famem contou com dois aliados decisivos, o governador Flavio Dino e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Humberto Coutinho (PDT). Sempre que levou um pleito ao Palácio dos Leões, saiu de lá com uma solução, e sempre que procurou o apoio do Poder Legislativo, encontrou boa vontade d decisão por parte do presidente Humberto Coutinho. “O governador Flávio Dino é um municipalista convicto e tem dado demonstrações de sua preocupação com o desenvolvimento dos municípios, através de uma administração voltada para a população, sem nenhum viés de cunho político partidário”, disse em entrevista recente.

Como político de posições e compromissos, Tema Cunha não é uma unanimidade, mas mesmo nessa seara em que é fácil criticar e contestar, suas ações à frente da Famem estão sendo bem vistas até por adversários. Há um reconhecimento sobre a guinada da entidade desde que ele assumiu o seu comando e a tirou de uma acanhada retaguarda para colocá-la na linha de frente e nos centros de decisões. Vem confirmando o que dissera quando pedia votos, que a entidade teria sua importância resgatada no cenário político, corporativo e institucional do Maranhão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

José Reinado diz verdades e incomoda os que querem Temer fora da Presidência

José Reinado pode migrar para o DEM ou PMDB
José Reinado pode migrar para o DEM ou PMDB

Tanto quanto o Distritão, o deputado federal José Reinaldo Tavares foi assunto dominante nas rodas de conversa sobre política durante a semana. Ele já era alvo das atenções por conta da sua indefinição partidária diante da quase certeza geral de que não permanecerá no PSB, e que por isso está com seu projeto de ser candidato a senador ameaçado. Agora, o interesse por seu momento político aumentou depois do artigo que ele publicou na edição de terça-feira do Jornal Pequeno e no qual registrou um rosário de verdades que deixou incomodada boa parte da base do governador Flávio Dino.

O ex-governador José Reinado Tavares mais uma demonstração cabal de que não é hipócrita, não tergiversa e não usa lorota para se posicionar nu contexto de definições políticas. Tanto que o principal motivo da atenção que tem atraído são exatamente as posições que vem assumindo mesmo que corra riscos de retaliação: contrariou o PSB e o Palácio dos Leões e votou pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, deu voto favorável à Reforma Trabalhista, e mais recentemente votou contra o pedido para investigar o presidente Michel Temer (PMDB), justificando ter votado na retomada do crescimento da economia, no controle da inflação, na volta do emprego e outros argumentos de natureza econômica. Ele não deu nenhuma declaração de crítica ou censura a quem pensa diferente, mas deixou bem claro que esse é o seu pensamento, e que não vai se dobrar a qualquer tipo de pressão, parta de quem partir.

José Reinaldo já acumulou experiência e já chegou numa idade em que nada precisa provar a quem quer que seja. Criticá-lo pelas posições que tomou é politicamente aceitável, desde que não se queira ultrapassar o limite da critica politicamente correta e saudável. Afinal, nunca será tarde ou repetitivo lembrar que as guinadas dadas na política do Maranhão desde 2006 não teriam acontecido se ele não estivesse rompido com as suas origens comando do Estado.

 

Luis Fernando encara o desafio de tirar bancas e trailers do centro de São José de Ribamar

Luis Fernando: desafio a ser vencido
Luis Fernando: desafio a ser vencido

O prefeito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva (PSDB), mostra que está mesmo disposto a deixar uma forte marca civilizatória no Município. Nesta semana, aplicou um duro choque de ordem na cidade ao dar prazo de 15 dias para que bancas, trailers, quiosques, de modo a livrar o centro urbano da cidade do Padroeiro. Era previsível que uma ação administrativa tão importante tivesse seus prós e contras, com aplausos efusivos e críticas ácidas. Era igualmente esperado que os apoiadores da medida usassem os mais diversos argumentos para justificá-la, especialmente o da valorização e ordenamento de um centro urbano tão importante como São José de Ribamar, sede do quinto maior município maranhense e fortemente vocacionado para o turismo. Os contrários partiram para a apelação, recorrendo à chantagem emocional do tipo “seu fulano vende lanches ali há 20 anos, é um pai de família que vai perder sua fonte de renda”, usando esse tipo de recurso para criticar a decisão do prefeito.

O fato relevante mesmo é que o prefeito Luis Fernando Silva resolveu encarar o desafio de livrar o centro de São José de Ribamar de pequenas chagas urbanas, como espaços comerciais “grilados” ao longo do tempo, tendo seus ocupantes se convencidos de que estão ali por direito divino ou coisa parecida. Ninguém de bom senso quer desabrigar pessoas que tiram seu sustento, mas também não pode opor-se a uma medida para melhorar o padrão de qualidade urbana de uma cidade como São José de Ribamar.

Homem sensato e político que cultiva uma relação muito próxima com o eleitorado, prefeito Luis Fernando Silva certamente mediu e pesou com  todo cuidado a retirada dos pontos comerciais do centro da cidade. E se decidiu por fazê-lo, provavelmente procurou uma maneira de amparar os comerciantes. E a lógica induz a conclusão que São José de Ribamar vai ganhar, e muito, com a medida.

São Luís, 11 de Agosto de 2017.

 

Flávio Dino é cordial com Sarney Filho em Coroatá, onde o Grupo Sarney está sendo politicamente destroçado

 

Sarney Filho e Flávio Dino com beneficiados na entrega de casas em Coroatá
Sarney Filho, Flávio Dino e o prefeito Luis da Amovelar Filho (atrás do governador): sorrisos  para uma família de beneficiados com a  entrega de casas em Coroatá

A participação do ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV), como representante do presidente Michel Temer (PMDB), na comitiva que o governador Flávio Dino (PCdoB) liderou na inauguração de um conjunto habitacional do programa federal “Minha Casa, Minha Vida”- com direito à clássica foto em que aparecem numa janela na companhia de felizes beneficiados – foi transformada em fato da semana. Visto por uma ótica superficial, o evento produz conclusões óbvias, como a estranha presença, num mesmo evento, do governador e de um prócer do grupo cujo objetivo primordial é desalojá-lo do Palácio dos Leões, e porque os dois são candidatos às eleições do ano que vem. Porém, se analisado por um viés da macro política em andamento no Maranhão, a badalada inauguração revelará, entre outras facetas, mais uma demonstração de que o governador Flávio Dino é um político que dosa, na medida certa, civilidade com pragmatismo, conseguindo ser gentil com um adversário num momento tens das suas relações. E que o ministro confirma sua boa fama de político que não transforma adversários em inimigos.

Ao aceitar o ministro Sarney Filho, um arquiadversário político, como representante do Governo Federal num ato em que poderia perfeitamente brilhar sozinho, o governador Flávio Dino entendeu que o Palácio do Planalto mandou-lhe um recado informando que as portas da sede do Governo Central não estão fechadas para ele. O governador também estava ciente de que, além de representar o presidente da República, Sarney Filho pretendeu, claro, apresentar-se informalmente como pré-candidato ao Senado, tentando extrair algum dividendo eleitoral da Coroatá que até dezembro passado encontrava-se sob o comando de um aliado seu, o ex-deputado Ricardo Murad (PMDB), mas que hoje encontra-se. E nada mais oportuno do que fazê-lo como representante do presidente da República.

Se os presentes fizeram essa leitura, tudo bem, mas se não a fizeram, não será nenhum problema, pois o que importa é que o Maranhão registrou o fato que reuniu excepcionalmente o governador que lidera uma aliança que reúne um arco partidário que vai da esquerda à direita, e o ministro que pode ser definido como um dos cinco chefes maiores do Grupo Sarney. O evento poderia ter sido interpretado como a abertura de uma fresta para uma convivência mais pacífica das duas forças, ou – quem sabe? – de uma distensão do governador em relação ao Governo “golpista e ilegítimo” do presidente Michel Temer. Mas não foi nada disso. O que Coroatá presenciou foi um hábil jogo de interesses em que as circunstâncias obrigaram os dois líderes a um momento de desprendimento político, situação que eles aproveitaram habilmente, puxando, cada um a seu modo, a brasa para suas sardinhas.

O governador Flávio Dino tem sido excepcionalmente hábil na convivência com os seus contrários de Brasília e, por via de desdobramento, com os do Maranhão.  Sem fazer concessões excessivas, ele tem convivido com ministros e dirigentes de órgãos federais de peso sem causar qualquer tremor nos eventos, tratando-os com uma cordialidade que não deixa passar o fato de que se trata de relação institucional, e por isso é bem visto em Brasília, mesmo pelos que são assumidamente adversários. O caso mais recente foi a vinda, na semana passada, do ministro da Saúde, Ricardo Barros, que desembarcou em São Luís acompanhado de adversários do Governo estadual, entre ele o senador Edison Lobão (PMDB). O governador Flávio Dino usou a desenvoltura e, apesar do destempero de um prefeito adversário do seu Governo, o evento de entrega de ambulâncias e de repasse de recursos para Municípios, transcorreu sem problemas, tanto que a imagens que mais chamou atenção foi a afabilidade que marcou a troca de cumprimentos entre o governador e o senador.

O caso de Coroatá tem um ingrediente a mais: o Município foi base poderosa do sarneysismo até dezembro passado, comandada pelo ex-deputado Ricardo Murad, que foi desalojado do poder com a eleição de Luis da Amovelar Filho (PT), com o apoio decisivo do PCdoB. E apesar da troca de gestos simpáticos, o que o ministro e pré-candidato a senador Sarney Filho constatou que a inauguração do conjunto do “Minha Casa, Minha Vida” em Coroatá foi apenas um momento de trégua conveniente, mas que o que está em curso mesmo é uma guerra política cruenta na qual o seu grupo está sendo destroçado.

E não será surpresa se outros momentos como aquele venham a ser registrados no Maranhão nos próximos meses.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Destaque

Edivaldo Holanda volta à tribuna como propagador das boas ações da Prefeitura de São Luís

Edivaldo Holanda de novo na tribuna em defesa da gestão de Edivaldo Jr.
Edivaldo Holanda de novo na tribuna em defesa da gestão do prefeito Edivaldo Jr.

Afastado da tribuna no semestre passado, por conta da guerra que trava bravamente contra um câncer, o deputado Edivaldo Holanda (PTC), reassumiu a condição de porta-voz do prefeito Edivaldo Jr. (PDT) no plenário da Assembleia Legislativa, agora com mais ênfase e sem a pressão cotidiana de uma campanha eleitoral. Com um discurso sempre enfático, aprimorado por décadas de ação política e parlamentar, e no qual mescla o propósito de mostrar que a gestão de São Luís está no rumo certo com a preocupação de contestar o que considera informação distorcida, o líder do PTC vai construindo um amplo e denso painel sobre o que vem acontecendo na administração da Capital. Nesta semana, fez dois pronunciamentos. O mais contundente foi pronunciado na tarde de terça-feira, quando destacou a programação de obras que o prefeito Edivaldo Jr. está preparando para a comemoração dos 405 anos de São Luís, no início de setembro. Edivaldo Holanda enfatizou o fato de que hoje a Prefeitura de São Luís atua em sintonia fina com o Governo do Estado, e que o resultado dessa relação é um amplo programa de obras que dificilmente seria posto em prática sem essa união de esforços. “Antes as trevas, hoje a luz. Antes a perseguição, hoje o estender de mãos. Antes a incompreensão, hoje o reconhecimento e a vontade de fazer cada vez mais, Governo do Estado e Governo de São Luís. Este é o grande presente que São Luís tem há quase três anos, tem que comemorar nos próximos dias”, assinalou. Essa realidade, que considera inédita no que respeita a São Luís, tem sido possível também pela gestão realista do prefeito Edivaldo Jr. principalmente no que respeita ao controle financeiro, possibilitando a manutenção em dia da folha de pessoal, inclusive com antecipação de parte do 13º salário, e obras como 100 quilômetros de pavimentação asfáltica e a reforma de 120 escolas do Município, por exemplo. E num tom em que combina com equilíbrio a posição de aliado político e a condição de pai, o líder do PTC não faz rodeios e atropela a hipocrisia ao encerrar sua fala: “Parabéns, Edivaldo Holanda Júnior, pelo seu trabalho, parabéns, querida São Luís, por este aniversário, que Deus possa cada vez mais dar sabedoria aos governantes deste estado, de São Luís, e dar forças para que eles possam na escassez de recurso fazer o máximo por todos nós”.

 

Projeto legítimo de candidatura de Jefferson Portela causa crise na cúpula da Segurança Pública

Jefferson Portela: crise por querer ser candidato a deputado federal
Jefferson Portela: crise por querer ser candidato a deputado federal

São evidentes os sintomas de uma crise no comando do Sistema estadual de Segurança Pública. Eles ganharam corpo com a queda do delegado-geral Lawrence Melo, por decisão do secretário Jefferson Portela. Não se trata de uma crise de natureza estrutural ou causa por desajustes na gestão ou coisa parecida. O problema é de natureza política, causado pelo projeto do secretário de se candidatar a uma cadeira na Câmara Federal. A possibilidade de Jefferson Portela deixar o cargo, em abril do ano que vem, provocou uma corrida pelo cargo, o que teria sido o caso do delegado, cuja desenvoltura como aspirante a sucessor criou um clima de mal-estar na cúpula da Segurança Pública, terminando com a sua exoneração do importante e influente cargo de Delegado Geral. Um problema para o governador Flávio Dino, mas nada que não possa ser administrado.

Quanto ao projeto em si de candidatura a deputado federal alimentado por Jefferson Portela, ele tem legitimidade indiscutível. O advogado, delegado de Polícia e hoje secretário de Segurança Pública é um dos mais atuantes líderes políticos nascido no âmbito da esquerda do aguerrido Movimento Estudantil da segunda metade dos anos 80 do século passado. De lá para cá, ele se manteve fiel aos seus princípios políticos, mantendo uma coerência indiscutível como filiado ao PCdoB, o que o legitima para pleitear o direito de se candidatar a cargos eletivos.

São Luís, 10 de Agosto de 2017.

 

PSDB pode romper aliança com Flávio Dino e lançar candidatos próprios a governador e a senador

 

Carlos Brandão, Sebastião Madeira, Luis Fernando Silva e Neto Evangelistas: líderes que podem unir o PSDB
Carlos Brandão, Sebastião Madeira, Luis Fernando Silva e Neto Evangelistas: líderes que podem unir o PSDB

Se tudo correr como esperam alguns segmentos importantes do ninho dos tucanos no Maranhão, o PSDB vai protagonizar uma grande reviravolta: romper a aliança com o governador Flávio Dino (PCdoB) e lançar candidatos ao Governo do Estado e às duas vagas para o Senado e atrair candidatos politicamente expressivos para disputar cadeiras na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa. De acordo com fontes ligadas a esses segmentos, o comando nacional do tucanato já teria batido martelo e tomado essa decisão que, se consumada como está se desenhando, representará um golpe devastador nos planos do atual presidente do partido no estado, vice-governador Carlos Brandão, que poderá enfrentar um processo de isolamento se tentar reverter essa tendência. Essas fontes ainda não falam ainda em nomes, mas garantem que a decisão principal, que é romper a relação com o PCdoB no Maranhão, já estaria tomada pela direção nacional.

A possibilidade de saída do PSDB da base do governador Flávio Dino começou a ganhar corpo com a deposição da presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016, processo no qual as posições do governador maranhense e as do partido entraram em choque direto. No comando da agremiação, o vice-governador Carlos Brandão vem se desdobrando para, primeiro, se manter no comando do partido, e, segundo, para evitar o rompimento, que se acontecer, ele sairá da crise como o maior prejudicado. Brandão mantém-se no comando principalmente pelo argumento de que, sob seu comando e aliado ao governador Flávio Dino, o PSDB maranhense deu um saldo gigantesco nas eleições municipais, saindo das urnas com nada menos que 29 prefeitos – número só inferior aos 46 prefeitos eleitos pelo PCdoB -, vários vice-prefeitos e uma penca de vereadores.

Mesmo aparentemente pacificado e exibindo troféus eleitorais como a Prefeitura de São José de Ribamar, comandada pelo prefeito Luis Fernando Silva, hoje um nome de peso no contexto político estadual, o PSDB do Maranhão é um partido dividido em grupos que medem força. O principal deles é o liderado pelo ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, que vem medindo prestígio com o vice-governador Carlos Brandão junto ao comando nacional do partido. Enquanto Brandão defende a permanência dos tucanos maranhenses como aliados de Flávio Dino, Madeira se esforça para ver o partido livre desse compromisso, seja para protagonizar um caminho independente, entrando na disputa estadual em todos os níveis, seja para entrar numa aliança no centro-direita. Brandão vinha contando com o apoio direto do senador Aécio Neves, mas ele caiu em desgraça depois de ser denunciado por corrupção no caso JBF, situação que enfraqueceu duramente a posição do vice-governador. Madeira, ao contrário, tem prestígio em toda a cúpula partidária – já presidiu, por exemplo, o Instituto Teotônio Vilela, braço ideológico da legenda – e tem posição mais próxima da linha de ação do partido. Atuando como uma espécie de “via alternativa”, Luis Fernando não está em conflito com nenhuma das alas, preferindo se dedicar à gestão do quinto maior município do Maranhão, mas pronto para atuar se o partido o convocar para um desafio sério e viável.

O secretário estadual de Desenvolvimento Social, deputado estadual licenciado Neto Evangelista lidera uma ala mais jovem do PSDB e reforça o elo que mantém o partido na aliança partidária liderada pelo governador Flávio Dino.

É sabido que a cúpula nacional dos tucanos não quer a saída do vice-governador do partido, mas, segundo as fontes da Coluna, se depender disso para afastar o PSDB do PCdoB no Maranhão, de modo que a agremiação ganhe fôlego no confronto com a esquerda, que já se dá no plano nacional e, para muitos, se dará também no Maranhão, sendo apenas uma questão de tempo. Daí ser concreta a possibilidade de o braço maranhense dos tucanos deixar de ser coadjuvante para tornar-se  protagonista na guerra eleitoral que se aproxima, lançando candidatos a governador, senador, deputado federal e deputado estadual com chapa pura ou liderando uma aliança.

Se não viabilizar o protagonismo que está sendo ensaiado pelos seus dirigentes nacionais, não será surpresa se o PSDB se torne coadjuvante numa aliança com o PMDB.

 

PONTO & CONTRAPONTO

João Alberto segura onda de Lindbergh e Conselho de Ética arquiva denúncia contra senadoras

João Alberto reafirma que  fez o que achou certo
João Alberto pôs  Pedido em votação e livrou senadoras

O que estava previsto para ser um momento de acerto e entendimento entre os senadores presentes, a sessão de ontem do Conselho de Ética do Senado da República, presidido pelo senador João Albert (PMDB), foi inexplicavelmente transformada num grande tumulto, com rasgos de baixo nível causados pelo senador líder do PT Lindbergh Farias (RJ). A reunião tinha como pauta a tomada de decisões em relação à Representação por meio da qual 11 senadores pediam punição para as senadoras Fátima Bezerra (PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), Regina Souza (PT-PI), Lídice da Mata (PSB-BA) e Ângela Portela (PDT-RR), que na votação da Reforma Trabalhista “tomaram” a Mesa da Casa em protesto que atrasou a votação mais de sete horas. Antes, o presidente João Alberto colocaria em votação um pedido de reconsideração assinado por 21 senadores, que não viram motivo para punir as senadoras.

Mesmo sabendo que a Representação contra as senadoras seria arquivada, em razão de um Pedido de Reconsideração assinado por 21 senadores, o líder petista encenou a opereta escandalosa. Em meio ao tumulto, o presidente João Alberto colocou o Pedido em votação e ele foi aprovado por unanimidade, o que levou a Representação ser automaticamente arquivada por unanimidade. Provavelmente para ganhar espaço na mídia, o líder petista no Senado encenou um grande teatro na Comissão, gritando refrãos batidos, colocando dedo em riste, xingando, apesar das ponderações dos senadores presentes.

O resultado da patuscada: as senadoras ficaram livres de qualquer punição, e “Lindinho”, como é chamado nas planilhas da Odebrecht, vai responder por quebra de decoro, devendo, no mínimo, receber uma advertência, o que no senado equivale a puxar a orelha de um moleque chato.

 

 Supremo deve abrir hoje caminho para o desfecho da eleição para a Prefeitura de Bacabal

Zé Vieira deve ser confirmado como ficha suja e Roberto Costa pode assumir Prefeitura
Desfecho da eleição: Zé Vieira deve ser confirmado como ficha suja e Roberto Costa pode assumir Prefeitura

Tudo indica que o Supremo Tribunal Federal começa hoje o desmonte da situação de ilegalidade que vem sendo alimentada na Prefeitura de Bacabal com a permanência do empresário e pecuarista Zé Vieira (PR) no cargo de prefeito. A expectativa geral é que a Justiça confirme decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão que anulou o registro da sua candidatura e os seus votos pelo fato de ser ele ficha suja. O Supremo deverá determinar que o Superior Tribunal de Justiça decida sobre a situação do prefeito, o que abrirá caminho para que o Tribunal Superior Eleitoral também decida sobre o desfecho do processo eleitoral em Bacabal. Se a Justiça Federal confirmar – e é quase 100% certo que confirmará – que Zé Vieira é ficha suja, a Justiça Eleitoral automaticamente confirmará a anulação do seu registro e dos seus votos. Ato contínuo, decidirá se dá posse ao segundo colocado da corrida eleitoral, o deputado estadual Roberto Costa (PMDB), ou se haverá nova eleição, esta sem a participação se Zé Vieira, que como ficha suja se torna inelegível. Roberto Costa diz que se curvará à decisão da Justiça. Se entender que ele é o prefeito eleito, assumirá o cargo decidido a fazer uma gestão revolucionária. Se a decisão for por nova eleição, ele será candidato irá à luta.

São Luís, 09 de Agosto de 2017.