Arquivos mensais: fevereiro 2016

Flávio Dino empossa quatro super-secretários e reforça núcleo dos auxiliares mais poderosos e influentes

 

dino empossa secretários
Márcio Honaiser, Diêgo Galdino, Felipe Camarão, Humberto Coutinho, Flávio Dino, Carlos Brandão, Márcio Jerry e Edivaldo Jr. no ato de posse, ontem, no La Rocque

O governador Flávio Dino (PCdoB) empossou ontem os quatro novos secretários que, na avaliação geral, terão atuação decisiva no núcleo mais próximo do gabinete principal do Palácio dos Leões, e que, juntamente com outros já definidos, serão os responsáveis de fato pelo futuro do governo. O quarteto poderoso e influente é formado por Felipe Camarão, que assumiu a Secretaria de Estado de Governo; Márcio Jerry, que tomou posse no comando da Secretaria de Estado de Comunicação Social e Articulação Política; Márcio Honaiser, que foi empossado na Secretária de Estado da Agricultura, Pecuária e Pesca; e Diêgo Galdino, que passa a comandar a Secretaria de Cultura e Turismo. Os quatro super-secretários fazem parte de grupo mais próximo do governador Flávio Dino e que forma a linha de frente do governo junto com Marcelo Tavares (Casa Civil), Chyntia Mota (Planejamento e Orçamento), Marcos Pacheco (Saúde), Cleyton Noleto (Infraestrutura), Jefferson Portella (Segurança Pública) e Francisco Gonçalves (Direitos Humanos e Participação Popular).

No seu pronunciamento feito no ato da posse, o governador explicou as mudanças como medida para cortar gastos e para dar mais eficiência ao Governo. Tudo bem, mas outro fator foi preponderante para a fusão que resultou na criação das superpastas: as áreas incorporadas (turismo, comunicação social, pesca e governo) não estavam rendendo como unidades independentes. Já vinha sendo objeto de comentários nos bastidores que havia insatisfação com as quatro pastas, mas o governador usou habilidade e operou as mudanças sem expor os secretários, de modo que não houve grande repercussão quando a reforma foi anunciada no final de janeiro. Aparentemente, o governador fez uma mudança meramente administrativa, mas quando assinalou que o objetivo foi dar “mais eficiência”, embutiu aí um recado muito claro “a quem interessar possa”: o governo tem um núcleo central forte, que fará chegar às demais pastas as orientações e o ritmo que o Palácio dos Leões deseja ser imprimido  nas ações administrativa que embalam os programas e projetos que fazem parte do plano de ação.

Aos novos secretários foi entregue o desafio de cuidar de duas áreas nem sempre afins – como Comunicação Social e Articulação Política, por exemplo. Mas a reforma feita pelo governador foi cirúrgica, à medida que ele escolheu os homens certos para os lugares certos, segundo avaliação de fontes com largo trânsito no Palácio dos Leões. As mudanças foram pensadas exatamente para que a sobrecarga fosse repassada a auxiliares de proa e da mais absoluta confiança do chefe do Executivo, sendo o secretário Márcio Jerry o melhor exemplo, pois vem cuidando da política de comunicação de Flávio Dino desde a eleição dele para a Câmara Federal, e atuando como articulador político de ponta quando assumiu efetivamente a presidência do PCdoB no Maranhão. Se na visão de muitos já era o operador político do Governo, agora com o controle da Comunicação pode ser apontado como o mais influente membro do núcleo mais próximo do governador, detendo uma massa de poder acima da média.

Antes testado e aprovado com louvor nas pastas de Administração e Previdência e Cultura, o agora secretário de Governo, Felipe Camarão recebeu o maior desafio: o de ser o coordenador geral das ações do governo. Será uma espécie de secretário-chefe, com a função – que tem caráter de missão – de monitorar a atuação de todas as demais secretarias, de modo a assegurar-lhes as condições para que elas cumpram exatamente o que é da responsabilidade de cada uma no Plano de Governo. O governador tentou fazer ele mesmo fazer esse monitoramento, mas logo se deu conta de que sua agenda não com portaria essa atividade. Tradicionalmente, essa função é da Casa Civil, mas os tempos atuais, em que a crise tem um viés político e um administrativo, exigem do Executivo uma interlocução permanente com o Poder Legislativo e o Poder Judiciário, o secretário-chefe, Marcelo Tavares, ficou com a responsabilidade de cuidar dessas relações no aspecto institucional. Ex-deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa, Tavares conhece o caminho das pedras e pode dar conta do recado.

Identificado como uma surpresa como gestor público, que iniciou de maneira discreta e ganhou projeção pelo trabalho que vem realizando, o secretário Márcio Honaiser, uma indicação do PDT, entrou no núcleo com a pasta da Agricultura turbinada com a incorporação da área de Pesca – hoje importante e com potencial de crescimento no estado. Seu projeto inicial era disputar a Prefeitura de Balsas, mas o seu bom desempenho na equipe fez o governador pedir-lhe para adiar o objetivo eleitoral, tendo sido atendido.

De todos os novos secretários o que mais surpreendeu e causa expectativa é o de Cultura e Turismo, Diêgo Galdino, aparentemente muito jovem e para alguns observadores uma aposta do governador Flávio Dino que muita gente está pagando para ver. Ninguém, porém, está achando que o governador escolheu Galdino no escuro. Ele terá tempo de mostrar porque foi escolhido para comandar a pasta mais delicada e sensível entre as mais delicadas e sensíveis do governo.

Muito seguro do que está fazendo no comando do Governo do Estado, o governador Flávio Dino exibiu ontem convicção de que tem o pleno domínio da situação e de que realiza a gestão que planejou, apesar do cenário perturbador de crise.

 

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Roberto Costa denuncia descaso com a saúde em Bacabal…

roberto costa 8O deputado Roberto Costa (PMDB) aumenta a cada dia o seu envolvimento com os problemas de Bacabal, numa demonstração incontestável de que está mesmo determinado a brigar pelo município se vier a vencer a eleição do prefeito de lá na corrida às urnas de outubro. Mais uma demonstração de que colocou foi registrada ontem, quando o deputado pemedebista ocupou a tribuna para, com um discurso forte e bem articulado, denunciar que a oitava maior cidade maranhense passa por uma situação de calamidade na área de saúde. O parlamentar relatou, em tom de denúncia, que além dos atrasos dos salários dos servidores municipais, a população bacabalense está sofrendo as consequências da suspensão do Tratamento Fora de Domicílio (TDF) na cidade. Roberto Costa informou que, de acordo com a legislação, é obrigação do município de fornecer o TFD ao cidadão. “A população de Bacabal passa por situações que deprimem qualquer cidadão de bem. A forma que a Prefeitura municipal trata o Sistema de Saúde é vergonhosa. Quem procura o hospital municipal são principalmente as pessoas que não tem condições, mas acabam passando por uma situação inadmissível. Além do hospital municipal não conseguir resolver absolutamente nada, existe a grave denúncia da falta do TFD na cidade”, denunciou. Na avaliação do deputado Roberto Costa, o Ministério Público de Bacabal não pode ficar indiferente e precisa agir. “Nós não podemos admitir que esses absurdos continuem ocorrendo na cidade e ninguém faça nada. O município, o prefeito e a Prefeitura têm que assumir as suas responsabilidades, porque não podemos admitir que cidadãos e cidadãs de bem da cidade de Bacabal continuem morrendo por falta de um atendimento de saúde”, reivindicou.

 …e relata drama vivido por mãe com criança doente

Em um discurso firme, que não deixou margem para a alegação de que se tratava de um ato eleitoreiro, Roberto Costa denunciou grave situação passada por uma criança e sua mãe na cidade de Bacabal. Com problemas cerebrais, a criança e sua mãe precisavam do transporte para uma consulta marcada em São Luís. “A mãe ficou acordada até às três horas da manhã aguardando uma van do município para buscar e trazer a criança com a responsável para São Luís. A mãe ficou das 4 às 10 horas da manhã, e a van não apareceu. E por que não apareceu? Por que o prefeito não pagou a van para fazer esse transporte. Para quem não sabe, o Tratamento Fora de Domicílio – TFD, instituído pela Portaria nº 55 da Secretaria de Assistência à Saúde (Ministério da Saúde), é um instrumento legal que visa garantir, através do SUS, tratamento médico a pacientes portadores de doenças não tratáveis no município de origem por falta de condições técnicas. O TFD consiste em uma ajuda de custo ao paciente, e em alguns casos, também ao acompanhante, encaminhados por ordem médica a unidades de saúde de outro município ou Estado da Federação, quando esgotados todos os meios de tratamento na localidade de residência do mesmo.

 

São Luís, 16 de Fevereiro de 2016.

Câmara de Santa Inês dá sobrevida a Ribamar Alves; aliados festejam, mas todos acham que ele não escapa da degola política

 

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Ribamar Alves: sobrevida no cargo, mas sem futuro na politica

Não foi uma reviravolta, mas teve forte caráter de sobrevida a decisão da Câmara Municipal de Santa Inês, tomada ontem (15) por um placar de oito votos contra sete, de conceder licença de 30 dias ao prefeito Ribamar Alves (PSB), com o voto de minerva do presidente da Casa, vereador Orlando Mendes (PDT), reconhecido ao mesmo tempo como edil correto e aliado político do prefeito. A manifestação da Câmara santa-ineence foi formalizada em meio a movimentos pró e contra o prefeito e teve reflexo político na Assembleia Legislativa, onde o deputado Souza Neto (PTN) ocupou a tribuna para criticar duramente a concessão da licença. Ribamar Alves está preso desde o dia 28 de janeiro, acusado de haver estuprado uma missionária evangélica e vendedora de livros de 18 anos em um motel, naquela cidade. O caso ganhou repercussão social e política, por se tratar de uma agressão sexual – ele insiste em afirmar que a relação foi consentida – e pelo fato de ser Alves um político de estatura no cenário estadual, com três mandatos de deputado federal e agora à frente de um dos 10 maiores e mais importantes municípios maranhenses, com 88 mil habitantes, e polo de uma das regiões economicamente mais movimentadas do estado.

A Câmara Municipal cumpriu corretamente a regra para o caso prevista no seu Regimento Interno. Com base em parecer da Assessoria Jurídica da Casa, os vereadores foram informados que tecnicamente nada existe formalizado contra o prefeito no Legislativo municipal e que para licenciar-se por um mês bastaria encaminhar um pedido formal. O prazo para que ele formalizasse o pedido terminaria da sexta-feira (12), e foi na tarde daquele dia que os advogados de Ribamar Alves protocolaram o pedido de licença. Se não o fizessem, a Câmara se reuniria ontem da mesma maneira, só que para analisar um pedido de vacância do cargo, apresentado por vereadores da oposição, que se aprovado implicaria perda de mandato para o prefeito.  Como o pedido de licença foi feito no prazo, o pedido de vacância perdeu sentido.

Cumprindo a regra e chamando atenção para a gravidade do assunto em pauta, o presidente da Câmara colocou o pleito do prefeito em votação e o resultado foi de sete votos a favor e sete votos contrários, deixando a decisão em suas mãos pelo chamado “Voto de Minerva”. O pedetista Orlando Mendes não teve dúvidas e desempatou a favor do prefeito, que agora tem 30 dias para tentar se livrar da pecha de estuprador e afastar com alguma segurança a cabeça da guilhotina política.

A decisão da maioria simples dos vereadores a favor de Ribamar Alves causou, naturalmente, fortes reações contrárias e a favor. Adversários do prefeito e cidadãos indignados criticaram duramente a Câmara Municipal, por entender que sua maioria teria de ter votado pela negação da licença, batendo forte no presidente da Casa, lembrando-se da aliança política dele com o prefeito. Já partidários do prefeito foram para as ruas festejar a concessão da licença, exibindo cartazes dizendo que Santa Inês o espera “de braços abertos”. Nos bastido, adversários e partidários do prefeito reagiram à decisão da Câmara. Vereadores que votaram contra a concessão da licença avisaram que não vão cruzar os braços e que tentarão cassar o mandato do prefeito. Na Assembleia Legislativa, o deputado Souza Neto (PTN), que é um dos pré-candidatos a prefeito de Santa Inês, fez um discurso em que atacou aliados do prefeito por causa da aprovação da licença, afirmando, erroneamente, que a decisão impediria o vice-prefeito Edinaldo Dino (PT) de assumir. Não impede, e ele deve ser empossado temporariamente hoje ou amanhã, segundo anunciou o vereador-presidente.

O PSB até agora não se manifestou publicamente a respeito da situação do prefeito Ribamar Alves, mas nos bastidores sabe-se que o partido está dando suporte político e apoio advocatício. Mas como se trata de um problema de natureza pessoal e que, para muitos, o caso ainda não está suficientemente esclarecido, o partido decidiu não firmar posição até que tudo esteja colocado em pratos limpos. Uma fonte do PSB soprou para a Coluna que no partido a situação é a seguinte: se ficar provado que ele cometeu mesmo estupro, será expulso sumariamente do partido, sem direito a defesa; mas se tudo não for rigorosamente posto às claras, o processo será outro. Há dentro e fora do PSB quem não digeriu bem a denúncia, em que pese o histórico de canastrão descontrolado que pesa sobre as costas do prefeito, a acusação de estupro não convenceu. Um aliado de Alves, que não quis se identificar, insiste em indagar porque a moça saiu com o prefeito à noite sabendo que ele era casado? Como explicar a concordância de adentrar a um motel? Por que ela não pediu socorro? Ele a ameaçou, estava armado?  E como se deu o tal estupro sem um sinal de violência? A versão do prefeito afirmando que houve “sexo consensual” não vale? Só que a Polícia levou todas essas indagações em conta e ao confrontar a versão de cada um se convenceu de que nesse caso o conhecido canastrão agiu mesmo como um criminoso sexual. Corre também no meio político a hipótese segundo a qual Ribamar Alves teria “caído” uma armadilha montada por adversários que conheciam bem a sua “fraqueza”. Enfim, há versões para todos os gostos.

No geral, porém, há uma conclusão que caminha para se tornar uma verdade: na opinião de observadores abalizados da vida pública, Ribamar Alves poderá até mesmo escapar da acusação de estupro, mas não há como ele se livrar da degola política.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Coutinho se envolve nas luta contra o aedes aegypti
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Coutinho: apoio a Dino na luta contra o aedes aegypti no estado

Depois do governador Flávio Dino (PCdoB) e, naturalmente, do secretário de Estado da Saúde, Marcos Pacheco, nenhuma outra autoridade se envolveu tanto com a abertura da campanha de combate ao aedes aegypti, o perigoso transmissor da dengue, da chikungunya e do zika vírus, quanto presidente da Assembleia Legislativa, deputado Humberto Coutinho (PDT). Foi um dos primeiros a chegar à Igreja do São Francisco, procurou se informar a respeito das operações e fez questão de se colocar à disposição do ministro-visitante, o chefe da Casa Civil Jaques Wagner (PT) e permaneceu todo tempo ao lado do governador do Estado. E do prefeito de São Luís, Edivaldo Jr., agora seu colega de partido. Com a consciência de quem é médico, ex-dirigente de hospital e com a experiência de quem comandou por dois mandatos a Prefeitura de Caxias, cidade com a quarta maior população do Maranhão (150 mil habitantes), o deputado Humberto Coutinho sabe com precisão o que é enfrentar esse tipo de problema. Tanto que na sua avaliação, a campanha aberta sábado é fundamental, exatamente pelo fato de que o objetivo inicial é conscientizar a população para a importância do combate, sem trégua, ao mosquito. Sua preocupação com esse problema é tamanho que ele quer também o envolvimento de todos os integrantes do Poder que comanda: “Nós, parlamentares do Maranhão, damos todo o apoio a esta campanha, que ganha caráter nacional, em razão do empenho pessoal da presidente da República, Dilma Rousseff, e em nosso Estado apoiamos integralmente o esforço do governador Flávio Dino para que esta luta contra o mosquito tenha plena êxito”. Na mesma linha se manifestou o vice-presidente do Poder Legislativo, deputado Othelino Neto (PCdoB): “Além da conscientização da sociedade, é indispensável a colaboração de todos, para se erradicar os focos deste mosquito, neste mutirão de todas as esferas governamentais com o engajamento de todos os segmentos da nossa sociedade”. Além do vice-presidente Othelino Neto, acompanharam o presidente Humberto Coutinho na abertura da campanha os deputados estaduais Levi Pontes (SD), que é médico, e Cabo Campos (PMB).

 

Castelo na linha de frente da campanha governista

castelo5Causou surpresa a presença do deputado federal João Castelo (PSDB) na abertura da campanha contra o aedes aegypti, sábado, em São Luís. Membro da bancada que mais ataca o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara Federal, o ex-governador não esboçou qualquer expressão de constrangimento diante da presença do ministro chefe da casa Civil, Jaques Wagner (PT), que comanda agora o braço político do Governo Dilma, nem por estar no mesmo ambiente que o prefeito Edivaldo Jr., que o derrotou em 2010 e a quem sonha dar o troco na corrida ás urnas de outubro deste ano. Com mais de quatro décadas de experiência, período em que viveu todo tipo de experiência, o deputado João Castelo, participou de todo o ato na linha da frente, com adesivo no peito e sem apresentar qualquer traço de que pertence ao partido que trabalha 24 horas/dia para derrubar a presidente Dilma e o governo dela.

 

 

São Luís, 15 de fevereiro de 2016.

 

ESPECIAL: Flávio Dino pode fazer história se trouxer para São Luís a sede da 2ª Esquadra da Armada do Brasil.

 

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A base abrigará porta-aviões, fragatas, corvetas, helicópteros e fuzileiros navais

 

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Dino e Rabelo: tudo a favor do Maranhão

A audiência que o governador Flávio Dino (PCdoB) manteve quarta-feira em Brasília com o ministro da Defesa, Aldo Rabelo, pode entrar para a história como uma das mais importantes da sua peregrinação por Brasília em todo o seu período de governo. A explicação: o principal item da conversa do governador com o ministro foi a implantação, na Ilha de São Luís, em frente à Ilha do Medo, da mega estrutura que abrigará a 2ª Esquadra da Armada do Brasil. Trata-se de um investimento de R$ 2,9 bilhões, a ser feito em médio e longo prazo – que já deveria ter sido iniciado –, conforme o plano Estratégia Nacional de Defesa (END), montado em 2008 e que apontou a região de São Luís, mais precisamente a Ponta da Espera, como o espaço ideal para receber o empreendimento militar.

Antes de tudo, vale anotar que a base prevista no END está projetada para abrigar seis mil militares, o que significa a concentração de mais de 12 mil pessoas, incluindo seus familiares. A estrutura será o ponto de chegada e de saída de navios (porta-aviões, couraçados, destroier fragatas, corvetas e as mais diferentes embarcações de apoio; aviões de caça, de transporte e helicópteros com diversas funções, além de um corpo de fuzileiros navais) e todos os instrumentos de apoio, como máquinas e veículos os mais diversos, assim como uma grande estrutura de apoio administrativo. Será semelhante – um pouco menor – à estrutura que abriga a 1ª Esquadra da Armada no Rio de Janeiro. Sua função primordial será garantir suporte técnico e suprimento a embarcações de todos os tamanhos que cobrirão as atividades da Marinha do Brasil nas regiões Norte e Nordeste.

Antes de concluir o END, a área técnica da Marinha esquadrinhou as regiões Nordeste e Norte em busca de um ponto ideal para implantar a base da 2ª Esquadra da Armada. Ao contrário de outros, a Ilha de São Luís preencheu todos os requisitos, sendo definida como o local ideal. Essa conclusão foi revelada pelo almirante-de-esquadra Júlio Soares de Mouro Neto, então comandante da Marinha, em visita de trabalho São Luís, onde se reuniu com o então governadora Roseana Sarney (PMDB), com quem tratou do assunto, dando-lhe praticamente a certeza de que o martelo estava batido por São Luís. A implantação da base deveria ter sido iniciada em 2010, de modo que a primeira fase estivesse concluída em 2016 e última em 2028, de modo que em 2030 já estivesse operando quase plenamente – inclusive abrigando um porta-aviões comorados à França   navios ainda em construção.

O projeto da Marinha, no entanto, foi deixado de lado, pois na época todas as atenções e esforços do Governo do Estado estavam voltados para o projeto da Refinaria Premium I, da Petrobras, em Bacabeira. Era o momento do boom econômico nacional, da certeza de que o Brasil se transformaria numa potência – e o Maranhão junto – com o aumento da produção industrial e com a descoberta do pré-sal, que o colocaria entre os maiorais do petróleo, conjunto de argumentos que embalou a seara política e garantiu maioria de votos aos candidatos governistas Dilma Rousseff (PT) e Roseana Sarney em 2010. Passado o processo eleitoral e o enterro sistemático de R$ 1,5 bilhão no desmatamento em área de Bacabeira, as coisas começaram a mudar, e o que seria o maior projeto industrial em andamento em todo o planeta acabou engolido pela crise e pela escandalosa corrupção na petroleira, transformando-o, enfim, no mais espetacular e vexatório fracasso já registrado na história do Maranhão.

Com o sepultamento – tudo indica que definitivo – do projeto de refino de petróleo em Bacabeira, o governador Flávio Dino enxergou na base da 2ª Esquadra da Armada um filão a ser reanimado e incentivado. Em primeiro lugar, por se tratar de um empreendimento considerado prioritário no Ministério da Defesa, e depois porque sua implantação gerará um grande número de empregos na construção civil, além de atrair para São Luís um grande número de integrantes do Ministério da Marinha, que passarão a fazer parte do mercado consumidor da Capital, o que significará injeção de recursos na economia local. Quando esteve no Maranhão, o então comandante da Marinha se reuniu com líderes empresariais e lhes mostrou que o empreendimento necessitaria de grande quantidade de energia elétrica, água potável, vagas no sistema escolar público, moradias, unidades de saúde, entre outros equipamentos para atender aos milhares de militares ligados à base. O Poder Público terá de preparar São Luís para receber o empreendimento.

O governador Flávio Dino está acertando em cheio quando ajusta o norte da sua bússola na direção do empreendimento da Marinha. Razões para isso ele tem muitas. Para começar, não é um projeto eleitoreiro, mas tem consistência, é necessário e tem um forte viés desenvolvimentista, tanto na área da economia quanto no campo do conhecimento. São Luís ganhará muito em importância estratégica, podendo atrair projetos tecnológicos (escolas especializadas e institutos de tecnologia), econômicos (mais investimentos no complexo portuário do Itaqui, além do incremento do comércio) e industriais (principalmente na área de construção naval). E não se trata de projeto mirabolante nem uma jogada de marketing para encantar eleitor. Trata-se de um projeto de defesa, necessário e essencial num país que tem de controlar 200 milhas marítimas em 7.367 quilômetros de litoral, no qual o Maranhão é o segundo maior, com 640 quilômetros.

Não é, portanto, demais afirmar que concentrar esforços para acelerar a vinda da base da 2ª Esquadra da Armada do Brasil para a Ponta da Espera pode aumentar muito o peso histórico do Governo Flávio Dino.

Testemunharam a audiência do governador com o ministro da Defesa o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e os deputados federais José Reinaldo Tavares (PSB) e Rubens Jr. (PCdoB).

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

ITA pode formar o tripé da formação tecnológica para o Maranhão
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José Reinaldo propôs e Rubens Jr. incorporou

Outro assunto tratado pelo governador Flávio Dino com o ministro Aldo Rabelo foi a possibilidade de trazer para o Maranhão, especialmente para Alcântara, uma unidade do Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA), cuja sede fica em São José dos Campos e de onde sai boa parte dos cientistas brasileiros no campo das ciências exatas. O projeto vem sendo defendido pelo deputado federal José Reinaldo Tavares desde quando era governador do Maranhão, sob o argumento de que o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e o Maranhão como um todo precisam de um centro de estudos e pesquisas em tecnologia do tamanho e da experiência consolidada de um ITA. O governador Flávio Dino incorporou a proposta e vem trabalhando sua viabilidade com o ministro da Defesa, que além de ser um dos líderes do seu partido, o PCdoB, é também amigo do governador, em quem vê um quadro de peso no cenário político do país nos próximos tempos. A chegada do ITA ao Maranhão seria o ponto culminante de uma política de Governo voltada para a formação tecnológica. O Maranhão já conta com várias unidades do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), que oferece formação superior, e com unidades, em fase avançada de implantação, do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA), que garante formação técnica de nível médio. A vinda do ITA reforçaria decisivamente essa base de formação técnica no estado. O ministro Aldo Rabelo, que comanda o Exército, a Marinha e a Aeronáutica, pode dar ajuda decisiva para implantação de uma unidade do ITA no Maranhão.

 

 

São Luís, 13 de Fevereiro de 2016.

 

 

 

 

 

 

Ministro maranhense do TCU, Raimundo Carreira vira alvo de investigação e por suspeita de corrupção

 

Foto: Jane de Araújo sexta-feira, 26 de maio de 2006 Raimundo Carreiro - Secretário Geral da mesa concede entrevista. Local: Secretaria Geral da Mesa OBS: Solicitamos sua atenção para o cumprimento da Lei do Direito Autoral n.º 5988, de 14 de dezembro de 1973, Cap. IV, Parágrafo 1º do artigo 82º, que determina: "A fotografia quando divulgada, indicará de forma legível, o nome de seu autor". O crédito deverá ser dirigido à Jane de Araújo / Agência Senado.
Raimundo Carreiro em situação delicada no TCU

É no mínimo desconfortável a situação do maranhense Raimundo Carreiro, ministro e vice-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), por causa da decisão de abandonar a relatoria de um processo que analisa a tentativa de acordo de leniência entre a empreiteira UTC e o Governo Federal. O gesto do ministro decorreu do fato de ele, juntamente com o advogado Thiago Cedraz, filho do presidente do TCU, Aroldo Cedraz, ser suspeito de receber propina da UTC para intervir à favor da empreiteira num processo que analisa o processo em que o acordo é proposto. A suspeita foi levantada ainda no ano passado, quando, em delação premiada, o dono da UTC, Ricardo Pessoa, declarou que a empresa dele teria pagado propina ao advogado Thiago Cedraz e ao ministro Raimundo Carreiro para que eles intervissem no processo a favor à empreiteira. Thiago Cedraz e Raimundo Carreiro negam enfaticamente ter recebido propina, mas para o Ministério Público Federal (MPF) a declaração do empresário Ricardo Pessoa não deixa dúvida de que a propina foi paga.

Maranhense de Fortaleza dos Nogueira, Raimundo Carreiro chegou ao colegiado do TCU depois de ter feito carreira no Senado da República, onde exerceu vários cargos técnicos, entre eles o de chefe da Assessoria da Mesa da Casa, que foi por ele exercido por mais de uma década. Sua ascensão no Senado se deveu a dois fatores: sua condição de técnico competente e funcionário exemplar, e a “força” que sempre lhe deu o senador José Sarney (PMDB), a quem sempre foi e continua sendo muito ligado. Sua escolha para o TCU foi patrocinada pelo então presidente do Senado e do Congresso Nacional, tanto que ele se tornou conhecido como “homem de Sarney” no TCU.

Como membro da mais alta Corte de contas do país, tem se mantido com a imagem de ministro tecnicamente preparado e produtivo. A escolha dele para relatar o processo que analisa a proposta de firmar um acordo de leniência – a versão da delação premiada para pessoas jurídicas – da UTC com o Governo Federal foi feita por sorteio, realizado em junho do ano passado. Só que logo depois de definida a relatoria, veio à tona a declaração do empresário Ricardo Pessoa – considerado o grande operador do esquema de corrupção na Petrobras – afirmando que a UTC pagou propina para o advogado Thiago Cedraz, filho do presidente do TCU e lobista que atua nos bastidores da Corte, e para o ministro Raimundo Carreiro. A propina teria sido de R$ 1 milhão. A bomba estourou nos bastidores do TCU no final do ano passado, tendo Raimundo Carreiro se defendido afirmando não ter conhecimento da suspeita e que não há registro do seu envolvimento com tal trama, se é que ela existiu.

Raimundo Carreiro tratou a suspeita como um episódio mal explicado e que não teria nenhum desdobramento, principalmente diante do seu argumento de que a suposta interferência por influência do lobista Thiago Cedraz jamais existiu e de que a propina não lhe foi paga. Mas a situação começou a mudar quando, provocado pelo MPF, o STF autorizou abertura de inquérito para apurar a declaração do empresário Ricardo Pessoa nesse caso. O ministro Raimundo Carreiro se deu conta de que a situação começou a mudar acentuadamente na quarta-feira, quando o jornal O Globo o procurou para questionar a sua condição de relator um processo mesmo sob suspeita de ter recebido propina para manipulá-lo a favor da empresa UTC. Carreiro sentiu a pancada. Não respondeu à provocação de O Globo, mas comunicou oficialmente à Corte sua renúncia à relatoria do processo.

O fato é que a iniciativa de O Globo atingido em cheio a confiança que o ministro Raimundo Carreiro vinha exibindo, a começar pelo fato de que reanimou um caso que se encontrava em banho maria, tudo indicando que seu destino final seria o arquivo morto do STF. Todas as evidências dão a entender que a negativa pura e simples do ministro e do advogado Thiago Cedraz não convenceu ao MPF, que agora resolveu colocar tudo em pratos limpos.  E a situação de do ministro se tornou mais delicada por que ele, além de vice-presidente, é o corregedor da Corte, responsável, portanto, pela integridade dos seus integrantes. Se a denúncia do corrupto-mor da Petrobras Ricardo Pessoa não tiver fundamento, o ministro Raimundo Carreiro sairá ileso e continuará honrando o nome do Maranhão na mais alta Corte de contas do país. Mas se, por outro lado, ficar provado que ele escorregou no lastro ético, terá de arcar com o ônus do escorregão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Só um milagre salva Ribamar Alves da degola do cargo e da politica.

Esclarecedora e elucidativa, sob todos os aspectos, matéria do competente jornalista Gilberto Leda, publicada ontem em O Estado, sobre o futuro do prefeito de Santa Inês, Ribamar Alves (PSB), e as soluções possíveis – todas envolvendo o vice-prefeito Neudo Dino (PT) – para resolver o vácuo no comando aberto com a prisão do titular sob a acusação de ter estuprado uma missionária e vendedora de livros de 18 anos. Leda foi direto na fonte certa, o presidente da Câmara Municipal de Santa Inês, vereador Orlando Mendes, que tem hoje nas mãos o poder de tomar decisões definitivas sobre o caso. Ontem foi o último dia para que a defesa de Ribamar Alves protocolasse na Câmara Municipal um pedido de 60 dias de licença, para ser avaliado e aceito ou não pela Câmara. Se o pedido foi protocolado, será apreciado na segunda-feira. Se for acatado, Ribamar Alves escapará da degola e ficará afastado por dois meses. Se o pedido for recusado, a Câmara votará imediatamente projeto de decreto legislativo que declarará a vacância do cargo. Nesse caso, Alves deixará de ser prefeito de Santa Inês no momento em que o resultado da votação for proclamado pela Mesa da Câmara. Nos dois caso o cargo será assumido pelo vice-prefeito. Detalhe importante: se a maioria dos vereadores aprovar o pedido de licença, isso não significa que um vereador ou um grupo de vereadores apresente um projeto de decreto legislativo declarando vacância do cargo. Ou seja: dificilmente Ribamar Alves continuará no comando da Prefeitura de Santa Inês, o que significa dizer que sua carreira acabou, sem qualquer possibilidade de uma reviravolta que inverta o curso iniciado quando ele foi preso há duas semanas, quando veio à tona aquele que muitos já avaliam como o maior escândalo da História de Santa Inês. Sua única chance de sair inteiro do caso é se a moça que o acusou de estupro voltar atrás e dizer que não foi bem assim, mas a julgar pelo que aconteceu até isso seria um milagre.

 

São Luís, 12 de Fevereiro de 2016.

 

 

 

 

 

 

 

Em meio a adversários politicamente perdidos, Edivaldo Jr. consolida seu projeto de reeleição tomando decisões certas

 

 

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Edivaldo Jr. deixou mais o gabinete e agora se dedica à obras

Por mais que seus adversários tentem minimizar o seu poder de fogo, até aqui e faltando oito meses para as eleições, o prefeito Edivaldo Jr. (PDT) é o candidato à Prefeitura que se apresenta com maior consistência política e potencial eleitoral. No plano político e  no campo partidário, o prefeito não cometeu até aqui nenhum erro, e todos os seus movimentos serviram exatamente para fortalecer a sua candidatura. Também no campo administrativo, se não faz um governo de grandes realizações, comanda uma administração que trabalha a sério, realizando a obra possível num contexto de crise, sem fanfarronice faraônica. Além disso, até agora o prefeito Edivaldo Jr. faz um governo sobre o qual tem controle absoluto, com um bom nível de transparência e, mais do que isso, sem o registro de casos de desvio ou malfeitos por parte dos secretários e funcionários subalternos. Enfim, caminha para as urnas como um dirigente que está em condições de encarar o eleitor e pedir voto para renovar o mandato.

No campo político, o prefeito Edivaldo Jr. transita com muita segurança, mantendo, de um lado, uma relação sem tensões ou traumas com a Câmara Municipal, onde tem adversários duros e implacáveis – Fábio Câmara (PMDB) e Rose Sales (PV), para citar apenas dois que também estão também movidos pelo objetivo de disputar a Prefeitura -, mas também conta com uma folgada maioria de aliados. Nessa seara, o prefeito de São Luís costurou e preserva a sua aliança com o governador Flávio Dino (PCdoB), o que tem lhe assegurado um bom volume de recursos para obras importantes, como a melhoria e ampliação da malha viária de São Luís. Além disso, a parceria com o Palácio dos Leões tem fortalecido os laços políticos com o governador Flávio Dino, sendo compensada com o apoio quase incondicional da base política do governador à sua candidatura à reeleição.

Edivaldo Jr. também vem fazendo tudo certo no campo partidário. Quando muitos esperavam que ele tropeçasse na escolha do partido para tentar o segundo mandato, pois não mais havia justificativa para permanecer no PTC, um partido sem futuro algum, ele surpreendeu o mundo político e desembarcou no PDT. Com a guinada, não só resolveu sua pendência partidária, como se tornou figura de proa e candidato de um partido que conhece como nenhum outro o mapa eleitoral de São Luís, tanto que conquistou quatro mandatos de prefeito entre 1988 e 2004 – três de Jackson Lago e um de Tadeu Palácio -, como também fez um governador de Estado em 2006 – Jackson Lago. Edivaldo Jr. não só se filiou ao partido, como vem se engajando decisivamente na vida da agremiação fundada por Jackson Lago e Neiva Moreira e hoje comandada pelo jovem e arrojado deputado federal Weverton Rocha, líder do PDT na Câmara Federal e que está mobilizando a agremiação em torno da candidatura do prefeito à reeleição. Qualquer avaliação sobre o seu ingresso no PDT concluirá que ele fez um gol de placa. À mesma conclusão chegam os líderes pedetistas, que veem na figura do prefeito Edivaldo Jr. um reforço e tanto para dar ao PDT o peso político e eleitoral de antes.

Ao mesmo tempo em que vem acertando todas nos campos politico e partidário, o prefeito de São Luís também vem jogando certo no campo administrativo. Depois de enfrentar dois anos de quase paralisia e, por causa disso, uma forte pancadaria, Edivaldo Jr. acertou o prumo e o ritmo e está dando a volta por cima. Gargalos traumáticos como as áreas de saúde, educação e mobilidade vinham atropelando a atual gestão, mas agora, depois de serem controladas, começam a viver uma realidade nova, fruto de uma gestão mais racional e eficiente. Nessa nova fase administrativa, o prefeito vem mostrando, por exemplo que a mobilidade em São Luís não depende apenas de transporte de massa. Uma série de intervenções no trânsito está mostrando que é possível dinamizar mais o fluxo de veículos com simples reestruturação de vias e de fluxo. Os problemas da saúde estão sendo atacados em parceria com o Governo do Estado. Enfim, São Luís está vivendo um novo momento administrativo, o que dá ao prefeito autoridade para pedir ao eleitorado um novo mandato. Essa autoridade é reforçada pelo alto grau de transparência do seu governo, sobre o qual não circulam informações acerca de desvios, malfeitos ou corrupção; ao contrário, o que é corrente é que Edivaldo Jr. realiza um governo comprometido com a correção no uso do dinheiro público.

Nenhum outro postulante ao cargo de prefeito da Capital está tão política e partidariamente organizado como Edivaldo Jr.. Para se ter uma ideia da distância que ele se encontra dos demais concorrentes, o seu adversário mais próximo, a deputada federal Eliziane Gama, hoje na Rede, que ainda lidera, agora por poucos pontos, a corrida às urnas, não sabe por qual partido oficializará sua candidatura, já que tudo está indicando que a transferência dela do PPS para a Rede caminha para ser um grande erro de avaliação política. E quase todos os demais nem sabem se serão candidatos. Daí a avaliação de que o prefeito Edivaldo Jr. já conseguiu a faca e está muito próximo de por a mão no queijo.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Dino pede pressa no projeto de sediar a 2ª Frota da Marinha em São Luís
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Rubens Jr., Flávio Dino, Aldo Rabelo, José Reinaldo Tavares e Carlos Brandão no Ministério da Defesa, após a audiência

O governador Flávio Dino não perdeu tempo com a ressaca carnavalesca. Ontem ele amanheceu em Brasília, onde cumpriu agenda intensa em quatro ministérios: Defesa, Saúde, Planejamento e Minas e Energia. Fez a maratona acompanhado do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), dos deputados José Reinaldo Tavares (PSB) e Rubens Jr. (PCdoB)

No Ministério da Defesa, reuniu-se com o ministro Aldo Rabelo, seu colega de partido, o PCdoB, e com quem tem relações muito próximas. A audiência o governador tratou de dois assuntos com o ministro. O primeiro foi sobre o projeto de instalação no Maranhão, nas proximidades de São Luís, de uma grande base naval para abrigar e sedia a 2ª Esquadra da Marinha no Maranhão, projeto que nasceu ainda no Governo do presidente Lula e que vem sendo amadurecido no Governo da presidente Dilma Rousseff, já tendo inclusive confirmado por estudos técnicos realizados pela Marinha. “Precisamos dar prioridade na implantação dessa estrutura, levando em conta o interesse da população maranhense e brasileira”, disse o governador, recebendo a concordância do ministro Aldo Rabelo.  O outro item da audiência foi o projeto de implantação de uma unidade do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) no estado, que também não é de agora e vem sendo amadurecido desde o Governo José Reinaldo, que vem batendo nessa tecla como deputado federal. O governador e ministro também trataram de investimentos necessários para seu funcionamento. E destacaram a relevância que tal unidade terá, em associação com a Base de Lançamento de Alcântara, para um projeto de desenvolvimento da política aeroespacial brasileira e da economia do estado. “Alcântara já está consolidada como parte central de nossa política aeroespacial e, portanto, é candidata natural à expansão do ITA”, assinalou o ministro da Defesa.

 

ZikaVirus, Itaqui e Energia

No Ministério da Saúde, o governador Flávio Dino tratou com o ministro Marcelo Castro dos detalhes do plano de combate ao mosquito aedes aegypti, transmissor da dengue, do ZikaVirus e da febre chikungunya. Uma mobilização especial foi lançada esta semana também em âmbito federal e contará com a presença do ministro-chefe da Casa Civil, Jacques Wagner, em São Luís amanhã (12). O governador pleiteou o aumento dos repasses de recursos federais ao Maranhão, baseado em estudo que mostra o Maranhão como um dos estados que recebe menor investimento per capta federal em saúde.

Com o ministro do Planejamento, Valdir Simão, responsável pelo gerenciamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), as pautas foram a duplicação da BR-135 e os leilões para investimento privado em novas áreas do Porto de Itaqui. O governador destacou os resultados positivos apresentados pela EMAP em 2015 e detalhou ao ministro os planos de ampliação do Complexo Portuário de São Luís.

A agenda terminou com o ministro Eduardo Braga, titular da pasta de Minas e Energia, de quem o governador  Flávio Dino cobrou ações efetivas para  desentravar investimentos privados previstos para o estado  o setor energético.

 

Justiça mantém prefeito de Santa Inês na cadeia
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 Alves: situação complicada

Fica cada dia mais complicada a situação do prefeito de Santa Inês, Ribamar Alves, preso no dia 29 de janeiro acusado de estrupar uma missionária vendedora de livros em um motel. Durante o plantão judiciário do Carnaval, o desembargador Raimundo Melo não considerou como matéria de urgência dois pedidos de habeas corpus e uma cautelar inominada, que pediam a liberdade dele. No entendimento do magistrado, que costuma ser severo com esses casos, os pedidos não tinham a urgência necessária para que fossem analisados no plantão, uma vez que já tinham sido apreciados, tanto pelo plantonista anterior – desembargador José de Ribamar Castro -, quanto pelo relator do processo, desembargador Vicente de Paula Gomes.  As alegações levantadas pela defesa – como o excesso de prazo na prisão do gestor municipal – não convenceram o desembargador Raimundo Melo. Outro recurso – um pedido de habeas corpus -, impetrado no sábado (6), também não foi concedido pelo Ribamar Castro e Raimundo Melodesembargador José de Ribamar Castro, que respondeu pelo plantão de sexta-feira (5) a domingo (7). No plantão do desembargador Raimundo Melo, na segunda-feira (8), foram recebidos mais três recursos interpostos pela defesa do prefeito de Santa Inês, além de uma petição intermediária e um habeas corpus, que foi indeferido pelo plantonista. Raimundo Melo responderá pelo plantão judiciário do 2º Grau até a madrugada de segunda-feira (15).

 

 

 

 

 

 

PMDB, PSDB e PSB mergulham nas diferenças internas e não conseguem definir rumos para chegar à Prefeitura de São Luís

 

Três partidos importantes no tabuleiro do xadrez político do Maranhão chegam ao pós-Carnaval mergulhados num surpreendente clima de indefinição em relação à corrida para a Prefeitura de São Luís. PMDB, PSDB e PSB caminham para o processo eleitoral como agremiações em crise, sem comandos efetivos que definam o rumo que elas seguirão. Parece sofrer as consequências de lutas internas, que tiram o poder de decisão das suas cúpulas e passam para o eleitorado a impressão de que as dificuldades de entendimento doméstico são maiores do que as suas condições de enfrentar adversários na corrida às urnas. Para muitos, é inacreditável que essas agremiações partidárias exibam tanta fragilidade  a oito meses de eleições que serão decisivas para o futuro de cada uma delas, já que a força principal dos partidos está no número de prefeitos e vereadores que detém. Nesse contexto, tem peso importante no portfólio de um partido eleger o prefeito da Capital ou, pelo menos, sair das urnas com seu candidato a prefeito embalado por uma boa votação, numa demonstração de força eleitoral. PMDB, PSDB e PSB parecem desligados desses itens que formam a grande equação que fortalece os partidos.

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Câmara só vai se se viabilizar diz João Alberto

O PMDB é, ainda, o maior e mais forte partido político do Maranhão, com um bom número de prefeitos e vereadores e com poder de fogo para se dar bem num expressivo número de prefeituras. Em relação a São Luís, o partido poderia ter definido uma estratégia capaz de lançar um candidato em condições de disputar de igual para igual com o prefeito Edivaldo Jr. (PDT) e com a deputada federal Eliziane Gama (Rede). Com seus medalhões – Roseana Sarney, João Alberto, Lobão Filho, Ricardo Murad e Max Barros – de fora, o partido não soube selecionar quadros da nova geração para avançar. Mandou o deputado Roberto Costa, seu nome mais promissor na Capital, disputar a Prefeitura de Bacabal, não deu importância às pertinentes provocações da deputada estadual Andrea Murad e teve de se dobrar à saudável ousadia do vereador Fábio Câmara. Só que imediatamente após entregar o braço municipal do partido a Câmara, o senador João Alberto declarou, em entrevista a O Imparcial, que o vereador terá de se viabilizar, porque o partido também avalia a possibilidade de entrar no cordão partidário puxado pelo prefeito Edivaldo Jr.. Não estivesse com aspas, seria difícil acreditar que o presidente do partido deu tal declaração. Em resumo: no momento, o PMDB está dizendo que se Fábio Câmara não se mostrar viável, o partido baterá às portas do Palácio de la Ravardière e oferecerá sua força ao prefeito.

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Castelo e Brandão em posições diferentes no PSDB

No PSDB a situação é parecida, com a diferença que o partido tem um candidato forte e competitivo, o ex-prefeito e atual deputado federal João Castelo. A situação no ninho dos tucanos é a seguinte: de um lado, João Castelo e um grupo expressivo do partido brigam para lançar o ex-prefeito como candidato; de outro o presidente da agremiação, vice-governador Carlos Brandão, puxa brasa para levar os tucanos para as fileiras do prefeito Edivaldo Jr.. O movimento de Castelo tem a simpatia do tucanato nacional, que já emitiu vários sinais de que o quer como candidato. No contrapeso, Brandão se desdobra para manter o partido na esfera de influência do governador Flávio Dino (PCdoB), que trabalha discretamente pelo fortalecimento do prefeito. Muitos tucanos de proa e a ala mais jovem do partido começam a agir em defesa do projeto de candidatura de João Castelo. Os partidários da posição defendida pelo vice-governador já dão como certa a aliança do PSDB com o PDT. Mais ainda: se levar a melhor, o vice-governador Carlos Brandão levará só metade do partido para Edivaldo Jr., porque Castelo até hoje não digeriu a derrota de 2012 e, provavelmente com seu grupo, declarará apoio a outro candidato.

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Pindaré (centro) depende de Rocha e José Reinaldo

O caso mais curioso é o do PSB, que, ao contrário do PMDB – que tem um pré-candidato que precisa viabilizar – se – e do PSDB – que tem um candidato forte, mas sem o apoio da cúpula – está em crise exatamente por ter vários candidatos com nome e força política e potencial eleitoral para participar da corrida sucessória em São Luís: o senador Roberto Rocha, o deputado estadual Bira do Pindaré e o ex-governador e deputado federal José Reinaldo Tavares. O aspirante mais assumido é Bira do Pindaré, que tem dito e repetido que quer ser o candidato do PSB, mas os seus acenos não estão sensibilizando os comandantes do partido. O senador Roberto Rocha andou declarando, sem muita convicção, que pode ser candidato, mas nos bastidores o que corre é que ele quer mesmo é emplacar o vereador Roberto Rocha Filho como candidato a vice- prefeito numa chapa forte, que pode ser a do prefeito Edivaldo Jr. ou a da deputada Eliziane Gama. Já o ex-governador José Reinaldo, que poderia ser o candidato a prefeito, já declarou apoio à Eliziane Gama, deixando claro que não fecha com Roberto Rocha nem com Bira do Pindaré. Recentemente, Pindaré ouviu da direção nacional do PSB, em Brasília, que o partido tem de ter candidato em São Luís, mas a manifestação foi recebida com absoluta indiferença pelo senador Roberto Rocha e pelo deputado federal José Reinaldo. Bira do Pindaré já trabalha com a possibilidade de mudar de partido para ser candidato.

É verdade que o jogo para a definição de candidaturas começa agora, mas nada indica que PMDB, PSDB e PSB resolvam suas diferenças e escolham candidatos num processo normal.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Troca de nomes: parece antipática, mas é legal
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Dino faz certo, mas Sarney sofre danos

O governador Flávio Dino está pagando preço alto por cumprir uma regra constitucional já regulamentada por Lei Federal: renomear prédio ou espaço público batizado  com nome de pessoas vivas. De acordo com levantamento feito pelo jornalista Diego Emir, nada menos que 37 estabelecimentos públicos já foram rebatizados. Chama atenção, naturalmente, que o ex-presidente José Sarney tenha tido seu nome retirado de sete estabelecimentos, para que esses recebessem novos nomes. Mesmo levando em conta o fato de que a mudança está rigorosamente assentada em bases legais e que não há como contestá-la, rebatizar uma escola de periferia porque ela se chamava José Sarney parece não fazer sentido algum. Afinal, o José Sarney político foi deputado federal, governador do Maranhão, senador, presidente da República e presidente do Senado da República e do Congresso Nacional quatro vezes; e o Sarney intelectual é escritor consagrado, com livros publicados em quase uma dezena de idiomas, o que o levou à Academia Brasileira de Letras. Não existe na história do Maranhão alguém com uma biografia mais rica, o que lhe dá estatura suficiente para nomear qualquer prédio público no Maranhão. Mas existe um ditame na Constituição Federal que proíbe esse batismo, e não há como reverter isso, já que a norma é explícita e não deixa brecha para exceções. Assim, independente do ânimo que está lhe  movendo, se aprova ou não a regra o governador Flávio Dino está fazendo o que manda a lei. O que muita gente avalia é que essa regra é tola, burra e absolutamente inócua. Bastaria a definição de alguns critérios bem pensados e por meio dos quais se evitaria, por exemplo, que o prédio do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão fosse batizado de “Governadora Roseana Sarney Murad”. (No caso, primeiro pecaram grosseiramente os conselheiros de então – parte deles ainda está no Tribunal – ao escolher o nome da nova casa. Depois, pecou a própria governadora, que talvez mal aconselhada pela vaidade, não chamou os chefes da Corte à razão e ao bom senso, correndo o risco de amargar o vexame que amargou ao ver seu nome apagado da fachada da sede do TCE). Critérios bem amarrados inibiriam os excessos e evitaria o constrangimento. Identificar os decretos do governador do Estado tratando dessa troca de nomes como perseguição política não é correto. É chato, constrangedor, parece retaliação, mas é uma medida legal, em relação à qual não cabe discussão.

 

 

 

Mirando a Prefeitura de São Luís, Sérgio Frota pode entrar no PSL e melhorar o nível da disputa

 

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Sérgio Frota pode injetar mais ânimo na corrida à Prefeitura

A disputa pela Prefeitura de São Luís pode ganhar uma forte injeção de ânimo e ter alterado o cenário em que atualmente estão consolidados o prefeito Edivaldo Jr. (PDT) e a deputada federal Eliziane Gama (Rede) se o deputado estadual Sérgio Frota, hoje no PSDB, entrar na briga para passar quatro anos no gabinete principal do Palácio de la Ravardière. Registrada em primeira mão no bem informado blog do jornalista Marco D`Eça, a possibilidade de Sérgio Frota vir a ingressar no PSL, a convite do seu presidente, vereador Chico Carvalho, com o projeto de ser candidato a prefeito chega no contexto da disputa como uma lufada de vento politicamente saudável. Primeiro porque entra no campo de enfrentamento eleitoral um político de cabeça arejada, que parece não estar contaminado pelos vícios e ranços da velha prática; e depois porque é um vencedor, adjetivo apropriado pelo vem realizando como empresário, pelos bons resultados eleitorais e, principalmente, pela guinada que vem dando no futebol maranhense capitaneando o Sampaio Corrêa.

Se vier mesmo a se inscrever como candidato a prefeito de São Luís, o deputado Sérgio Frota entrará na briga com alguns recursos que podem fazer diferença e colocá-lo em posição bem situada entra os pré-candidatos. O primeiro deles, é claro, a condição de presidente bem sucedido do Sampaio Corrêa que saiu do limbo e hoje disputa título com o Vasco da Gama e o Fluminense na Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro, podendo, por isso, atrair um caminhão de votos da maior torcida do futebol de São Luís. Frota também pode montar um bem armado grupo de apoio na Câmara Municipal, já que saiu do Palácio Pedro Neiva de Santa como um quadro que ali construiu boas relações, podendo contar com raposas felpudas da política municipal, como o vereador Chico Carvalho, que está oferecendo-lhe legenda, e o parceiro dele no PSL, o vareador Isaías Pereirinha – os dois conhecem como poucos o caminho das pedras por onde se chega ao eleitorado da São Luís da periferia.

No leque de recursos que podem embalar sua possível candidatura, Sérgio Frota – que é membro de uma família com história no universo comercial de São Luís -, é bem visto no meio empresarial, principalmente na esfera das empresas de médio porte, onde ocupou e consolidou um espaço respeitável como prestador de serviços na área de informática. Dispõe aí de um amplo ambiente para interlocução e ampliação do seu raio de ação política e com desdobramentos eleitorais. Frota tem bom trânsito também no meio artístico, e entre os candidatos nenhum tem estatura com parável à dele na seara esportiva, especialmente a do futebol. Nesse particular, o deputado ainda tucano se movimenta como uma espécie de mandarim, respeitado e admirado até mesmo pelos seus adversários, pois todos avaliam que ao turbinara Bolívia, ele estimula os de mais clubes a procurarem meios de entrar nesse embalo e com isso elevar o nível do futebol maranhense.

O namoro com o PSL vem do fato de que Sérgio Frota está no meio de uma guerra dentro do PSDB, onde o presidente do partido, vice-governador Carlos Brandão, quer os tucanos engajados ao projeto de reeleição do prefeito Edivaldo Jr., e o deputado federal e ex-prefeito João Castelo quer entrar na disputa para tirar a prova dos noves com o prefeito nas urnas. Se entrar nessa guerra, Frota pode ser atropelado pelos tucanos mais emplumados, já que seu projeto de disputar a prefeitura entra em choque com os dois maiores caciques do partido. Nesse caso, o caminho mais seguro para sair candidato a prefeito será aproveitar a janela e mudar de partido sem o risco de perder o mandato. O PSL pode ser esse caminho.

Sérgio Frota sabe que se entrar na disputa majoritária o fará sem a mola do favoritismo nem numa posição confortável. Isso significa dizer que terá de construir, palmo a palmo, a estrada em direção à Praça Dom Pedro II e enfrentando candidatos pesos pesados como o prefeito Edivaldo Jr., que já ameaça alcançar a liderança nas pesquisas, a deputada Eliziane Gama, que ainda não deslancho e perde pontos a cada levantamento, e o ex-prefeito João Castelo, que se ganhar o PSDB entrará na corrida com dois dígitos de intenções de voto. É um grande desafio formado por vários obstáculos, que pode levá-lo a um bom desempenho ou a um tropeço gigantesco na sua incipiente mas até agora bem sucedida caminhada política. Mas para quem colocou o “Mais Querido” durante dois anos entre os 10 melhores da Segundona do Brasileirão, o desafio de chegar à prefeitura de São Luís é como um campeonato em que vence quem souber se movimentar melhor.

 

PONTOS & CONTRAPONTOS

 

Especial: artistas homenageiam artistas e militante
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Chico Coimbra, Magno Cruz e Nelson Brito homenageados…

Os organizadores do que foi batizado como “Carnaval de Todos” reforçaram o traço cultural da festança ao dar batizar palcos do circuito da folia na Madre Deus nomes de artistas, compositores e militantes culturais, numa homenagem que em alguns momentos provocaram fortes emoções nos artistas que se apresentaram e nos foliões que identificaram os homenageados.

Cantor e compositor que não dissocia arte de militância social, César Teixeira conviveu com algumas das pessoas homenageadas nos espaços destinados a programação do “Carnaval de Todos”. Após a apresentação no palco “Magno Cruz”, batizado em homenagem um ex-companheiro de caminhada na Sociedade Maranhense de Defesa de Direitos Humanos (SMDH), o autor de “Oração Latina”, considerado um hino dos movimentos sociais no Maranhão, definiu como um reconhecimento merecido a homenagem a pessoas como Magno Cruz, cuja história de vida foi marcada pela militância aguerrida que se concretizou em ações importantes como a atuação na fundação do Centro de Cultura Negra do Maranhão (CCN).

Além de César Teixeira que apresentou-se no primeiro dia de programação do Carnaval promovido pelo Governo do Maranhão e Prefeitura de São Luís, outros nomes de grande relevância no cenário cultural do Estado também viveram um momento especial a se apresentarem em espaços que homenageiam pessoas com as quais tiveram o privilégio de conviver como é caso de Nelson Brito, um dos fundadores do Laborarte (Laboratório de Expressões Artísticas do Maranhão) e que este ano foi incluído no circuito oficial do carnaval.

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…César Teixeira, Josias Sobrinho e Joãozinho Ribeiro no Carnaval

Autor de clássicos da música maranhense como “Engenho de Flores” cantada mais cedo no circuito Chico Coimbra, durante a apresentação do Bloco Tradicional “Os Baratas”, Josias Sobrinho foi uma das atrações do show realizado na noite da segunda-feira de Carnaval no palco “Nelson Brito”. Antes de subir ao palco, ele relembrou o período em que conviveu com Nelson Brito na caminhada de construção do Laborarte. “O nome Nelson Brito concretiza muitas das coisas que a gente observa hoje por aqui. Era meu amigo, estivemos juntos na luta pela consolidação do Laborarte ele representa esta luta constante pela valorização da cultura popular e me sinto honrado em cantar em um palco que recebe o nome de alguém que tanto contribuiu para a cultura maranhense”, comentou.

Nem mesmo a forte virose que ameaçou deixá-lo afônico no dia do show, impediu que Joãozinho Ribeiro, subisse no palco “Nelson Brito” para reverenciar a memória de um amigo homenageado. “Esta homenagem premia toda uma história de militância em prol da cultura popular e é muito gratificante ter a oportunidade de se apresentar neste palco ao lado de outros grandes artistas”, ressaltou.

A canção que abriu o show, a clássica “Te Gruda no Meu Fofão”, composta por Joãozinho Ribeiro para uma peça teatral do Laborarte, que tinha entre outros objetivos alertar de forma satírica para a necessidade de valorização do carnaval maranhense, enaltecendo-o através dos personagens e brincadeiras que fazem da festa de Momo no Estado algo que não se encontra em outra parte do país.

Antes de começar o show, Joãozinho Ribeiro pediu desculpas por conta da voz, prejudicada pela virose, mas disse que não poderia deixar de se apresentar em um palco que leva o nome de uma pessoa que tem uma grande importância para o carnaval e a cultura maranhense. “É muita honra se apresentar aqui neste palco, que recebe o nome de Nelson Brito”.

Ao comentar a homenagem prestada a Magno Cruz, que além de militar no Centro de Cultura Negra (CCN) militou também no movimento sindical, César Teixeira ressaltou que este tipo de atitude por parte do poder público simboliza o reconhecimento a uma vida pautada pela militância em prol de uma causa coletiva. Quando Magno Cruz faleceu em 2010, César Teixeira ressaltou que pessoas cuja vida foi marcada pelo comprometimento com questões como as que eram abraçadas por Magno Cruz permanecem vivas na lembrança de quem compartilha estes mesmos compromissos e afirmou que a “memória não morre”.

Magno Cruz e Nelson Brito fazem parte do time de 19 pessoas que em suas diversas áreas de atuação deram contribuição importante para a cultura maranhense por isto mereceram este reconhecimento na homenagem prestada no “Carnaval de Todos”. Como diria a clássica canção de César Teixeira, é preciso dizer sim “a quem nos quer abraçar, a quem nos quer acolher” e cada uma destas pessoas teve uma trajetória de vida, marcada por gestos concretos de comprometimento com a cultura popular maranhense.

 

São Luís, 10 de Fevereiro de 2016.

Bicho Terra anima o Carnaval de São Luís e arrasta multidões com alegria e celebrando a vida

 

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Personagens do Bicho, os criadores Godão e Bulcão , os cantores Inácio e Brandão e multidão sendo arrastada pelo grupo

Já era uma verdade absoluta apontar o Carnaval de São Luís como “o terceiro melhor do Brasil”. E medição e comparações à parte, nenhum argumento tem o poder de negar essa verdade quando é lembrado que a magia carnavalesca da hoje Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade é feita pelo peso rítmico dos blocos tradicionais, pela imagem e o andar desengonçado dos fofões de máscaras horrendas e bonequinhas nas mãos, pelo batuque refinado do Fuzileiros da Fuzarca, pelas tribos de índio, enfim, por grupos carnavalescos ímpares, não encontrados em nenhuma outra região do país do Carnaval. Essa originalidade incontestável manifestada no reinado de Momo em São Luís ganhou força e se consolidou definitivamente com a explosão de alegria trazida para as ruas de São Luís, especialmente as da Madre Deus, com a chegada espetacular do Bicho Terra, uma das três óperas de céu aberto criadas, alimentadas e já eternizadas pela Companhia Barrica de Teatro de Rua e que neste reinado de Momo completa um quarto de século de feliz existência.

Nada se compara ao Bicho Terra no embalo que agita milhares de foliões por onde passa. Seja no Largo do Caroçudo e suas imediações, seja no Circuito Deodoro/Madre Deus ou ainda no palco do Ceprama ou também em muitos outros espaços abertos e fechados, o Bicho Terra arrasta multidões numa alegria explosiva e incontida e leva plateias ao êxtase. Seus personagens, vestidos de fibras coloridas e lembrando entes da nossa rica fauna, entre eles o próprio homem, são saudados, aplaudidos e em certa medida reverenciados pelos milhares de alegres e fiéis seguidores nas noites do reinado momesco na Madre Deus ou fora dela. Dão-lhes vida e graça artistas identificados com a originalidade cultural do bloco e por isso, quando se entregam ao bailado ao mesmo tempo frenético e elegante do Bicho, levam aos foliões mais do que uma simples animação carnavalesca, pois seu canto e sua dança contagiam mesmo quem se imagina apenas um espectador.

Onde, além das marchinhas tradicionais do Carnaval brasileiro do tipo “Olha a cabeleira dom Zezé”, multidões entram em êxtase quando ouvem “Enlouqueço amor, essa menina tem cheirinho de praia, essa menina tem cheirinho de praia. Eu não consigo me controlar, esse ciúme vai às raias da loucura. Quando ela passa com graça, fazendo pirraça, e a turma da praça fazendo fiufiu, fiufiu e dizendo: é gostosa, é gostosa, parece um avião, meu coração vai explodir…”, marchinha nascida da genial e produtiva parceria de Zé Pereira Godão e Luis Bulcão? E quem consegue manter-se  parado ao ouvir “Costela de Adão”, “Vou passear”, “Doidinha”, “Trem do Bicho”, “Beija-Flor”, “Chamego”, “Canguru” e muitas outras do seu repertório nas vozes de Inácio e Brandão, imortalizadas no cancioneiro carnavalesco? O Bicho anima o folião de qualquer gênero ou idade com uma poesia limpa, pura, que é leve, mesmo nos trocadilhos e duplo-sentidos maliciosos comuns às letras momescas, e por isso cativa multidões e tempera a folia com insuperáveis ingredientes poéticos e melódicos que tornam ímpar a música que move o folguedo.

Se fosse apenas um bloco carnavalesco como tantos outros, o Bicho Terra já seria um grupo especial, diferenciado e que se imortalizaria pela contribuição que dá a todos os aspectos que envolvem o Carnaval. Mas o Bicho é muito mais, principalmente pelo fato de que sua existência é inspirada na consciência cidadã contemporânea, pois é ao mesmo tempo um grito de protesto e de alerta relacionado com a vida em todos os seus vieses. Poucos movimentos preservacionistas conseguem clamar por mais cuidados com a vida no planeta com mais eficiência do que o Bicho Terra. O grupo atua de maneira politicamente correta, sem o falatório cansativo e sem consequência dos ecochatos e sem abrir mão da alegria.

Rebento caçula da Companhia Barrica de Teatro de Rua, fruto da genial invenção de Zé Pereira Godão e Luiz Bulcão fundada em 1985, o Bicho Terra nasceu no Carnaval de 1991 do século passado, trazendo para o reinado de Momo a alegria politicamente correta e encantada que o primogênito Boizinho Barrica trouxera para as festas juninas e a Natalina da Paixão acrescentara nas festas natalinas de São Luís. E não é exagero afirmar que depois do Bicho Terra com seus personagens de fibra, a sua música rica e contagiante interpretada pelas vozes mágicas e singulares de Inácio e Brandão, o Carnaval da São Luís de tantos encantos nunca mais foi o mesmo. E com uma vantagem excepcional: não disputou espaço com nenhuma outra manifestação carnavalesca, encaixando-se por inteiro no roteiro anual da folia, dando a ela mais melodia, mais poesia, mais emoção. E com o diferencial de que celebra a vida.

 

 

São Luís, 7 de Fevereiro de 2016.

 

 

 

Unidos de Fátima volta à Passarela do Samba para fazer história contando a trajetória do gigante Jackson Lago

 

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Jackson Lago comemora vitória histórica para governador

O Carnaval de São Luís tem sido pródigo em homenagear figuras importantes da vida maranhense, já tendo levado para os aplausos na avenida personagens da vida real maranhense cuja importância está acima de qualquer discussão: a médica e revolucionária Maria Aragão, o ex-presidente da República José Sarney, a maga da cozinha Edimé Duailibe, o genial poeta Nauro Machado, o pai-de-santo Bita do Barão, o poeta e cronista José Chagas, entre muitos políticos, artistas, intelectuais, escritores, poetas, profissionais liberais, e por aí vai. Neste Carnaval, a Escola de Samba Unidos de Fátima fará um resgate que certamente entrará para a História das escolas de samba do Maranhão ao homenagear, in memorian, o médico e político Jackson Lago, que entre vitórias e derrotas chegou ao Governo do Maranhão. Sua trajetória, uma das mais ricas entre os políticos maranhenses, será contada no enredo “Jackson Lago… de Pedreiras ao Carcará da Ilha Rebelde. A Unidos conta a sua história”. A ex-primeira-dama Clay Lago, que com ele viveu o que amigos do casal definem como “uma bela história de amor”, se emocionou com a decisão da escola de homenagear o ex-governador e certamente participará do desfile em lugar de destaque.

Para começar, a Unidos de Fátima se fortaleceu como escola como uma espécie de braço do PDT no Carnaval de São Luís, fazendo contraponto com a Flor do Samba, agremiação apontada como a representação do Grupo Sarney no grupo das escolas. A “Unidos” tinha  a cara do brizolismo local, sempre torcendo o nariz para o poder e sempre puxando seus enredos temas mais próximos ao universo da esquerda no Maranhão. Tanto que viveu seus anos supremos de campeã quando a figura política de Jackson Lago estava no poder. Mesmo pessoalmente arredio à festança momesca, o Jackson Lago prefeito e governador foi um incentivador do Carnaval. E é exatamente por ter sido ele o apoiador e inspirador dos seus enredos que a “Unidos” resolveu romper um isolamento de três carnavais, reunir meios e voltar à passarela mostrando o médico e o homem público que foi seu patrono.

Jackson Lago foi um gigante na História do Maranhão, com participação destacada e decisiva também no cenário nacional. Pedreirense nascido em 1º de novembro de 1934, foi um dos fundadores e líderes do PDT. E fez isso sem deixar de lado um competente exercício da medicina como cirurgião nos hospitais de São Luís, nem o de professor na Universidade Federal do Maranhão, contribuindo decisivamente para a formação de várias gerações de bons médicos. Apesar de todas as suas exigências e caprichos, a História não conseguiu separar o médico do político, pois eles viveram mais de cinco décadas em total harmonia. O gigante que foi na política, fundando e promovendo o PDT, um dos partidos mais importantes surgidos no país com a queda do regime militar, foi também grande como um craque em cirurgias torácicas, especialidade que trouxe para o Maranhão depois de anos e anos estudando e praticando no Rio de Janeiro, formou-se e se especializou ao longo da década 50 e parte dos anos 60, participando dos movimentos políticos e presenciando a conturbada transição da ditadura getulista para a democracia com a eleição do próprio Vargas, num processo tenso que levaria o presidente ao suicídio, a eleição de Juscelino Kubitschek, a eleição e renúncia de Jânio Quadros e que culminaria com o golpe de 1964 contra o Governo democrático de João Goulart.

O tamanho político de Jackson Lago comeeçou a se delinear quando ele assumiu abertamente duas posições: a combater a ditadura militar na linha do trabalhismo de Getúlio Vargas, aproximou-se de Jango e de Leonel Brizola, de quem se tornou amigo e parceiro. Incentivado por Neiva Moreira, então político de expressão nacional, mesmo no exílio, Jackson Lago se agigantou no cenário da política quando, liderado por Brizola, participou do célebre encontro de políticos trabalhistas de esquerda no exílio, em Lisboa (Portugal). Era um momento de crise na esquerda, com o fracasso da Terceira Internacional Socialista. A esquerda comunista, inspirada em Moscou, vinha perdendo terreno para a esquerda democrática, expressada no trabalhismo europeu e na socialdemocracia avançada pregada pelo líder alemão Willy Brant. Brizola, Jackson Lago, Neiva Moreira e Darcy Ribeiro optaram pela via moderada, impondo-se o compromisso de lutar para derrubar a ditadura no Brasil e, implantada uma nova ordem democrática, assumir o PTB e o legado político de Getúlio Vargas e João Goulart. E foi numa reunião em um café de Lisboa, no dia 17 de junho de 1979, que eles plantaram a semente do que viria a ser o PDT diante da manobra dos militares de negar-lhe o comando do PTB.

Enquanto não criou o seu partido, Jackson Lago militou no MDB, a grande frente de oposição ao regime militar. E por ele foi deputado estadual (75/79) e disputou a Prefeitura de São Luís em 1985 e perdeu para Gardênia Castelo (PDS). Seu primeiro grande salto político foi dado em 1988, quando rompeu com o governador Epitácio Cafeteira (PMDB), de quem era secretário de Saúde, para disputar, já pelo PDT, o comando de São Luís com o deputado Carlos Guterres (PMDB), candidato do Palácio dos Leões e com o aval do Palácio do Planalto, a quem impôs dura derrota. Venceu de novo a eleição para prefeito de São Luís em 1996 e se reelegeu em 2000. Renunciou em 2002 para disputar o Governo do Estado contra o governador José Reinaldo Tavares e perdeu, por conta de uma manobra protagonizada por Ricardo Murad, então no PSB. Mas seu prestígio reelegeu o prefeito Tadeu Palácio em turno único.

O maior momento político de Jackson Lago no Maranhão foi a derrota que ele impôs à então senadora Roseana Sarney (PMDB) na disputa para o Governo do Estado em 2006. O fez liderando uma frente que reuniu o então governador José Reinaldo Tavares e o ex-ministro STJ, Edison Vidigal. Além do forte impacto que causou no Maranhão, a vitória de Jackson, valorizada por derrotar a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), ganhou o mundo. Afinal, sua eleição desbancaria do poder o grupo liderado pelo então senador José Sarney, quebrando uma hegemonia eleitoral iniciada em 1982 com a eleição de Luis Rocha, depois de três governadores escolhidos pelos militares e avalizados por Sarney – Pedro Neiva, Nunes Freire e João Castelo. Foi uma virada política espetacular, mas a briga politica seguiu para o tapetão da Justiça Eleitoral e dois anos depois Jackson Lago, num movimento judicial iniciado em 2006 pelo então promotor eleitoral Juarez Medeiros e incorporado pelo grupo sarneysista, que denunciou o governador eleito por fraude eleitoral. Jackson Lago lutou uma luta desigual e caiu em 2009, por decisão do TSE, numa ação que seus aliados chamam até hoje de “golpe judicial” e os adversários garantem que foi legal.

Deputado estadual, três vezes prefeito de São Luís e governador do Maranhão, Jackson Lago foi um coerente implacável e não um radical como era visto por alguns. Nunca arredou um centímetro da luta política contra o sarneysismo, usando sempre um discurso duro, mas recheado de coerência. E politicamente indiscutível. Mas isso não o impediu de, como prefeito de São Luís, conviver muito bem com o então governador João Alberto (PMDB) e no segundo mandato de prefeito dialogar institucional e politicamente com a então governadora Roseana Sarney, que o apoiou na corrida para o segundo mandato de prefeito, mas sem o compromisso do toma-lá-dá-cá. Quando governador, manteve o discurso contra os adversários sarneysistas, mas seu foco mesmo foi o projeto reformista que envolvia reforma agrária, supressão de privilégios e políticas prioritárias nas áreas de saúde e educação.

O líder do PDT voltaria a disputar o Governo em 2010, mas o fez muito doente devido à luta contra um câncer na próstata. Participou da campanha visivelmente debilitado, fazendo um esforço sobre-humano para parecer bem. Muitos amigos, aliados e até adversários criticaram a participação dele naquela que foi a sua última corrida ao voto, mas ele resistiu e foi em frente, como que se despedindo das lutas políticas. Jackson Lago faleceu no Hospital das Clínicas, em São Paulo, no dia 4 de abril de 20011, seis meses depois da maratona eleitoral. Poucos atos públicos ocorridos em São Luís se comparam à comoção popular diante da sua partida. Naquele momento, os maranhenses esqueceram as diferenças políticas e reverenciaram, de maneira comovente e respeitosa, um cidadão exemplar, um profissional competente e um líder político que fez da coerência e da honestidade de propósitos o seu principal legado.

É o Jackson Lago de uma cara, que os ludovicenses devem identificar nas imagens criadas pelo carnavalesco Léo Lima, que serão produzidas no desfile da Unidos de Fátima, no início da madrugada de segunda-feira sambódromo da Areinha, onde o Carnaval de São Luís vai mais uma vez fazer História.

Em tempo: a homenagem da Unidos de Fátima a Jackson Lago nasceu de um esforço da direção da escola, formada por Ribão D`Oludô (presidente), Djalma Rodrigues e Jeová França (diretores) e Léo Lima (carnavalesco). O entusiasmo dessa turma emocionou a viúva Clay Lago e alcançou e contagiou o PDT de ontem e de hoje.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Turma do Quinto também homenageia o seu ídolo

gabriel melonio 1A Turma do Quinto vai também homenagear um gigante, este da música: o cantor Gabriel Melônio. Nascido em Anajatuba, crescido como artista na Madre Deus, onde é um dos ídolos dos cultores da música e da cultura maranhenses. Melônio é uma das maiores expressões das mais recentes gerações de intérpretes, incluindo suas mais de duas décadas como puxador de samba oficial da escola da Madre Deus, que agora retribui a força que dele vem recebendo há décadas. O enredo que vai retratar o artista na avenida é “Anjo Gabriel”. Dono de uma voz doce e refinada, educada por anos de uso correto, Gabriel Melônio é um curinga que consegue incluir diferentes gêneros no seu repertório. É, por essa e outras virtudes – inclusive na condição de ser humano – é um desses fenômenos culturais raros, mas que não nasceu da improvisação. Ainda criança e desde cedo demonstrou inclinação pela música, deixando claro o rumo profissional que seguiria. Começou a cantar profissionalmente há mais de cinco décadas, depois de participar de um concurso de calouros na antiga Rádio Ribamar. Desde então, cresceu profissionalmente, aperfeiçoando o seu canto e participou de inúmeros projetos, como shows, discos e espetáculos musicais. O mais longevo deles é sua intepretação das canções conhecidas pela voz magistral de Elis Regina, em quem sempre se inspirou como intérprete que ele apresenta anualmente, tornando-o um dos shows mais vistos em São Luís e outros centros culturais. Gabriel Melônio fez parte, nos anos 70, do Grupo RTA – Regional Tocada a Álcool e, em seguida, foi convidado para a Turma do Quinto para ser o seu ori9ncipal puxador de samba, convite que aceitou festejando. Já em 1986, participou do Projeto Pixinguinha, onde cantou ao lado de Jerry Adriane, Leila Pinheiro e Elba Ramalho. No início dos anos 90, cantou na grande festa ao ar livre que marcou a visita do Papa João Paulo II a São Luís. Ao homenagear Gabriel Melônio, a Turma do Quinto homenageia também todos os cantores da geração do Anjo Gabriel, e das mais recentes, como Inácio, Cláudio, Papete e muítos outros, além de gigantes da música popular cujas – todas primas – como César Teixeira, José Pereira Godão e Botão, e ainda a si própria, já que Gabriel é a própria imagem da escola madredivina, e à qual já deu muitos títulos como intérprete de alguns dos sambas mais geniais levados para a avenida nas ultimas três décadas. Homenagem mais que justa.

 

São Luís, 6 de Fevereiro de 2016.

 

 

Disputa entre aliados poderá criar problemas para o governador na corrida às Prefeituras

 

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PCdoB pode lançar Marco Aurélio ou Cleyton Noleto contra Rosângela Curado (PDT)

Duas situações envolvendo partidos que apoiam o governador Flávio Dino podem resultar em tensões e até desgaste para a base governista, ao mesmo tempo em que traduzem a estratégia do chefe do Executivo de não interferir nas articulações partidárias, ainda que partidos que apoiam vão para o embate entre si. O governador já disse que não se envolverá onde partidos aliados estiverem em campos adversários. É o caso, por exemplo, da disputa para a Prefeitura de São Luís, que terá o prefeito Edivaldo Jr. (PDT) e a deputada federal Eliziane Gama (Rede) em campos adversários, numa guerra que pode envolver outros aliados do governo, como o deputado estadual Bira do Pindaré como candidato do PSB e o deputado federal João Castelo (PSDB).

Não será surpresa se o PCdoB vier a lançar o deputado Marco Aurélio ou o secretário de Estado de Infraestrutura, Cleyton Noleto, como candidato a prefeito de Imperatriz. Alguns observadores estão cometendo o equívoco de achar que o Palácio dos Leões vai “segurar” uma candidatura do PCdoB e levar o partido a apoiar a candidata do PDT, Rosângela Curado. Isso porque, ao contrário da Capital, está claro que o governador Flávio Dino (PCdoB) deverá apoiar o candidato do PDT, prefeito Edivaldo Jr., tendo seu partido como integrante destacado da aliança. É ululante que o governador não nutre qualquer simpatia pela candidata do PDT em Imperatriz. Mais do que isso, pesquisas que aterrissaram na mesa principal do Palácio dos Leões indicariam claramente a viabilidade de um candidato do PCdoB, podendo o comando partidário de se dar o luxo de escolher entre Marco Aurélio e Cleyton  Noleto.

Em princípio, por atender a um pedido do governador para continuar no cargo, onde avalia que faz um bom trabalho, o mundo político tocantino achou que Noleto estaria definitivamente fora do páreo. Mas não é bem assim, pois dentro do PCdoB muitos acreditam na candidatura do secretário. O mesmo acontece com o deputado Marco Aurélio, que não se declara candidato, mas não nega enfaticamente quando alguém o aponta como tal. O fato é que, para observadores que conhecem bem o cenário de Imperatriz, a situação é a seguinte: caso o ex-prefeito Ildon Marques não possa ser candidato – o que é provável, até por pressão da família – e como o  prefeito Sebastião Madeira (PSDB) parece não ter um nome viável, a grande guerra pela Prefeitura de Imperatriz será travada entre a candidata do PDT e o candidato do PCdoB, seja ele Cleyton Noleto u Marco Aurélio.

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Rochinha vai enfrentar Doutor Erik (PDT) e Chico Coelho (PMDB)

Se em Imperatriz o PCdoB poderá enfrentar o PDT, seu principal aliado na base governista, em Balsas, os dois se unirão contra o candidato do PSB, prefeito Luiz Rocha Filho, que pleiteia a reeleição com o apoio incondicional do seu irmão, o senador Roberto Rocha, um dos chefes do partido no Maranhão. O PDT vai lançar, com o apoio do PCdoB, a candidatura do médico Doutor Erik , que perdeu a disputa de 2012 com Rochinha por 125 votos e até aqui apontado como o mais forte adversário do prefeito Rocha Filho, numa disputa em que o desfecho dependerá do desempenho do ex-prefeito e para muitos líder na corrida Chico Coelho.

Se a aliança PDT/PCdoB se confirmar em Balsas, ela produzirá reflexos em vários municípios, a começar por São Luís, com a candidatura do próprio senador Roberto Rocha a prefeito ou o lançamento de um candidato contra Edivaldo Jr., que pode ser o deputado licenciado Bira do Pindaré. O fato é que o senador Roberto Rocha já teria dito que não vai tolerar a união do PDT – que em Balsas é controlado por Márcio Honaiser, secretário de Estado de Agricultura – com o PCdoB do governador Flávio Dino, e comandado pelo influente secretário de Articulação Política e Comunicação, Márcio Jerry.

O governador Flávio Dino terá de usar toda a sua habilidade para evitar enfrentamentos que possam arranhar seriamente a base política do seu governo.

 

São Luís, 05 de Fevereiro de 2016.