Algo muito estranho está contaminando e, ao mesmo tempo, complicando a corrida para o Senado Federal no Maranhão: grande parte dos candidatos a deputado estadual e a deputado federal está ignorando, na sua propaganda em papel e em vídeo, o fato de que são duas, e não uma, as vagas que estão em disputa para o Senado da República. E essa “indiferença” em relação ao segundo candidato vem criando uma situação esdrúxula, pois passa ao eleitor desavisado a impressão de que só existe uma vaga para o Senado. A distorção está acontecendo em todas as coligações, causando, se não uma confusão, um clima de desinformação generalizada que, se não for esclarecido urgentemente, em larga escala, e com muita ênfase, pode levar a uma distorção perigosa o suficiente para comprometer a representatividade dos eleitos.
Candidatos a deputado estadual e a deputado federal estão fazendo dobradinha com apenas um candidato a senador nas coligações lideradas pelo governador Flávio Dino (PCdoB), pela ex-governadora Roseana Sarney (MDB), e pelo senador Roberto Rocha (PSDB). Apenas os candidatos proporcionais das coligações que têm à frente Maura Jorge (PSL) – com um candidato apenas, Samuel Campelo (PRTB) – e Odívio Neto (PSOL-PCB), e o PSTU de Ramon Zapata estão “vendendo” seus nomes ao Senado em duplas, como parece ser mais lógico em se tratando de aliança partidária.
“Sou Fábio Macedo e meu candidato ao Senado é Weverton Rocha”, declara enfaticamente o deputado estadual Fábio Macedo (PDT), em busca da reeleição, deixando no ar grande dúvida: ele apoia mesmo só um candidato a senador? Qual sua posição em relação à outra vaga, que tem a deputada federal Eliziane Gama (PPS), da sua coligação, como candidata? Outro exemplo: a deputada federal Luana Costa (PSC), que pertence à coligação “O Maranhão quer mais”, não faz qualquer referência aos candidatos ao Senado, senador Edison Lobão (MDB) e Sarney Filho (PV). O mesmo ocorre com o empresário e ex-prefeito de Imperatriz, Ildon Marques, que não estampa no seu material de campanha o nome de seus candidatos ao Senado nem o nome do candidato a governador. Há também inúmeros casos como o que envolve deputado federal André Fufuca (PP), da coligação “Maranhão de Todos”, que vota com Weverton Rocha e declarou apoio ao candidato Sarney Filho para a outra vaga. Em outro viés, Márcio Jerry (PCdoB), candidato a deputado federal, exibe na sua propaganda impressa os dois candidatos senatoriais da sua coligação, Weverton Rocha e Eliziane Gama. O mesmo está fazendo no seu material de propaganda o deputado presidente da Assembleia Legislativa Othelino Neto (PCdoB), que informa com clareza que tem dois candidatos a senador, Weverton Rocha e Eliziane Gama.
Essa omissão está sendo ostensiva em relação aos candidatos ao Senado e chega a ser agressiva, atingindo os próprios candidatos, porque nas suas propagandas não indicam os nomes dos colegas de coligação para a outra vaga. Assim: Sarney Filho (PV) não inclui Edison Lobão (MDB) na sua propaganda e vice-versa; Weberton Rocha faz campanha isolado de Eliziane Gama, que faz o mesmo em relação a ele; e José Reinaldo (PSDB) ignora totalmente o colega de partido Alexandre Almeida (PSDB), que também faz de conta que ele não existe para a outra vaga. Nessa peleja marcada pelo “cada um por si e Deus por todos”, a campanha transcorre esquisita, com certo ar de confusão, como se não houvesse duas vagas no Senado.
A situação de agora é bem diferente de 2010, por exemplo, quando os hoje senadores Edison Lobão e João Alberto formaram uma chapa compacta, de aliança, e venceram a eleição para as duas vagas no Senado sem necessidade de um correr para um lado e outro para outro, como se fossem concorrentes para uma única vaga, sem nem de longe produzir o clima de confusão como a disputa de agora. Trata-se de um cenário.
PONTO & CONTRAPONTO
Pesquisa mostra uma disputa dura pelas vagas no Senado
A pesquisa DataIlha/Difusora encontrou um cenário que reforça mais ainda a impressão de que a corrida ao Senado encontra-se intrincada com os quatro candidatos mais bem posicionados na preferência do eleitorado no mesmo patamar, ligados pela margem de erro, que é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
Eliziane Gama surpreende com 10,01% das intenções de voto, à frente de Edison Lobão (MDB) com 9,40%, Sarney Filho (PV) com 9,23% e Weverton Rocha (PDT) com 7,51%. Os quatro candidatos estão rigorosamente no mesmo patamar, sendo absolutamente impossível prevê um desfecho neste momento.
Esse grupo é formado exatamente pelos candidatos que reúnem cacife político e eleitoral. Eliziane Gama, por exemplo, ganhou ânimo novo depois que o governador Flávio Dino declarou que ela, sim, é a “guerreira” do Maranhão. O senador Edison Lobão é um “ás” da política, que sabe o que faz quando sua posição de liderança é ameaçada. Sarney Filho vai se movimentando para não permitir que Weverton Rocha chegue de vez, o que é um problema, porque o pedetista é arrojado e está disposto a jogar tudo para se eleger e conta com o apoio integral do governador Flávio Dino. E é exatamente esse poder de fogo que cada um tem que alimenta ba saudável guerra pelo voto.
No grupo que vem em seguida está assim formado, segundo a pesquisa: José Reinaldo (PSDB) com 5,60%, Alexandre Almeida (PSDB) com 1,13%, Preta Lú (PSTU) com 0,39%, Samuel Campelo (PSL) e Saulo Pinto (PSOL) com 0,22%, Iêgo Brunno (PCB) com 0,20%, e Saulo Arcangeli (PSTU) com 0,5%. Brancos e nulos somaram 17,57%.
Números do DataIlha e da Econométrica sobre corrida sucessória batem
É quase uma regra nas campanhas eleitorais no Maranhão: as pesquisas são sempre desacreditadas por candidatos que estão perdendo e, claro, valorizadas ao extremo pelos que as lideram. O que ocorre no Maranhão neste momento é a confirmação desse jogo. Daí ser interessante a comparação dos números das duas pesquisas mais recentes sobre a corrida ao Palácio dos Leões, feitas pelos institutos DataIlha e Econométrica. Os percentuais de intenção de voto são praticamente iguais, confirmando a tendência já consolidada desde a pré-campanha.
Na pesquisa DataIlha/TV Difusora, o governador Flávio Dino (PCdoB) lidera com 60,47% dos votos válidos contra 30,08% de Roseana Sarney (MDB). Roberto Rocha (PSDB) aparece com 4,4%, Maura Jorge (PSL) com 3,56% e Ramon Zapata (PSTU) com 0,6% e Odívio Neto (PSOL) com 0,2%. A votação nominal encontrou 18,65% de nulos, brancos e indecisos.
A pesquisa Econométrica/TV Guará, divulgada na semana passada, encontrou o governador Flávio Dino com 60% dos votos válidos contra 32% da ex-governadora Roseana Sarney, seguida do senador Roberto Rocha com 4,2%, de Maura Jorge com 2,4%, Ramon Zapata e Odívio Neto somados não foram além de 1%. O levantamento da Econométrica encontrou 11,5% de brancos, nulos e indecisos.
Outras pesquisas recentes, como a do Ibope e a do instituto Exata encontraram números próximos, que poderiam se alinhar pela margem de erro, via de regra de três pontos percentuais para mais e para menos. Ou seja, se tais institutos não estiverem cometendo um erro coletivo monumental, o governador Flávio Dino caminha firme para a reeleição, tendência que só poderá ser revertida com surgimentos de fatos excepcionais durante a campanha, o que é improvável que aconteça.
São Luís, 03 de Setembro de 2018.
Meu nobre Jornalista Ribamar Corrêa, eu tenho a absoluta certeza de que os dois senadores que serão eleitos para nós representar no senado Federal serão a Elisiane Gama e o Weverton Rocha!!!
Agora quanto aos dois representantes do grupo político do Zé Sarney, esses não terão a menor chance de se elegerem, principalmente o Senador “Esquálido” e “Senador Vareta”. Já o outro, o Zequinha Sarney vai ficar a ver navios e no ostracismo.