Dizimada nas urnas e sem vozes influentes, direita maranhense não reage à inelegibilidade de Bolsonaro

Foto 1: Roberto Rocha, aliado de Jair Bolsonaro não se
manifestou. Foto 2: Josimar de Maranhãozinho e seu
grupo na base do presidente Lula da Silva

Inexpressiva no auge do poder do bolsonarismo, a fatia da direita maranhense identificada com o extremismo golpista do bolsonarismo mergulhou ainda mais ontem, depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou inelegível, por oito anos, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por crimes contra o sistema eleitoral brasileiro. Principal porta-voz dessa corrente, o ex-senador Roberto Rocha (PTB), manteve silêncio sobre a decisão, o mesmo acontecendo com outras vozes bolsonaristas assumidas, como o deputado federal Aluísio Mendes (Republicanos), que foi vice-líder do Governo Bolsonaro no Congresso Nacional, e do ex-deputado federal Edilázio Jr. (PSD), partidário ostensivo das posições e movimentos do então presidente da República. Na mesma linha, se comportou o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, que ficou em segundo lugar na disputa pelo Governo do Estado, e que se posicionou como apoiador do presidente Jair Bolsonaro, permaneceu em silêncio, ontem. O mesmo aconteceu com a deputada estadual Mical Damasceno (PSD), ultradireitista alinhada ao bolsonarismo.

Algumas vozes da direita radical ligadas a movimentos sociais, que chegaram a apoiar acampamento ilegal no João Paulo, incentivando as instituições militares a dar um golpe de estado e fechar a suprema corte Justiça do País, também fizeram de conta de que não tomaram conhecimento da decisão do TSE. Ninguém se manifestou em favor do ex-presidente fora das redes sociais bolsonaristas, que é um mundo fechado. Por outro lado, a fatia da direita menos conservadora e mais pragmática, que não mais vê o bolsonarismo como caminho político de futuro, caminha célere afastando-se do ex-presidente e migrando para a base do Governo do presidente Lula da Silva (PT), decidida a não mergulhar no ostracismo em nome de uma causa que já vê perdida.

Quinta-feira, enquanto Jair Bolsonaro perdia o direito de ser votado em quatro eleições por causa dos seus atos, e o presidente nacional do partido dele, Waldemar Costa Neto, curtia os cassinos de Las Vegas, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que comanda o PL no Maranhão, a mulher dele, a deputada federal Detinha (PL), e os deputados federais Júnior Lourenço e Pastor Gildenemyr – este integrante da bancada evangélica -, ambos do PL, estiveram com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para negociar o apoio do grupo ao Governo Lula da Silva. O deputado Josivaldo JP (PSD), que sempre se declarou aliado entusiasmado do Governo Bolsonaro, mergulhou ontem na mais absoluta cautela, como quem manda um recado público silencioso dizendo que, se não saiu ainda de vez da malha bolsonarista, encontra-se estudando a maneira mais efetiva de dizer que nada tem a ver com isso.

Nesse contexto, existe um nicho de direita conservadora sendo construído no Maranhão, com foco de nascença na Assembleia Legislativa, na voz do deputado Yglésio Moises, que na política via PDT – partido que patrocinou a ação que resultou na inelegibilidade de Jair Bolsonaro. Atualmente no PSB, de onde tenta sair sem perder o mandato, ele é hoje um partidário do bolsonarismo e um propagador dos ideais da direita. Já criticou o julgamento do ex-presidente pelo TSE, não enxergando nada de anormal na reunião do então presidente Jair Bolsonaro com os embaixadores. Até o seu fechamento, a Coluna não localizou nenhuma manifestação do deputado neobolsonarista sobre o desfecho do julgamento que deixou o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível até 2030.

O fato é que, se já era fraco no Maranhão, onde foi rejeitado nas urnas, tendo sido trucidado nas duas últimas eleições gerais, o bolsonarismo tende a desaparecer como organização política ativa. Isso porque a direita, incluindo sua banda mais liberal e o seu nicho mais conservador, vai tentar sobreviver procurando alternativa que represente seus ideais na corrida presidencial e para o Governo do Estado em 2026, já devendo fazer essas escolhas nas eleições municipais do ano que vem.

PONTO & CONTRAPOPNTO

Dino reage à inelegibilidade de Bolsonaro com postura de ministro da Justiça

Flávio Dino: inelegibilidade de Jair Bolsonaro deixa lições de como não se deve agir na política

Adversário figadal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em quem enxerga a presença do fascismo na política brasileira, Flávio Dino manteve sua postura de ministro da Justiça e Segurança Pública ao se manifestar em dois posts nas suas redes sociais sobre a decisão do TSE de tornar inelegível o ex-chefe da Nação.

No primeiro, ele escreveu o seguinte:

“Do julgamento do TSE emanam importantes mensagens:

1 mentir não é uma ferramenta legítima para o exercício de uma função pública

2 Política não é regida pela “lei da selva”, em que o mais forte pode tudo.

A democracia venceu o mais duro teste de estresse das últimas décadas”.

No segundo, o ministro da Justiça e Segurança Pública anunciou:

“Decisão do TSE prova a perpetração de ataques abusivos ao Sistema de Justiça e à ordem jurídica. Por isso, enviarei requerimento à AGU visando análise de ação de indenização pelos danos causados ao Poder Judiciário da União e à sociedade em face da conduta do Sr. Bolsonaro”.

Nada fora das “quatro linhas”.

Deputado vê ministro empenhado em melhorar a conectividade no Maranhão

Neto Evangelista vê Juscelino Filho atuando
para melhorar conectividade no Maranhão

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, está empenhado em tornar melhor a conectividade no Maranhão, assim como pretende interligar o estado por meio de um sistema de conexão de melhor qualidade no estado. Para tanto, estaria o ministro dialogando com o governador Carlos Brandão (PSB), para que esse projeto de ampliação da conectividade no estado seja realmente efetivado.

Esse cenário envolvendo ações do ministro Juscelino Filho foi desenhado verbalmente pelo deputado Neto Evangelista (União Brasil). Ele destacou a atuação do ministro das Comunicações, avaliando que Juscelino Filho tem mantido diálogo com o governador Carlos Brandão para proporcionar conectividade de qualidade no Maranhão.

Neto Evangelista deu também uma boa notícia. Segundo ele, no plano nacional o ministro Juscelino Filho tem trabalhado muito na busca de parcerias nacionais e internacionais para solucionar problemas de conexão no Brasil. 

“O ministro Juscelino Filho está em viagem internacional representado o Governo Federal para entender o funcionamento da internet universalizada em países desenvolvidos, com o objetivo de trazer essa experiência ao Brasil, por determinação do presidente Lula”, declarou o deputado Neto Evangelista. Ele acrescentou que o diálogo do ministro com o governador Carlos Brandão inclui também implantar internet por fibra óptica no Maranhão.   

Certo de que o Maranhão será contemplado com uma internet de qualidade, o deputado Neto Evangelista explicou: “É para conectar sistemas de saúde, educação e segurança pública. É para criar conexão direta entre as pessoas e em todo um sistema no país. Juscelino Filho tem avançado e buscado informações fora do Brasil, além de olhar com carinho para o nosso estado”.

Em Tempo: Na semana passada, a Coluna registrou o fato de o ministro das Comunicações haver marcado presença na visita de vários ministros ao Maranhão, feitas em curtos intervalos de tempo.

São Luís, 01 de Julho de 2023.

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