Arquivos mensais: agosto 2016

Partidos vivem crise interna, quebram a coerência e se dividem no apoio a candidatos a prefeito de São Luís

 

líderes partidários
Roberto Rocha, João Alberto, Adriano Sarney, Cabo Campos e Carlos brandão: partidos em dificuldades

A corrida eleitoral em São Luís tem sido reveladora de que no Brasil os partidos políticos são muito mais um grupos que abrigam interesses os mais diversos do que organizações movidas pelo tripé clássico que fundamenta a existência de uma agremiação partidária: ideologia, doutrina e programa. Os fatos ocorridos com partidos como PSB, PMDB, PSDB, PV e DEM na ciranda das alianças em torno de candidaturas que agora se batem pela conquista da Prefeitura da Capital são reveladores de, mais do que princípios e coerência, essas agremiações são embaladas pelos mais absurdos rasgos de incoerência, que tornam mais densa a conclusão de que o que está sempre em jogo são interesses que, na maioria dos casos, divergem radicalmente das cartilhas que dão algum sentido ideológico e doutrinário a alguns partidos. Os casos mais evidentes chegam a causar perplexidade de tão anormais que são quando se faz alguma reflexão para compreendê-los. E surpreendem mais ainda pelo fato de seus dirigentes se dobrarem sem qualquer resistência voltada para a preservação da integridade das organizações atingidas.

O caso do PSB é emblemático. E começa com o fato de que o partido, um dos mais tradicionais da esquerda brasileira, está dividido em dois comandos, o estadual, presidido pelo prefeito de Timon, Luciano Leitoa, e o da Capital, este sob o comando do senador Roberto Rocha. O PSB de São Luís não segue a orientação do PSB estadual e tomada decisões que contrariam frontalmente a direção maior. O partido tinha um pré-candidato a prefeito de São Luís com alguma viabilidade, o deputado Bira do Pindaré, mas ele, cheio de autoconfiança, não rezou na cartilha do senador Roberto Rocha e, depois de demorada e desgastante refrega, foi humilhantemente jogado para escanteio. Rocha não tem a mínima para a aliança governista que liderada pelo prefeito Edivaldo Jr. (PDT), de quem foi vice, e firmou uma aliança com Wellington do Curso (PP), emplacando o vereador Roberto Rocha Jr. como candidato a vice. Hoje, o partido está assim dividido em São Luís: o grupo do senador Roberto Rocha vai com Wellington do Curso, o deputado Bira do Pindaré declarou apoio a Edivaldo Jr., sendo seguido pelo deputado e líder do Governo, Rogério Cafeteira. Com a o prestígio de ex-governador, o deputado federal José Reinaldo Tavares até agora não disse com quem vai.

Maior partido do Maranhão e que tem comando firme, também sofre com os embates internos das suas correntes. Em São Luís, depois de pequenas crises internas, o grupo liderado pelo senador João Alberto, que comanda efetivamente a agremiação, preencheu a vaga de candidato a prefeito com o vereador Fábio Câmara. Só que outros cardeais pemedebistas, que aqui e ali falam em coerência política e partidária, resolveram ignorar a candidatura de Câmara, agindo de maneira agressiva, como o não comparecimento à convenção que formalizou a candidatura. Ainda o maior nome do partido, em que pese estar submetida a um duro processo de desgaste, a ex-governadora Roseana Sarney, que chegou a aventar a possibilidade de se candidatar à Prefeitura, agiu fortemente, mas em vão, para levar o PMDB para uma aliança com Wellington do Curso. Outro cardeal pemedebista, o suplente de senador Lobão Filho, tentou levar o PMDB para a coligação de Eliziane Gama (PPS), mas o projeto não deu certo. Hoje, resolvida a candidatura, o único líder pemedebista que apoia o candidato Fábio Câmara é o senador João Alberto.

Mesmo levando em conta a possibilidade de o Grupo Sarney estar se dividindo para cumprir uma estratégia de sobrevivência, principalmente em São Luís, não há como não anotar o fato de o PV estar todo rachado. O presidente do partido, deputado estadual Adriano Sarney, por exemplo, assumiu de vez a candidatura da popular-socialista Eliziane Gama, integrando o time de frente dos líderes que a apoiam. Só que, por diferenças em relação à corrida eleitoral, o deputado estadual Edilázio Jr. deu as costas para a candidata do PPS e decidiu fazer um discurso na Assembleia Legislativa para anunciar o seu apoio ao candidato do PP, Wellington do Curso os demais deputados do PV, Rigo Teles e Hemetério Weba, não declaram apoio a nenhum dos candidatos da Capital. Tentando amenizar críticas previsíveis, Weba definiu o racha como “um exemplo de democracia partidária”.

O DEM, que ganhou novos dirigentes e saiu do limbo político em São Luís. O comando estadual do partido, que tem como titular o deputado federal Juscelino Filho, decidiu seguir o posicionamento do líder do DEM em São Luís, deputado Stênio Rezende, que embarcou o partido oficialmente na coligação do prefeito Edivaldo Jr.. O deputado Cabo Campos, que tem base eleitoral na Capital, não foi ouvido sobre o apoio do DEM ao projeto de reeleição do prefeito Edivaldo Jr. e resolveu declarar apoio à candidatura de Eliziane Gama, de quem se anunciou “soldado”, para ajudá-la a se eleger “de qualquer maneira”.

De todos partidos que tiveram problemas internos por causa da escolha de candidatos à Prefeitura de São Luís, o que menos evidenciou racha e mais evitou problemas e melhor corrigiu seus rumos foi o PSDB. Quando o partido se movimentou para fazer essas correções e anunciar o apoio à candidata do PPS, alguns dos seus pesos pesados reagiram mal, sentindo-se preteridos do processo de escolha. Eles queriam dar outra orientação ao partido, mas o presidente regional, vice-governador Carlos Brandão, selou a aliança parte dos integrantes da cúpula. O deputado João Castelo, que queria ser candidato, ficou indócil, o mesmo acontecendo com o deputado licenciado Neto Evangelista, pelo mesmo motivo. Tanto que a adesão de cada um deles à aliança com Eliziane Gama foi lenta e só chegou ao fim nesta semana, com a adesão de Neto Evangelista.

O mais grave dessa situação é que nenhum partido consegue garantir que seus militantes e apoiadores votem em bloco nos candidatos que firmaram acordo. São todos, portanto, acordos de risco.

PONTO & CONTRAPONTO

Hospital Macrorregional de Imperatriz será inaugurado hoje em clima de festa política e sob uma controvérsia
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Hospital de Imperatriz: festa de inauguração e controvérsia

O governador Flávio Dino inaugura hoje o Hospital Macrorregional de Imperatriz, obra alentada que custou R$ 37,2 milhões e deve alcançar uma população de 1,2 milhão na Região Tocantina. Pela badalação que vem sendo feita na Assembleia Legislativa e nos canais usados intensamente pelo Governo nas redes sociais. A obra foi assunto de vários discursos feitos quarta-feira por governistas e oposicionistas, os primeiros exaltando-a como ação do Governo Flávio Dino (PCdoB), os segundos recorrendo ao argumento de que a construção foi iniciada pelo Governo Roseana Sarney. No primeiro momento, o deputado Marco Aurélio (PCdoB), vice-líder do Governo, fez um alentado relato sobre o Hospital Macrorregional de Imperatriz, exaltando o trabalho do atual Governo, sem fazer qualquer relação da obra com o Governo passado. Em seguida, o deputado Antonio Pereira (DEM), que é médico e tem forte envolvimento com a obra, fez o contraponto, destacando o trabalho do atual Governo, cumprimentando o governador Flávio Dino, mas chamando atenção para o fato de que a obra foi iniciada no Governo Roseana Sarney (PMDB). Antonio Pereira ponderou não ser justo que se inaugure uma obra com a dimensão do hospital tocantino sem registrar o fato de que foi o Governo passado que conseguiu os recursos no BNDES, iniciou a construção e deixou a obra física em estágio bem avançado. Independentemente do bate-boca sobre a paternidade – ou maternidade – da obra, o fato mais relevante é que o Hospital Macrorregional de Imperatriz será inaugurado hoje com uma grande festa, na qual deve estar presente a enfermeira Rosângela Curado (PDT), candidata à Prefeitura de Imperatriz apoiada pelo Palácio dos Leões. Não há dúvida que a inauguração festiva tem muito a ver com a corrida eleitoral na Princesa do Tocantins.

 

Especial: Coluna vai resgatar clássicos da Música Popular Maranhense em série sobre discos clássicos

Na edição de amanhã, a Coluna colocará em prática um projeto especial: resgatar e trazer para o presente alguns dos discos mais importantes da Música Popular do Maranhão (MPM). São obras individuais e coletivas que marcaram a cultura musical maranhense nos últimos 40 anos. Não se trata de um apanhado cronológico nem de um levantamento sistemático da discografia local. A intenção, que está virando objetivo, é lembrar aos maranhenses que a MPM tem alguns tesouros esquecidos, que precisam ser redescobertos. São discos emblemáticos, como “Shopping Brazil”, que reúne clássicos da obra de César Teixeira, um dos mais importantes compositores maranhenses de todos os tempos; e “Lances de Agora”, obra magistral do igualmente genial e importante Chico Maranhão, gravado na nave principal da Igreja do Desterro em meados dos anos de 1970, como parte do revolucionário projeto do produtor Marcus Pereira. As matérias especiais serão publicadas sempre nas edições de sábado, com intervalos de 15 dias. Com o resgate, a Coluna pretende homenagear esses craques da MPM por suas obras e também por suas posturas como artistas.

 

São Luís, 18 de Agosto de 2016.

 

 

Eliziane demonstra que está preparada para o embate e para governar, se chegar ao Palácio de la Ravardière

 

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Eliziane e José Joaquim comemoram o apoio recebido do secretário Neto Evangelista, ontem, em reunião na AL

“Quero deixar bem claro que o que estou dizendo não é demagogia; é sincero e honesto”. A frase, dita em tom firme, foi pronunciada ontem pela candidata do PPS à Prefeitura de São Luís, Eliziane Gama, ao falar em ato no qual recebeu o apoio do deputado licenciado e secretário de Estado de Desenvolvimento Social, Neto Evangelista, a última liderança do PSDB a embarcar na coligação por ela articulada. A candidata do PPS fez um discurso rápido, mas denso, citou com precisão alguns problemas graves da Capital e, sem recorrer a anotações, relacionou soluções, falou sobre números, citou percentuais e informações estatísticas, e assegurou que o seu grande projeto é construir “uma nova São Luís”. Mesmo constituída de aliados e seguidores de Neto Evangelista, que a partir daquele momento também passaram a ser seus seguidores, a impressão que ficou no ar foi a de que os presentes deram total atenção e crédito ao que foi dito pela candidata. E por conta disso, aplaudiram-na.

A reunião com Neto Evangelista – que atraiu os deputados Adriano Sarney (PV) e Cabo Campos (DEM) e figurões do PSDB, entre eles o candidato vice, vereador José Joaquim e o deputado Sérgio Frota – foi reveladora do potencial político e eleitoral da campeã de votos para a Câmara Federal em 2014 e da possibilidade concreta de que pode chegar à Prefeitura de São Luís. Como pré-candidata, chegou a 56% de intenções de voto. Agora, como candidata, a última pesquisa apurou que ela tem agora 21%, embolada com o prefeito Edivaldo Jr. (PDT), que tem 25%, e com Wellington do Curso (PP), que aparece com 18%. Agora que a campanha começou de fato, a impressão quase unânime é a de que, armada sua coligação e incentivada por partidários e aliados, ela reaja e retome a curva de crescimento.

Eliziane Gama é candidata que reúne todos os ingredientes que formam uma personagem política de horizonte largo. É mulher, jovem (39 anos), inteligente, bem informada e dona de uma vontade invejável. Sua figura simples e aparentemente frágil se transforma quando ela fala. Voz radiofônica – é jornalista com militância no rádio -, ganha densidade com um discurso bem articulado, com início, meio e fim, que mostra um traquejo raro na capacidade de ordenar as frases, que fluem sem dificuldade. E cada uma delas emite uma informação, principalmente números inteiros e percentuais, dados estatísticos, enfim, elementos que dão consistência e veracidade ao discurso e ajudam a compreendê-lo. Essas marcas tornam Eliziane Gama uma candidata diferenciado e difícil de ser enfrentada, principalmente em debates.

Pelo menos até aqui, todos os “sintomas” indicam que a candidata do PPS será o grande adversário do prefeito Edivaldo Jr.. Além das suas qualificações, ela superou o risco do isolamento político-partidário e conseguiu formar uma aliança que poderá lhe dar muita densidade eleitoral. Entre os seus aliados o clima é de entusiasmo, dominados que estão pela crença de que ela irá para o segundo turno, quando então, acreditam, terá as condições para reunir todos os a oportunidade de unir as forças políticas cujos candidatos tenham sido eliminados na primeira volta. Muitos acreditam piamente que seu adversário será o prefeito Edivaldo Jr., embora outros apostem na passagem de Wellington do Curso (PP).

Na reunião de ontem, Eliziane Gama passou a impressão de que carrega esse projeto sem sentir o seu peso, pois demonstra estar convencida de que pode, efetivamente, mudar São Luís para melhor. Os quatro anos de Assembleia Legislativa e os 18 meses de Câmara Federal – período em que exerceu várias funções relevantes, como a produtiva participação na CPI da Petrobras e nas articulações – ajudaram-na a se tornar conhecida como uma parlamentar que honra o mandato garantido por 140 mil votos, a maior votação dada a um candidato a deputado federal no Maranhão até aqui.

Eliziane Gama sabe que a corrida para a Prefeitura de São Luís será muito dura, com obstáculos os mais diversos. O maior deles é exatamente o prefeito Edivaldo Jr., que tem com ele a militância ativa e incansável do PDT, está no comando de um governo – sem muito brilho, mas também sem mácula – em andamento e vem transformando parte da sua rejeição em votos a favor. Outro obstáculo, com menor poder ofensivo, mas com um enorme potencial de crescimento, é o candidato do PP, Wellington do Curso, que vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para evitar que ela vá para o segundo turno. Os outros são mais facilmente superáveis, mas mesmo assim são adversários que não venderão barato o seu espaço.

A candidata do PPS tem um trunfo: uma vontade férrea de chegar lá, que pode fazer a diferença durante a campanha.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Edivaldo Jr. falta a debate organizado pela Igreja Católica
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Antes da festa de Pereirinha, Edivaldo Jr. fez caminhada no Monte Castelo

O prefeito Edivaldo Jr. foi o único dos candidatos a prefeito de São Luís que não compareceu ao debate de ontem organizado pela Igreja Católica e realizado no Teatro da Cidade. Seus adversários o atacaram fortemente pela ausência, acusando-o de usar todo tipo de argumento para justificar a ausência, inclusive o de ser ele evangélico. A decisão de não comparecer ao debate na seara católica nada tem a ver com religião. O prefeito de São Luís correu um risco calculado, preferindo o pequeno e efêmero desgaste do não comparecimento do que o ônus de enfrentar todos dos candidatos, que naturalmente marchariam em bloco contra ele. Prefeito em busca da reeleição e líder nas preferências do eleitorado, segundo as pesquisas mais recentes, Edivaldo Jr. avaliou que seria mais produtivo para ele participar da festa de lançamento da candidatura do vereador Isaías Pereirinha (PSL) do que virar caixão de pancadas dos seus adversários, ou enfrentar uma estratégia para isolá-lo durante os questionamentos.

 

Em debate no Supremo, o ministro Gilmar Mendes ataca Lei da Ficha Limpa e atinge Márlon Reis e o governador Flávio Dino
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Gilmar Mendes atingiu Márlon Reis e Flávio Dino ao criticar a Lei da Ficha Limpa em sessão do Supremo

“Sem querer ofender ninguém, já ofendendo, essa lei foi tão mal feita, que parece ter sido feita por bêbados”. A frase foi pronunciada ontem, com toda a ênfase, pelo ministro Gilmar Mendes, no plenário do Supremo Tribunal Federal, num ataque sem precedentes à Lei da Ficha Limpa, causando grande repercussão na Corte, no Congresso Nacional e fora dele. O petardo alcançou o ex-juiz e agora advogado e militante do Rede Sustentabilidade Márlon Reis, que não era congressista, mas é  considerado um dos “pais” daquele diploma legal. Reis foi um dos autores do projeto de iniciativa popular proposto ao Congresso Nacional. Atingiu com igual força o governador Flávio Dino (PCdoB), que quando deputado federal foi um dos parlamentares mais empenhados na elaboração e aprovação da Lei que foi aprovado e permanece em vigor. A pancada foi dada durante a votação de dois recursos contra a decisão da Corte de dar às Câmaras Municipais, e não aos tribunais de contas, o poder de tornar inelegíveis ex-prefeitos com contas rejeitadas pela Câmara Municipal. A declaração do ministro Gilmar Mendes surpreendeu a Corte, mas foi corroborada por todos os seus pares.

 

São Luís, 17 de Agosto de 2016.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Campanha começa com candidatos usando a velha estratégia de centrar fogo contra o prefeito que busca a reeleição

 

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Edivaldo Jr. (de camisa azul e punho cerrado) fala para militância no início da caminhada pela Rua Grande, na sua primeira manifestação da campanha 

 

A corrida para a Prefeitura de São Luís começou oficialmente ontem com uma série de eventos anunciadores de que o embate entre os candidatos será duro, sem tréguas e com a indicação segundo a qual quem não tiver lastro político, potencial eleitoral e lisura pessoal será tragado pelo redemoinho que girará intensamente na Capital nos próximos 43 dias. E como não podia deixar de ser, todos os candidatos que se manifestaram na largada cometeram o que para muitos expert em embates eleitorais é um erro primário: atacaram o prefeito Edivaldo Jr. (PDT), que lidera a preferência do eleitorado, segundo as últimas pesquisas. Indiferente à pancadaria, o prefeito fez o primeiro dever de qualquer candidato ao Palácio de la Ravardière: enfrentou a Rua Grande, o mais heterogêneo e simbólico corredor político da Capital. Houve acusações, suspeitas, reações, deixando no ar a impressão de que nas próximas seis semanas o cenário político da Cidade Patrimônio da Humanidade vai pegar fogo.

Eliziane Gama com seus militantes  antes da caminhada que faria da Rua Grande

A candidata do PPS, Eliziane Gama, que havia marcado sua primeira caminhada na Rua Grande para o meio da tarde, foi surpreendida com a informação de que o prefeito Edivaldo Jr. programara o mesmo e no mesmo horário. Determinada a reverter sua tendência de queda apontada pelas pesquisas,  Eliziane resolveu abrir mão da caminhada alegando estar preocupada com a integridade da sua militância, por avaliar que se os dois grupos se cruzassem na mais importante e movimentada artéria de São Luís  poderia haver confronto de largas proporções, com graves repercussão. O resultado é que no embate direto com a candidata do PPS, o candidato do PDT levou a melhor, pois realizou uma caminhada fortemente animada pela militância pedetista, que tem tradição nesse tipo de ação política.

Outro que virou suas baterias para o prefeito foi o vereador Fábio Câmara, candidato do PMDB. Acusado de ser “laranja” do próprio Edivaldo Jr. – uma maldade que não tem rumo, mas que tira o candidato do eixo -, Câmara reagiu indignado por meio de uma nota em que refuta o ataque fazendo uma afirmação com sentido: é um candidato que sempre esteve na oposição ao prefeito, como provariam os registros do seu dia a dia na Câmara Municipal. O candidato pemedebista poderia ter ignorado a ilação maldosa e cuidado da sua corrida através de votos, mas por razões que não revelou, preferiu logo disparar chumbo grosso contra todos os suspeitos de haver disparado a maldade que lhe tirou do sério. Para ele, a maldade partiu das hostes do prefeito candidato à reeleição.

Outro petardo disparado na direção do candidato do PDT foi disparado ontem da Redação do jornal O Estado do Maranhão pelo candidato do PSOL, Valdeny Barros, que acusou o prefeito de São Luís de não fazer um governo transparente, mesmo que informações de órgãos de controle tenham avaliado exatamente o contrário, afirmando que São Luís tem hoje uma gestão transparente.  “O que Edivaldo vende é uma transparência chamada passiva, fruto de respostas dadas pela própria prefeitura a três perguntas, que já garante 50% da pontuação. mas a transparência ativa, aquela resultante da investigação dos órgãos de controle, não existe em São Luís”, disse Barros, segundo registro feito pelo blog do jornalista Marcos D`Eça, um dos entrevistadores do candidato do PSOL.

O fato é que a maioria dos candidatos resolveu repetir uma estratégia manjada e que nem sempre produziu bons resultados. Parecem não ter percebido que atirar no prefeito em bloco demonstra fragilidade, porque no fim das contas o recado que passam é o de que não estão seguros dos seus projetos de governo e tentam consolidar suas campanhas em eventuais escorregões do prefeito. O que parecem não perceber é que o Edivaldo Jr. de hoje é bem diferente do candidato de 2012, que aparentava inexperiência, mas que mesmo assim engoliu uma raposa traquejada, o então prefeito João Castelo (PSDB). Agora, depois de três anos e meio de depois de desafios e pancadas, o Edivaldo Jr. é um político bem mais experiente, que já conhece o caminho das pedras e conhece os antídotos certos para os mais diversos tipos de veneno usados por adversários na briga pelo voto.

A campanha em São Luís começou animada, com caminhadas e declarações fortes, mas tematicamente distantes do que o eleitor quer saber, que é como serão solucionados os problemas que lhe dizem respeito. O resto será mera perda de tempo.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Grupo Sarney se divide mais com apoio de Edilázio Jr. a Wellington
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Wellington do Curso e Edilázio Jr. comemoram depois da declaração de apoio na AL

A pulverização do Grupo Sarney na corrida para as prefeitura de São Luís aumentou ontem, no plenário da Assembleia Legislativa, quando o deputado Edilázio Jr. (PV) usou a tribuna para anunciar o seu apoio ao candidato do PP, Wellington do Curso. “Quero pedir a compreensão do meu partido, mas neste momento declaro meu apoio ao meu colega Wellington do Curso, e passo a ser um soldado a serviço da sua candidatura a prefeito de São Luís”, declarou Edilázio Jr., causando surpresa inclusive nos seus colegas de PV. A guinada de Edilázio Jr. contraria frontalmente a posição do partido, que é parte da aliança liderada pela candidata do PPS, Eliziane Gama. Ele justificou o movimento criticando a posição do governador Flávio Dino (PCdoB) que, segundo sua interpretação, estaria torcendo para uma disputa entre Edivaldo Jr. e Eliziane Gama, dois aliados governistas, no segundo turno. Para o deputado do PP, ao fazer tais escolhas, o governador menospreza a candidatura de Wellington do Curso, que, de maneira independente, também integra a base governista no parlamento. “É assim que esse governador trata seus aliados”, assinalou. Por causa disso, decidiu apoiar o candidato do PP, “que é um deputado correto, um dos que mais trabalham aqui e que ganhou o respeito de todos”. Para Edilázio Jr., Wellington do Curso chegou à Assembleia Legislativa sem muita expressão, mas à medida que o tempo foi passando, “ele revelou seu valor e hoje é respeitado por todos nós pelo seu trabalho e suas posições de coerência”. E acrescentou: “Vou colocar meu nome e minha juventude à serviço dessa candidatura”, anunciou.  Entusiasmado em ouvir a declaração de apoio e elogios pela sua desenvoltura parlamentar e politica, Wellington do Curso declarou: “A palavra aqui é gratidão. A atitude do deputado Edilázio Jr. é um gesto de coerência. Não esquecerei suas declarações, jamais esquecerei essa declaração de apoio. Fique certo, deputado, que serei eternamente grato pelas suas palavras”.

Grupão está espalhado em quatro candidaturas

Com a declaração de Edilázio Jr. a Wellington do Curso, as correntes que fazem o Grupo Sarney estão agora espalhadas em quatro das oito chapas. Para começar, o PMDB, que é a espinha dorsal do grupão, disputa a prefeitura de São Luís com candidato próprio, o vereador Fábio Câmara, que não decolou nas pesquisas. O PV, que hoje é espelho do Grupo Sarney, fechou acordo com o PPS e integra a coligação liderada por Eliziane Gama. O PTB, um dos braços do grupão, apoia a candidatura de Edivaldo Jr..

Conceição Andrade declara apoio a Rose Sales
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Cartaz anunciando o apoio de Conceiçao Andrade à candidata Rose Sales

Ao deixar sua posição discreta e declarar publicamente apoio à candidatura da vereadora Rose Sales (PMB) à Prefeitura de São Luís, as ex-prefeita Conceição Andrade (1992/1996) volta ao cenário político  da Capital manifestando vontade de, se não retomar, pelo menos ocupar um espaço para movimentações futuras. Candidata do PSB apoiada pelo então prefeito Jackson Lago (PDT) em 1992, Conceição foi eleita numa disputa de segundo turno com o então ex-governador João Alberto (PFL). Fez um governo tenso e politicamente tumultuado, principalmente depois de ter rompido com o seu patrono Jackson Lago, que a chamou de “vírus da traição”. Como rompimento, Conceição Andrade apoiou o então deputado federal João Castelo em 1996 com o apoio do senador Epitácio Cafeteira (PTB) contra Jackson Lago, que venceu a eleição. Conceição Andrade terminou seu governo politicamente isolada e hostilizada pela militância do PDT. Mas se manteve de pé, entrou para o PMDB e colaborou com os vários governos de Roseana Sarney como secretária de Estado e gerente regional. Conceição Andrade é um quadro de larga experiência, que tem muito a oferecer na seara política e no serviço público.

 

São Luís, 16 de Agosto de 2016.

 

 

Campanha começa hoje: condicionada ao limite de gastos vai exigir muita ação e habilidade dos candidatos

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Edivaldo Jr., Eliziane Gama, Wellington do Curso, Rose Sales, Fábio Câmara, Eduardo Braide, Cláudia Durans e Valdeny Barros abrem hoje a campanha  em São Luís

 

Esta terça-feira, 16 de Agosto, exatos 47 dias antes das eleições, marca a largada da campanha eleitoral cujo desfecho, a 2 de Outubro, será a eleição dos 217 prefeitos e seus respectivos vices e mais de três mil vereadores no Maranhão. A partir das 8 horas de hoje os mais de 600 candidatos a gestor e alguns milhares de aspirantes a cadeiras nas Câmaras Municipais poderão se valer da Lei nº 9.504/1997 para divulgar jingles e mensagens por meio de carros de som, sistemas de autofalante ou amplificadores nas sedes dos partidos e comitês até às 22 horas. Poderão realizar comícios, caminhadas, passeatas e carreatas, estando autorizados também a fazer divulgação e propaganda pela internet – desde que não seja paga. Enfim, os candidatos poderão sair às ruas das 8 às 22 horas usando os mais diversos recursos para seduzir eleitores. Tecnicamente é a primeira etapa da campanha eleitoral, que se estenderá até o dia 26 de Agosto, quando será iniciada a segunda etapa, com o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV.

Serão 45 dias de campanha, ao longo da qual os candidatos a prefeito e a vereador poderão dizer o que pensam sobre a realidade, como pretendem transformá-la e quais objetivos pretendem alcançar. Tentarão neste período se comunicar com a massa eleitoral por meio de slogans, músicas temáticas, mensagens diretas, propaganda e, principalmente, discursos, que ainda é a maneira mais original de relacionamento dos políticos com a sociedade. No período da campanha serão realizados também debates, que nas últimas eleições têm sido decisivos para o posicionamento do eleitorado.

As limitações impostas pela lei devem tornar a campanha eleitoral um processo mais direto, mais objetivo e menos caro. Na opinião geral dos políticos, a partir de hoje as campanhas eleitorais serão mais pobres, com menos barulho e muito mais baratas, já que as novas regras limitaram fortemente as doações para campanha. E limitação mais dura foi a  proibição de doação feita por empresa, sob o forte e irretocável argumento segundo o qual essa relação é a raiz da corrupção na esfera pública, principalmente na forma de o chamado “caixa 2”, esquema que tornava  milionárias as campanhas.

As novas regras, instituídas pela reforma eleitoral de 2015, estabeleceram que agora o cálculo para a definição do custo médio de uma campanha para prefeito será definido com base no tamanho do eleitorado de cada município. Em São Luís, por exemplo, que tem 659 mil eleitores, o teto de gastos para uma campanha de candidato a prefeito será R$ 3 milhões, e em caso de segundo turno, o limite de gasto de cada candidato será de 942 mil. Por sua vez, o candidato a vereador só poderá gastar até R$ 442 mil. Quem ultrapassar esses imites, corre o risco de perder o mandato em caso de eleição.

Nos bastidores da corrida eleitoral o que se ouve é que a campanha do prefeito Edivaldo Jr. (PDT), que concorre á reeleição, servirá de parâmetro para os demais candidatos – Eliziane Gama (PPS), Wellington do Curso (PP), Rose Sales (PMB), Eduardo Braide (PMN), Fábio Câmara (PMDB), Cláudia Durans e Waldeny Barros (PSTU). Todos tentarão explorar ao máximo o potencial das redes sociais, usando todos os recursos que a internet oferecer dentro da regra de não divulgar anúncio pago. Até aqui, o candidato que melhor tem se valido das redes sociais é Wellington do Curso, principalmente para atacar o prefeito Edivaldo Jr..

A expectativa é que, por conta das limitações de recursos, que só poderão sair do Fundo Partidário e da doação de pessoas físicas, a campanha eleitoral em São Luís seja mais mano-a-mano, com os candidatos se relacionando mais diretamente com o eleitorado por meio de panfletagens, passeatas e carreatas. E o prefeito Edivaldo Jr. parece estar sintonizado com essa realidade, já que vai inaugurar sua campanha hoje à tarde com uma passeata pela Rua Grande, iniciando no Largo do Carmo e terminando na Praça Deodoro.  A Rua Grande é o “corredor polonês” dos políticos em campanha, pois quem a percorre e sai incólume tem chance na disputa.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Eliziane e Wellington podem entrar em confronto pelo 2º turno

Tão logo as candidaturas a prefeito de São Luís foram definidas, correu nos bastidores que de alguma maneira a candidata do PPS, Eliziane Gama, firmaria um pacto de não agressão com o candidato do PP, Wellington do Curso. Os defensores do tal pacto apostavam que atacando o prefeito Edivaldo Jr., os dois conseguiriam minar a força política e eleitoral dele, podendo até tirá-lo de um eventual segundo turno. Hoje, essa estratégia já não conta como muitos adeptos. A avaliação atual é a de que com o crescimento firme do prefeito e a perda de gás dos dois, segundo mostram as últimas pesquisas, a leitura feita por partidários influentes de Eliziane Gama e de Wellington do Curso já estariam avaliando que o que está se aproximando é a possibilidade de um duro embate entre os dois. O desempenho do prefeito já teria feito os dois avaliarem que Edivaldo Jr. é o candidato a ser enfrentado no segundo turno, restando saber por quem. Daí é que, ao invés de pacto, a tendência é Eliziane Gama e Wellington do Curso partirem para um confronto “de vida ou morte” durante a campanha.

Em defesa da mulher I
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A ministra Carmem Lúcia (centro) com presidente do TJ, desembargador Cleones Cunha, o governador Flávio Dino e autoridades no Palácio dos Leões

O Poder Judiciário abriu ontem a V Semana da Justiça pela Paz em Casa, campanha que objetiva dar prioridade a processo judiciais que tenham mulheres como vitimas ou partes interessadas, para, assim contar o crescimento da onda de violência contra mulheres registrado no País. O ato, que contou com a presença da presidente eleita do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmen Lúcia, foi comandado pelo presidente da Corte, desembargador Cleones Cunha, auxiliado pela presidente da Coordenadoria da Mulher do TJMA, desembargadora Ângela Salazar.

Realizada em todos os Tribunais de Justiça do País, a campanha se estenderá até o dia 19, cumprida a programação que incluirá a realização de mutirões em diversas comarcas para julgamento de processos que envolvem violência doméstica e familiar contra a mulher. Em São Luís e Imperatriz, os esforços concentrados se darão nas varas especializadas e nas demais comarcas que possuem competência para julgar os casos.

Atualmente, existem 7.705 processos em andamento na Vara da Mulher de São Luís, de um total de quase 47 mil casos nos últimos dez anos, na Justiça maranhense. Na ocasião, foi feita a assinatura do Termo de Cooperação Técnica, que vai permitir a utilização do sistema Malote Digital para a tramitação eletrônica dos requerimentos de medidas protetivas de urgência para mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. Assinaram o documento o presidente do TJMA, Cleones Cunha, a corregedora-geral da Justiça do Maranhão, Aníldes Cruz, o defensor-público-geral do Estado, Werther Lima, o procurador-geral de Justiça do Maranhão, Luiz Gonzaga Coelho, e o secretário de Segurança Pública do Estado, Jefferson Portela.

Em defesa da mulher II

Idealizadora da Campanha Justiça pela Paz em Casa, a ministra Carmen Lúcia, ressaltou que a priorização dos casos envolvendo mulheres deve ser uma ação permanente dos juízes. Ela explicou que a ênfase na violência contra a mulher existe porque estas são vítimas, simplesmente pelo fato de serem mulheres, por viverem uma vulnerabilidade maior a agressões e direitos fundamentais em relação aos homens, sendo tratadas de forma invisível dentro da sociedade, o que por muito tempo recaiu sobre a violência.

A ministra ressaltou que o Judiciário precisa dar a resposta que o cidadão espera, em tempo razoável, garantindo a sensação de Justiça – esperada pela sociedade, especialmente familiares de vítimas de violência -, pois este é um problema que afeta a todos e a cada um. “Em qualquer lugar do mundo, em que eu souber que uma mulher foi assassinada, uma parte de mim também estará morta: aquela que não deu conta de fazer com que isso não acontecesse, enquanto juíza que sou”, declarou.

A presidente da Cemulher, desembargadora Angela Salazar, destacou que – além da priorização na resolução dos processos que envolvem mulheres – o objetivo da campanha é a pacificação familiar, uma vez que a violência contra a mulher é um fenômeno que lhes nega direitos fundamentais, principalmente no plano das relações domésticas e familiares, negando-lhes também a dignidade humana. “A sociedade precisa compreender que os direitos das mulheres são direitos humanos”, alertou.

O desembargador Cleones Cunha citou dados da Secretaria Nacional de Política para as Mulheres, dando conta de que 40% das mulheres vítimas sofrem violência diariamente, e 34% semanalmente, sem contar os casos em que sofrem caladas em razão de dependências variadas, além da tolerância social e do machismo que imperam na sociedade. Ele ressaltou a importância da participação do Poder Judiciário na pacificação, pois negar o acesso dessas mulheres à Justiça ou oferecer-lhes um serviço precário seria condená-las a um cativeiro dentro de seus próprios lares. “Nesta briga, o Judiciário deve sim meter sua colher, impondo medidas de proteção às vítimas e de punição ao agressor, como também implementando políticas para que deixem de ser agressores”, avaliou.

 

Sem força para viabilizar projetos próprios, Grupo Sarney se divide na corrida para as prefeituras da Ilha

 

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João Alberto, Roseana Sarney e Lobão Filho: caminhos diferentes na corrida eleitoral nas municípios da Ilha

As eleições para prefeito e vereador nos quatro municípios da Ilha de Upaon Açu vão se dar embaladas por vários fenômenos políticos, sendo que o mais curioso deles é a maneira com que as correntes partidárias que formaram o Grupo Sarney se posicionaram nas alianças que se firmaram em São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa. Estraçalhado nas urnas nas eleições gerais de 2014, o Grupo liderado pela ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), sob a influência maior do ex-presidente José Sarney (PMDB), não encontrou ambiente nem estímulos para se recompor, e sucumbiu por falta de um projeto que amarrasse os interesses de cada um dos seus segmentos. Tendo com o base PMDB, DEM, PV, PTB, PSC, PSD e outras legendas menos expressivas, como PTdoB, PSDC e PRTB, por exemplo, o grupão se pulverizou, tendo algumas legendas se movimentado sob a orientação dos líderes maiores do grupo e outras por conta própria, em busca de sobrevivência num contexto hoje fortemente influenciado pelas correntes  grupo comandadas pelo governador Flávio Dino.

A situação mais emblemática é a que foi desenhada no cenário da corrida para a Prefeitura de São Luís, onde estão cerca mais de 600 mil eleitores, o que corresponde a 15% do eleitorado do Maranhão, decidirão o futuro político e administrativo da Capital. Numa situação surpreendente, o Grupo Sarney se espalhou inteiramente, com uma banda maior se articulado em torno de um candidato e os demais espalhados nas outras coligações, incluindo a governista liderada pelo prefeito Edivaldo Jr. (PDT). Em razão de divergências dos diversos segmentos, entre eles o controlado pelo ex-deputado Ricardo Murad, o PMDB, que é comandado firmemente pelo senador João Alberto, acabou lançando o vereador Fábio Câmara, com chapa pura, mas com um lastro político até agora inexpressivo.

Tendo à frente o deputado estadual Adriano Sarney, o PV fez uma série de “ensaios”, entre eles a filiação efêmera da vereadora Rose Sales, que deveria ser a candidata do partido, entrou em conflito com a cúpula e acabou pulando fora. Além disso, o PV flertou com o candidato do PP, Wellington do Curso, mas acabou embarcando na aliança comandada pela candidata do PPS, Eliziane Gama. O PTB, que tem o comando do deputado federal Pedro Fernandes, com o aval do ex-deputado Manoel Ribeiro, por sua vez, sem alternativa mais viável, se manteve na poderosa aliança que move a candidatura do prefeito Edivaldo Jr., caminho seguido pelo PSC, controlado pelo ex-deputado federal Costa Ferreira, e pelo PSD, que tem como chefe estadual o ex-secretário de Fazenda Cláudio Trinchão. Outras siglas que sempre caminharam com o Grupo Sarney se espalharam pelas coligações em busca de eleger vereadores.

Os principais líderes do Grupo Sarney estão atuando fortemente nos bastidores da corrida eleitoral na Capital. Enquanto o senador João Alberto se desdobra para injetar gás na candidatura pemedebista de Fábio Câmara, o suplente de senador Lobão Filho (PMDB), discretamente apoiado pelo senador Edison Lobão, opera para fortalecer a candidatura de Eliziane Gama, mesmo depois do fracasso da operação por meio da qual ele tentou costurar um acordo PMDB/PPS. Sem se manifestar publicamente, a ex-governadora Roseana Sarney tentou minar a candidatura de Fábio Câmara, tendo mais recentemente defendido uma aliança do PMDB com Wellington do Curso, mas o projeto não foi à frente e ele acabou construindo uma aliança com o PSB lidera pelo senador Roberto Rocha.

Sem força para bancar candidaturas fortes carimbadas com a sua identidade, o Grupo Sarney se dividiu também nos demais municípios da Ilha. Em São José de Ribamar, o “racha” é ostensivo: de um lado está o PMDB comandado por João Alberto, tem como candidato o ex-prefeito Julinho Matos; do outro, Roseana Sarney e outros caciques sarneysistas apoiam discreta, mas intensamente, a candidatura do ex-prefeito Luis Fernando Silva, do PSDB. Em Paço do Lumiar, a maior parte do comando sarneysista investe pesado na candidatura do ex-prefeito Gilberto Aroso (PMDB), reafirmando uma aliança de décadas com a família Aroso; outras facções se aliaram ao prefeito Josemar Sobreiro (PSDB) – todos empenhados em derrotar o candidato do PCdoB e antisarneysista visceral, o emblemático Domingos Dutra. E em Raposa, o grupo se dividiu entre o vereador Eudes Barros (PR), aliado do prefeito Clodomir de Oliveira (PMDB) e apoiado pelo senador João Alberto, enquanto Roseana Sarney estaria apoiando candidatura de Ociléia Paraíba (PRB) contra a candidata do PCdoB, Talita Laci, que tem apoio total as forças lideradas pelo governador Flávio Dino.

Na avaliação de políticos experientes, o Grupo Sarney não tem muito futuro na Ilha sob o comando de Roseana Sarney, que parece não ter mais poder nem ânimo para encarar guerras eleitorais como as que vêm por aí tendo como adversários o governador Flávio Dino, o senador Roberto Rocha e outras lideranças em ascensão. O porto seguro do Grupo é o PMDB sob o comando firme do senador João Alberto, que se desdobra para manter o controle e as suas áreas de influência em torno da Capital.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Grupo terá participação forte em grandes municípios
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Alexandre Almeida, Assis Ramos e Filuca Mendes: diferentes faces do sarneysismo nos municípios

No interior, o Grupo Sarney se movimenta em várias frentes, ora por meio do PMDB, ora por influência de partidos menores, e em alguns casos navegando até mesmo em água oposicionistas. Em Imperatriz, o Grupo aposta na candidatura do delegado Assis Ramos pelo PMDB, mas também a vozes mais discretas se manifestando em favor do ex-prefeito Ildon Marques (PSB), que foi um dos aliados mais importantes de Roseana Sarney, mas que hoje aliado firme do senador Roberto Rocha. Em Timon, o Grupo Sarney está em ação por meio da candidatura do deputado Alexandre Almeida (PSD), que enfrenta o poder de fogo do prefeito Luciano Leitoa (PSB), que tem o apoio determinado do Palácio dos Leões. Em Caxias, o sarneysismo é representado pelo ex-prefeito Paulo Marinho (PMDB), que se aliou com o vereador Fábio Gentil (PRB) contra o prefeito Leo Coutinho (PSB), que representa as forças lideradas pelo deputado Humberto Coutinho, presidente da Assembleia Legislativa. Em Pinheiro, o sarneysismo briga para se manter no poder por meio da candidatura do prefeito Filuca Mendes (PMDB) à reeleição, que enfrentará dois candidatos da esfera governista: Luciano Genésio (PP) e Leonardo Sá (PCdoB).

 

Roberto Costa representa a mais nova geração do Grupo
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Roberto Costa: liderança forte

Na corrida eleitoral nos grandes municípios, o nome de maior expressão da nova geração de políticos nascida nos vários segmentos do Grupo Sarney é o deputado Roberto Costa, candidato do PMDB à prefeitura de Bacabal. Atuante, bem articulado e com habilidade para dialogar com as mais diferentes correntes politicas do estado, Roberto Costa vai disputar a Prefeitura de Bacabal pelo PMDB, enfrentando um grupo de políticos que se formou em torno do ex-prefeito Zé Vieira (PP), que é a expressão maior de uma geração que já está se aposentando. Nascido e crescido no grupo liderado senador João Alberto, o deputado Roberto Costa é hoje um dos esteios do PMDB maranhense, o que tem lhe assegurado espaços importantes no PMDB nacional, tanto que acesso direto com o presidente Michel Temer, por exemplo. Roberto Costa vem abrindo caminho para que novas lideranças se formem e se firmem no PMDB, como é o caso do delegado Assis Ramos, que é forte candidato á Prefeitura de Imperatriz.

São Luís, 14 de Agosto de 2016.

Pesquisa aponta vantagem de Edivaldo Jr., mas posições são instáveis e até aqui o desfecho da corrida é imprevisível

 

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Edivaldo Jr. lidera seguido de Eliziane Gama e Wellington do Curso

Se estiver traduzindo rigorosamente as preferências do eleitorado, a pesquisa Exata/TV Guará sobre a corrida para a Prefeitura de São Luís revela um quadro de inércia momentânea, com os candidatos mais fortes praticamente estacionados nos patamares das pesquisas mais recentes. Ao mesmo tempo, emite mais elementos indicadores de que tendência de crescimento do prefeito Edivaldo Jr. (PDT), que alcançou 25%, é lenta, mas consistente, enquanto a posição de Eliziane Gama (PPS), com 21%, tende a se estabilizar nesse patamar, o mesmo acontecendo com a de Wellington do Curso (PP), que apareceu com 18% nas três últimas pesquisas. No segundo pelotão, a situação é diferente, com o registro de uma movimentação intensa entre os candidatos, que neste levantamento estão assim posicionados: Rose Sales (PMB) isolada com 7%, e Eduardo Braide (PMN) com 3%, Fábio Câmara (PMDB) com 2% e Zeluís Lago (PPL), Claudia Durans (PSTU) e Valdeny Barros (PSOL) patinando no lodaçal de 1%. A pesquisa tem uma margem de erro de quatro pontos percentuais para mais ou para menos, expressivamente elevada, não tendo sido divulgado o seu intervalo de confiança.

A liderança do prefeito Edivaldo Jr., que representa exatamente o percentual da margem de erro em relação à Eliziane Gama, tem uma explicação clara. No exercício do mandato e pleiteando a reeleição, Edivaldo Jr. vinha avançando na trilha da discrição, cercando-se de todos os cuidados para não dar aos adversários argumentos para acusá-lo de abusar do poder. Três anos e meio no cargo, período em que viveu altos e baixos, lhe deram o lastro administrativo e os instrumentos políticos para encarar essa disputa. Tanto que em pesquisa recente, sua rejeição, que já alcançara mais de 50%, caiu para menos de 35%. Candidato do PDT e no comando de uma coligação com 12 partidos, entre eles o PCdoB, do governador Flávio Dino, e o PTB, Edivaldo Jr. vem dando sinais de que está a cada dia mais seguro da viabilidade do seu projeto.

A pesquisa Exata/TV Guará acendeu mais uma vez o alerta amarelo no comando de campanha de Eliziane Gama, que apareceu com 21% das intenções de voto. Se não revelou uma reação favorável causada pela movimentação que a candidata vem fazendo desde que seu projeto eleitoral foi formalizado em convenção, o percentual obtido apontou que ela estabilizou sua posição na preferência do eleitorado, pois pela primeira vez não registrou queda nas intenções de voto. A pergunta que se faz agora é se ela conseguirá reverter a grande perda voltando a crescer na preferência do eleitorado. Eliziane Gama não tem o lastro político, a estrutura partidária nem os argumentos – ações de governo – que embalam a candidatura do prefeito Edivaldo Jr.. Todo o seu potencial eleitoral está concentrado nela mesma, já que nem todos os seus aliados dificilmente encararão a guerra eleitoral dela como se fosse deles. Isso quer dizer que toda a sua força política concentra-se nela própria, e por isso o futuro da sua candidatura está na sua capacidade de convencer o eleitor de ela, e não o grupo que a apoia – o PSDB e parte do grupo Sarney -, é que vai comandar as mudanças na eventualidade da sua eleição. Se a candidata não voltar a crescer, é porque o eleitorado não acreditou na aliança que ela lidera.

Dos três que formam o pelotão da frente da corrida para a Prefeitura de São Luís, o que tem posição mais imprevisível é Wellington do Curso, que aparece com 18% das intenções de voto nas ultimas pesquisas. O candidato do PP vinha numa jornada solitária em busca de aliança que lhe desse sustentação política e impulso eleitoral. Depois de muitas idas e vindas nos bastidores, firmou pacto forte com o senador Roberto Rocha, garantindo assim coligação com o PSB tendo como vice o vereador Roberto Rocha Jr.. Tanto quanto Eliziane Gama, o candidato do PP é um franco atirador com uma biografia rica e uma ousadia sem limites, fatores que, juntos, o tornam um candidato com grande potencial para seduzir eleitores, principalmente os mais novos. A pesquisa Exata/TV Guará confirma a inércia do candidato no patamar dos 18%, não indicando se ele será ou não capaz de ultrapassar essa barreira e se tornar uma ameaça concreta a Edivaldo Jr. e a Eliziane Gama. Se não lidera nas intenções de voto, Wellington do Curso tem um dado que lhe é extremamente favorável: sua rejeição é uma das menores, o que lhe gás para brigar pela liderança, o que poderá fazer durante a campanha nos mais de três minutos que terá na TV ao longo de 45 dias.

Como as demais, a pesquisa Exata/TV Guará indicou que, excetuando a vereadora Rose Sales, que alcançou 7%, os integrantes do segundo pelotão dificilmente terão condições de reagir e reverter o quadro atual da disputa. Mas com 10% de indecisos e 12% de eleitores que não querem votar em nenhum deles, a corrida continua aberta e com desfecho rigorosamente imprevisível, mesmo considerando que o prefeito Edivaldo Jr. já apareça com uma vantagem modesta, mas firme.

Em tempo : O Exata ouviu 806 entrevistados, entre os dias 6 e 8 de agosto. Foi registrado no dia 06 de agosto sob o protocolo MA-07443/2016.  A margem de erro é de 4% para mais ou menos e o intervalo de confiança é de 95%.

PONTO & CONTRAPONTO

 

Situação em Paço do Lumiar ainda não está resolvida
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Dutra lidera,  ameaçado por Aroso, e Josemar está vivo

Não é confortável a posição do líder da corrida pela Prefeitura de Paço do Lumiar, Domingos Dutra (PCdoB). As pesquisas o apontam na liderança, mas indicam também que o ex-prefeito Gilberto Aroso estaria caminhando para consolidar a candidatura e representar uma forte ameaça, assim como o prefeito Josemar Sobreiro (PSDB), que foi tido como politicamente morto, realizou uma convenção festiva e deixou claro que está mais vivo do que nunca, com gás ainda suficiente para comprometer o favoritismo de Dutra. Esse quadro fica complicado porque o Palácio dos Leões aposta todas as suas fichas na eleição de Domingos Dutra, tanto que o governador Flávio Dino está pessoalmente empenhado esforço para consolidar a liderança do candidato do PCdoB, determinado que está em ter seu candidato eleito em Paço do Lumiar. O Palácio dos Leões aposta alto da eleição de Dutra, tanto que o governador Flávio Dino fez questão de participar da convenção do candidato do PCdoB e não tem perdido oportunidade para fortalecer a candidatura de Domingos Dutra. Quem conhece o perfil do eleitor Paço do Lumiar afirma que ainda é muito cedo para algum dos candidatos cantar vitória, prevendo que muita água ainda rolará.

Stênio Rezende denuncia violência e corrupção em Vitorino Freire
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Stênio Rezende denuncia violência e corrupção em Vitorino Freire

A dura disputa política e eleitoral começa a ficar acirrada em alguns municípios. Um deles é Vitorino Freire, onde, segundo denunciou o deputado Stênio Rezende (DEM), está em curso uma onda de violência e corrupção. Em sua fala, Stênio Rezende lamentou profundamente a ocorrência de um ato praticado “por 20 maus elementos que, fortemente armados, não mediram esforços e saíram atirando na Casa de Repouso dos Policiais Militares, invadiram a agência do Banco do Brasil e resolveram levar o cofre”. O parlamentar informou que já externou suas preocupações ao secretário de Estado de Segurança, Jefferson Portela, pedindo mais policiais e viaturas para ajudar no combate a violência em Vitorino Freire e no Estado do Maranhão como um todo, “que estranhamente aumenta ainda mais no período que antecede as eleições”. Stênio Rezende disse que a insegurança toma conta de Vitorino Freire porque falta ação pública municipal, pois o município tem um dos piores prefeitos do Maranhão, que ao assumir a Prefeitura montou logo de saída 15 empresas para ganhar todas as licitações consideradas fraudulentas pelas autoridades.  – A corrupção em Vitorino Freire é grave, verídica e o Ministério Público precisa tomar conhecimento e agir imediatamente contra esse absurdo -, declarou, acrescentando que o prefeito é dono do Jacaré Home Center, a segunda maior loja de material de construção de São Luís e a terceira do Estado do Maranhão. Stênio denunciou que os comerciantes de Vitorino não vendem sequer um tijolo para a Prefeitura. “Saiu um caminhão para São Luís buscar três sacos de cimento na Jacaré. O prefeito é irresponsável mas isso está acabando. A  eleição está próxima e o povo saberá escolher o melhor gestor do município”, concluiu.

 

São Luís, 11 de Agosto de 2016.

Decisão do Supremo devolve mandato a Deoclídes Macedo, mina “prerrogativas” do TCE e turbina poder de vereadores

 

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Deoclídes Macedo assumirá o mandato na vaga ocupada até agora por Alberto Filho, que volta à condição de suplente 

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) segundo a qual somente as Câmaras Municipais podem rejeitar contas de prefeitos e, com isso, torná-los inelegíveis, certamente causará uma enorme reviravolta em muitas situações políticas em todo o País. Ex-prefeitos que eram estigmatizados pela pecha de “ficha-suja” estão saindo do inferno e regressando ao paraíso, enquanto outros, coroados como “ficha-limpa”, fazem agora o caminho inverso, saindo do paraíso para mergulhar no inferno político. Esse revés se deve ao recurso por meio do qual o ex-prefeito de Porto Franco, Deoclídes Macedo (PDT), eleito suplente de deputado federal em 2014 com mais de 60 mil votos, mas perdeu o mandato numa disputa judicial com o deputado Alberto Filho (PMDB). A decisão do Supremo, apertada (6 a 5) exatamente pelo grau de controvérsia que envolve o tema, deve causar efeito em cadeia em todo País, corrigindo pendências do mesmo teor. E mais, dispara uma poderosa ducha de água fria contra o poder de fogo dos Tribunais de Contas e aumenta, em escala imensurável, o poder dos vereadores.

A guerra judicial começou depois das eleições de 2014, quando o PMDB, alegando ser ele inelegível por ter tido prestação de contas reprovadas pelo TCE, mesmo depois de elas terem sido aprovadas pela Câmara Municipal de Porto Franco, conseguiu tomar o mandato do ex-prefeito de Porto Franco, Deoclídes Macedo (PDT), eleito com mais de 60 mil sufrágios e que assumira no lugar de Julião Amin, o segundo mais votado do PDT, mas que aceitou ser secretário no Governo Flávio Dino. A Justiça Eleitoral deu ganho de causa ao PMDB numa decisão que produziu efeitos em cadeia: anulou os mais de 60 mil votos de Deoclídes Macedo – que era o primeiro suplente da sua coligação –, murchou o balaio de votos da coligação, tirou o mandato do deputado Julião Amim, varreu a primeira suplência de Deoclídes Macedo e abriu caminho para que Alberto Filho, que ficara na suplência da coligação governista, assumisse a cadeira de deputado federal.

Para o PDT, que perdera um deputado com a anulação dos votos de Deoclídes Macedo, só restou recorrer à Justiça, aspirando uma reviravolta mais que improvável. Como se tratava de um tema polêmico, com jurisprudência de ambos os lados, seria uma guerra longa, travada com competência jurídica e paciência política. Em meados do primeiro semestre de 2015, Deoclídes Macedo disse à Coluna ter consciência de que o tema era complexo, mas que confiava no parecer de um jurista respeitado, segundo o qual, ao considerar inelegíveis ex-prefeitos com contas rejeitadas por Tribunal de Contas, a Justiça Eleitoral estava cometendo um erro, já que a prerrogativa de rejeitar contas e, por isso, banir responsáveis da vida pública por oito anos, era das Câmaras Municipais e não dos TCEs. Admitia também que a tese oposta tinha muita força, mas confiava que, cedo ou tarde, os ventos soprariam a seu favor.

Depois de mais de dois anos de peleja, o paciente e centrado ex-prefeito de Porto Franco explodiu em contentamento ao tomar conhecimento de que o Supremo, numa votação apertada, reveladora da controvérsia e na qual até o presidente votou, abraçara sua tese, assegurando-lhe o retorno à Câmara Federal na vaga até então ocupada pelo pemedebista Alberto Filho, que agora volta à condição de suplente. Mais do que isso, resolvendo de vez insegurança da regra.

Além de resolver pendengas decorrentes da insegurança da regra pelo Brasil a fora, a decisão da mais alta Corte de Justiça do País pode ter fraturado a espinha dorsal dos Tribunais de Contas – aí incluídos, os dos Estados e o da União – que perderam a maior fonte do seu poder, que era exatamente declarar inelegíveis gestores com contas embaraçadas. Com isso, os rumores nada abonadores que sempre rondaram o TCE – que passou uma corte mista, pois examina tecnicamente prestações de contas do Estado e das prefeituras, depois de ter absorvido as prerrogativas do Tribunal de Contas dos Municípios, extinto em 1992, por força da Constituição de 1989, tendo todos os seus conselheiros sido aposentados com vencimentos iguais aos de desembargador.

Se os conselheiros do TCE perderam força política, os vereadores ganham musculatura. A decisão do Supremo lhe dá o poder de rejeitar prestação de contas e, com isso, cravar na biografia do mau gestor o carimbo de “ficha-suja”. O problema é que julgamento em Casa legislativa é sempre político, ainda que tenha um fundamento jurídico, e isso pode transformar as Câmaras em espaço de barganha. Uma situação de altíssimo risco, que exige providências urgentes para proteger prefeitos honestos da ação de edis achacadores.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Quem perdeu e quem ganhou com a saída de Alberto Filho
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Weverton reforça liderança com mais um deputado do PDT

A perda da cadeira pelo deputado federal Alberto Filho – que volta à condição de suplente -, reduz de três para dois assentos a participação do PMDB maranhense na bancada do partido, que agora tem um parlamentar a menos na Câmara Federal. E como no jogo da política a regra básica é sempre um perder e outro ganhar, por outro lado a posse de Deoclídes Macedo reforçará a bancada federal do PDT e, claro, aumentará ainda mais o poder de fogo do ativo e articulado líder da bancada pedetista, deputado federal Weverton Rocha, considerado hoje um dos membros mais influentes da Câmara Baixa. A saída de Alberto Filho será também um golpe duro no prefeito de Bacabal, José Alberto, que não fez boa gestão e decidiu não pleitear a reeleição, declarando apoio ao ex-prefeito Zé Vieira (PP), que vai enfrentar a juventude e a determinação política do deputado estadual Roberto Costa (PMDB), por muitos considerado um dos melhores quadros políticos do Maranhão. Alberto Filho volta para casa depois de ter ganhado, juntamente com o colega dele deputado federal André Fufuca (PP), os holofotes como um dos “homens de ouro” do ex-todo-poderoso presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB), que deve perder o mandato daqui a dois meses. O jovem parlamentar bacabalense se ligou a Cunha quando o então presidente da Câmara agilizou sua posse por força da decisão judicial que tirou Deoclídes do exercício do mandato.

 

Lidiane desbancada de novo e Malrinete reassume em Bom Jardim
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Lidiane Leite novamente afastada e Malrinete retoma o comando em Bom Jardim

Menos de 24 horas depois de ter voltado ao cargo de prefeita de Bom Jardim, por forças de uma polêmica decisão do juiz federal Magno Linhares, que causou perplexidade nos maranhenses, Lidiane Leite (DEM), mundialmente conhecida como “prefeita ostentação”, foi novamente afastada do cargo, agora ordem da juíza titular da 2ª da Comarca de Zé Doca, Leoneide Matinho. A medida judicial se deu pelo acolhimento de mandado de segurança impetrado pela vice-prefeita Malrinete Gralhada (PMDB), que fora empossada em setembro do ano passado com a fuga de Lidiane Leite, que passou mais de um mês foragida. Lidiane, que foi se entregou à Polícia Federal, foi presa sob a acusação de ter fraudado licitações e desviado pelo menos R$ 15 milhões da merenda escolar. Na mesma decisão, a magistrada determinou o afastamento sumário do presidente da Câmara Municipal, vereador Arão Silva, apontado como integrante da quadrilha que, segundo o Ministério Público, saqueava as finanças de Bom Jardim sob o comando de Lidiane Leite e o seu marido, o ex-prefeito Humberto Santos, que na gestão dela exercia o cargo de secretário de Assuntos Políticos, que também foi preso e em seguida liberado para responder ao processo em liberdade, usando, como ela, tornozeleira eletrônica. O novo afastamento de Lidiane Leite foi festejado nas ruas por grande parte da população de Bom Jardim, que manifestou apoio à vice-prefeita Malrinete Gralhada, que reassumirá o comando municipal nesta sexta-feira.

Em tempo: Poucas decisões judiciais recentes causaram tanta perplexidade e foram tão criticadas e questionadas como a do juiz federal Magno Linhares em favor da notória prefeita afastada de Bom Jardim, Lidiane Leite. A Coluna ouviu informalmente advogados, políticos e dois magistrados. Nenhum apontou ilegalidade flagrante na decisão, mas todos assinalaram tratar-se, aparentemente, de uma medida adotada mais por boa vontade do que por uma necessidade imperativa de assegurar um direito líquido e certo de um cidadão atingido por uma injustiça praticada pela própria Justiça, o que parece não ser o caso. Mesmo que o juiz Magno Linhares esteja absolutamente seguro de que agiu corretamente e dentro da lei, sua medida sugere que ele centrou seu foco na conveniência da prefeita suspeita de cometer crimes, produzindo uma decisão que muitos, mas muitos mesmo, interpretaram como um deboche.

São Luís, 11 de Agosto de 2016.

Senadores maranhenses aprovam pronúncia que transformou Dilma Rousseff em ré e devem votar pelo impeachment

 

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João Alberto, Edison Lobão e Roberto Rocha votaram pelo prosseguimento do processo de impeachment

Os três senadores maranhenses votaram pela pronúncia que transformou a presidente da República afastada Dilma Rousseff (PT) em ré e autorizou o prosseguimento do processo de impeachment na Casa. João Alberto (PMDB), Edison Lobão (PMDB) e Roberto Rocha (PSB) seguiram as orientações dos seus partidos, formando assim, com argumentos diferentes, uma unanimidade que não formavam desde que o processo chegou ao Senado da República. Os três, no entanto, informaram que o voto pelo prosseguimento do processo de impeachment não significa que estejam votando a favor do impeachment, mas até as para que o processo avance, de modo que acusação e defesa se digladiem, mostrem seus argumentos, para que os senadores possam avaliar todos os aspectos da acusação e as contraditas da defesa e se posicionem em relação a eles, seja para aceitar o argumento de que a presidente cometeu crime de responsabilidade, seja para chegar a uma conclusão diferente, que não enxergue os crimes que os acusadores relacionam.

A posição que chamou mais atenção foi a do senador João Alberto, que desde o início se posicionou contra o impeachment, mas na votação desta madrugada, votou de acordo com a orientação do PMDB. Fiel ao acordo do PMDB com o PT, que garantiu sustentação política e parlamentar aos 13 anos de governos petistas – oito de Lula e cinco de Dilma Rousseff- João Alberto manteve posição contraria ao impeachment desde que, no final de 2015, o então presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), aceitou a denuncia, deflagrando o processo pelo impedimento que agora está na sua fase conclusiva no Senado da República. João Alberto contestou a acusação e criticou o processo, sem, porém, colocar dúvidas sobre a sua legalidade, já que todos os trâmites e decisões que o envolvem estão se sucedendo rigorosamente dentro da lei. Agora, no entanto, o senador explica que o impeachment é rigorosamente político e envolve diretamente o seu partido, que por essa via chegou ao Palácio do Planalto com a posse do presidente interino Michel Temer. “Fiz o que pude fazer para discutir melhor esse processo, mas agora eu não posso faltar com o meu partido”, diz o senador, para quem é quase impossível aos defensores da presidente reverter a tendência a favor do impedimento.

O senador pemedebista Edison Lobão – que foi ministro de Minas e Energia do final do Governo Lula e do primeiro mandato do Governo Dilma Rousseff – se manifestou favorável ao prosseguimento do processo desde que ele foi protocolado no Senado juntamente com a autorização da Câmara Federal. Nos seus votos, o senador e ex-ministro deixou claro que não estava se manifestando ainda sobre o mérito, limitando-se apenas ao andamento do processo, sob o argumento de que o votou pela admissão do processo e pela abertura do mesmo, sem manifestar, em qualquer momento, juízo de valor a respeito da acusação e aos argumentos da defesa. Ontem, Lobão manteve a linha de atuação, votando pelo prosseguimento do processo de impeachment, mas ressalvando que não estava relacionando o seu voto com o mérito da questão. Inicialmente muito cobrado por petistas e aliados de Dilma em geral, Lobão se manteve irredutível na sua posição favorável á continuidade do processo. E avisou que sua posição a favor ou contra o impeachment será conhecida no julgamento final.

Sem qualquer vinculação política com Governos do PT, o senador Roberto Rocha (PSB) repetiu a posição que adotou quando da abertura do processo no Senado. Em discurso conciso, objetivo e quase didático, ele votou pela da pronúncia que impôs à presidente afastada a condição de ré. E foi claro ao afirmar que não votou motivado pelos argumentos da acusação e da defesa, mas para que todas as possibilidades e oportunidades sejam dadas a ambas. “Meu voto, neste momento, portanto, cumpre o papel de que não podemos nos furtar de dar sequência ao processo que e precisa chegar a termo, para o bem do país”, disse. E concluiu: “Não vinculo a decisão de hoje ao voto que darei na sessão final de julgamento”. Atuando de acordo com o seu partido, Roberto Rocha tem, no entanto, manifestado posições de independência, como a de não antecipar o voto que dará no julgamento final. Em conversas reservadas, tem dito que já formou convicção sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Mesmo com os cuidados que vêm adotando para evitar posicionamentos precipitados – o que em política é um erro primário – os três senadores maranhenses sinalizam que suas manifestações finais serão pelo impedimento da presidente. Não tanto por conta das acusações, mas principalmente pelo de a presidente Dilma Rousseff ter perdido inteiramente as condições políticas para continuar governando o país.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Edivaldo Jr. sai da defensiva e partirá para o ataque a adversários
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Edivaldo Jr. sinaliza que não apanhará calado

O prefeito Edivaldo Jr. sinalizou que se prepara para sair da posição defensiva e que vai partir para o ataque aos seus adversários. Ele voltou a pregar que recebeu a Prefeitura de São Luís mergulhada no caos, e que, para poder começar a trabalhar, teve de dedicar meses a fio aos esforços de reorganização da estrutura e das finanças da Capital. Suas declarações foram feitas em sabatina movida pelo jornal O Estado do Maranhão e funcionaram como artilharia pesada na direção da candidata do PPS, Eliziane Gama, que vem criticando duramente sua gestão. Com o ataque ao ex-prefeito João Castelo (PSDB), Edivaldo Jr. pretende alvejar a candidata do PPS, Eliziane Gama, que tem Castelo como aliado de proa. O comando de campanha do prefeito de São Luís pretende jogar pesado contra Castelo, acreditando que com isso fragilizará o mais importante aliado direto de Eliziane Gama. “Antes de assumir Prefeitura, sabíamos que existiam dificuldades. Mas somente depois que assumimos é que tivemos a real não do caos que Prefeitura vivia”, disse o prefeito, numa pancada direta no ex-prefeito João Castelo, aliado de Eliziane. Com essa atitude politicamente agressiva, Edivaldo Jr. sinaliza que a partir de agora não vai apanhar calado e que vai responder  com a dureza necessária a todos os ataques que vier a sofrer. E sabe que terá de usar sua metralhadora verbal muitas vezes, já que a Eliziane Gama, Wellington do Curso (PP) e Fábio Câmara (PMDB) vão disparar munição pesada na sua direção.

Flávio Dino vai jogar pesado para eleger o prefeito de Pinheiro
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Othelino Neto, Flávio Dino e Leonardo Sá, o candidato governista  em Pinheiro

A luta pelo comando da Prefeitura de Pinheiro deve se tornar uma das mais renhidas de toda a região da Baixada Ocidental Maranhense. É como políticos e eleitores daquele município estão vendo o embate entre o prefeito Filuca Mendes (PMDB), que concorre às reeleição, e Luciano Genésio (PP) e Leonardo Sá (PCdoB). A disputa ali ganhou coro e dimensão desde que o braço político do Palácio dos Leões comandou uma articulação juntaria as forças do pepista Luciano Genésio, candidato a prefeito, e do comunista Leonardo Sá, candidato a vice, contra o prefeito p0emedebista Filuca Mendes. Anunciada festivamente depois que Genésio e Sá foram ao Palácio dos Leões, na semana passada, comunicar a aliança ao governador Flavio Dino, que a comemorou. A aliança foi desfeita porque, a pedido de aliados, o comando nacional do PP proibiu o partido se coligar com o PCdoB no Maranhão. E avisou a Luciano Genésio que, caso ele viesse a se coligar com o PCdoB, o partido em Pinheiro sofreria intervenção federal, com a nomeação de um interventor que cumpriria rigorosamente as decisões da cúpula partidária. O quadro mudou radicalmente em Pinheiro, porque a aliança PP/PCdoB foi desfeita. Diante da decisão do PP, o governador Flávio Dino bateu martelo decidindo que o PCdoB disputará a Prefeitura com Leonardo Sá. Assim, ao invés de duas candidaturas, que consistia numa ameaça real a Filuca Mendes, a corrida em Pinheiro terá três candidatos, dando ao prefeito a possibilidade concreta de renovar o mandato. Diante do imbróglio, o governador Flávio Dino avisou que vai pessoalmente fazer campanha para Leonardo Sá, porque para ele, ter o controle de Pinheiro é estrategicamente importante para o projeto político em curso.

 

São Luís, 10 de Agosto de 2016.

Por decisão da Câmara Municipal e boa vontade de juiz federal, Lidiane reassume em Bom Jardim e Malrinete reage

 

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Lidiane Leite ontem, ao reassumir o cargo, e no tempo em que, deslumbrada, ostentava poder, luxo e riqueza

Os maranhenses amargaram ontem um impacto de soco no estômago com a notícia – que correu rápido e causou perplexidade no Brasil inteiro – de que Lidiane Leite da Silva, que se tornou conhecida no mundo inteiro como “prefeita ostentação” – que fora presa, ganhou liberdade com tornozeleira eletrônica e responde a três processos por fraude em licitações e desvio milionário da merenda escolar – reassumiu o comando da Prefeitura do pobre e sofrido município Bom Jardim. Ela voltou ao cargo pela surpreendente conjugação de duas decisões: a decisão da Câmara Municipal de desfazer, mais de 300 dias depois, o ato que declarou vago o cargo que ela ocupava e empossou a vice-prefeita Malrinete Gralhada, decisão reforçada por autorização dada pelo juiz federal José Magno Linhares Moraes, para que ela tenha acesso às dependências da sede da administração municipal. Lidiane Leite reassumiu no plenário do Legislativo municipal, com um discurso em que jurou inocência e prometeu realizar uma “melhor administração”. A vice-prefeita Malrinete Gralhada, que estava no comando da Prefeitura, decidiu bater às portas da Justiça por meio de um Mandado de Segurança.

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Malrinete Gralhada vai à Justiça para se manter no cargo

A decisão da Câmara Municipal de Bom Jardim que devolveu o cargo de prefeito a Lidiane Leite foi duramente criticada por líderes políticos. Causou também perplexidade e comentários a decisão do juiz José Magno Linhares Moraes. A medida legislativa para desfazer uma declaração de vacância definitiva do cargo – ela passou 39 dias ausente e fugindo da Polícia – formalizada há dez meses, gerou muitas dúvidas acerca da sua legalidade. E a concessão feita segunda-feira pelo magistrado federal de autorizar o acesso da agora prefeita de novo às dependências da administração municipal para exercer as prerrogativas que lhe foram devolvidas pelos vereadores.

A volta de Lidiane Leite – agora com o seu jovem e belo rosto sem maquiagem e com a expressão dominada pela candura, sem qualquer traço da “nova rica” arrogante que exibia nas redes sociais quando postava selfies ostentando grifes caríssimas e afirmando que a grana estava “sobrando” – interrompeu a gestão da prefeita Malrinete Gralhada (PMDB), no cargo desde o dia 28 de setembro por decisão judicial, tomada com base na declaração de sua vacância definitiva feita pela Câmara Municipal. Empurrada de volta à condição de vice-prefeita, depois de nove meses se desdobrando para colocar ordem no caos que estava instalado em Bom jardim quando a prefeita fugiu, Malrinete Gralhada considerou a reviravolta uma situação abusiva e ontem mesmo deu início a uma guerra judicial para desmanchar o ato da Câmara Municipal e ter o cargo de volta.

Para quem não se lembra, Lidiane Leite da Silva, uma jovem linda e pobre de Bom Jardim, viveu um conto de fadas tupiniquim ao casar-se com o prefeito Humberto Dantas Santos, um homem poderoso e influente, que além da política ganhou fama como agiota. A união abriu-lhe as portas da boa vida, do dinheiro fácil e do acesso a tudo com que sempre sonhara: roupas caras, joias, carros, viagens, enfim, a uma vida de deslumbramento. E com um detalhe a mais: tudo mostrado em vídeos e imagens que correram o mundo pelas redes sociais. Só que por trás desse conto às avessas havia um plano político e criminoso, segundo o Ministério Público, para assaltar os cofres públicos. Não podendo mais ser candidato a prefeito, pois já havia exercido dois mandatos, Humberto Dantas candidatou a mulher Lidiane Leite em 2012. Ela venceu a eleição e o nomeou secretário de Assuntos Políticos, com carta branca para administrar, tomar decisões, contratar, pagar, para agir com todos os poderes, deixando-a livre para curtir a vida, circulando à bordo de um Land Rover, uma maravilha inglesa de mais de R$ 500 mil.

Alertado por denúncias de que a rede escolar de Bom Jardim vivia uma situação dramática – escolas depredadas, professores desmotivados e crianças mal cuidadas, principalmente por falta de merenda escolar -, o Ministério Público Federal investigou e não deu outra: rastros de desvio de mais de R$ 30 milhões na gestão de Lidiane Leite, dos quais cerca de R$ 15 milhões do setor de educação e, principalmente, da merenda escolar. As investigações deram origem à “Operação Éden”, feita pela Polícia Federal em Bom Jardim, e que resultou na prisão do marido e secretário Humberto Dantas Santos e do ex-secretário de Agricultura, Antonio Gomes da Silva, acusado de ser operador do esquema sob as ordens do marido da prefeita.

A “Operação Éden” não conseguiu alcançar a prefeita. Lidiane Leite evadiu-se no dia 20 de agosto e se manteve homiziada numa fazenda, longe do alcance da PF. Entregou-se 39 dias mais tarde, no dia 29 de setembro, depois de negociar, via advogado, os termos da “rendição”. Passou mais de dois meses encarcerada na PF, mas em julho ganhou o direito de responder os processos em liberdade vigiada por meio de tornozeleira eletrônica. Nessa condição, retornou a Bom Jardim e na semana passada participou de convenção partidária de um candidato a prefeito que tem o vereador-presidente Arão Sousa Silva como candidato a vice-prefeito.

O que chama atenção no caso é que as decisões tomadas pela Justiça e pela Câmara Municipal têm base legal. A prefeita e seus secretários acusados de desviar dinheiro público foram presos e, por meio de recursos, ganharam o direito de responder às acusações em liberdade. No caso dela, ganhou não só a liberdade como também teve de volta o cargo, que deverá exercer até o dia 31 de janeiro, se a vice Malrinete Gralhada não conseguir o cargo de volta.

PONTO & CONTRAPONTO

João Marcelo critica retorno em discurso na Câmara
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João Marcelo criticou o retorno de Lidiane ao cargo em Bom Jardim

“Uma armação política que envergonha a todos”, assim o deputado federal João Marcelo Souza (PMDB) definiu a volta de Lidiane Leite ao comando da Prefeitura de Bom Jardim, ocorrida ontem, por decisão da Câmara Municipal e o aval da Justiça Federal. A reação do parlamentar se deu na tribuna da Câmara, onde, em discurso forte, repudiou o que classificou de “manobra política de vereadores e do presidente da Casa, vereador Arão Sousa Silva, que desfizeram a vacância do cargo reconhecida há dez meses e reabilitaram a ex-prefeita, que foi presa por fraude em licitações e desvio de recursos da merenda escolar”. E defendeu a ida da população de Bom Jardim às ruas. João Marcelo assinalou que a volta da ex-prefeita ao cargo surpreendeu a todos, principalmente por ter sido uma decisão da Câmara Municipal, o que na sua interpretação é uma “armação” comandada pelo presidente com o apoio de alguns vereadores. “Esse episódio veio desonrar a todos os maranhenses e brasileiros, que não suportam mais a corrupção. Como essa prefeita, que foi denunciada por desviar 15 milhões do município, pode voltar a comandar Bom Jardim?”, indagou João Marcelo, para acrescentar: “Ela foi criticada pela imprensa nacional e internacional, e agora volta ao cargo graças a esses vereadores irresponsáveis e propineiros, que não respeitaram a prefeita em exercício, uma gestora séria, que é Malrinete Gralhada”. O parlamentar finalizou fazendo um apelo à população de Bom Jardim: “Peço a todos de Bom Jardim, que enquanto a Justiça não se faz – e acredito que ela será feita – que o povo dê a resposta a esse episódio nas urnas. As eleições municipais serão daqui há dois meses, e a melhor resposta a esses políticos que nos envergonham será nas urnas, com o voto consciente da população”.

ESPECIAL

AML faz 108 anos, homenageia intelectuais e relança obras importantes para se compreender o Maranhão
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O fardão de Odylo Costa,filho será exibido hoje na comemoração dos 108 anos da  AML

A Academia Maranhense de Letras completa 108 anos neste 9 de Agosto de 2016. E comemorará a nova idade recebendo convidados para uma noite de celebrações. Tendo à frente o presidente Benedito Buzar, que tem feito grandes esforços para manter a instituição cultural em plena atividade, os imortais maranhenses cumprirão uma programação bem ao estilo da AML.

Para começar, às 19 horas o presidente Benedito Buzar apresentará o Hino da AML, de autoria da professora Gracilene Pinto. Em seguida, às 19:15, será inaugurada a exposição do fardão que vestiu um dos seus pares, o jornalista e poeta genial Odylo Costa, filho, na posse dele na Academia Brasileira de Letras. O fardão foi doado à AML pela família do jornalista, que comandou a grande reforma do Jornal do Brasil, no final dos anos 60 do século 20 passado e venerada até hoje como o mais importante marco transformador da imprensa brasileira até aqui.

A programação prosseguirá às 19:30, com palestras dos acadêmicos  Benedito Buzar, Ceres Costa Fernandes e José Ewerton sobre os centenários de nascimento dos acadêmicos Franklin de Oliveira, José Pires Sabóia e José Erasmo Dias, respectivamente.

Um dos momentos mais expressivos do evento comemorativo dos 108 anos da AML acontecerá às 20 horas, quando a instituição homenageará intelectuais que não pertencem aos seus quadros: Arlete Machado, Alberico Carneiro, Álvaro Mello, Aldir Costa Ferreira, Bento Moreira Lima, Celso Borges, Elcior Coutinho, Félix Alberto, Helidaci Correia, Hebert de Jesus Santos, Padre José Resende, José Maria Nascimento, José Henrique Borralho, José Cláudio Pavão Santana, José Eulálio Figueiredo, José Jorge Leite Soares, José Rossini, Jesus Santos, Lenita Sá, Luiz Augusto Cassas, Maria Raimunda Araújo, Maria de Lourdes Lauande Lacroix, Manoel Aureliano Neto, Pergentino Holanda, Paulo Melo Souza, Padre Raimundo Meireles, Ricardo leão, Ribamar Corrêa, Regina Faria, Salgado Maranhão, Sanatiel de Jesus Pereira e Sebastião Jorge.

O evento prosseguirá com o pronunciamento do acadêmico Joaquim Itapary Filho, que falará em nome da Casa, e com o relançamento de cinco  obras fundamentais para a compreensão política e cultural do Maranhão: História do Maranhão e História de São Luís, de Mário Meireles; A Revolução de 30 no Maranhão, de Reis Perdigão; Os novos Atenienses, de Antônio Lobo; e Poesias Reunidas de Laura Rosa. E ainda o lançamento do livro A cidade na literatura, do acadêmico Ronaldo Costa Fernandes.

Vale registrar que a programação comemorativa dos 108 anos da Casa de Antônio Lobo começou bem antes, na semana passada, mais precisamente no dia 2. Naquele dia, acadêmicos e intelectuais das mais diversas vertentes, se reuniram no casarão da Rua da Paz para reverenciar a memória do poeta maior Nauro Machado, que naquela data completaria 85 anos. Apoiada pelo presidente Benedito Buzar, a homenagem ao autor de O Baldio Som de Deus foi marcada pelo lançamento de um livro inédito: Canções de Roda nos Pés da Noite, autografado por Arlete Machado, e pelo relançamento de Erasmo Dias e Noites, que reúne crônicas, artigos, crônicas, contos, novela e poemas de do genial Erasmo Dias, apresentados pelo denso e genial ensaio “Erasmo, o agônico dos Apicuns”, do poeta Nauro Machado. Uma noite digna de registro.

São Luís, 09 de Agosto de 2016.

 

Ildon Marques, Assis Ramos e Ribinha Cunha podem desestabilizar a candidatura de Rosângela Curado em Imperatriz

 

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Rosângela Curado pode ter problemas com a força de Ildon marques, Assis Ramos e Ribinha Cunha

A confirmação da candidatura do ex-prefeito Ildon Marques (PSB) à Prefeitura de Imperatriz transformou o seria uma forte possibilidade de eleição da candidata do PDT Rosângela Curado num quadro de total indefinição e imprevisibilidade, que já vinha se desenhando com a candidatura do delegado Assis Ramos (PMDB) e que ganhou cores mais nítidas com a entrada do empresário Ribinha Cunha (PSC), que tem como patrono e maior incentivador o prefeito Sebastião Madeira (PSDB). Na avaliação de políticos experientes, a definição das candidaturas ao comando administrativo e político da metrópole tocantina parece ter induzido o eleitorado a reavaliar o cenário. Isso não significa que a posição da candidata pedetista tenha sido fortemente abalada, mas não há como não avaliar que Ildon Marques e Ribinha Cuinha podem desequilibrar a equação da disputa na qual Rosângela Curado se mantendo no mais alto patamar das preferências do eleitorado.

Com total apoio do seu partido, o PDT, e com o reforço poderoso do PCdoB – o que pode ser traduzido como bênção do Palácio dos Leões – e alguns partidos, Rosângela Curado é nome forte na disputa em Imperatriz, justificando a crença de alguns de que ela será eleita. Para isso, tem cacife próprio, poderia se eleger vereadora sem sair de casa, e certamente será o candidato com potencial para crescer e vencer a eleição. Não é sem razão que tem o apoio decidido do seu partido e o empenho pessoal do chefe pedetista, deputado federal Weverton Rocha, e o aval valioso do governador Flávio Dino e do presidente do PCdoB, secretário Márcio Jerry, contando também com o poderoso e influente secretario de Estado de Infraestrutura, Clayton Noleto, que parece ser o mais empolgado com o projeto eleitoral governista. Seria eleita sem qualquer sombra se nessa guerra não tivesse como adversários o ex-prefeito Ildon Marques, o delegado Assis Ramos e o empresário Ribinha Cunha.

Todas as pesquisas em que foi incluído, feitas antes das convenções, o ex-prefeito Ildon Marques apareceu na frente, mesmo que sua candidatura fosse apenas uma expectativa, já que para muitos, por causa de problemas judiciais ele não pudesse ser candidato. Mas desde que saiu do PSC e ingressou no PSB a convite do senador Roberto Rocha, Ildon Marques ganhou novo ânimo. O apoio declarado e incondicional do senador socialista o tirou da zona de incerteza e indefinição e o empurrou  para a planície da certeza, o ex-prefeito ganhou impulso, cercou-se das garantias possíveis e decidiu entrar na briga para valer. Nas palavras de um amigo e aliado: “O Ildon não está entrando nisso de graça. Ele sabe que pode ganhar a eleição e por isso entrou”. Faz todo sentido, porque a sua condição de capitão de um verdadeiro império empresarial, que tem como carro-chefe a cadeia de Lojas Liliane, dificilmente entraria numa guerra política se não estivesse lastreado por informações que lhe abrisse uma expectativa eleitoral positiva. E até agora nenhuma informação indicou que tenha perdido a liderança na preferência do eleitorado.

A poderosa aliança partidária que Rosângela Curado lidera nessa sorrida também sofre a ameaça do candidato do PMDB, Assis Ramos. Delegado de Polícia da nova geração, com uma extensa folha de bons serviços prestados ao Sistema Estadual de Segurança Pública, Assis Ramos tem aparecido nas pesquisas como o terceiro na preferência dos eleitores, bem próximo da candidata do PDT. E com um dado muito favorável que é uma rejeição pouco expressiva. A candidatura do pemedebista vem entusiasmando a cúpula estadual que, com o aval do cardinalato nacional, do partido, a vê como um dos caminhos para a revitalização do PMDB. Políticos experiente, que conhecem a fundo as facetas de uma guerra eleitoral, o senador João Alberto, que preside o PMDB no estado, acredita e joga todas as fichas do partido no movimento liderado por Assis Ramos em direção à Prefeitura de Imperatriz.

Não bastasse o poder de fogo que do neosocialista Ildon Marques e do pemedebista Assis Ramos, a pedetista Rosângela Curado tem ainda a candidatura de Ribinha Cunha (PSC). Figura importante no meio empresarial de Imperatriz, Ribinha Cunha é irmão do deputado estadual Leo Cunha (PSC), mas o seu principal incentivador é ninguém menos que o prefeito Sebastião Madeira cujo prestígio político é reconhecido até por seus mais duros adversários. Fora da grande aliança partidária incentivada pelo Palácio dos Leões e do projeto do PMDB, Sebastião Madeira resolveu jogar todas as suas fichas do candidato do PSC, e com a convicção de estar criando uma alternativa segura e viável para dar continuidade ao seu projeto administrativo, já aquele próprio sonha ser senador.

A avaliação mais isenta neste momento, que leve em conta as vantagens e desvantagens visíveis dos principais candidatos à Prefeitura de Imperatriz, certamente à conclusão de que a corrida eleitoral ali está rigorosamente indefinida e que o seu desfecho é imprevisível.

Em tempo: Na corrida eleitoral em Imperatriz estão inscritos também o ex-vereador Edmilson Sanches (PPL) e Sandro Ricardo (PCB). Sanches é um técnico com sólida formação bancária e uma invejável bagagem intelectual, que faz política pelo idealismo mais puro. E a julgar pelo partido, Sandro Ricardo com certeza é um daqueles para os quais a propriedade é um roubo e que o futuro está na emancipação do proletariado. São candidatos politicamente saudáveis para consolidar a democracia. Não ameaçam o projeto de Rosângela Curado.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Flávio Dino vira alvo de ataques de adversários 
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Flávio Dino apontado como beneficiário de caixa 2 na campanha de 2010

As tensões da crise política nacional, com a aproximação do desfecho do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) e pela corrida eleitoral em curso transformaram o governador Flávio Dino (PCdoB) numa espécie de alvo de fortes ataques. Dois deles ecoaram dentro e fora no mundo político. O primeiro foi a declaração extemporânea e descontextualizada do ultradireitista deputado federal Jair Bolsonaro (/RJ), que num recado que mandou aos policiais maranhenses, sugeriu que mudem o governador. “Vocês erraram ao eleger esse governador comunista, Isso tem de mudar”, disse Bolsonaro (PP/RJ). A reação do Palácio dos Leões foi amena, parecendo que o governador não tinha interesse O segundo, e mais grave, foi a nota divulgada por Lauro Jardim, colunista de O Globo, segundo a qual na sua delação na Operação Lava Jato, executivos da Odebrecht disseram que a empresa bancou caixa 2 das campanhas de 21 candidatos a governador em 2010, entre eles o de Minas, Antonio Anastazia (PSDB), e o do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que teria recebido R$  200 mil.  A revelação de Lauro Jardim, feita sem nenhum acréscimo ou juízo de valor, causou um verdadeiro rebuliço  nos bastidores do Governo e na seara dos partidos. O PCdoB reagiu com uma nota que nada diz quando afirma que o PCdoB não fez caixa 2 na campanha e que tudo o que recebeu em doação foi contabilizado e incluído na prestação de contas à Justiça Eleitoral. Ou seja, a nota deixa a critério do leitor chegar às suas próprias conclusões, já que não admite nem nega se recebeu a tal quantia da Odebrecht. A reação do Governo foi a de quem considerou o assunto de importância menor e decidiu encerrá-lo com a nota. Só que ele continua repercutindo, com o aconteceu ontem na Assembleia Legislativa, onde a deputada Andrea Murad (PMDB), que transformou os R$ 200 mil e milhões de caixa 2. O tom escandaloso da deputada oposicionista levou o líder do Governo, deputado Levi Pontes (PCdoB) a fazer a defesa do governador, só que com o mesmo discurso, o de que todas as doações recebidas para sua campanha de 2010 entraram na prestação de contas à Justiça Eleitoral. Ficou no ar a impressão de que o governador Flavio Dino enfrentará artilharia pesa nas próximas semanas.

PMDB aposta em algumas candidaturas em grandes municípios
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João Alberto aposta em candidaturas do PMDB em grandes municípios, como Imperatriz, Bacabal 

Realizadas as convenções, o presidente estadual do PMDB, senador João Alberto, faz as cintas e aposta no bom desempenho de alguns candidatos do partido em grandes colégios eleitorais do interior, como em Bacabal, onde o deputado Roberto Costa (PMDB) aparece como favorito na disputa com Zé Vieira (PP) Em Imperatriz avalia que Assis Ramos tem condições de crescer como uma espécie de “terceira via” entre Rosângela Curado (PDT) e Ildon Marques (PSB). João Alberto acredita também na reeleição do prefeito de Pinheiro, Filuca Mendes (PMDB), principalmente depois que a aliança PP/PCdoB, que lançaria Luciano Genésio (PP) e como vice (PCdoB), foi desfeita, com os dois agora candidatos a prefeito. Enxerga a reeleição da prefeita de Açailândia, Gleide Santos (PMDB), e a eleição de Mercial Arruda em Grajaú. Na cúpula pemedebista, a impressão geral é a de que a prefeita de Coroatá, Teresa Murad (PMDB) será reeleita. A mesma expectativa é mantida em relação à candidatura do ex-prefeito Albérico Filho em Barreirinhas, principalmente depois que uma guerra interna do PDT escancarou a fragilidade do prefeito.

São Luís, 08 de Julho de 2016.