Flávio Dino prepara “Caravana” itinerante para estreitar laços com comunidades e consolidar relações políticas

 

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Flávio Dino vai comandar itinerância por municípios

Depois de consolidar o Governo, dando-lhe uma cara e uma linha de ação administrativa por meio da gestão da máquina pública e de programas efetivos em praticamente todas as suas áreas de atividade, os já conhecidos “Mais…”, o governador Flávio Dino (PCdoB) chega ao 27º mês de mandato acelerando suas ações assistenciais e, ao mesmo tempo, avançando nas relações com Prefeituras, e dando a esses movimentos dando um verniz mais político. O grande passo nesse sentido será dado com a “Caravana Governo de Todos”, uma versão atualizada, e ao que parece mais ousada, de “governo itinerante”, usado de diferentes formas e maneiras pelos governadores das últimas quatro décadas. “Este é um passo a mais, é a etapa convergente de todo o Governo, envolvendo Secretarias de Estado, para dialogar com as lideranças comunitárias, prefeitos, vereadores, entidades da sociedade civil e a população em geral, levando serviços, inaugurando obras, bem como dando ordens de serviço para novas obras e identificando novas demandas. Esta experiência – o piloto – significou um grande acerto do Governo e teve total aprovação da população”, avalia o secretário de Comunicação Social e Assuntos Políticos (Secap), Márcio Jerry, a quem o governador Flávio Dino entregou a tarefa de organizar e coordenar a primeira edição da “Caravana”, realizada nos dias 17 e 18 em Palmeirândia, Bacurituba e São Vicente Férrer.

A edição experimental reuniu um grupo de secretários – entre eles o de Comunicação Social e Assuntos Políticos e o chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares -, animou os três municípios, cujas populações foram contempladas com ações as mais diversas, como serviços dentários e consultas médicas, orientações em saúde coletiva, emissão de documentos por uma unidade do Viva, eventos de incentivo cultural e esportivo, orientação para pequenos produtores e ouvidoria. Nos cálculos do secretário, em dois dias foram realizados mais de 40 mil atendimentos nos três municípios, com a participação das Prefeituras, que ganharam unidades de Centros de Referência em Assistência Social (CRAs), e um deles, São Vicente Férrer, ganhou uma escola nova, prometida em 2009 e só agora saída do papel. O Governo avalia que foi possível dialogar com as prefeituras para ações conjuntas visando sobretudo melhorar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), abrindo também caminho para atender às duas demandas mais frequentes: asfalto e saúde. Da sua parte, o Governo intensificará também o programa “Água Para Todos”, de modo a que ele alcance todas as regiões do estado até o final deste ano. O governador Flávio Dino só participará das “Caravanas” a partir de abril, quando o modelo estiver azeitado, e a programação, definida.

A itinerância não é uma novidade no Maranhão. Essa ação de Governo foi colocada em prática por quase todos os governadores maranhenses da década de 1980 para cá. Todos deram o seu toque pessoal no formato e nas ações, de modo que nenhum pareceu com outro, e ninguém foi acusado de plágio. O governador João Castelo usou as incursões ao interior mais para inspecionar e inaugurar obras físicas, que foram muitas na sua gestão. O governador Luiz Rocha comandou inúmeras ações itinerantes, também para inaugurar obras, com o diferencial prosaico de que levava a tiracolo a banda de música da Polícia Militar, o que imprimia, primeiro, um ar solene na sua chegada, e depois um clima de festa. Epitácio Cafeteira foi fundo na itinerância, instalando o Governo nos municípios escolhidos e tomando decisões por meio de despachos com secretários. Edison Lobão fez pouca itinerância, mas as edições feitas foram robustas, com muitas ações. Roseana Sarney foi quem mais usou a estratégia, levando o Governo a quase todos os municípios nos mais de 13 anos de mandato. José Reinaldo realizou alguns governos itinerantes, enquanto Jackson Lago foi derrubado do cargo quando preparava uma ampla programação itinerante.

A julgar pelo piloto montado em Palmeirândia, Bacurituba e São Vicente Férrer, o projeto de itinerância do governador Flávio Dino é bem mais abrangente do que todas as versões realizadas por seus antecessores. A fórmula é a mesma, mas a grade de serviços é mais ampla e diversificada. O governador quer dar um viés político para essa iniciativa, vista como um bom caminho para estreitar os laços com as comunidades e, claro, as lideranças políticas, a começar pelos prefeitos, que chegaram há pouco tempo e têm todo interesse em construir e manter um produtivo relacionamento com o Palácio dos Leões. A “Caravana Governo de Todos” é, portanto, um passo importante na determinação do governador Flávio Dino de ampliar e consolidar a presença do seu Governo em todas as regiões do estado, livrando-se assim da acusação de fazer uma gestão seletiva, e se credenciando para encarar as massas e pedir votos em 2018. Aí está a explicação para a informação do secretário de Comunicação Social e Assuntos Políticos de que a meta é levar garantir a passagem da “Caravana Governo de Todos” em todos os  municípios até dezembro.

PONTO & CONTRAPONTO

Roseana quebra silêncio e “ameaça” ser candidata

17/01/2013. Crédito: Honório Moreira/OIMP/D.A Press. Brasil. São Luis - MA. Governadora Roseana Sarney, lança programação do Carnaval 2013, durante coletiva á imprensa.
Roseana Sarney admite ser candidata  ao Governo se for “provocada”

Um dia depois de o ministro Sarney Filho dizer que ela está “entusiasmada” com a possibilidade de vir a ser candidata ao Governo do Estado, a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) finalmente quebrou o silêncio e revelou seu estado de ânimo em relação a entrar ou não na corrida sucessória do ano que vem. Numa entrevista ao jornalista Raimundo Borges, de O Imparcial, a líder maior do Grupo Sarney admitiu a possibilidade de entrar na corrida às urnas, mas, ao mesmo tempo, deixou clara uma forte dose de incerteza quanto a dar ou não esse passo. A certa altura, como que se sentindo pressionada pelos fatos, mandou um recado forte, mas sem precisar o destinatário: “Se me provocarem, posso resolver ser candidata ao Governo, pois sempre fui de luta e nunca temi enfrentamento político”. Ninguém duvida de que o recado foi endereçado ao Palácio dos Leões, onde o governador Flávio Dino se prepara para pleitear a reeleição.

Atualmente residindo em Brasília, conforme ela própria informou na conversa, a ex-governadora sinalizou com clareza que sua candidatura depende, primeiro, da tal provocação, e depois, das condições políticas nos próximos tempos. E provocada pelo jornalista Raimundo Borges, sobre o porquê da dúvida sobre candidatar-se ou não, Roseana Sarney deu uma resposta quase enigmática: “Olha, não sei ainda. A gente nunca sabe sobre uma situação dessas. Ainda tem muito tempo. Mas estou no aguardo dos acontecimentos. A situação está complicada em toda parte e não se pode precipitar as coisas”.

Quando fala em aguardar os acontecimentos, a ex-governadora remete para uma série de possibilidades. A primeira delas é o futuro do Governo Michel Temer – vai cair degolado pela Justiça Eleitoral ou sobreviverá? Em caso positivo, como andará o PMDB em direção às urnas, vai de candidato próprio a presidente ou embalará a candidatura de um candidato do PSDB numa grande aliança juntando o centro e a direita? A economia, agora sob a responsabilidade da aliança PMDB-PSDB, vai estar em franca recuperação? E mais: Se Lula for candidato a presidente, entrará pesado a favor de Flávio Dino na disputa maranhense, e provavelmente jogando duro contra a candidatura dela, que lhe virou as costas. Ou seja, as condições necessárias para definir sua candidatura ao Governo do Estado num embate direto com o governador Flávio Dino envolvem uma série de definições do quadro político nacional.

Roseana Sarney sabe que no seu caso ser candidata é uma decisão pessoal, solitária, pois não existe qualquer “porém” ou óbice no âmbito partidário, pois toda a teia de partidos sob sua influência, que ainda se ressente da derrota de 2014, encontra-se carente de uma definição, aguardando apenas a sua decisão para sair a campo propagando a sua candidatura. Com relação à ainda faltar muito tempo para a disputa, a ex-governadora sabe sua candidatura independe de tempo. E sobre a “situação estar complicada em toda parte”, a frase diz muito e não diz nada ao mesmo tempo, porque ela não depende de a situação do país, por exemplo, estar melhor ou pior para disputar o Governo do Maranhão.

Mais adiante, numa conversa mais aberta e sem frases enigmáticas, Roseana Sarney faz um comentário que pode ser interpretado como realista, mas com um toque revelador e perigoso de excesso de confiança: “Sinto que há muitas pessoas falando mal do Governo atual, mas não é só isso, porque falavam mal também do meu. É que percebo também que eles estão com medo de disputar comigo. Com medo de mim”. Quando do fala “eles”, a ex-governadora inclui também outros adversários na disputa além do governador Flávio Dino, como o senador Roberto Rocha (PSB).

Mesmo com frases de efeito e muitas dúvidas quanto a ser ou não candidata, a manifestação da ex-governadora Roseana Sarney mexe com o cenário sucessório ainda em construção, pois mostram que ela está politicamente de pé pode, sim, ser candidata.

Lava Jato: Lobão outra vez citado, mas de novo sem provas
BRASêLIA, DF - 09.02.2010: ENTREVISTA/EDISON LOBÌO/DF - O ministro de Minas e Energia, Edison Lob‹o, d‡ entrevista para falar sobre a pol’tica de minera‹o do governo federal, nesta tera-feira. (Foto: Alan Marques/Folha Imagem)
Edison Lobão: de novo citado em delação premiada, mas sem provas concretas

O senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB) voltou ao noticiário da Operação Lava Jato, agora citado pelo ex-presidente da Odebrecht, Benedito Jr., cujo depoimento vazou escandalosamente, jogando mais uma vez no lixo o instituto do “Segredo de Justiça”.  Ele disse que quando assumiu o comando das operações da empresa na construção da usina de Belo Monte o esquema de desvio de dinheiro sujo para políticos já havia sido acertado e que apenas “ouviu falar” que o senador pemedebista seria um dos beneficiários. Não apresentou prova, não soube detalhar o que ouvira, não ouviu outras referências ao senador e não soube acrescentar nada ao que dissera. Ou seja, como nas outras acusações, o senador Edison Lobão foi apenas citado em informação de terceiro, sem nada de concreto para ligá-lo efetivamente à roubalheira que ocorreu em Belo Monte – desvio de mais de R$ 500 milhões para o caixa do PMDB e outros destinos, segundo apurou a força-tarefa do Ministério Público. As informações sobre o depoimento do ex-chefão da Odebrecht foram publicadas no jornal O Estado de S. Paulo, edição de ontem (sábado, 25), na qual o advogado do senador, o badalado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, bate forte no vazamento e, mais ainda, na acusação ao seu cliente. Sobre o vazamento do depoimento do ex-executivo-chefe da empreiteira, que estava sob “Segredo de Justiça” e foi divulgado pelo blog O Alienista, disse tratar-se de um ato “criminoso”, “ilegal” e “imoral”. E quanto à denúncia contra Edison Lobão, disse não acreditar que “uma delação vai levar à sério uma informação de ouvi dizer”. Essa situação esdrúxula não retira o senador da linha de tiro do MPE, mas não há como negar que o ex-ministro de Minas e Energia tem a seu favor a possibilidade de ser riscado da “Lista do Janot” por absoluta falta de provas, tecla na qual vem batendo com insistência o advogado  Kakay.

São Luís, 26 de Março de 2017.

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