Ildon Marques, Assis Ramos e Ribinha Cunha podem desestabilizar a candidatura de Rosângela Curado em Imperatriz

 

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Rosângela Curado pode ter problemas com a força de Ildon marques, Assis Ramos e Ribinha Cunha

A confirmação da candidatura do ex-prefeito Ildon Marques (PSB) à Prefeitura de Imperatriz transformou o seria uma forte possibilidade de eleição da candidata do PDT Rosângela Curado num quadro de total indefinição e imprevisibilidade, que já vinha se desenhando com a candidatura do delegado Assis Ramos (PMDB) e que ganhou cores mais nítidas com a entrada do empresário Ribinha Cunha (PSC), que tem como patrono e maior incentivador o prefeito Sebastião Madeira (PSDB). Na avaliação de políticos experientes, a definição das candidaturas ao comando administrativo e político da metrópole tocantina parece ter induzido o eleitorado a reavaliar o cenário. Isso não significa que a posição da candidata pedetista tenha sido fortemente abalada, mas não há como não avaliar que Ildon Marques e Ribinha Cuinha podem desequilibrar a equação da disputa na qual Rosângela Curado se mantendo no mais alto patamar das preferências do eleitorado.

Com total apoio do seu partido, o PDT, e com o reforço poderoso do PCdoB – o que pode ser traduzido como bênção do Palácio dos Leões – e alguns partidos, Rosângela Curado é nome forte na disputa em Imperatriz, justificando a crença de alguns de que ela será eleita. Para isso, tem cacife próprio, poderia se eleger vereadora sem sair de casa, e certamente será o candidato com potencial para crescer e vencer a eleição. Não é sem razão que tem o apoio decidido do seu partido e o empenho pessoal do chefe pedetista, deputado federal Weverton Rocha, e o aval valioso do governador Flávio Dino e do presidente do PCdoB, secretário Márcio Jerry, contando também com o poderoso e influente secretario de Estado de Infraestrutura, Clayton Noleto, que parece ser o mais empolgado com o projeto eleitoral governista. Seria eleita sem qualquer sombra se nessa guerra não tivesse como adversários o ex-prefeito Ildon Marques, o delegado Assis Ramos e o empresário Ribinha Cunha.

Todas as pesquisas em que foi incluído, feitas antes das convenções, o ex-prefeito Ildon Marques apareceu na frente, mesmo que sua candidatura fosse apenas uma expectativa, já que para muitos, por causa de problemas judiciais ele não pudesse ser candidato. Mas desde que saiu do PSC e ingressou no PSB a convite do senador Roberto Rocha, Ildon Marques ganhou novo ânimo. O apoio declarado e incondicional do senador socialista o tirou da zona de incerteza e indefinição e o empurrou  para a planície da certeza, o ex-prefeito ganhou impulso, cercou-se das garantias possíveis e decidiu entrar na briga para valer. Nas palavras de um amigo e aliado: “O Ildon não está entrando nisso de graça. Ele sabe que pode ganhar a eleição e por isso entrou”. Faz todo sentido, porque a sua condição de capitão de um verdadeiro império empresarial, que tem como carro-chefe a cadeia de Lojas Liliane, dificilmente entraria numa guerra política se não estivesse lastreado por informações que lhe abrisse uma expectativa eleitoral positiva. E até agora nenhuma informação indicou que tenha perdido a liderança na preferência do eleitorado.

A poderosa aliança partidária que Rosângela Curado lidera nessa sorrida também sofre a ameaça do candidato do PMDB, Assis Ramos. Delegado de Polícia da nova geração, com uma extensa folha de bons serviços prestados ao Sistema Estadual de Segurança Pública, Assis Ramos tem aparecido nas pesquisas como o terceiro na preferência dos eleitores, bem próximo da candidata do PDT. E com um dado muito favorável que é uma rejeição pouco expressiva. A candidatura do pemedebista vem entusiasmando a cúpula estadual que, com o aval do cardinalato nacional, do partido, a vê como um dos caminhos para a revitalização do PMDB. Políticos experiente, que conhecem a fundo as facetas de uma guerra eleitoral, o senador João Alberto, que preside o PMDB no estado, acredita e joga todas as fichas do partido no movimento liderado por Assis Ramos em direção à Prefeitura de Imperatriz.

Não bastasse o poder de fogo que do neosocialista Ildon Marques e do pemedebista Assis Ramos, a pedetista Rosângela Curado tem ainda a candidatura de Ribinha Cunha (PSC). Figura importante no meio empresarial de Imperatriz, Ribinha Cunha é irmão do deputado estadual Leo Cunha (PSC), mas o seu principal incentivador é ninguém menos que o prefeito Sebastião Madeira cujo prestígio político é reconhecido até por seus mais duros adversários. Fora da grande aliança partidária incentivada pelo Palácio dos Leões e do projeto do PMDB, Sebastião Madeira resolveu jogar todas as suas fichas do candidato do PSC, e com a convicção de estar criando uma alternativa segura e viável para dar continuidade ao seu projeto administrativo, já aquele próprio sonha ser senador.

A avaliação mais isenta neste momento, que leve em conta as vantagens e desvantagens visíveis dos principais candidatos à Prefeitura de Imperatriz, certamente à conclusão de que a corrida eleitoral ali está rigorosamente indefinida e que o seu desfecho é imprevisível.

Em tempo: Na corrida eleitoral em Imperatriz estão inscritos também o ex-vereador Edmilson Sanches (PPL) e Sandro Ricardo (PCB). Sanches é um técnico com sólida formação bancária e uma invejável bagagem intelectual, que faz política pelo idealismo mais puro. E a julgar pelo partido, Sandro Ricardo com certeza é um daqueles para os quais a propriedade é um roubo e que o futuro está na emancipação do proletariado. São candidatos politicamente saudáveis para consolidar a democracia. Não ameaçam o projeto de Rosângela Curado.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Flávio Dino vira alvo de ataques de adversários 
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Flávio Dino apontado como beneficiário de caixa 2 na campanha de 2010

As tensões da crise política nacional, com a aproximação do desfecho do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) e pela corrida eleitoral em curso transformaram o governador Flávio Dino (PCdoB) numa espécie de alvo de fortes ataques. Dois deles ecoaram dentro e fora no mundo político. O primeiro foi a declaração extemporânea e descontextualizada do ultradireitista deputado federal Jair Bolsonaro (/RJ), que num recado que mandou aos policiais maranhenses, sugeriu que mudem o governador. “Vocês erraram ao eleger esse governador comunista, Isso tem de mudar”, disse Bolsonaro (PP/RJ). A reação do Palácio dos Leões foi amena, parecendo que o governador não tinha interesse O segundo, e mais grave, foi a nota divulgada por Lauro Jardim, colunista de O Globo, segundo a qual na sua delação na Operação Lava Jato, executivos da Odebrecht disseram que a empresa bancou caixa 2 das campanhas de 21 candidatos a governador em 2010, entre eles o de Minas, Antonio Anastazia (PSDB), e o do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que teria recebido R$  200 mil.  A revelação de Lauro Jardim, feita sem nenhum acréscimo ou juízo de valor, causou um verdadeiro rebuliço  nos bastidores do Governo e na seara dos partidos. O PCdoB reagiu com uma nota que nada diz quando afirma que o PCdoB não fez caixa 2 na campanha e que tudo o que recebeu em doação foi contabilizado e incluído na prestação de contas à Justiça Eleitoral. Ou seja, a nota deixa a critério do leitor chegar às suas próprias conclusões, já que não admite nem nega se recebeu a tal quantia da Odebrecht. A reação do Governo foi a de quem considerou o assunto de importância menor e decidiu encerrá-lo com a nota. Só que ele continua repercutindo, com o aconteceu ontem na Assembleia Legislativa, onde a deputada Andrea Murad (PMDB), que transformou os R$ 200 mil e milhões de caixa 2. O tom escandaloso da deputada oposicionista levou o líder do Governo, deputado Levi Pontes (PCdoB) a fazer a defesa do governador, só que com o mesmo discurso, o de que todas as doações recebidas para sua campanha de 2010 entraram na prestação de contas à Justiça Eleitoral. Ficou no ar a impressão de que o governador Flavio Dino enfrentará artilharia pesa nas próximas semanas.

PMDB aposta em algumas candidaturas em grandes municípios
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João Alberto aposta em candidaturas do PMDB em grandes municípios, como Imperatriz, Bacabal 

Realizadas as convenções, o presidente estadual do PMDB, senador João Alberto, faz as cintas e aposta no bom desempenho de alguns candidatos do partido em grandes colégios eleitorais do interior, como em Bacabal, onde o deputado Roberto Costa (PMDB) aparece como favorito na disputa com Zé Vieira (PP) Em Imperatriz avalia que Assis Ramos tem condições de crescer como uma espécie de “terceira via” entre Rosângela Curado (PDT) e Ildon Marques (PSB). João Alberto acredita também na reeleição do prefeito de Pinheiro, Filuca Mendes (PMDB), principalmente depois que a aliança PP/PCdoB, que lançaria Luciano Genésio (PP) e como vice (PCdoB), foi desfeita, com os dois agora candidatos a prefeito. Enxerga a reeleição da prefeita de Açailândia, Gleide Santos (PMDB), e a eleição de Mercial Arruda em Grajaú. Na cúpula pemedebista, a impressão geral é a de que a prefeita de Coroatá, Teresa Murad (PMDB) será reeleita. A mesma expectativa é mantida em relação à candidatura do ex-prefeito Albérico Filho em Barreirinhas, principalmente depois que uma guerra interna do PDT escancarou a fragilidade do prefeito.

São Luís, 08 de Julho de 2016.

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