Arquivos mensais: setembro 2025

Washington Oliveira acha que intervenção de Lula pode recompor aliança no Maranhão

Washington Oliveira acredita que Lula da Silva pode
reaproximar Carlos Brandão de Felipe Camarão

O braço maranhense do PT ainda não tem uma posição definida em relação à sucessão no Governo do Estado. Isso ficou mais claro com as recentes do ex-vice-governador, ex-conselheiro do TCE, ex-deputado federal e atual secretário do Governo do Maranhão em Brasília Washington Oliveira, líder de uma das correntes mais fortes do petismo no estado. Ele admite o vice-governador Felipe Camarão (PT) como pré-candidato do partido ao Palácio dos Leões, mas admite também que o partido ainda não está inteiramente alinhado a esse projeto, aguardando a intervenção direta do presidente Lula da Silva (PT) para definir seu rumo. Washington Oliveira, cujo grupo se mantém alinhado ao governador Carlos Brandão (PSB), defende um “diálogo amplo”, de modo a buscar um entendimento que una o PT para as eleições do ano que vem em todos os níveis.

A crise na base governista, com o afastamento do vice-governador Felipe Camarão e do grupo dinista da aliança liderada pelo governador Carlos Brandão deflagrou uma série de reviravoltas que resultou na decisão do mandatário maranhense de permanecer no cargo até o final do mandato, lançando seu sobrinho, Orleans Brandão (MDB), como candidato à sua sucessão. Ao mesmo tempo em que implicou na implosão da sua candidatura ao Senado e, portanto, candidato a “sem mandato” a partir de janeiro de 2026, o movimento do governador foi também um golpe fatal num projeto por meio do qual ele seria candidato a senador e Felipe Camarão governador e candidato à reeleição.

Nesse contexto, se não acontecer até no final do ano, a intervenção do presidente Lula da Silva poderá ser inócua, uma vez que as relações entre o governador Carlos Brandão e o grupo dinista, que é a base política do vice-governador Felipe Camarão, estão se deteriorando rapidamente, tendo chegado a um ponto que, para muitos observadores, já não tem volta. Dentro do PT, a preocupação dominante é reforçar o projeto nacional de eleger o maior número possível de deputados federais e senadores, do partido ou aliados, que possam fortalecer um eventual quarto Governo do presidente Lula da Silva, que vem consolidando a sua condição de favorito para a disputa presidencial do ano que vem.

O governador Carlos Brandão sabe que cedo ou tarde, na busca de um palanque unido em torno do seu projeto de reeleição, o presidente Lula da Silva o chamará para uma conversa sobre 2026 no Maranhão, colocando as pré-candidaturas do petista Felipe Camarão e do emedebista Orleans Brandão na mesa. O problema é saber quem estará disposto a ceder, porque é difícil enxergar meio termo nesse cenário. O presidente Lula da Silva vai tirar Felipe Camarão do páreo e apoiar para apoiar Orleans Brandão com o governador Carlos Brandão no cargo? O governador Carlos Brandão vai deixar o Governo para se candidatar ao Senado, abrindo caminho para Felipe Camarão se tornar governador e se candidatar à reeleição e mandando Orleans Brandão para a Câmara Federal? Não há qualquer brecha de previsibilidade nessa conversa, cujo desfecho vai impactar o Maranhão, seja ele qual for.

Experiente nesse jogo – chegou a vice-governador da emedebista Roseana Sarney numa negociação desse porte -, Washington Oliveira avalia que o pré-candidato Felipe Camarão precisa ser lastreado por alianças em torno do seu nome, argumentando que esse processo deve ser comandado pelo governador Carlos Brandão. “O Diretório estadual ainda espera que o presidente Lula chame tanto o Brandão quanto o Camarão para juntos construírem uma saída onde todos possam ganhar”, revela o escolado ex-vice-governador. Na sua leitura, “o Brandão, como todo governador, quer fazer o sucessor. O Camarão quer ser governador. E o PT precisa eleger senadores e deputados federais (petistas ou aliados)”.

Em suma, embora não fale em nome de todo o braço maranhense do PT, Washington Oliveira tem cacife para fazer as declarações que fez sobre os rumos do seu partido e o futuro da candidatura de Felipe Camarão.  

PONTO & CONTRAPONTO

Na contramão do Inop, DataIlha encontra Braide disparado na liderança e Bonfim, Camarão e Brandão empatados

DataIlha mostrou Eduardo Braide na liderança e
Lahesio Bonfim, Felipe Camarão e Orleans Brandão
empatados, dentro da margem de erro

A pesquisa Inop, divulgada no dia 25, mexeu com os brios do Palácio de La Ravardière, ao apontar o secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), na liderança com 35,68% das intenções de voto, e o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), com 33,04%, ficando pela primeira vez em segundo lugar, na corrida ao Palácio dos Leões, com o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo), em terceiro com 13,09%, e o vice-governador Felipe Camarão (PT) em quarto com 8,79%.

A pesquisa DataIlha, divulgadas no dia seguinte (26), fez o contraponto, caindo como uma bomba no meio político, ao mostrar um cenário radicalmente oposto, com Eduardo Braide disparado na liderança com 36,8%, seguido de um triplo empate: Lahesio Bonfim com 14,3%, Felipe Camarão com 13,8% e Orleans Brandão com 12,07%.

Uma regra informal do Jornalismo reza que não se deve comparar pesquisas de intenção de voto de institutos diferentes, por conta de diferenças numéricas. Mas, como toda regra, essa tem suas exceções, e uma delas se dá quando as diferenças exibidas beiram ao absurdo, como é o caso do conflito de percentuais das pesquisas Inop e DataIlha.

Nada a questionar em relação ao prefeito Eduardo Braide, que pontifica equilibrado nas duas pesquisas. Lahesio Bonfim também aparece no mesmo patamar nos dois levantamentos. O quiproquó estatístico se dá nas posições de Orleans Brandão, que saiu do patamar de 20% nas últimas pesquisas, e saltou para 35% no levantamento do Inop, e horas depois aparece como o último colocado, com apenas 12%, nos dados do DataIlha. Já Felipe Camarão, que o Inop encontrou em quarto lugar como apenas 8%, aparece em terceiro no DataIlha com 13%.

As próximas pesquisas vão colocar as coisas nos seus devidos lugares.

Em Tempo: a pesquisa Datailha ouviu 2.081 eleitores em 43 municípios maranhenses no período de 18 a 21 de setembro de 2025 e tem margem de erro 2,15 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Finda hoje o prazo dado pelo PP para André Fufuca deixar o Ministério do Esporte

Termina hoje o prazo dado pelo PP para que André Fufuca (PP) deixe o comando do Ministério do Esporte para reassumir seu mandato na Câmara Federal. Até ontem não houve sinal de que ele tenha conversado com o presidente Lula da Silva sobre a sua saída do Governo, como estão exigindo os chefes do seu partido, entre eles o senador piauiense Ciro Nogueira, presidente nacional da legenda e cacique intransigente sobre o assunto.

André Fufuca aprendeu a se movimentar discretamente, principalmente em situações que lhe podem ser desfavoráveis. Ele não quer deixar o Ministério do Esporte, onde está tocando uma série de projetos, vários deles voltados para o incentivo de jovens à prática esportiva associada à formação escolar. Sabe que dificilmente conseguirá dobrar o comando partidário, mas trabalha para resistir até onde a pressão permitir.

Se, de fato, deixar o Ministério do Esporte, André Fufuca reassumirá seu mandato de deputado federal e reajustará sua agenda de pré-candidato a senador colocado como favorito na disputa com a senadora Eliziane Gama (PSD) pela segunda vaga. Com o seu retorno à Câmara Federal, mandará para casa o suplente Allan Garcez (PP), que faz parte da tropa de choque bolsonarista na Câmara Federal.

São Luís, 30 de Setembro de 2025.

Pesquisa sobre corrida ao Senado mostra favoritismo largo de Brandão e Roseana, que dizem não ser candidatos

Carlos Brandão e Roseana Sarney lideram nos dois cenários: Weverton Rocha,
André Fufuca, Eliziane Gama e Roberto Rocha disputam a segunda
vaga, e Yglésio Moises, Pedro Lucas Fernandes e César Pires estão atrás

Alguns dados chamaram a atenção na pesquisa do instituto Inop sobre a corrida ao Senado em 2026, divulgada quinta-feira pelo portal imirant.com. O primeiro é que o governador Carlos Brandão (PSB), mesmo já tendo declarado que permanecerá no cargo até o final do mandato, lidera, com larga vantagem, a disputa para uma das vagas. O outro é que, num cenário em que o governador é substituído pela deputada federal Roseana Sarney (MDB), ela lidera, também com vantagem expressiva, a corrida pela primeira vaga. E o terceiro dado a ser destacado é que nos dois cenários, o senador Weverton Rocha (PDT) aparece na liderança pela segunda vaga, mas sem vantagem expressiva sobre o ministro André Fufuca (PP), a senadora Eliziane Gama (PSD), que aparecem empatados, e o ex-senador Roberto Rocha (sem partido).

No primeiro cenário, com o governador Carlos Brandão na lista, ele lidera com nada menos que 35,68% das intenções de voto, seguido do senador Weverton Rocha (PDT) com 11%, do ministro André Fufuca (PP) com 8,98% e da senadora Eliziane Gama (PSD) com 8,59%, estes ameaçados pelo ex-senador Roberto Rocha (sem partido) com 6,76%. A sequência de ameaças segue com o deputado estadual Yglésio Moises (PRTB) com 4,74% e o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União) com 4,43%. Finalmente, o ex-deputado César Pires (Novo) isolado no final da fila com 0,38%.

No segundo cenário, com o governador Carlos Brandão substituído pela deputada federal Roseana Sarney (MDB), ela desponta na liderança com 26,85% das intenções de voto. Em segundo aparece Weverton Rocha, agora com 9,78%, rigorosamente empatado com Roberto Rocha (9,7%), seguidos de outro empate complicado entre Eliziane Gama (7,68%) e André Fufuca (7,41%), ambos ameaçados por Yglésio Moises (5,77%), que tem Pedro Lucas Fernandes (4,13%)nos seus calcanhares, e César Pires de novo isolado (1,72%).

Os números do Inop indicam que o governador continua com larga preferência para uma cadeira no Senado, mesmo já tendo declarado que não será candidato. A rigor, diante da sua posição anunciada, ele não deveria ter seu nome incluído numa pesquisa para senador. A inclusão sugere que a imprevisibilidade da política poderá desmanchar o que está desenhado e criar um novo cenário no qual o governador venha a ser candidato a senador. E se isso vier a acontecer, ele reúne as condições necessárias para ser o mais votado. Porém, se o governador confirmar permanência no cargo, a pesquisa Inop informa que a deputada federal Roseana Sarney poderá voltar ao Senado conquistando a primeira cadeira.

Os dois cenários da pesquisa Inop indicam com clareza que nada está resolvido em relação à segunda cadeira. Os números colocam o senador Weverton Rocha praticamente nivelado com Eliziane Gama e André Fufuca, tornando absolutamente imprevisível o desfecho da corrida. Essa indefinição pode desequilibrar a disputa pela segunda cadeira, já que o senador Weverton Rocha vem enfrentando algumas ameaças à estabilidade do seu projeto de reeleição, e o ministro André Fufuca pode ser prejudicado com a iminente saída do Ministério do Esporte e retorno ao seu mandato na Câmara Federal.

Se de um lado surpreendeu pelam inclusão do governador Carlos Brandão, alimentando a possibilidade, muito remota, de ele vir a entrar na disputa, e colocando a deputada federal Roseana Sarney na linha de frente da corrida, a pesquisa Inop cometeu um grave erro de omissão: não incluiu na relação de pré-candidatos o ex-prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (Mobiliza). Isso porque, ao contrário de Carlos Brandão, Roseana Sarney e Roberto Rocha, por exemplo, ele vem realizando uma pré-campanha de peso, recebendo apoio de lideranças nas diversas regiões do estado, como o prefeito Júlio Matos (Podemos) de São José de Ribamar. Com Hilton Gonçalo no páreo, o mosaico da corrida poderia ser diferente.

Em Tempo: a pesquisa ouviu 2.618 eleitores em 54 municípios maranhenses de 15 a 23 de setembro, e tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

PONTO & CONTRAPONTO

Dinistas alimentam conversas sobre possível aliança com Braide

Felipe Camarão alimenta conversa visando aliança
com Eduardo Braide na corrida sucessória

Todos os sinais estão indicando que, à medida que vai se afastando do governador Carlos Brandão e da aliança governista, o chamado grupo dinista se aproxima do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), que segundo a pesquisa Inop, perdeu a liderança para o pré-candidato governista Orleans Brandão (MDB).

A recente manifestação do vice-governador Felipe Camarão (PT) elogiando a obra do prefeito Eduardo Braide pareceu, mais do que o reconhecimento por um adversário, uma provocação inteligente nas duas direções. De um lado massageou o ego do prefeito da Capital, seu potencial aliado, e do outro mandou recado nítido e direto ao Palácio dos Leões, avisando que está no jogo, e com o possível apoio do PSD.

É fato que nada ainda veio a público além dessas manifestações isoladas e aparentemente despretensiosas. Mas a verdade é que nos bastidores os dois grupos estão conversando, trocando figurinhas sobre o cenário sucessório estadual e avaliando possibilidades de aproximação e alinhamento.

Essas conversas estão sendo entabuladas pelo atual vice-presidente do PSB, deputado estadual Carlos Lula, tendo como interlocutor frequente o deputado estadual Fernando Braide, que inclusive desembarcou no Solidariedade, liderado pelo deputado Othelino Neto, que já vinha conversando com o titular do Palácio de la Ravardière.

Ontem, uma fonte da oposição disse à Coluna que as conversas estão evoluindo e que deslancharão no momento em que o prefeito Eduardo Braide definir seu rumo em relação à sucessão estadual.

Iracema Vale e Paulo Victor acumularam força para voos mais altos

Iracema Vale: forte e com várias opções à vista;
Paulo Victor: já decidiu dar um passo além

Bem-sucedidos como líderes de Casas políticas, a deputada Iracema Vale (PSB), presidente da Assembleia Legislativa, e o vereador Paulo Victor (PSB), presidente da Câmara Municipal de São Luís vêm alimentando forte expectativa relação ao seu futuro no que diz respeito às eleições gerais do ano que vem.

No terceiro mandato presidencial, o vereador Paulo Victor fez as contas e chegou à conclusão de que é hora de dar um passo à frente e decidiu concorrer a uma cadeira na Assembleia Legislativa. Pelo que se houve nos bastidores, seu projeto é viável, estando ele no patamar dos podem chegar ao parlamento estadual pela primeira vez. Aliados seus na Câmara Municipal de São Luís fazem a mesma leitura.

A deputada Iracema Vale vive uma situação bem mais complexa. Ela alcançou seu primeiro mandato estadual como a mais votada em 2022, quebrando a barreira dos 100 mil votos por um candidato a deputado estadual. Iniciou seu mandato como presidente, foi reeleita, crescendo politicamente a uma taxa excepcional e inédita, produzindo uma grande indagação: para onde irá em 2026?

A julgar pelo poder de fogo político e eleitoral que acumulou nesses três anos, não faz sentido imaginar que ela esteja planejando reeleger-se deputada estadual. Nos bastidores corre que Iracema Vale pode ser candidata a deputada federal, podendo também ser candidata à vice-governança do Estado, ou até mesmo candidata a governadora numa radical mudança de cenário, além de ser lembrada aqui e ali como um fato novo na corrida ao Senado.

Fruto de uma soma de astúcia e experiência política, a presidente da Assembleia Legislativa vem mantendo o seu projeto sob sigilo, aguardando a hora certa para colocá-lo na mesa.

Ambos já estão na labuta pelo voto, mas parece que têm janeiro do ano que vem como ponto de largada.

São Luís, 28 de Setembro de 2025.

Academia Caxiense de Letras ganha sede restaurada e fortalece sua posição de guardiã cultural da Princesa do Sertão

Acima, o prédio da ACL restaurado com sua feição original; embaixo, o governador Carlos Brandão com acadêmicos no ato da reinauguração

A sensação foi a de um renascimento, não de mero ponto de vista físico, mas de um revigoramento cultural, a reinauguração, na quarta-feira (24), do majestoso prédio secular que abriga a Academia Caxiense de Letras, na Princesa do Sertão. A reforma, patrocinada pelo Governo do Estado, restaurou a feição e as linhas originais, devolvendo à Rua Comendador Alderico Silva, 737, uma joia do melhor padrão da arquitetura colonial portuguesa. A reabertura da Casa de Coelho Neto, em clima festivo, foi o ponto alto de um processo que começou em 2024, quando o comando da entidade formalizou o pedido de apoio ao Governo do Estado, com base na Lei de Incentivo à Cultura, prontamente atendido pelo governador Carlos Brandão (PSB), que fez a entrega formal da obra e saiu de lá levando os agradecimentos, o reconhecimento dos integrantes da confraria cultural e o diploma de Sócio Benemérito. Além do governador, a láurea foi destinada também ao deputado Adelmo Soares (PSB), autor de lei estadual que tornou a ACL Patrimônio Imaterial do Maranhão.

A fachada, que fora reformada, sendo-lhe imposta uma pretensa aparência modernista, como um caixão quadrado pontilhado por janelões com basculantes de ferro e vidro, voltou à sua imagem de berço, por obra e graça de dedicados restauradores, que ressuscitaram suas formas arquitetônicas coloniais, com cinco portas e cinco janelas de características lusitanas, como foi originalmente concebida. Internamente, os espaços foram redimensionados, com um novo salão para a biblioteca, uma área adequada para o novo auditório.  E ainda contemplou ambientes como sala de convívio e para recepção e espaços administrativos, dando à instituição uma sede digna da sua existência como uma Casa cultural aberta e que tem com o princípio básico o fomento à produção cultural em todos os seus vieses, a começar pela literatura.

A inauguração foi marcada pela presença do governador Carlos Brandão, que entrou a Caxias duas obras de grande dimensão. Primeiro ele inaugurou o Prédio de Ciências da Saúde, do campus caxiense da Universidade Estadual do Maranhão, que será o lastro maior do Curso de Medicina da instituição. O complexo foi batizado “Comendador Alderico Silva”, em homenagem ao empresário Alderico Silva, o “Seu Dá” – celebrizado pelo xote genial de João do Vale – e que numa visão de grande empreendedor, fundou o Hospital Miron Pedreira, o primeiro hospital particular do interior do Maranhão. E num grande ato, ele reuniu milhares de estudantes da rede estadual de ensino aos quais entregou tabletes do programa “Tô conectado”.  

Recepcionado na Casa de Coelho Neto por um grupo de membros da entidade, liderados pelo acadêmico-presidente Ezíquio Barros Filho, o governador Carlos Brandão estava acompanhado do prefeito Gentil Neto (PP), dos secretários Fábio Gentil (Agricultura) e Orleans Brandão (Assuntos Municipalistas), e do deputado Adelmo Soares – um dos principais apoiadores, do projeto de restauração, com ações efetivas para a viabilização do projeto -, além de políticos locais, como a deputada Daniella Jadão (PSB). Além deles, o empresário Flávio Campos, responsável pelas obras.

Depois de percorrer as instalações – que ainda não receberam os móveis -, o governador foi saudado pelo poeta e fundador Wibson Carvalho, que destacou a boa vontade do mandatário estadual para com o projeto, e agradeceu o investimento na vida cultural de Caxias, destacando o ato como um fato histórico. Em seguida, o presidente Ezíquio Filho agradeceu ao governador em nome de todos os integrantes da entidade, assinalando a grandeza da obra para a Casa de Coelho Neto e para a cidade e para o Maranhão. O jornalista e acadêmico Ribamar Corrêa fez o agradecimento em nome dos seus pares, ressaltando o fato de que, ao apoiar a restauração do prédio secular, o governador Carlos Brandão proporcionou muito mais do que a reforma física, uma vez que a reforma promoveu o resgate de uma parte importante da memória caxiense, que é muito rica em cultura e política.

O governador Carlos Brandão se disse feliz e honrado de haver participado desse projeto, assinalando que lhe dedicou atenção diferenciada, por entender que a Academia Caxiense de Letras tem um papel relevante na vida da cidade. “Inaugurei outras academias, mas a de Caxias tem uma importância especial, pela importância que a cidade lhe dá”, declarou o governador, destacando também o empenho que os líderes acadêmicos dedicaram ao projeto. Ao final, o mandatário maranhense foi homenageado com o diploma de Sócio Benemérito da instituição, sobretudo pelo fato de que foi decisivo no fortalecimento de uma entidade que é muito mais do que uma confraria literária, por ser um centro cultural da cidade, aberto a todos e muito frequentado, sobretudo por estudantes

Não houve pompa, mas a reinauguração do prédio sede da Academia Caxiense de Letras foi um ato de importância cultural superior. Não só pela restauração em si, mas pelo valor simbólico que ela representa com a devolução da sua feição original, e sobretudo pelo resgate de parte da memória cultural, comercial e política da cidade, que é um dos baluartes da identidade cultural e política do Maranhão.

Em Tempo: vale destacar que o ato de reinauguração foi agraciado pela música refinadas da Orquestra de Câmara de Caxias, um grupo que ganha estatura a cada apresentação.

PONTO & CONTRAPONTO

Pesquisa Inop: Orleans vira o jogo e aparece à frente de Braide

Orleans Brandão toma a dianteira, Eduardo Braide é segundo, Lahesio Bonfim é terceiro e Felipe Camarão é o quarto colocado

Repercutiu fortemente no meio político o quadro desenhado pela pesquisa Inop sobre a corrida ao Palácio dos Leões, com a reviravolta que coloca o secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), na liderança, com 35,68% das intenções de voto, deixando o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), com 33,04%, pela primeira vez, em segundo lugar. Mais do que isso, a pesquisa mostra uma tendência nítida de polarização entre eles, deixando para traz o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (Novo), com 13,9%, e o vice-governador Felipe Camarão (PT) em quarto lugar, com 8,79%.

São vários os fatores que podem ter turbinado a candidatura do secretário Orleans Brandão. O primeiro é o arrojado trabalho político que o governador Carlos Brandão vem realizando em torno do seu projeto de candidatura, dando-lhe o espaço necessários para construa as pontes que podem leva-lo a um bom desempenho nas urnas. O segundo é o fato de o prefeito de São Luís não haver até agora declarado se será ou não candidato a governador. O silêncio dele deve ter contribuído para a inversão na liderança da corrida

Vale anotar que a subida forte de Orleans Brandão não se dá com a perda de votos de Eduardo Braide, que mantém intacto o seu cacife de todas as pesquisas. O pré-candidato do MDB vem crescendo tirando votos de Lahesio Bonfim e de Felipe Camarão, que aparecem com cacifes bem menores do que nas pesquisas mais recentes. Os dois pré-candidatos não com seguiram encontrar caminhos para subir na preferência do eleitorado, enquanto, embalado por uma forte estrutura e por uma intensa pré-campanha, saiu de quase nada para a liderança, e com tendência de crescimento.

Se os números do Inop estiverem corretos, a tendência nítida é a polarização entre Orleans Brandão e Eduardo Braide, caso o prefeito de São Luís decidas entrar na briga pelo Palácio dos Leões. Se não entrar, poderá ser decisivo ao apoiar um dos candidatos, que pode ser o vice-governador Felipe Camarão, que poderá reagir para a cabeça com Orleans Brandão. Se isso não acontecer, o secretário de Assuntos Municipalistas consolidando a sua nova posição de favorito.

E para completar o cenário encontrado pela pesquisa Inop, apenas 1,53% disseram que não votarão em nenhum deles ou votarão nulo, e 7,06 manifestou indecisão. Ou seja, a quase totalidade do eleitorado está decidida, o que não é comum a 14 meses das eleições.

Em Tempo: a pesquisa Inop ouviu 2.618 eleitores entre os dias 15 e 23 de setembro, em 54 municípios, tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, com um intervalo de confiança de 95%.

André Fufuca entra em contagem regressiva no Ministério do Esporte

André Fufuca:
contagem regressiva

O ministro André Fufuca entrou em contagem regressiva no que diz respeito ao seu futuro no Ministério do Esporte. O seu partido, o PP, lhe deu prazo até o dia 30 deste mês, ou seja, até a próxima terça-feira, para que ele deixe a pasta e reassuma sua cadeira na Câmara Federal. Ele próprio não deu ainda nenhuma declaração com um posicionamento claro sobre o assunto, mas nos bastidores corre que sua decisão estaria tomada.

A exigência do PP chegou num momento de nada cômodo para o ministro, que vem cumprindo uma agenda intensa à frente da pasta, atendendo a dois objetivos. O primeiro é mostrar trabalho e receber o aval e os cumprimentos do presidente Lula da Silva (PT). O outro é consolidar uma série de projetos na área esportiva destinados a fortalecer o seu projeto de chegar ao Senado com os senadores Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PSD), que brigam pela reeleição.

A decisão do PP de cobrar a sua saída do Ministério do Esporte é um petardo poderoso na direção do seu projeto senatorial.

São Luís, 26 de Setembro de 2025.

Brandão se declara contra a PEC da Blindagem e o projeto de anistia para golpistas

Carlos Brandão: contra PEC da Blindagem
e anistia para golpista

“Ao longo de toda a minha trajetória política, tenho testemunhado que o melhor caminho será ouvir as demandas da população. As manifestações deste domingo deixam um recado claro: a sociedade tem opinião e quer ser respeitada. E, por isso, preocupa a proposta da chamada PEC da Blindagem e também a anistia para atos antidemocráticos. A boa política passa pela escuta e pelo diálogo, nunca pelo enfraquecimento da democracia, da justiça e da confiança do povo”.

Com essa mensagem, postada ontem nas suas redes sociais, o governador Carlos Brandão (PSB) se posicionou sem rodeios contra a PEC da Blindagem e à proposta de anistia para envolvidos nos atos antidemocráticos. Ele reafirmou a sua confiança nas instituições democráticas, assim como no povo como o protagonista maior da realidade política do Brasil, o que leva naturalmente à dedução de que o que ele define como atos antidemocráticos inclui a tentativa de golpe de estado. O mandatário maranhense teve como motivação as reações no meio político e os atos públicos que levaram milhares de pessoas em todo o País contra o monstrengo legislativo que passou na Câmara Federal, mas deve ser brecado no Senado da República, e o projeto de anistia que, diante da reação da sociedade, deve ser barrada na própria Câmara Federal, conforme previu o relator do projeto, deputado Paulinho da Força (Solidariedade/SP).

O governador maranhense reafirmou um compromisso que ele próprio alimenta como um princípio: sempre resolver as questões políticas, por mais graves que sejam, pelo diálogo. Mais do que isso, defende que as questões políticas maiores devem ser resolvidas a partir de uma interpretação correta dos sentimentos e anseios da população, que no final das contas tem a palavra decisiva, por meio do voto, a respeito de tudo o que envolve a estabilidade e o futuro do País. As manifestações de domingo, convocadas por diferentes segmentos da sociedade civil organizada, foram, segundo o governador, um recado aos que, no Congresso Nacional ou fora dele, tentam impor suas vontades à sociedade, que não está disposta a aceitar imposições, principalmente tentativas de premiar a corrupção e o desvio.

Via de regra comedido em relação a questões explosivas, só externando suas posições quando necessário, o governador Carlos Brandão já havia se manifestado sobre as duas pautas-bomba. Primeiro, com a autoridade de quem já foi deputado federal por dois mandatos, concluídos sem nenhuma nódoa ética, o governador comentou superficialmente a sua discordância em relação à PEC da Blindagem, que considerou preocupante, assim como a proposta de anistia para os envolvidos nos atos golpistas que culminaram com o 8 de janeiro de 2023. Em relação ao último caso, o mandatário maranhense reagiu duramente, em nota de larga repercussão na época. Sua manifestação de agora contrária à anistia para os que agiram contra a democracia é a reafirmação da posição firme que manifestou 31 meses atrás. Naquele momento o governador, cumprindo decisão judicial, mandou a polícia retirar um grupelho de extrema-direita da frente do quartel do 25 BC, no João Paulo. Avisados de que a polícia estava a caminho, os golpistas se dispersaram e desapareceram.

Carlos Brandão é um político de centro, democrata por convicção, que não aceita ataques à democracia, e para quem as crises políticas e até mesmo as institucionais têm de ser resolvidas na mesa de negociação, a partir de diálogo franco e aberto. Ele demonstrou isso como deputado federal, como vice-governador e agora como governador reeleito. A afirmação segundo a qual “a boa política passa pela escuta e pelo diálogo, nunca pelo enfraquecimento da democracia, da justiça e da confiança do povo” é a confirmação de que, para ele, a conversa franca e aberta é o melhor caminho para manter as instituições democráticas.

Essa manifestação serve inclusive de recado para a oposição dinista a ele e ao seu Governo.

PONTO & CONTRAPONTO

Weverton Rocha rompe silêncio e se declara contra a PEC da Blindagem

Weverton Rocha

A bancada maranhense no Senado é contra a PEC da Blindagem e deve enterra-la no plenário da Casa. Seguindo o exemplo das senadoras Eliziane Gama (PSD) e Ana Paula Lobato (PSB), que anteciparam voto contrário horas depois da aprovação pela Câmara Federal, o senador Weverton Rocha (PSD) de se declarou ontem contra o monstrengo legislativo gerado pela maioria dos deputados federais, entre eles 15 dos 18 maranhenses.

O seu silêncio em meio à grita nacional contra o projeto, a começar pelo presidente do Senado e do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União/AP), a quem é muito ligado, e o fato de não haver respondido a enquete de O Globo, o senador maranhense causou em muitos a suspeita de que poderia se posicionar a favor.

Aqueles dois fatores e as manifestações de domingo, inclusive em São Luís, provavelmente serviram de alerta para o senador pedetista, que é candidato à reeleição e lidera a corrida às duas vagas. Ontem, ele foi ouvido por O Globo e, a exemplo de outros senadores, que saíram do “muro” ou mudaram seus votos, retirando o apoio inicial ao projeto, o senador Weverton Rocha se declarou contrário ao projeto e avisou que votará contra a malvadeza legislativa.

Ao jornal fluminense, o senador maranhense disse que sua posição segue orientação do partido. Essa orientação não alcançou o deputado Márcio Honaiser, que é pedetista raiz, mas seguiu a maré da direita e do Centrão e votou a favor do Frankenstein legislativo.

Depoimento de advogada mineira na CPMI do INSS é aguardado com curiosidade e preocupação no meio político

Clara Alcântara

A convocação da advogada mineira Clara Alcântara Botelho Machado para depor na CPMI do INSS vai resolver pelo menos um mistério que vem há tempos fustigando os bastidores da política maranhense, com contribuição importante na guerra que mantém afastados brandonistas e dinistas.

É que os maranhenses tomarão conhecimento da imagem e do talento de Clara Alcântara, e poderão avaliar a sua integridade profissional ao ser ela interrogada como defensora de uma “confederação de sindicatos” que vinha embolsando milhões em “contribuições” descontadas de nada menos que 17 mil aposentados em vários estados.

A advogada foi convocada por praticar advocacia interestadual sem a devida autorização da OAB, o que é ilegal, segundo as regras da Ordem.

É improvável que Clara Alcântara seja questionada sobre a sua tentativa de entrar como amicus curiae na ADI nº 7.780, do Solidariedade para mudar as regras da escolha de conselheiros do TCE pela Assembleia Legislativa., porque o assunto não é pauta da CPMI.

Para lembrar: na fundamentação do seu pedido para entrar na ADI, ela levantou a suspeita de que teria havido compra de vagas, colocando o governador Carlos Brandão nesse imbróglio, causando reações indignadas de conselheiros do TCE aposentados e do próprio mandatário.

O caldo entornou mais ainda quando o ministro Flávio Dino (STF), relator do processo, não permitiu que ela entrasse na ação como amicus curiae, mas mandou a Polícia Federal investigar a tal suspeita de compra de vagas.

A verdade é que o depoimento de Clara Alcântara está sendo aguardando com curiosidade por muitos e com ansiedade por alguns.

São Luís, 23 de Setembro de 2025.

Enquete de O Globo: Ana Paula e Eliziane votam contra a PEC da Blindagem; Weverton não respondeu

Foto 1: Ana Paula Lobato e Eliziane Gama contra a PEC da Blindagem, e Weverton Rocha não respondeu a enquete de O Globo; foto 2: manifestantes pedem a reprovação
da proposta no Senado

Depois de ser aprovada por nada menos que 15 dos 18 deputados federais maranhenses, a PEC da Blindagem, por meio da qual a não muito republicana ala da Câmara Federal tenta proteger deputado federal e senador apanhados praticando crimes, dentre eles o de corrupção no uso de recursos públicos, a bancada maranhense no Senado pode não ser unânime contra esse atentado à ética e à transparência na vida pública. O jornal O Globo fez uma enquete junto a senadores e revelou que dos três senadores maranhenses, as senadoras Eliziane Gama (PSD) e Ana Paula Lobato (PSB) estão firmemente posicionadas contra o monstrengo legislativo. Já o senador Weverton Rocha (PDT), por razões não informadas, não respondeu à pesquisa, não sendo possível, portanto, conhecer sua posição.

Como todo o Brasil tomou conhecimento, a Câmara Federal aprovou, na semana passada, por larga maioria, uma Proposta de Emenda Constitucional, que entre outras aberrações proíbe a abertura de ações criminais contra deputados e senadores sem autorização do parlamento, o que pode favorecer largamente a corrupção – que já acontece em grande escala – no uso de emendas parlamentares. Mais grave ainda: ao se manifestar sobre pedido de autorização para ação contra deputado ou senador, a votação se dará pelo voto secreto. A regra foi aprovada pela Câmara Federal com o aval da direita bolsonarista e pelo Centrão, com o aval de parlamentares da centro-esquerda, incluindo petistas. Na avaliação de políticos experientes e constitucionalistas, a PEC da Blindagem vai facilitar e estimular a corrupção com emendas parlamentares – hoje tenazmente combatidas pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal – porque fragiliza o Poder Judiciário, a começar pela Suprema Corte.

Cabe agora ao Senado confirmar ou não o texto aprovado pela Câmara Federal. E de acordo com o levantamento feito por O Globo junto aos 81 senadores, a PEC da Blindagem será barrada na Câmara Alta. Ali, 46 senadores, ou seja, sólida maioria, disseram que votarão contra o monstrengo legislativo, enquanto apenas seis declararam voto a favor, seis disserem estar indecisos, e 23 não responderam à enquete. A maioria formada no Senado contra a PEC da Blindagem foi em grande parte construída diante da reação da opinião pública, manifestada por meio de diferentes seguimentos da sociedade civil organizada.

Entre os senadores que anteciparam seu voto estão as representantes maranhenses Eliziane Gama e Ana Paula Lobato. As duas reagiram na primeira hora, antes, portanto, da reação em cadeia da maioria da opinião pública. Eliziane Gama foi contundente, classificando de “absurdas” as regras de proteção a deputados e senadores contra a mão pesada da Justiça. A senadora Ana Paula, por sua vez, classificou de “vergonhosa” a decisão dos deputados federais. Na esteira da sua avaliação, as duas senadoras avisaram, sem rodeios, que votarão contra a PEC no Senado, integrando a maioria encontrada pela enquete de O Globo.

A grande incógnita agora é o senador Weverton Rocha, que concorre à reeleição. Ele não se manifestou em nenhum momento a respeito da PEC da Blindagem, e não respondeu a enquete de O Globo. O Jornal não informou a razão pela qual o senador não respondeu à enquete, de modo que não se sabe se ele não se encontrava em Brasília quando foi procurado, ou simplesmente decidiu ignorar o pedido de manifestação, seja por não ter ainda uma posição definida ou por não querer revela-la agora. Vale lembrar que a maioria da bancada do PDT na Câmara, incluindo o deputado maranhense Márcio Honaiser, que segue a orientação política do senador, votou a favor do projeto.

Correm nos bastidores da política sussurros com duas versões, uma prevendo que o senador Weverton Rocha vai seguir o entendimento da maioria do PDT e avalizar a decisão da Câmara Federal, e outra a de que ele se posicionará contra o monstrengo legislativo. Poderá, finalmente, atuar para “limpar” a PEC dessas nódoas, propondo uma versão mais amena.

Em Tempo: Ontem, militantes do PT, PCdoB, PSB, PSOL, Rede, PSTU e PSD se reuniram na Praça João Lisboa, para protestar contra a PEC da Blindagem. O deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), que votou contra, e a senadora Eliziane Gama (PSD), que anunciou voto contra no Senado, participaram e defenderam a derrubada do projeto pelos senadores.

PONTO & CONTRAPONTO

Situação de André Fufuca é complicada: ele deve deixar o Governo e fortalecer candidatura ao Senado

André Fufuca deve deixar o Governo; a dúvida é se
ele continuará apoiando a reeleição Lula da Silva

A decisão do PP de cobrar a sua saída do Ministério do Esporte e voltar à Câmara Federal criou uma situação complicada para o deputado federal e pré-candidato ao Senado André Fufuca. Isso porque o imbróglio que o envolve tem três vieses: o partidário, que é a exigência da sua saída do Governo; a permanência do suplente Allan Garcez (PP) no exercício do mandato, e a sua posição na corrida presidencial no Maranhão.

No que respeita à exigência da sua saída do Ministério do Esporte feita pela cúpula do partido, o parlamentar tentou resistir à pressão, mas teria sido aconselhado a deixar o cargo por seus dois principais aliados, o deputado federal alagoano Arthur Lira (PP), ex-presidente da Câmara Federal, e o senador piauiense Ciro Nogueira, atual presidente nacional do PP. Diante dos apelos feitos pelos dois, André Fufuca teria baixado as armas e admitido deixar o cargo, o que poderá acontecer no final do mês

A situação se tornou mais complicada por conta da atuação do suplente de André Fufuca, Allan Garcez, bolsonarista roxo, que faz parte da banda mais agressiva da bancada de extrema-direita, que não só vota contra o Governo, mas também faz campanha aberta pela anistia e é apoiador intransigente da tentativa de interferência do Governo Trump nos assuntos internos do Brasil.

E, finalmente, a sua posição de candidato a senador em relação à corrida presidencial do ano que vem. Na condição de ministro, André Fufuca já declarou apoio à reeleição do presidente Lula da Silva (PT). Mas se deixar o Governo e continuar sob a pressão da cúpula do partido, não se sabe se continuará apoiando a candidatura do líder petista à reeleição.

Se vier a deixar o Ministério do Esporte, como querem seus chefes partidários, André Fufuca terá vários desafios pela frente, sendo o principal consolidar o seu projeto de candidato ao Senado.

Roberto Costa vem atuando fortemente em Bacabal, na Famem e no MDB

Roberto Costa fiscalizando asfaltamento
de rua em bairro de Bacabal

O prefeito de Bacabal, Roberto Costa (MDB) está se transformando num gestor público diferenciado. Isso porque vem conseguindo atuar efetiva e intensamente em três frentes: a gestão direta da Prefeitura de Bacabal, sobre a qual tem controle absoluto, estando à frente de todas as ações nas mais diversas áreas; a presidência da Famem, que o faz representante de todos os prefeitos maranhenses, e a condição de 1º vice-presidente do MDB, que o coloca no epicentro das articulações políticas do Maranhão.

Na gestão da Prefeitura de Bacabal, Roberto Costa vem se tornando rapidamente uma referência, à medida que está pondo em prática, todos os compromissos assumidos na campanha, que inclui, por exemplo, o fornecimento de uniforme escolar para todos os estudantes da rede municipal de ensino, o funcionamento pleno de todas as casas de saúde do município, e a melhoria da infraestrutura urbana, como a pavimentação de ruas, que é o item mais reivindicado. Sua aprovação chegou aos 80%.

Como presidente da Famem, Roberto Costa está transformando a entidade numa efetiva organização municipalista, defendendo pleitos municipais e incentivando, inclusive por meio de orientação técnica às prefeituras, principalmente as de pequeno porte, a buscar recursos e benefícios nas máquinas estadual e federal. Teve atuação destacada na escala da Caravana Federativa em São Luís, quando fez um grande esforço para incentivar os prefeitos e suas equipes a participarem, o que resultou num grande sucesso, comemorado por ele próprio.

Já como líder partidário, Roberto Costa tem atuado intensamente para fortalecer o MDB, do qual é 1º vice-presidente, dando atenção aos deputados, prefeitos na base governista e vereadores do partido. Em relação aos preparativos para as eleições de 2026, Roberto Costa está na linha de frente do movimento que apoia a pré-candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão, que é do seu partido, o MDB, apoiando também a decisão do governador Carlos Brandão (PSB) de permanecer no cargo até o final do mandato.

Atuando nessas três frentes, Roberto Costa pode ser visto de manhã inspecionando uma obra de asfaltamento em Bacabal, à tarde presidindo uma reunião na Famem, à noite reunido com o comando do MDB em São Luís, e iniciar o dia seguinte cumprindo agenda marcada em algum ministério em Brasília.

São Luís, 21 de Setembro de 2025.

Eliziane, Ana Paula, Iracema e Roseana se tornam referências pela coragem que demonstram

Eliziane Gama, Ana Paula Lobato, Iracema Vale e Roseana Sarney:
exemplo de coragem na difícil seara política

Numa semana em que a política brasileira alcançou patamares muito elevados de agitação, tensão e contradição, quatro mulheres com amplos espaços nessa seara se destacaram exatamente pelo grau de comprometimento com o que há de bom na política e pela coragem que vêm mostrando. São elas as senadoras Eliziane Gama (PSD) e Ana Paula Lobato (PSB), a deputada estadual e presidente da Assembleia Legislativa Iracema Vale (PSB), e a deputada federal Roseana Sarney (MDB). Cada uma a seu modo, elas protagonizaram momentos em que o bom viés da política e a dignidade pessoal falaram mais alto, confirmando que são, de fato, mulheres diferenciadas no universo em que atuam com destaque.

Já colocadas nos espaços mais elevados da vida pública pelo que representam hoje no tabuleiro da política estadual e nacional, as senadoras Eliziane Gama e Ana Paula Lobato atraíram os holofotes ao se manifestarem condenando a aprovação, pela Câmara Federal, da PEC da Blindagem, por meio da qual deputados federais armaram uma ampla e censurável malha de proteção contra a Polícia e a Justiça em caso de responderem por crimes, especialmente aqueles que envolvem dinheiro público. As duas senadoras maranhenses nada combinaram nesse sentido.

Eliziane Gama, que tem um histórico de correção na política e no plano pessoal, classificou a PEC da Blindagem como “um absurdo”, que na prática “ vira um escudo para impunidade”. Ela se manifestou sem se preocupar com a reação dos colegas congressistas que respaldaram a aberração legislativa e consciente de que a política não é lugar para meliantes. Ana Paula Lobato, mesmo ainda dando os primeiros passos na seara política, fez a mesma leitura da experiente colega de Senado, reprovando de maneira contundente a decisão da maioria da Câmara Federal. “Uma vergonha para o país. Isso enfraquece a democracia, aumenta a impunidade e afasta ainda mais a política da sociedade”, avaliou. As duas representantes maranhenses na Câmara Alta mandaram o mesmo recado: votarão contra a PEC da Blindagem na passagem do projeto pelo Senado.

No plano legislativo estadual, a deputada Iracema Vale (PSB), presidente da Assembleia Legislativa, não aprovou nem reprovou uma matéria legislativa de alto nível nos últimos dias, mas a sua atuação como chefe do Poder Legislativo, comandando com firmeza e equilíbrio sessões que aprovaram boas propostas, e a sua postura política como a principal referência na aliança partidária liderada pelo governador Carlos Brandão (PSB). Os seus movimentos e a estatura pública, que alcançou atuando com coragem política acima da média, vêm tornando cada vez mais difícil enxerga-la apenas como uma deputada estadual empenhada em renovar o mandato.

O mundo político e a sociedade como um todo foram impactados ontem por uma imagem da ex-governadora, ex-senadora e atual deputada federal Roseana Sarney (MDB), com a cabeça raspada e um sorriso de resiliência e ao mesmo tempo revelador de uma coragem excepcional, só existente no plano de quem enfrenta um inimigo como o câncer. Ao se mostrar sem a sua vasta cabeleira e pronta para a guerra, a deputada Roseana Sarney, que tem na sua trajetória de vida um histórico marcado por problemas de saúde – já enfrentou quase duas dezenas de cirurgias -, assume a condição de referência para milhões de brasileiros, principalmente mulheres, que enfrentam o mesmo problema. Com o gesto, com o qual se despiu momentaneamente da saudável vaidade feminina, que sempre foi uma das suas marcas, a parlamentar dá uma demonstração de força fora dos padrões.

Diferentes em todos os aspectos, especialmente na orientação política, as senadoras Eliziane Gama e Ana Paula Lobato, a deputada-presidente Iracema Vale e a deputada federal Roseana Sarney são referências, principalmente pela coragem política que exibem em tempos politicamente sombrios.

PONTO & CONTRAPONTO

Três votos a favor da PEC da Blindagem são muito difíceis de compreender

Pedro Lucas Fernandes, Amanda Gentil e
Márcio Honaiser: votos surpreendentes

Não surpreendeu que os deputados federais Josimar de Maranhãozinho, Detinha, Pastor Gil e Júnior Lourenço, todos do PL e com graves pendências nas Justiça, assim como Josivaldo JP (PSD), que há pouco tempo entrou para o time dos que têm muito a explicar na Justiça em relação a trato com emendas parlamentares, assim como Juscelino Filho, também encalacrado nessa seara, tenham dado seus votos à PEC da Blindagem. Por outros vieses, também não causou surpresa que os deputados Fábio Macedo (Podemos), Marreca Júnior (PRD) Cléber Verde (MDB), Aluísio Mendes (Republicanos), Hildo Rocha (MDB), Allan Garcez (PP) tenham respaldado a aberração legislativa com seus votos.

Mas é difícil – muito difícil mesmo – compreender os votos favoráveis dos deputados Pedro Lucas Fernandes (União), Amanda Gentil (PP) e Márcio Honaiser (PDT).

Pedro Lucas Fernandes tem construído uma trajetória muito rica de exemplos éticos, que aprendeu com o pai, o ex-vereador por São Luís e deputado federal por oito mandatos e atual prefeito reeleito de Arame, Pedro Fernandes, todos marcados pela correção. É provável que a sua condição de líder do União o tenha arrastado para campo movediço, pagando um preço muito alto pela postura. Uma mancha na sua trajetória de futuro largo.

Inexplicável, sob todos os aspectos, o voto da deputada Amanda Gentil, uma jovem parlamentar que inspira dignidade e pureza política. Não há sinais de nódoa na sua carreira incipiente, mas muito promissora. Amanda Gentil é produto de um grupo político vencedor em Caxias, tem e engenharia civil por formação e motivou o eleitorado com um discurso baseado no compromisso de lutar pelo Maranhão, o que vem fazendo, apesar de todos os percalços da parlamentar de primeiro mandato. Ela certamente sabe que na corrida para renovar o mandato terá de explicar esse voto.

Ao votar a favor da PEC da Blindagem, o deputado Márcio Honaiser contrariou os princípios básicos do PDT, pregados pelos exemplares Jackson Lago e Neiva Moreira. Até então, o seu discurso incluía sempre uma forte defesa da ética, agora contrariada pelo seu voto favorável à PEC da Blindagem. E como o apoio envolveu mais deputados do PDT, há o temor de o senador Weverton Rocha siga a orientação partidária, o que pode ser uma pancada na sua imagem.

Vale lembrar que os deputados Márcio Jerry (PCdoB), Duarte Jr. (PSB) e Rubens Jr. (PT) votaram contra.

Braide deve abrir 2026 anunciando sua posição em relação à corrida aos Leões

Eduardo Braide: decisão sobre
candidatura pode sair em janeiro

Não é uma informação oficial, mas saiu de uma fonte fidedigna, portanto confiável: o prefeito Eduardo Braide (PSD) vai iniciar 2026 anunciando sua posição em relação à corrida ao Palácio dos Leões. O roteiro deverá ser uma entrevista coletiva, na qual ele dirá se será ou não candidato.

De acordo com a fonte, ele está focado no trabalho, mas se informando sobre suas possibilidades em pesquisas qualitativas. E será com base nos números que ele tomará sua decisão. Se eles forem favoráveis, confirmando até lá a sua liderança na preferência do eleitorado, ele deixará a Prefeitura em abril. Mas se os números não lhe derem uma vantagem consistente, ele vai continuar no Palácio de la Ravardière.

Em relação ao rumor segundo o qual ele estaria cotado para ser vice na corrida à Presidência da República, a fonte disse à Coluna que ele continua, mas sem muito eco.

São Luís, 20 de Setembro de 2025.

Iracema defende ações do Governo e mantém espaço de liderança no grupo de Brandão

Iracema Vale exalta obras do Governo e reafirma seu espaço
no grupo liderado por Carlos Brandão

A presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), reafirmou ontem a sua posição de principal aliada do governador Carlos Brandão (PSB), ao fazer, na tribuna da Casa, um discurso em que destacou o avanço dos programas sociais e o conjunto da obra do Governo em todo o estado. Um dos destaques da sua fala foi a entrega de 600 cartões do programa “Maranhão Livre da Fome” em Barreirinhas. Ao longo do pronunciamento, a presidente do Legislativo destacou programas governamentais em curso, como o “Mais Asfalto”, que chegaram recentemente a municípios da região do Baixo Parnaíba, como Urbanos Santos, São Benedito do Rio Preto e Belágua, e segundo a sua avaliação, levando benefícios para a população.

A manifestação da presidente Iracema Vale funcionou como uma espécie de fecho de uma semana em que – ao contrário da Câmara Federal, que envergonhou o País ao aprovar a PEC da Blindagem – a Assembleia Legislativa foi muito produtiva na aprovação de matérias importantes para a área social do Governo do Estado. Sob o comando da presidente, o parlamento estadual aprovou, na sessão de quarta-feira (17), o Projeto de Lei 410/2025, que amplia os benefícios do programa governamental “Maranhão Livre da Fome”, cujo foco é o combate à pobreza e à insegurança alimentar. Os beneficiários do programa poderão receber até R$ 300 extras, em parcela única, obedecendo alguns critérios como conclusão de cursos de capacitação profissional e acompanhamento da saúde, entre outros ganhos.

Na mesma sessão de quarta-feira, os deputados aprovaram o Projeto de Lei nº 416/2025, que reestrutura o Programa Maranhão Solidário, por meio do qual o Governo do Estado visa promover a inclusão de populações vulneráveis no universo social e econômico do Maranhão. E avalizaram também a Medida Provisória nº 501/2025, que visa ampliar e melhorar serviços prestados por órgãos estaduais, como levar os serviços da Casa da Mulher Maranhense (CMM) para as 18 regionais do estado, ampliando o combate à violência com acolhimento e apoio psicossocial de vítimas de agressão.

No seu discurso, a presidente do Legislativo maranhense defendeu com ênfase as ações do Governo estadual, manifestando a convicção de que o governador Carlos Brandão realiza uma gestão diferenciada e voltada para desenvolver o estado com foco nos extratos mais necessitados da população. E chamou a atenção para o forte viés municipalista do Governo, o que pode ser constatado pela sua presença nos 217 municípios maranhenses.

Ao se referir à política educacional do atual Governo, a deputada-presidente assinalou, exemplificando com a MP nº 497/2025, aprovada em agosto, relacionada com o acesso de estudantes oriundos da rede pública aos cursos de graduação da Uema: “Essa iniciativa do governador, em parceria com a Assembleia, de reservar 50% das vagas para alunos da rede pública, é um feito histórico e merece ser valorizado”.

Em três anos e meio de atuação política no âmbito estadual, a deputada Iracema Vale se firmou como a mais ativa liderança alinhada ao governador Carlos Brandão. E assim tem sido uma forte base de apoio ao governador, atuando diretamente até nos confrontos com adversários. Na crise que levou ao rompimento do governador com o grupo ligado ao ministro Flávio Dino (STF), ela inicialmente adotou uma postura conciliatória, mas quando ficou claro que o rompimento viria, ela se posicionou com clareza ao lado do chefe do Executivo. No plano estritamente político, a deputada Iracema Vale assumiu, com visível determinação, o projeto de candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB).

Manifestações como a de ontem têm sido frequentes, o que mostra que a presidente da Assembleia Legislativa se mantém leal ao grupo que escolheu para levar em frente o seu projeto político.

PONTO & CONTRAPONTO

André Fufuca volta a ser pressionado para deixar o Ministério do Esporte

André Fufuca

O ministro do Esporte, André Fufuca, entrou numa situação de indefinição nas últimas horas. Ele está sendo pressionado a deixar o cargo e reassumir sua cadeira de deputado federal pelo PP. A pressão, que já vinha sendo feita de maneira branda, se tornou intensa depois que o comando do União Brasil, que é parceiro do PP na Federação União Progressista, deu ultimato de 24 horas para que o representante do União Brasil, Celso Sabino, entregue o Ministério do Turismo e reassuma seu mandato de deputado federal por Minas Gerais.

Conforme o que foi determinado pelo PP, os representantes do partido no Governo, a começar pelo ministro do Esporte, terão de deixar seus cargos até o final deste mês. André Fufuca não parecia disposto a entregar o cargo. Ele tem uma série de projetos importantes em andamento, que poderão sofrer problemas de continuidade com a sua eventual saída da pasta. O presidente Lula da Silva, que tem manifestado satisfação com o seu desempenho no Ministério do Esporte, tem dito que ele só deixará o cargo se for uma imposição do partido, como é o caso.

Vale lembrar que André Fufuca é pré-candidato a senador, com amplas chances de eleição, tendo o seu trabalho na pasta do Esporte se transformado numa boa plataforma de campanha. Para ele, é importante permanecer no cargo até abril do ano que vem, quando terá de se desincompatibilizar para concorrer à reeleição ou ao Senado, como já está desenhado.

Em tempo: com a eventual volta de André Fufuca à Câmara, o suplente Allan Garcez (PP), que é bolsonarista roxo e está exercendo o mandato, voltará para casa.   

Tensões políticas de Caxias causam estranhamento das deputadas Cláudia Coutinho e Daniella Jadão

Claudia Coutinho e Daniella Jadão: momento
de tensão no plenário da Alema

As deputadas Cláudia Coutinho (PDT) e Daniella Jadão (PSB) se estranharam ontem, no plenário da Assembleia Legislativa. E o motivo não poderia ter sido outro: o sempre complicado, agitado e imprevisível tabuleiro político de Caxias.

Cláudia Coutinho ocupou a tribuna para disparar uma metralha violenta na direção do ex-prefeito de Caxias, Fábio Gentil, atual secretário de Estado da Agricultura. Na sua fala ácida, Cláudia Coutinho aconselhou o governador Carlos Brandão a demitir Fábio Gentil, acusando-o de ser “mafioso” e “corrupto”, além de outros compará-lo a chefe de máfia e outras “gentilezas” verbais.

Minutos depois, a deputada Daniella Jadão, mulher do ex-prefeito de Caxias chegou ao plenário e cobrou satisfação à deputada Cláudia Coutinho. As duas começaram uma conversa aparentemente civilizada, mas elevaram o tom numa dura troca de acusações. A pedetista reafirmou os ataques ao ex-prefeito, enquanto a socialista rebateu atacando. A turma do “deixa-disso” conseguiu evitar o pior.

O pugilato entre Cláudia Coutinho, que tem pavio curto, e Daniella Jadão, que também tem sangue quente, é o reflexo fiel do complicado xadrez político caxiense, equilibrado por uma aliança frágil entre os grupos Gentil, liderado pelo ex-prefeito Fábio Gentil, que tem Gentil Neto (PP) como prefeito e Eugênio Coutinho (PDT) como vice. A deputada Cláudia Coutinho – que faz parte de uma corrente dos Coutinho liderada por Ferdinando Coutinho, ex-prefeito de Matões e que foi braço direito do deputado Humberto Coutinho – não convive muito bem com essa aliança, e vez por outra bate forte nos Gentil.

Não se sabe exatamente o que originou o seu discurso, mas não há qualquer dúvida de que, se depender dela e do ex-prefeito Ferdinando Coutinho, essa aliança não deve continuar. E pelo tom da sua fala, ela vai continuar pressionando o governador Carlos Brandão a demitir o ex-prefeito Fábio Gentil da Secretaria de Agricultura, o que dificilmente acontecerá.

O que torna mais tensa a relação entre os grupos políticos de Caxias é que nada menos que três deputados caxienses tentarão a reeleição: Cláudia Coutinho, Catulé Júnior (PP) e Adelmo Soares (PSB). Todos disputando votos com Daniella Jadão, que entrou na seara política da Princesa do Sertão pelas mãos do ex-prefeito e atual secretário estadual de Agricultura.

A tendência pé que essa disputa se acirre ainda mais.

São Luís, 19 de Setembro de 2025.

PEC da Blindagem teve aval de 15 dos 18 maranhenses, alguns deles na mira da Justiça

Josimar de Maranhãozinho, Aluísio Mendes, Detinha, Pastor Gil,
Josivaldo JP, Amanda Gentil, Juscelino Filho, Júnior Lourenço,
Marreca Filho, Márcio Honaiser, Pedro Lucas Fernandes,
Cléber Verde, Fábio Macedo, Allan Garcez e Hildo Rocha
votaram a favor da PEC da Blindagem; Márcio Jerry,
Duarte Jr. e Rubens Jr. votaram contra

Nada menos que 15 dos 18 deputados federais do Maranhão votaram aprovando a chamada PEC da Blindagem, um conjunto de medidas que protegem membros do Congresso Nacional da mão pesada da Justiça. Votaram a favor da autoproteção bancada com dinheiro público os deputados Josimar de Maranhãozinho (PL), Detinha (PL), Júnior Lourenço (PL), Pastor Gil (PL), Márcio Honaiser (PDT), Marreca Filho (PRD), Pedro Lucas Fernandes (União), Juscelino Filho (União), Aluísio Mendes (Republicanos), Amanda Gentil (PP), Cleber Verde (MDB), Fábio Macedo (Podemos) e Josivaldo JP (PSD), e os suplentes no exercício do mandato Allan Garcez (PP), e Hildo Rocha (MDB). Votaram contra os deputados Márcio Jerry (PCdoB), Duarte Jr. (PSB) e Rubens Júnior (PT).

Não há o que discutir em relação à PEC da Blindagem, uma violenta alteração no caráter austero da Constituição Federal, motivada pelo espírito de corpo voltado para a proteção. Só para dar um exemplo: se a mudança passar também no Senado – e tudo indica que passará -, um membro do Congresso Nacional, deputado ou senador, mesmo tendo cometido crime grave, só poderá ser preso com a autorização da maioria dos membros da Casa a que pertence em votação secreta. Essa é uma das contas do rosário que protegerá congressistas, que passam a ser servidores públicos amparados por uma inacreditável rede de proteção.

O voto favorável da esmagadora maioria da bancada maranhense é explicado por algumas situações bem conhecidas. Josimar de Maranhãozinho, Pastor Gil e Júnior Lourenço, Juscelino Filho e, mais recentemente, Josivaldo JP, por exemplo, estão na mira da Justiça por meio de processos nos quais são acusados de problemas relacionados com emendas parlamentares. Josimar de Maranhãozinho e Pastor Gil encontram-se na iminência de serem julgados por desvio de emendas em São José de Ribamar, enquanto Juscelino Filho teve de pedir demissão do Ministério das Comunicações para poder se dedicar à sua defesa de também acusado por um desvio de recursos de emendas em Vitorino Freire.

Avaliações feitas agora indicam que a tendência é no sentido de que, por se sentirem protegidos do braço da lei, parlamentares federais sejam motivados a praticar desvios cada vez mais graves. Isso porque as normas que regem a autoria e a destinação de emendas parlamentares estão cada vez mais frouxas, a ponto de terem sido criadas as escandalosas “emendas pix”, que não têm destino muito claro e não revelam o autor, e muito difícil de terem seus roteiros identificados. As decisões do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, no sentido de colocar essa situação em pratos limpos e determinar que o Congresso Nacional estanque essa sangria, acabaram por produzir essa reação por parte do Congresso Nacional. Isso porque não há dúvida de que são muitos os deputados federais e senadores envolvidos em esquemas criminosos com emendas parlamentares.

Os três deputados maranhenses que votaram contra a PEC da Blindagem têm um histórico de correção nas suas atividades como militantes políticos. Márcio Jerry tem uma trajetória associada aos princípios do seu partido, não havendo, pelo menos até aqui, ressalvas à base ética da sua atuação parlamentar. Duarte Jr. integra a lista dos congressistas em paz com o seu desempenho, o que lhe valeu a vice-presidência da CPMI do INSS. E Rubens Júnior, além da sua produtiva atuação política e parlamentar, é respeitado também como um congressista de sólida base ética.

O alento em relação ao pouco respeitável posicionamento favorável de 15 dos 18 deputados federais maranhenses foram as declarações das senadoras Eliziane Gama (PSD) e Ana Paula Lobato (PSB), que criticaram duramente a aprovação da PEC da Blindagem, antecipando com muita clareza e muita ênfase clareza que votarão contra o monstrengo legislativo no Senado.

PONTO & CONTRAPONTO

Após conversa com Lula, Weverton reafirma projeto de pacificação da base governista no Maranhão

Weverton Rocha mantém
projeto de pacificação

Mesmo após o governador Carlos Brandão (ainda no PSB) e o vice-governador Felipe Camarão (PT) e deputados dinistas haverem bombardeado a sua iniciativa de pacificar os dois grupos, afastando mais ainda a possibilidade de reconciliação, o senador Weverton Rocha (PDT) reforçou ontem a sua “cruzada” para se firmar como elo pacificador, e com isso reforçar substancialmente o seu projeto de reeleição.

Ele reafirmou que o presidente Lula da Silva (PT) vai mesmo intervir numa tentativa de reconciliar o governador Carlos Brandão com o grupo dinista. O senador afirma que o líder petista está determinado e que em outubro chamará o governador Carlos Brandão e líderes do grupo dinista para uma conversa, com o objetivo de “construir uma solução”.

O problema é que, depois de tantos embates, com troca de acusações, ataques e contra-ataques, os dois grupos estão de fato em pé de guerra, emitindo diariamente sinais de que querem mesmo é distância um do outro. Weverton Rocha reafirmou que o gesto pacificador do presidente Lula da Silva, com quem almoçou ontem, se dará em outubro

O governador Carlos Brandão não pensa voltar atrás na decisão de permanecer no cargo até o final do mandato. E o vice-governador Felipe Camarão abre mão da sua candidatura ao Governo, “em qualquer circunstância”.

Regiane Madeira lança hoje obra mostrando que a reforma 2017 fragilizou a CLT e os direitos dos trabalhadores

Regiane Madeira lançará hoje obra
sobre a Reforma Trabalhista de 2017

 O amplo e movimentado mundo do Direito do Trabalho vai ganhar hoje uma contribuição diferenciada e de alto nível: o livro “A (Des) Construção do Direito do Trabalho: Impasses e Desafios no Brasil Contemporâneo”, de autoria da advogada e professora Regiane Carvalho Presot Madeira. A obra será lançada às 18h30, no auditório da OAB, como ponto alto do Simpósio Ética Laboral, que terá como palestrantes a própria autora, a desembargadora Márcia Andrea Farias da Silva, presidente do TRT da 16ª Região (MA), e do desembargador Paulo Velten, presidente do Tribunal Regional Eleitoral, cujas palestras versarão sobre o tema.

Regiane Madeira investigou a fundo a controvertida Reforma Trabalhista de 2017, chegando à conclusão de que as mudanças foram muito além de alterações normativas dentro da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Os legisladores da época alteraram mais de 100 da CLT, com mudanças impostas ao próprio Direito do Trabalho.

Um estudo minucioso das mudanças feitas em 2017 levou Regiane Madeira à confirmação da suspeita de que a reforma saiu da lógica da proteção do trabalhador, para entrar na lógica fria e desumana do mercado. Na sua ótica, essa mudança – assim como muitas outras da Reforma Trabalhistas – feriu profundamente princípios basilares do Direito do Trabalho, que foram relativizados. O Princípio da Proteção, por exemplo, que assegura os direitos e as garantias do trabalho, foi fragilizado, tornando o trabalhador mais vulnerável diante do empregador.

As conclusões que lastreiam a obra de Regiane Madeira serão abordadas no Simpósio de Ética Laboral, que será aberto pela própria autora com a conferência “Estrutura do Compliance Laboral e os Direitos do trabalho Contemporâneo”. E o respaldo à sua investigação virá com as conferências da desembargadora do Trabalho Márcia Farias, sobre “Os Impactos da Reforma Trabalhista de 2017: Desafios Éticos e Humanitários nas Relações de Trabalho”, e do desembargador Paulo Velten, que abordará o tema “Ética, Constituição e Direitos Fundamentais: Estrutura para o Mundo do Trabalho.

São Luís, 18 de Setembro de 2025.

Paulo Victor anuncia que, a seu pedido, os Leões não se envolverão na eleição do seu sucessor na Câmara

Paulo Victor ao discursar na tribuna da
Câmara Municipal na sessão de ontem

O Palácio dos Leões não vai interferir na corrida pela presidência da Câmara Municipal de São Luís. Foi o que anunciou ontem, em tom de garantia, o presidente da Casa, vereador Paulo Victor (PSB), desfazendo rumores segundo os quais o braço político do Governo do Estado estaria se preparando para interferir no processo a favor do candidato governista, vereador Beto Castro (Avante). O vereador-presidente informou aos seus pares que essa interferência não acontecerá e que o próximo presidente do parlamento será eleito em abril do ano que vem sem qualquer interferência externa por parte do Governo. Essa garantir foi dada pelo próprio governador Carlos Brandão (ainda no PSB), numa conversa entre os dois ocorrida no final da semana, na qual o presidente Paulo Victor pediu ao mandatário estadual, de quem é aliado de primeira linha, que não se envolva na escolha seu sucessor, tendo obtido a garantia de que isso não acontecerá.

– Os parlamentares têm autonomia para escolher o próximo presidente – declarou o presidente Paulo Victor em discurso na sessão de ontem, no qual acrescentou: “Não usei meu cargo para pedir votos a ninguém. O governador entendeu que a escolha deve ser feita pela própria Câmara”. E arrematou: “Eu torno público a minha conversa com o governador Carlos Brandão sobre a pauta Câmara Municipal e eleição da Mesa Diretora. Mantive a minha posição para o governador Carlos Brandão, ontem, e pedi respeito, prudência e, assim como é bom homem, ele entendeu e assegurou aos vereadores escolherem a próxima presidência da Câmara sem imposição”.

Com o movimento, o presidente Paulo Victor conseguiu um feito raro na engrenagem política que move a Câmara Municipal de São Luís. Mais do que isso, deu mais um passo para a reafirmação política do legislativo municipal, que muitas vezes elegeu presidentes sob pressões externas – umas ostensivas, outras nem tanto -, mas a maioria com peso para que a eleição fosse vista como resultado de influências paralelas. Ele próprio se elegeu presidente pela primeira vez em 2021com o apoio do Palácio dos Leões, mas logo fez uma série de movimentos que mostraram seu projeto de valorizar a Casa de Simão Estácio da Silveira, dando-lhe a estatura política adequada.

A longa história da Câmara Municipal de São Luís é cheia de altos e baixos no que diz respeito à sua autonomia. Houve muitos períodos em que sua autonomia foi controlada por prefeitos influentes, e por governadores poderosos, mas também vivenciou muitas fases de plena autonomia. Nas últimas décadas, a presidência foi dominada por vereadores influentes, como Manoel Ribeiro nos anos 70, e mais recentes Chico Carvalho, Isaías Pereirinha e Astro de Ogum, todos ligados ao Palácio dos Leões e com laços estreitos com o Palácio de la Ravardière. O vereador Paulo Vitor quebrou essa ciranda, com movimentos diferenciados.

Mesmo ligado ao aos Governos Flávio Dino e Carlos Brandão, durante os seus três mandatos presidenciais ele investiu forte na imagem política da Câmara Municipal. Primeiro estimulando o debate interno, e depois atuando para colocar o parlamento estadual num espaço mais amplo no cenário político da Capital. Ele próprio se colocou nesse projeto quando assumiu a liderança da oposição ao prefeito Eduardo Braide (PSD), e depois lançou sua pré-candidatura à Prefeitura em 2024. O projeto não vingou, mas no período em que manteve sua pré-candidatura, a Câmara Municipal de São Luís foi transformada num ativo centro de debate político.

Principal articulador da candidatura do vereador Beto Castro (Avante), que já conta com a promessa de voto de mais de vinte dos 31 vereadores ludovicenses, o presidente Paulo Victor atua para que a eleição do seu sucessor seja uma decisão dos vereadores ludovicenses, sem influências externas. Sabe que de qualquer maneira o prefeito Eduardo Braide vai dar pitacos e quebrar algumas lanças por algum candidato, ainda que sabendo que dificilmente a Câmara elegerá um nome da sua preferência, salvo num improvável grande acordo.

Em tempo: em balado por mais de duas dezenas de declarações de votos, o vereador Beto Castro vai ter como adversário o vereador Marquinhos (União Brasil), que até agora só tem o seu próprio voto.

PONTO & CONTRAPONTO

Yglésio alfineta Bonfim em movimento para assumir o comando do bolsonarismo no Maranhão

Yglésio Moises alfineta Lahesio Bonfim

Com a acefalia agravada pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua turma por tentativa de golpe de estado, o braço maranhense da direita radical está mergulhando numa guerra por afirmação. O exemplo mais nítido desse embate foram os petardos disparados pelo deputado estadual Yglésio Moises (PRTB) contra o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes e pré-candidato do Novo ao Governo do Estado, Lahesio Bonfim.

Numa entrevista recente, Yglésio Moises, que vem se firmando como o mais ativo porta-voz do bolsonarismo no Maranhão, afirmou que Lahesio Bonfim não é bolsonarista e por isso não é benquisto na seara dominada pelo ex-presidente da República.

– O Lahesio, hoje, não fala no Bolsonaro, não vejo ele defendendo as pautas, até porque ele sabe que é difícil ganhar eleição no Maranhão apenas com o eleitorado de direita – alfinetou Yglésio Moises, para em seguida estocar mais forte: “Ele não abraça o Bolsonaro e o Bolsonaro não gosta dele, porque eu já ouvi isso também”.

Yglésio Moises avaliou que Lahesio Bonfim é alguém que “não busca parcerias políticas”, o que resulta no fato de que Lahesio Bonfim enfrenta dificuldades para se firmar como liderança no Maranhão, atuando sem alianças mais amplas.

No momento, várias correntes tentam assumir o comando da direita bolsonarista no Maranhão. O deputado Yglésio Moises é, de longe, o político mais atuante nesse objetivo. Além dele e Lahesio Bonfim, estão no jogo por esse espaço a deputada estadual Mical Damasceno (PSD) e o suplente de deputado federal Allan Garcez (PP), que está no exercício do mandato na vaga do deputado federal André Fufuca (PP), atual ministro do Esporte, e o ex-senador Roberto Rocha, atualmente sem partido.

Direita sem radicalismo, Josimar de Maranhãozinho comanda o PL maranhense na contramão do bolsonarismo, sendo por isso alvo frequente de ataques do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Assembleia Legislativa transforma em leis medidas provisórias que melhoram o ensino básico estadual

Deputados aprovaram a conversão de Medidas Provisórias
em leis que melhoram a educação básica no Maranhão

Sob o comando da presidente Iracema Vale (ainda no PSB), a Assembleia Legislativa aprovou ontem projetos que reforçam substancialmente o ensino de tempo integral e o combate à evasão escolar no Maranhão. Osa deputados avalizaram o Projeto de Lei nº 005/2025, que institui a Política de Educação Integral em Tempo Integral no sistema maranhense de ensino, e a Medida Provisória nº 502/2025, que viabiliza o programa Educação de Verdade na rede estadual de educação.

A nova lei fortalece e dinamiza a política de assegurar e fomentar matrículas em todas as etapas e modalidade da educação básica. Essa política visa assegurar a oferta de educação de tempo integral em pelo menos 50% das escolas da rede pública estadual, de modo a atender pelo 60% das matrículas ao longo de uma década. Além disso, a nova lei adota mecanismos que asseguram a qualidade do ensino de tempo integral.

A segunda lei aprovada ontem visa garantir o acesso, a frequência, a permanência dos alunos matriculados, e a qualidade do ensino oferecido na rede pública estadual. Essa política tem como ponto forte o combate à evasão escolar, de modo a assegurar a formação integral dos alunos. Para tanto, a política visa melhoria no transporte escolar, alimentação, tecnologia, inovação, saúde visual e material de didático.

Na mensagem encaminhada à Assembleia Legislativa defendendo a conversão das MPs em leis estaduais, o governador Carlos Brandão afirma: “Com referidas medidas será atendida demanda específica visando assegurar que o serviço público de educação atenda com às necessidades individuais dos alunos, no que tange à necessidade de inclusão tecnológica, acesso a material didático de qualidade, incluindo distribuição de óculos e fornecimento de transporte e refeição, garantindo melhoria nos índices de educação no Maranhão”.

As medidas propostas, que já entraram em vigor por Medidas Provisórias, devem produzir melhorias significativas no ensino básico do Maranhão.

Em Tempo: A aprovação das duas leis pela Assembleia Legislativa ocorreu no dia em que o Ministério Público do Maranhão, em conjunto com a Polícia Civil, aplicou um duro golpe na corrupção na educação ao colocar em marcha a operação “Maat” (fase “Prato Cheio”), que investiga suposto esquema de desvio de verbas da merenda escolar na Prefeitura de Godofredo Viana. Foram presos Antônio da Conceição Muniz Neto e Gihan Ayoub Jorge Torres, residentes em bairros nobres de São Luís.

São Luís, 17 de Setembro de 2025.

Reações de Brandão, Camarão e Othelino detonam proposta de pacificação feita por Weverton

Carlos Brandão, Felipe Camarão e Othelino Neto
contra a pacificação proposta por Weverton Rocha

Menos de uma semana depois de ter sido feita de maneira enfática, com larga repercussão, a proposta de pacificação da base governista formulada pelo senador Weverton Rocha (PDT) com a pretensão de recolocar na mesma mesa o governador Carlos Brandão (ainda no PSB) e o grupo ligado ao ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, foi duramente alvejada por petardos disparados dos dois lados. O primeiro disparo foi feito, domingo, pelo governador Carlos Brandão, num discurso, em São Raimundo do Doca Bezerra, onde voltou a declarar, em discurso animado e forte, que está sendo alvo de perseguição judicial, chegando a afirmar que tem a proteção de Deus. O outro veio em dose dupla, nas vozes do vice-governador Felipe Camarão (PT) e do deputado Othelino Neto (Solidariedade), que em momentos diferentes rechaçaram qualquer possibilidade de acordo.

A manifestação do governador Carlos Brandão e as do vice-governador Felipe Camarão e do deputado Othelino Neto praticamente mandaram para o espaço o gesto pacificador do senador Weverton Rocha, que no auge da repercussão, durante o fim de semana, provocou a produção de um factoide logo rechaçado: a possibilidade de Felipe Camarão e secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), abrirem mão das suas pré-candidaturas para se juntar em torno da eventual candidatura do senador pedetista. O fato é que os acenos conciliatórios, incluindo a revelação, feita pelo senador Weverton Rocha, de que o presidente Lula da Silva (PT) lhe teria confidenciado que tentará convencer brandonistas e dinistas a se reagruparem em tornou da sua candidatura à reeleição, foram atropelados menos de 72 horas depois.

A proposta pacificadora do senador pedetista foi detonada pelo governador Carlos Brandão em São Raimundo do Doca Bezerra, onde, ao lado do prefeito Jacinto Neto (PP), e do secretário Orleans Brandão, disparou o seu petardo, indagando: “E a perseguição em cima do governador Brandão, vocês estão acompanhando? Querem me tirar do Governo, mas eu estou recebendo as orações dizendo: ‘Brandão, Deus protege’. Talvez estejam chateados. É porque tu estás fazendo as coisas boas, e isso incomoda”. E foi mais longe, elevando o tom: “O povo me deu o direito de ser governador, e Deus está abençoando. Deus está com a mão em cima do Palácio, porque as pessoas de bem Deus protege”. Deu, portanto, um recado claro de que a reconciliação é uma possibilidade remota.

O reforço para manter o distanciamento veio do vice-governador Felipe Camarão e do deputado Othelino Neto. O vice-governador rechaçou sem meias palavras a proposta de pacificação e o que seria um dos seus desdobramentos, que seria abrir mão da pré-candidatura para apoiar um projeto de candidatura do senador Weverton Rocha. Sem meias palavras, e como quem dá a conversa por encerrada. Felipe Camarão declarou:  “Retroceder nunca, render-se jamais. Isso vale demais para a atual fase da minha vida”. E em conversas posteriores, refirmou que manterá o seu projeto de candidatura em qualquer circunstância, apostando no apoio do presidente Lula da Silva e da cúpula nacional do PT.

Por sua vez, o deputado Othelino Neto detonou a proposta conciliatória do senador Weverton Rocha, disparando uma provocação na direção do governador Carlos Brandão, de quem é hoje o maior desafeto político, uma vez que responde diretamente pelas ações judiciais vistas pelo chefe do Poder Executivo como perseguição. O deputado escreveu em rede social: “É sempre bom lembrar que não se faz acordos e alianças dando as costas para o povo…”

O bate-rebate, que vem aumentando de intensidade nas últimas semanas, com o governador Carlos Brandão denunciando estar sendo vítima de perseguição judicial, dando força ao rumor de que poderá ser afastado do Governo, na mesma medida em que o vice-governador Felipe Camarão incorporou definitivamente o discurso oposicionista. As manifestações demonstram que o senador Weverton Rocha cometeu um erro de perspectiva quando pensou que poderia ser a voz pacificadora da política maranhense.

PONTO & CONTRAPONTO  

Quase um R$ 1 bi em emendas pix entraram no Maranhão em cinco anos. Onde esse dinheiro foi parar?

Quase um R$ 1 bi em emendas pix chegaram ao
Maranhão em cinco anos: onde a bolada foi parar?

A informação divulgada pelo bem lastreado blog Marrapá dando conta de que entre 2020 e 2024 deputados federais e senadores destinaram ao Maranhão nada menos que R$ 900,9 milhões por meio das chamadas “emendas pix”, de acordo com levantamento feito pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), traz à tona uma indagação e uma avaliação.

A indagação é simples e faz todo sentido: onde essa dinheirama foi aplicada e que os benefícios reais ele trouxe para a população do Maranhão, mais especialmente as faixas mais necessitadas. E a avaliação: se esses recursos tivessem sido aplicados racionalmente, com planejamento baseado em projetos bem definidos, é muito provável que os maranhenses, especialmente os mais necessitados, teriam ganhado muito mais do que ganharam – se é que ganharam alguma coisa.

Os R$ 900,9 milhões seriam suficientes para resolver, com alguma folga, todos os problemas rodoviários do Maranhão, com rodovias importantes e necessárias cortando o estado de norte a sul e de leste a oeste. Daria para resolver, com muita sobra, os problemas dos 100 maiores municípios maranhenses no que diz respeito à destinação dos resíduos sólidos, ou seja, do seu lixo. Resolveriam, sem problemas, a estrutura hospitalar em todas as regiões do estado, assim como a malha escolar, incluindo aí as dezenas de creches que estão inconclusas em todo o Maranhão.

Essa bolada, cuja maior parte desapareceu nos ralos de prefeituras Maranhão a fora, daria para pagar os salários dos servidores do maranhão por quatro meses, com boa sobra. Poderia transformar o estado num exemplo nacional em matéria de segurança pública. E bancaria todo o déficit habitacional que afeta milhares de maranhenses.

O ministro Flávio Dino acerta em cheio quando suspende o pagamento de mais de R$ 750 milhões dessas emendas destinadas a 10 cidades brasileiras, incluindo Rio de Janeiro e São Paulo, sem que se saiba para o que s boladas foi destinada.

Apoio de Júlio Matos em São José de Ribamar turbina a pré-candidatura de Hilton Gonçalo ao Senado

Hilton Gonçalo e Júlio Matos: apoio de
peso em São José de Ribamar

O ex-prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (Mobiliza) vem dando mostras de que, ao contrário do que muitos pensam, ele está mais decidido do que nunca a participar da corrida pelas duas vagas no Senado. Na semana passada, ele surpreendeu o meio político a receber o apoio declarado do prefeito de São José de Ribamar, Júlio Matos (Podemos), aumentando o número de líder municipais que declararam aval ao seu projeto eleitoral.

Não é um apoio qualquer, por várias razões. Começa com o fato de que São José de Ribamar é o quinto maior colégio eleitoral do Maranhão, atrás apenas de São Luís, Imperatriz, Timon e Caxias, com mais de 100 mil eleitores, um filão cobiçado por todos os candidatos, no caso os senadores Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PSD), que buscam a reeleição, o ministro do Esporte André Fufuca (PP) e o ex-senador Roberto Rocha.

Outra razão: o prefeito Júlio Matos lidera boa parte desse eleitorado ribamarense, que lhe tem sido fiel por décadas, tanto que o elegeu em 2020 e o reelegeu em 2024 contra forçar poderosas. Isso significa dizer que uma declaração de apoio dele a qualquer candidato pode significar uma carrada de votos.

E mais um detalhe: três vezes prefeito de Santa Rita, com influência decisiva em Bacabeira e com uma fatia de prestígio em Paço do Lumiar, Hilton Gonçalo faz política na Região Metropolitana de São Luís, sendo bastante conhecida em São José de Ribamar.

Isso tudo faz do aval de Júlio Matos uma expressiva injeção de ânimo à sua pré-candidatura ao Senado.

São Luís, 16 de Setembro de 2025.