Arquivos mensais: maio 2022

Licença de Weverton tem muito mais ingredientes do que Bringel definiu como gesto de quem “honra seus pares”

 

Weverton Rocha abre vaga no Senado para Roberth Bringel

O senador Weverton Rocha (PDT), pré-candidato ao Governo do Estado, vai se licenciar do mandato por quatro meses, exatamente no período em que se dará a companha eleitoral e a realização das eleições. Ele anunciou sua saída no dia 6 de julho, para retornar no dia 6 de novembro, depois de um eventual segundo turno da eleição para governador. Na condição de senador licenciado, o pedetista vai intensificar os acordos visando fortalecer sua pré-candidatura e avançar na sua pré-campanha em todo o estado. Sua cadeira será ocupada pelo primeiro suplente, o médico Roberth Bringel, ex-prefeito de Santa Inês (2005/2013), que será senador pelo União Brasil. Licenciado, Weverton Rocha vai escolher seu candidato a vice e, tudo indica, confirmar o apoio do PDT ao projeto de reeleição do senador Roberto Rocha (PDT). Além disso, presidente que é do PDT, Weverton Rocha deverá se dedicar à organização da convenção na qual o partido oficializará a chapa majoritária por ele encabeçada, e as chapas proporcionais (deputado federal e estadual). Depois da convenção, se confirmada sua candidatura a governador, o senador licenciado comandará a campanha, que se iniciará no dia 16 de agosto e terminará no dia 30 de setembro, para ir às urnas no dia 2 de outubro e, dependendo do resultado, voltar às urnas três semanas depois.

As 16 semanas da sua licença serão marcadas por uma situação curiosa e politicamente pouco comum: o suplente Roberth Bringel será um senador do União Brasil, um partido do Centrão cuja bancada nesse período engordará, passando de oito para nove senadores, aumentando assim o poder de fogo da legenda. Por outro lado, a bancada do PDT, que já é pequena, com apenas quatro senadores, com a saída temporária de Weverton Rocha encolherá 25%, ficando com apenas três senadores, o que reduzirá muito a sua já limitada influência na Casa. Se for um político que honra partido, o senador temporário Roberth Bringel estará eticamente obrigado a declarar apoio ao pré-candidato do seu partido a presidente da República, o deputado federal Luciano Bivar (UB). Nesse caso, Ciro Gomes, pré-candidato do PDT ao Palácio do Planalto, ficará com um pedetista a menos no plenário do Senado.

Ao transferir o mandato senatorial para Roberth Bringel durante a campanha eleitoral, reduzindo a força do seu partido na Câmara Alta para aumentar a já gigantesca musculatura de um partido de direita, que não apoia a pré-candidatura presidencial do pedetista Ciro Gomes nem a do próprio ex-presidente Lula da Silva (PT), que diz apoiar, o senador Weverton Rocha reforça a impressão de muitos de que essa aliança PDT/União Brasil vai muito além do que é visível no Maranhão. No estado ela parece ser apenas uma relação com viés familiar com o deputado federal Juscelino Filho, que é sobrinho de Roberth Bringel, mas que comanda apenas uma banda do novo partido – a outra é comandada pelo deputado federal Pedro Lucas Fernandes, filho de Pedro Fernandes, prefeito de Arame e, por coincidência, primeiro suplente da senadora Eliziane Gama (Cidadania).

Essa aliança começou em 2018, com a escolha de Roberth Bringel para suplente de senador. Na época, a esposa dele, a também médica e ex-deputada estadual Vianey Bringel, então do MDB, era prefeita de Santa Inês. A relação ganhou força surpreendente nas eleições municipais de 2020, principalmente na disputa para a Prefeitura de São Luís, onde Weverton Rocha, já evidenciando o seu projeto de poder, afastou-se do governador Flávio Dino (PCdoB), descartou o então prefeito Edivaldo Holanda Jr., que era do PDT, e lançou um desafeto dele, o deputado estadual Neto Evangelista, filiado ao DEM, candidato a prefeito da Capital. O resultado foi a maior desastre da história eleitoral do PDT em São Luís. O partido que foi esmagado nas urnas, perdeu o controle da maior Prefeitura do Maranhão, encolheu na Câmara Municipal e acabou obrigado a apoiar de graça a eleição do deputado federal Eduardo Braide (Podemos), que será um dos seus mais fortes adversários em eleições futuras.

Assim, a licença do senador Weverton Rocha, que o futuro senador temporário Roberth Bringel classificou como um gesto de grandeza de “um aliado fiel que honra seus pares”, tem um fundo político bem mais abrangente e complexo, que ultrapassa as fronteiras do Maranhão e alcança os bastidores de Brasília. No que diz respeito exclusivamente à campanha, proporcionará ao pré-candidato do PDT o tempo que ele precisa para se manter firme na guerra pelo voto.

Em tempo: o médico Roberth Bringel nasceu político no antigo PMDB. Ele se elegeu prefeito de Santa Inês em 2004 e se reelegeu em 2008 com o apoio do Grupo Sarney.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Com Ângela Salazar no comando, Justiça Eleitoral está em boas mãos

A presidente do TRE-MA Ângela Salazar e o vice e corregedor José Luís Oliveira

A desembargadora Angela Salazar assumiu ontem a presidência do Tribuna Regional Eleitoral (TRE-MA), e nessa condição comandará as eleições deste ano no Maranhão. Segunda mulher negra a presidir a Corte Eleitoral maranhense – a primeira foi a desembargadora Anildes Cruz -, a desembargadora Ângela Salazar chega ao posto embalada pela sua trajetória na magistratura e por uma série de símbolos que representa. Sua caminhada nas entrâncias judiciárias é exemplar: bacharela em Direito pela UFMA, foi delegada de Polícia, promotora de Justiça e, finalmente, juíza de Direito, função que cumpriu com correção e eficiência nas diversas comarcas por onde passou. Chegou ao colégio de desembargadores por merecimento e tem feito pleno jus à ascensão. Ao falar já como presidente da Justiça Eleitoral, ele mandou um recado claro aos que tentam desacreditar o sistema eleitoral com informação falsa: “Temos vivenciado um período desafiador, com disseminações do falseamento da verdade e das fakes news com impacto na vida econômica, social e política dos cidadãos, cidadãs e das instituições. A Justiça Eleitoral sendo atacada de forma constante sobre a confiabilidade da urna eletrônica, e o Estado Democrático de Direito sob perigo. Descabe, portanto, apoiar esses desvios de condutas”. No plano simbólico, sua importância ganha amplitude pelo fato de ser mulher, negra e de origem humilde, condições que no Brasil conservador que ainda teima em existir, tornam improvável protagonizar uma carreira bem-sucedida, principalmente numa instituição formal e conservadora como o Poder Judiciário. A nova presidente do TRE-MA é a prova – e faz questão de sê-lo – de que a educação, o esforço e a consciência cidadã são as armas mais eficientes na luta contra o atraso e o preconceito.

A presidente Ângela Salazar terá como vice, que acumula a função de corregedor-eleitoral, o desembargador José Luís Oliveira, um magistrado sério, estudioso e crítico duro das deficiências da Justiça e conhecido pela correção ética.

A Justiça Eleitoral do Maranhão está, portanto, em boas mãos, tanto na seara técnica quanto no ponto de vista ético.

 

Carlos Lula avança como nome forte para a Assembleia Legislativa

Carlos Lula

Surfando no prestígio – justo, vale anotar – que conseguiu como um dos mais destacados auxiliares dos Governos Flávio Dino, principalmente pelo eficiente desempenho na luta contra o novo coronavírus, o advogado Carlos Lula, ex-secretário de Estado da Saúde e ex-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Estado da Saúde (Conas), avança como um dos mais fortes marinheiros de primeira viagem na corrida para a Assembleia Legislativo. Filiado ao PSB, ele vem quebrando progressivamente a imagem fechada de advogado militante que continua sendo, para se transformar num pré-candidato expansivo e perdendo o medo de chegar onde pretende. Além da monumental rede de Saúde que implantou no Maranhão, ele entra na luta pelo voto como o secretário de Saúde cujo estado foi, proporcionalmente, o que menos perdeu vidas para a covid-19. Não é pouca coisa não, nem aqui nem na China.

São Luís, 20 de Maio de 2022.

Edivaldo Jr. tenta um desafio gigantesco: se livrar de Lahesio e alcançar Weverton com discurso “antibriga”  

 

Edivaldo Jr. quer se desgarrar de Lahesio Bonfim e alcançar Weverton Rocha na corrida aos Leões

Confirmado na terceira posição na corrida ao Palácio dos Leões, o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr. vai centrar sua pré-campanha de pré-candidato do PSD no objetivo de se desgarrar do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim, pré-candidato do PSC, e jogar pesado para alcançar o segundo colocado, que segundo a pesquisa Escutec mais recente, é o senador Weverton Rocha, pré-candidato do PDT, recém ultrapassado pelo governador Carlos Brandão, pré-candidato do PSB à reeleição. Para tanto, vai intensificar o discurso com qual pretende ser identificado como a “terceira via”, certo de que essa posição poderá lhe empurrar para um eventual combate em segundo turno com o governador Carlos Brandão ou até mesmo com o senador pedetista. Edivaldo Jr. já está dando os primeiros passos nessa estratégia com o discurso dos filmetes de propaganda do PSD, nos quais se apresenta como bom moço e crítico da política do confronto.

Sem ser exatamente original, o mote é inteligente e a estratégia tem tudo para ser eficiente. Primeiro porque num país em que, sem um projeto de Governo e conquistas visíveis, o presidente da República se alimenta do confronto, comprando brigas com Deus do mundo, à esquerda e à direita, parece um bom negócio adotar uma estratégia nessa linha, como paladino do trabalho e da moderação. E segundo, porque o cidadão e o político Edivaldo Holanda Jr. se encaixam sem maiores dificuldades nesse perfil. Sua trajetória de dois mandatos de vereador de São Luís, meio mandato de deputado federal e dois mandatos de prefeito das Capital justifica, sem muito esforço, esse movimento. E encontra alvos nítidos em Lahesio Bonfim, pré-candidato do PSC, e em Weverton Rocha, pré-candidato do PDT, dois políticos pré-dispostos a entrar nessa seara perigosa, se for o caso, para chegar onde pretendem.

Com 12% de intenções de voto, segundo a última pesquisa Escutec, tecnicamente empatado com Lahesio Bonfim, que apareceu com 11% no mesmo levantamento, e oito pontos percentuais atrás de Weverton Rocha, que tem se mantido na faixa dos 20%, Edivaldo Jr. parece ter clara noção de que o seu objetivo é, na verdade, um desafio gigantesco nas duas pontas do projeto. Ele sabe que os dois oponentes que pretende deixar para trás não são presas fáceis, muito ao contrário.

O ex-prefeito de São Luís está plenamente ciente de que Lahesio Bonfim se mostra cada dia mais confiante de que o fato de ser “a novidade” no contexto da disputa lhe dá um gás extra para desempatar o jogo a seu favor e seguir em frente, para, ele próprio, tentar chegar no segundo colocado. Essa confiança aumentou com a saída do senador Roberto Rocha (PTB) do páreo para disputar a reeleição, e mais ainda com a desistência já admitida do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), que por indução do Palácio do Planalto, poderá apoiá-lo. E certamente já avaliou que tirar o colega ex-prefeito do seu calcanhar poderá exigir uma ação de confronto direto, que vai exatamente na contramão da política pacifista que ele está pregando. Uma forma de ação política que Lahesio Bonfim parece gostar.

Se desgarrar-se de Lahesio Bonfim é tarefa difícil, dá para imaginar o tamanho da encrenca que será engordar na preferência do eleitorado o suficiente para alcançar e ultrapassar o senador Weverton Rocha e se posicionar como o adversário do governador Carlos Brandão num eventual segundo turno. A julgar pela pré-campanha intensa e quase obstinada do pré-candidato do PDT, o discurso “civilizado e antibriga” do candidato do PSD não será suficiente para alcançar o objetivo traçado. Weverton Rocha tem se mostrado um adversário forte e determinado, tendo a seu favor uma megaestrutura de campanha. Alcançá-lo e deixá-lo para trás não é exatamente impossível, mas qualquer observador sabe que não será nada fácil.

Em resumo: o projeto do pré-candidato Edivaldo Jr. de tornar a “terceira via” é um desafio gigantesco, que, se vier a ser alcançado, reafirmará em definitivo a imprevisibilidade da política.

Em tempo: A pesquisa Estutec foi feita entre 26 e 30 de abril, ouviu 2 mil eleitores em 73 municípios, tem margem de erro de 2,19% para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95% e está registrada no TRE sob o protocolo MA 02565/2022.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

União Brasil deve continuar rachado no Maranhão

Juscelino Filho e Pedro Lucas Fernandes: União Brasil vai continuar rachado no MA

Não surpreenderam as declarações do deputado estadual Neto Evangelista comentando, em tom de desânimo, a indefinição do União Brasil – resultado da fusão DEM/PSL – em relação à disputa para o Governo do Estado e Senado. E se ele não foi direto e esclarecedor nas explicações, a situação é simples, e foi objeto de um comentário da Coluna na semana que passou: o União Brasil no maranhão está rachado ao meio, com seus dois líderes, os deputados federais Juscelino Filho (ex-DEM) e Pedro Lucas |Fernandes (ex-PSL), posicionados em campos opostos, o primeiro ao lado do senador Weverton Rocha (PDT), apoiando também a pré-candidatura do senador Roberto Rocha (PTB) à reeleição, e o segundo alinhado ao governador Carlos Brandão (PSB), tendo o ex-governador Flávio Dino (PSB) como candidato do Senado. E como parece haver um acordo pelo qual o comando nacional do partido não se envolverá nos seus braços regionais, os dois parlamentares se juntarão para apoiar o candidato que o partido vier a escolher para a Presidência da República, ficando liberados para se posicionar no estado de acordo com as suas conveniências. E como estão em campos opostos sem serem inimigos, Juscelino Filho e Pedro Lucas Fernandes tendem a manter a situação como está no primeiro turno, para decidir o que fazer em caso de segundo turno.

 

Bancada mantém silêncio sobre ataques à urna eletrônica

Tem chamado a atenção a indiferença da esmagadora maioria da bancada federal do Maranhão em relação aos ataques, cada vez mais ostensivos, do presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua turma ao mundialmente elogiado e cada vez mais seguro sistema de votação brasileiro por urna eletrônica. Salvo os oposicionistas senadora Eliziane Gama (Cidadania) e os deputados federais Márcio Jerry (PCdoB) e Rubens Jr. (PSB), que se manifestam sempre que o presidente Jair Bolsonaro investe contra o sistema eleitoral, os demais representantes permanecem em silêncio, como se nada estivesse acontecendo. Vale registrar que o silêncio é mantido também pela fatia bolsonarista da representação maranhense no Congresso Nacional.

São Luís, 19 de Maio de 2022.

Maranhãozinho sai do páreo, não declara apoio a Weverton e diz que grupo vai escolher o candidato

Josimar de Maranhãozinho durante live com Detinha e aliados bolsonaristas, quando anunciou a decisão

A declaração do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) de que será o seu grupo, e não ele isoladamente, quem escolherá o pré-candidato ao Governo do Estado, funcionou como uma forte pisada no freio em relação ao senador Weverton Rocha, pré-candidato do PDT, cujos aliados, visivelmente entusiasmados, já davam o apoio como favas contadas. Com a manifestação, feita em live na noite de segunda-feira, o parlamentar admitiu pela primeira vez que está fora da corrida aos Leões, mas, ao contrário era esperado no meio político, ele não só não bateu martelo sobre o nome a ser apoiado, como também resolveu consultar o seu grupo, assegurando que o pré-candidato que terá o seu apoio será o que os aliados escolherem. Se, de fato, Josimar de Maranhãozinho abrir mão do seu poder de decisão e permitir os integrantes do seu grupo discutam as pré-candidaturas e se posicionem em relação a uma delas, pode acontecer de tudo, podendo a escolha recair sobre qualquer um dos pré-candidatos, incluindo, claro, o senador Weverton Rocha e o governador Carlos Brandão (PSB).

O que o deputado federal Josimar de Maranhãozinho chama de seu grupo é a soma de ele e mais três deputados federais, cinco deputados estaduais, 40 prefeitos que seu partido elegeu – entre eles Júlio Matos (PL), de São José de Ribamar, e Rigo Teles (PL), de Barra do Corda, por exemplo -, além de um expressivo número de vereadores. Trata-se de um grupo com peso político e eleitoral, que, se atuar unido e bem articulado, pode ter papel importante no desempenho do candidato que vier a apoiar. Tanto que no meio político é corrente a certeza de que todos os pré-candidatos querem o apoio do grupo por ele comandado, independentemente da sua condição de investigado por corrupção e outras bandalheiras, e de mais importante aliado de proa do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Maranhão.

Para escolher um dos pré-candidatos, Josimar de Maranhãozinho e seu grupo terão de resolver uma série de questões que, se não bem resolvidas, poderão melar qualquer acordo. A primeira delas é o fato de o PL por ele comandado ser o partido pelo qual o presidente Jair Bolsonaro buscará a reeleição, o que obriga a ele e seu grupo se alinharem automaticamente à campanha do presidente da República no Maranhão. Se esse fato vier a pesar mesmo, dificilmente o grupo chefiado pelo presidente do PL apoiará, por exemplo, o governador Carlos Brandão, que está alinhado à campanha do ex-presidente Lula (PT), nem o senador Weverton Rocha, que se encontra ainda em cima do muro em relação ao pré-candidato do seu partido, Ciro Gomes (PDT), e ao líder petista. Nesse tabuleiro de pré-candidatos, restam-lhe Edivaldo Holanda Jr., cujo partido, o PSD, ainda não se definiu na corrida presidencial; e Lahesio Bonfim (PSC), que poderia ser o chamado “caminho natural”, mas por quem Josimar de Maranhãozinho não nutre “um real” de simpatia.

Nos bastidores, todos sabem que Josimar de Maranhãozinho tem simpatia pela pré-candidatura do governador Carlos Brandão à reeleição. Os dois dialogam sem problemas, já conversaram diversas vezes, inclusive em meio à informação segundo a qual entre 10 e 15 dos 40 prefeitos em tese controlados pelo chefe do PL já teriam lhe comunicado que apoiarão o projeto de reeleição do chefe do Poder Executivo, que espera o apoio desse grupo. Uma eventual aliança com o senador Weverton Rocha se dará mais no campo da conveniência, uma vez que os dois não nutrem simpatia política um pelo outro, mas entre eles poderá ser firmado um acordo que inclua, por exemplo, a vaga de vice. Weverton Rocha tem incentivado seus aliados a propalarem a possível aliança, mas ele próprio tem sido cauteloso sobre o assunto. O mesmo se dá com Josimar de Maranhãozinho.

O fato é que, ao admitir que está fora do páreo e jogar para o grupo a escolha do pré-candidato, Josimar de Maranhãozinho passou uma borracha no que estava rascunhado e abriu caminho para um desenho imprevisível, que pode ligar sua turma ao PDT, ao PSB, ao PSD ou até mesmo ao PSC.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Dino diz que Moro “assassina o Direito”

Flávio Dino faz novas e duras críticas a decisões e declarações de Sérgio Moro sobre Lula daSilva

O ex-governador Flávio Dino (PSB), ex-juiz federal, volta e meia dá lições de Direito ao ex-juiz federal Sérgio Moro. A mais recente, em tom de “puxão de orelha”, foi “ministrada” ontem. O roteiro mais uma vez envolveu o ex-presidente e pré-candidato a presidente Lula da Silva (PT).

Irritado com questionamentos acerca do seu domicílio eleitoral, um dos itens do imbróglio em que se transformou seu início de carreira política, Sérgio Moro resolveu reagir atirando contra o ex-presidente Lula da Silva. Ele escreveu: “Ressalvo que as condenações de LL não foram anuladas por erros da primeira instância, mas, sim, por erros da última instância. A corrupção na Petrobras foi profunda e LL não foi inocentado no mérito por ninguém”. E acrescentou como que reclamando que “a candidatura de um condenado em 3 instâncias seja tratada com naturalidade”.

Flávio Dino não deixou por menos, e disparou na direção do ex-chefe da Lava Jato e ex-“menino de ouro” do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL): “É constrangedor ver um colega ex-juiz federal dedicar-se a assassinar o Direito em tweets. Falar em “inocentar no mérito?” Que maluquice é essa? E agora dizer que existem “condenações em 3 instâncias” contra Lula? E a declaração de nulidade?”

Flávio Dino fala com autoridade sobre e os tropeços jurídicos de Sérgio Moro. Eles ingressaram na magistratura federal pelo mesmo concurso, com o detalhe de que Flávio Dino foi aprovado em 1º lugar e Sérgio Moro em 16º.

Flávio Dino foi um juiz correto, sem nenhuma mancha na sua carreira. Além disso, conquistou o respeito da sua categoria, tendo se elegido presidente da Associação dos Juízes Federais, uma das entidades mais atuantes e respeitadas da magistratura brasileira. Deixou a magistratura pela porta da frente para entrar na política, elegeu-se em deputado federal em 2006, tendo sido apontado como um dos melhores quadros da Câmara Federal entre 2007 e 2010, destacado como legislador, principalmente como relator de vários projetos importantes, entre eles o da Lei da Ficha Limpa. Concorreu sem sucesso à Prefeitura de São Luís em 2008 e ao Governo do Estado em 2010, mas foi consagrado ao ser eleito governador no primeiro turno em 2014, e reeleito em 2018, também em turno único. Fez um governo marcado pela correção e pela eficiência e é favorito na disputa ao Senado.

Depois de anos sem expressão na magistratura, Sérgio Moro criou o grande filão da Lava Jato, no qual se projetou como paladino da luta contra a corrupção. Só que nessa função atropelou a lei, desrespeitou direitos, abusou do seu poder e jogou tudo por terra ao deixar a magistratura para se tornar ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, em quem o pretendeu dar um golpe para se tornar nome forte para a presidência da República. Jair Bolsonaro percebeu o jogo e criou as condições para que ele pedisse demissão. Tentou viabilizar sua candidatura a presidente, mas nenhum partido quis lhe dar a vaga. Caminha para um já visível ocaso político.

 

Macedo faz Podemos sair da “gaveta” e se tornar o partido viável

Ao centro, Fábio Macedo apresenta parte dos filiados, como Cleomar Tema e Jota Pinto à esquerda

Até três meses atrás na condição de partido com potencial para ser o grande suporte do prefeito de São Luís, Eduardo Braide, no seu projeto de chegar ao Governo do Estado em oposição ao grupo atualmente no poder estadual, o Podemos deu uma guinada e apoiará a pré-candidatura do governador Carlos Brandão (PSB) ao Governo do Estado e a do ex-governador Flávio Dino (PSB) ao Senado. Agora comandado pelo deputado estadual Fábio Macedo, o partido foi turbinado com uma série de filiações de peso, entre elas a do ex-prefeito de Tuntum, Cleomar Tema, a do suplente de deputado federal Dr. Elizabeth, o suplente de deputado estadual Jota Pinto, o vereador Marcial Lima, ex-líder do Governo na Câmara Municipal, entre outros líderes.

Antes visto como um político sem muito futuro, devido principalmente a problemas de natureza pessoal, o deputado Fábio Macedo vem surpreendendo com o um operador político ativo, tendo conseguido transformar o Podemos num partido competitivo: “Quando recebemos o partido, já tínhamos uma representação na Câmara, mas éramos completamente desconhecidos no estado. Eu sempre digo que pegamos um partido na gaveta e, em apenas cinco dias, com todo esforço, montamos uma chapa com 42 pré-candidatos a deputado estadual e 19 pré-candidatos a deputado federal”.

Seu entusiasmo faz todo sentido.

São Luís, 18 de Maio de 2022.

Weverton opera para reforçar sua pré-candidatura com guinada radical na direção do bolsonarismo

 

Weverton Rocha durante uma das edições do “Maranhão mais feliz”, ao lado da sua esposa, Sâmia Bernardes

Na iminência de confirmar o apoio já alinhavado do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), chefe maior do partido do presidente Jair Bolsonaro no Maranhão, depois de perder vários aliados importantes, o senador Weverton Rocha (PDT) vem mantendo o mesmo ritmo inicial da sua ostensiva e intensa pré-campanha ao Governo do Estado, realizando os eventos por ele batizados de “Maranhão mais feliz”, na verdade atos políticos com formato de comício, que fecha sempre com um discurso de campanha em que afirma ter solução para todos os problemas do estado.  Além disso, o senador vem alimentando uma frenética ponte-aérea São Luís-Brasília-São Luís, para exercer o mandato, e às vezes com desvio de rota, como ontem, quando ele desembarcou em São Paulo integrando a comitiva que acompanhou o presidente do Senado e do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD/MG), aos estúdios da TV Cultura, onde concedeu entrevista ao conceituado programa Roda Viva. “Estamos aqui em São Paulo acompanhando o presidente Rodrigo Pacheco na entrevista que ele concederá daqui a pouco à TV Cultura”, postou o senador maranhense em rede social, atuando mais com um assessor do que como líder da bancada do PDT no Senado. Toda essa movimentação visa um único objetivo: fortalecer sua pré-candidatura ao Governo do Estado, começando por voltar à liderança nas pesquisas, hoje perdida para o governador Carlos Brandão (PSB), e evitar o risco de ser seriamente ameaçado pelo ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr., pré-candidato do PSD ao Palácio dos Leões.

O senador Weverton Rocha não admite sequer a possibilidade de rever seu projeto de candidatura. Ele e seus aliados mais próximos exibem a convicção de que sua determinação e sua estratégia o levarão ao Palácio dos Leões. E, curiosamente, esse sentimento dominante entre os seus apoiadores mais próximos foi nitidamente reforçado depois que veio à tona a informação de que, depois de perder o apoio do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), e da sua colega de bancada Eliziane Gama (Cidadania), ele receberá o apoio formal de Josimar de Maranhãozinho. Por esse acordo, alinhavado com a ajuda de aliados em Brasília, a base da sua pré-candidatura será turbinada com quatro deputados federais, cinco deputados estaduais e entre 25 e 30 prefeitos, já que entre 10 e 15 dos 40 que seu partido elegeu se posicionaram como governador Carlos Brandão.

Outro item da sua estratégia, decidido ainda em fevereiro, mas só declarado no final de abril, foi o rompimento com o ex-governador Flávio Dino (PSD). “Uma coisa nosso grupo já decidiu: não votaremos no Flávio Dino”, declarou ele em Caxias, para dias depois mandar deputados estaduais integrantes do seu núcleo de comando declararem apoio à pré-candidatura do senador Roberto Rocha (PTB) à reeleição. A decisão surpreendeu pelas irônicas coincidências que ela reúne: o senador Weverton Rocha, eleito em 2018 com o apoio decisivo do então governador Flávio Dino, resolveu virar as costas ao agora ex-governador pré-candidato ao Senado, para aliar-se ao senador Roberto Rocha (PTB), pré-candidato à reeleição, ele também eleito com a ajuda providencial do então governador Flávio Dino em 2014. Nada parecido aconteceu na política maranhense nas últimas décadas.

Ao firmar aliança com Josimar de Maranhãozinho e Roberto Rocha, Weverton Rocha deu uma guinada radical à direita, ligando-se, ainda que informalmente, ao braço do bolsonarismo no Maranhão. “Desafio quem prove que eu tenha votado contra trabalhadores”, brada nos seus discursos contestando rumores de acordos subterrâneos com o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). E reforça sua “independência” alimentando ligação forte com a zoadenta, mas pouco influente, dissidência do PT, concentrada numa corrente petista com base em São Luís, que avaliza seu discurso já não tão enfático de apoio à pré-candidatura do ex-presidente Lula da Silva (PT) ao Planalto.

O fato é que, com todos os altos e baixos e erros e acertos, o senador Weverton Rocha mantém de pé o seu projeto de candidatura, indicando que fará de tudo para que seu foguete sem marcha à ré não dê meia volta e retorne à base. Prova disso foram as edições do “Maranhão mais feliz” em São Luís Gonzaga e Pastos Bons, na semana passada.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

A AgroBalsas: Brandão autoriza pavimentação da MA-006 e faz regularização fundiária

Carlos Brandão, secretários e líderes empresariais do agronegócio em ato preparatório da feira; e um dos espaço da feira, uma das 20 maiores do País.

O governador Carlos Brandão (PSB) participou ontem da festa de abertura da 18ª AgroBalsas, o maior evento do agronegócio da chamada região Matopiba e cujo foco é o desenvolvimento, a inovação, a troca de informações nacionais e internacionais e a tecnologia avançada na produção agrícola mecanizada em carga escala, como acontece na região polarizada por Balsas, no Sul do Maranhão. Na sua participação, o governador anunciou obra de pavimentação rodoviária e ações de regularização fundiária na região.

O governador Carlos Brandão estará na 18ª edição da AgroBalsas, um dos maiores eventos de agronegócio no Maranhão, que começa nesta segunda-feira (16), a partir das 19h, na Fazenda Sol Nascente. Neste ano, a AgroBalsas tem foco no desenvolvimento, inovação, transferência de informações nacionais e internacionais e tecnologia avançada. Na ocasião da agenda, Carlos Brandão autorizou a pavimentação da MA-006, no trecho que liga Tasso Fragoso a Alto Parnaíba, e assinou termo de regularização fundiária, que será o maior na história da região. E na sua fala, o governador reafirmou o seu compromisso de investir para que o Maranhão avance como um grande celeiro de produção agrícola do Brasil e do mundo.

Organizada pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte (Fapcen) com o apoio do Governo do Maranhão, a AgroBalsas é uma das 20 maiores exposições agropecuárias do País e deve gerar negócios na ordem de R$ 3 bilhões com a participação de produtores rurais, pecuaristas, empresas e organizações públicas e civis, tendo como forte o agronegócio. A exposição segue até o dia 20.

É isso aí.

 

Roberto Costa mantém tradição com a Festa das Mães em Bacabal

Roberto Costa com participantes da Festa das Mães em Bacabal

Já inscrita no calendário de eventos da cidade, devido a importância que ganhou ao longo dos últimos 10 anos, a Festa das Mães realizada pelo deputado Roberto Costa (MDB) em Bacabal vai muito além do roteiro tradicional. Tem brindes, sorteios e distribuição de mimos. Mas o que chama a atenção é o gigantismo do evento, que reúne uma multidão em verdadeiro clima de festa. Foi assim no último sábado (14), no Centro Cultural da “Princesa do Mearim”, onde uma expressiva fatia feminina dos seus 106 mil habitantes se concentrou atendendo ao convite do parlamentar. A edição desse ano teve uma programação tão rica quanto intensa. A distribuição de brindes e os sorteios de eletrodomésticos – televisores, fogões, geladeiras, liquidificadores e poupança no valor de R$ 1 mil, com transmissão direta pelas TVs locais foram embalados por orações e em seguida por artistas, como o cantor Guilherme Kalebe, de 10 anos, que fez uma homenagem especial às mães, e a cantora Taty Mel e o Dj Bigu completaram a festa animando os milhares de bacabalenses presentes ao evento. Em meio às manifestações de gratidão, o deputado Roberto Costa, que tem uma forte relação pessoal e política com Bacabal, quase não segurou a emoção: “Foi uma festa muito bonita, dois anos sem a gente ter esse abraço carinhoso das mães de Bacabal. Mas, graças a Deus, a gente conseguiu realizá-la mais um ano e reunimos uma multidão. Foi muito bom. Valeu a pena”.

São Luís, 17 de Maio de 2022.

Com chapa pronta e base política sólida, Brandão e Dino se distanciam dos concorrentes

 

Flávio Dino. Carlos brandão e Felipe Camarão têm chapa pronta e levam vantagem sobre Weverton Rocha, Edivaldo Jr., Lahesio Bonfim, Josimar de Maranhãozinho, Simplício Araújo, Enilton Rodrigues e Hertz Dias

A 18 semanas das eleições que definirão o futuro imediato do Maranhão, no contexto do destino que os brasileiros, incluindo os maranhenses, darão ao Brasil, a corrida para o Governo do Estado vai desenhando um cenário cuja versão final poderá ser a confirmação, ou não, do que é visível hoje. De um lado, a aliança partidária montada em torno da chapa encabeçada pelo governador Carlos Brandão (PSB|), pré-candidato à reeleição, tendo o ex-governador Flávio Dino (PSB), pré-candidato ao Senado, e de outro, uma série de pré-candidatos a governador – senador Weverton Rocha (PDT), Edivaldo Jr. (PSD), Lahesio Bonfim (PSC), Josimar de Maranhãozinho (PL), Simplício Araújo (Solidariedade), Enilton Rodrigues (PSOL) e Hertz Dias (PSTU) – que ainda não trabalham com a montagem de suas chapas. Com números espantosamente diferentes, as duas pesquisas mais recentes (Escutec e Exata – a primeira deu expressiva vantagem a Carlos Brandão, e a segunda mostrou um rigoroso empate técnico entre os dois) indicam que aos poucos o governador vai avançando, enquanto o senador pedetista se mantém estacionado há meses no patamar dos 20 pontos percentuais. Há sinais de que a tendência de polarização entre Carlos Brandão e Weverton Rocha pode perder consistência e tornar a situação indefinida no segundo time.

Até agora, Carlos Brandão e Flávio Dino vêm dando seguidas demonstrações de unidade e de capacidade de definir os rumos das suas pré-candidaturas. Já definiram o seu arco de alianças, já escolheram o pré-candidato a vice-governador – Felipe Camarão (PT) -, e já preencheram a vaga de candidato a primeiro suplente de senador – Ana Paula Lobato, vice-prefeita de Pinheiro (PCdoB). Atualmente, Carlos Brandão e Flávio Dino acompanham a movimentação dos seus partidos e aliados para montarem as chapas de candidatos à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa. Além disso, já alinhavam o roteiro de campanha das chapas majoritária e proporcionais e já trabalham na organização da pré-campanha e campanha do seu aliado na corrida à Presidência da República, o ex-presidente Lula da Silva (PT). É o que se pode chamar de correta montagem de um bem construído e poderoso movimento eleitoral.

No campo oposto, com exceção do PSOL, que tem chapa majoritária definida, com Enilton Rodrigues para o Governo e Antônia Cariongo para o Senado, o que existe até agora são alguns nomes firmemente posicionados como pré-candidatos a governador, fazendo pré-campanha solitariamente. O pedetista Weverton Rocha iniciou a pré-campanha vinha exibindo boa performance, mas estancou, conforme registrado pelas pesquisas, ainda não sinalizou sobre quem será seu pré-candidato a vice, que deve sair das fileiras do PDT, formando uma improvável “chapa puro sangue”, ou de aliados como Republicanos ou PTB, já que o PDT decidiu confirmar o rompimento com Flávio Dino apoiando formalmente a pré-candidatura do senador Roberto Rocha à reeleição. Além disso, Weverton Rocha ainda corre atrás do apoio do ex-presidente Lula da Silva, ignorando o pré-candidato do seu partido na corrida presidencial, o ex-ministro Ciro Gomes, gerando um quadro no mínimo curioso.

A situação é mais indefinida no âmbito das demais pré-candidaturas. Edivaldo Holanda Jr. está focado em romper as fronteiras, ganhar espaço e criar as condições para chegar a um eventual segundo turno, o que não lhe deixou margem para pensar em vice. Ele ainda não se manifestou em relação ao Senado, mesmo tendo o presidente do seu partido, deputado federal Edilázio Jr., manifestado a intenção de apoiar o projeto de reeleição do senador Roberto Rocha. É a mesma situação do pré-candidato do PSC, Lahesio Bonfim, tudo indicando que a palavra final sobre escolha do vice será do presidente do partido e principal fiador do projeto de candidatura a governador, deputado federal Aluízio Mendes.

Em situação mais indefinida ainda estão Josimar de Maranhãozinho e Simplício Araújo. O primeiro vê seu projeto de candidatura ao Governo do Estado afundar a cada dia sob o peso de uma gigantesca rejeição, reforçada pelas investigações da Polícia Federal que o apontam como chefe de um grande esquema de corrupção com recursos de emendas parlamentares. O segundo pela absoluta inércia da sua pré-candidatura, mesmo sendo ele um postulante quase obstinado.

O cenário definitivo estará desenhado daqui a dois meses a 10 semanas, quando chegar o período das convenções partidárias.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Dino galvaniza movimentos populares por Lula, Brandão e ele próprio

Flávio Dino mobiliza movimentos sociais e sindicais para formar o “Time do Lula”

No ato em que reuniu o que batizou de “Time do Lula”, na noite de sexta-feira (13), apoiadores da sua candidatura, na maioria militantes de movimentos populares, sociais e sindical, o ex-governador Flávio Dino fez um discurso forte, no qual estimulou a mobilização desses segmentos em apoio às pré-candidaturas do ex-presidente Lula da Silva (PT) ao Planalto, do governador Carlos Brandão aos Leões e à dele própria ao Senado. Ele disse:

“Esse é um ato de lutadores e lutadoras do Maranhão. É essa mobilização aqui que decide e ganha eleição. Nós precisamos entender que o Brasil está sofrendo muito porque as pessoas estão perdendo o que conquistaram. Perderam o mais importante que é o direito de sonhar. É preciso está na rua, no bairro, no sol quente, na chuva. É preciso estar em cada igreja dizendo que quem é cristão de verdade não pode votar no Anticristo, não pode votar em quem não tem nenhum compromisso verdadeiro. Nós vamos junto e vamos vencer no Maranhão”.

Foi ovacionado.

 

Braide pode ficar sem partido até depois das eleições

Eduardo Braide: sem preocupação partidária, mais foco na gestão

Não será surpresa se o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, permanecer sem partido até depois das eleições de outubro. Para quem é obrigado a encarar e dar jeito nos problemas cabeludos que aterrissam na sua mesa de trabalho no Palácio de la Ravardière, entrar numa briga eleitoral da qual não participa diretamente, a avaliação é o de que é mais prudente evitar envolvimento. Na avaliação de uma fonte próxima do prefeito, até mesmo o quadro de pré-candidatos a governador não o estimula a entrar nessa ciranda. O governador Carlos Brandão é. apoiador do seu principal adversário, o deputado estadual Duarte Jr. (PSB); o ex-prefeito Edivaldo Jr. já é tido como seu oponente em 2024; e o senador Weverton Rocha pode vir a ser seu oponente no pleito estadual de 2026. Ou seja, tudo conspira para que o prefeito de São Luís não se envolva muito com a corrida ao voto deste ano. Nesse cenário, vinculação partidária poderá obrigá-lo a tomar posição, o que parece não ser do seu interesse, pelo menos até o início de outubro.

São Luís, 16 de Maio de 2022.

Se Bolsonaro vier a apoiar Lahesio, Maranhãozinho irá junto e não fará acordo com Weverton

 

 

Alla Garcez especula que Jair Bolsonaro deve apoiar Lahesio Bonfim e levar Josimar de Maranhãozinho junto

Os braços bolsonaristas no leque partidário maranhense, que já vinham em clima de agitação, se agitaram mais ainda, ontem, depois de o médico Allan Garcez, que aqui e ali atua como porta-voz não autorizado do Palácio do Planalto, ter especulado que o presidente Jair Bolsonaro (PL) “deve declarar apoio” à pré-candidatura do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSC), ao Governo do Estado. Apoiador estridente da candidatura de Jair Bolsonaro em São Luís, e que sonhou ser ministro da Saúde, mas acabou perambulando em cargos pouco relevantes daquela pasta, o dr. Allan Garcez tenta se mostrar um bolsonarista importante para viabilizar sua candidatura à Câmara Federal pelo PP. Para tanto, parece haver alinhavado uma estratégia controversa e de alto risco, como dar palpite na posição do braço maranhense do PP, comandado pelo deputado federal André Fufuca, por exemplo. Isso ficou evidente na entrevista que ele concedeu ontem ao programa Ponto Continuando, da Rádio 92.3 FM, comandado pelo jornalista Clodoaldo Corrêa e seus parceiros Rogério Silva e Glaucio Ericeira.

Faz sentido a possibilidade que ele levantou de o presidente Jair Bolsonaro declarar apoio à pré-candidatura de Lahesio Bonfim. Por vários motivos, sendo o primeiro deles o fato, cada vez mais confirmado, de o deputado federal Josimar de Maranhãozinho haver arquivado o seu projeto de disputar o Palácio dos Leões, depois de alvejado por duras denúncias de corrupção e de entrar na linha de tiro no Conselho de Ética da Câmara Federal. E depois, Lahesio Bonfim, depois de entrar e sair do PSL, do PTB, do Agir36, finalmente desembarcou no PSC, partido controlado no Maranhão pelo deputado federal Aluísio Mendes, um dos parlamentares mais próximos do presidente, tendo inclusive sido brindado com o posto de vice-líder do Governo na Câmara Baixa. Sem opções depois que o senador Roberto Rocha (PTB) decidiu tentar a reeleição e Josimar de Maranhãozinho puxou o feio de mão da sua pré-candidatura aos Leões, a tendência de Jair Bolsonaro pode ser mesmo ungir Lahesio Bonfim seu candidato a governador no Maranhão.

Se esse cenário vier a se confirmar, algumas articulações em andamento serão interrompidas e alguns acordos já alinhavados, desmanchados. É o caso, por exemplo, da aliança informal de Josimar de Maranhãozinho com o senador Weverton Rocha, pré-candidato ao PDT ao Governo do Estado, cujo anúncio estava sendo aguardado por esses dias. Isso porque dificilmente o comando nacional do PL e a turma do Palácio do Planalto permitirão que o chefe do partido do presidente da República no Maranhão apoie outro candidato que não o que ele vier a apoiar. Será mais um golpe duro no projeto de poder do senador pedetista, que parecia contar com a aliança, mesmo informal, com Josimar de Maranhãozinho, firmada em torno da pré-candidatura do senador Roberto Rocha à reeleição. E como é sabido, mesmo não sendo “bons amigos”, Lahesio Bonfim e Josimar de Maranhãozinho dificilmente resistirão um ao outro na corrida eleitoral se o presidente Jair Bolsonaro resolver o papel de cupido nessa relação.

Todas as evidências indicam a cúpula nacional do bolsonarismo está armando uma situação que, pelo menos, melhore a posição do presidente Jair Bolsonaro no Maranhão, onde as pesquisas apontam que ele pode sofrer uma surra histórica do líder petista Lula da Silva nas urnas. Além de investir na melhoria da sua imagem, veiculando filmetes pouco convincentes nas TVs maranhenses, Jair Bolsonaro tenta criar uma situação que de alguma maneira crie pelo menos situações embaraçosas ao ex-governador Flávio Dino (PSB), líder isolado nas intenções de voto para o Senado. Não é segredo para ninguém que o presidente não quer a eleição do ex-governador para o Senado, principalmente pelo fato de que se ambos saírem vitoriosos nas urnas, o maranhense será uma voz implacável de oposição ao seu governo.

Já as declarações do dr. Allan Garcez sobre uma improvável mudança de rota do PP, que segundo ele pode deixar a base de apoio da pré-candidatura do governador Carlos Brandão à reeleição, para apoiar a pré-candidatura de Lahesio Bonfim, tem todas as características de um factoide mal engendrado. O deputado federal André Fufuca, comandante do braço do PP no Maranhão, não esconde de ninguém que segue a linha partidária no plano nacional, mas no plano regional manterá o partido na aliança articulada por Flávio Dino desde 2014. Mesmo levando em conta as imprevisibilidades da política, não há qualquer evidência de que essa mudança possa acontecer. Logo, a possibilidade de o factóide do dr. Allan Garcez ganhar forma pode ser igual a zero.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Assembleia homenageia irmãos desembargadores

Da direita para a esquerda: Eduardo Nicolau, José Joaquim Figueiredo dos Anjos, Othelino Neto, José Jorge Figueiredo dos Anjos e Ângela Salazar

Os desembargadores José Joaquim Figueiredo dos Anjos, presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MA), e José Jorge Figueiredo dos Anjos, presidente da Escola Superior da Magistratura do Maranhão, foram laureados ontem com a Medalha do Mérito Manoel Beckman, a maior honraria da Assembleia Legislativa. A concessão foi iniciativa do presidente do Poder Legislativo, deputado Othelino Neto (PCdoB), e a entrega se deu em sessão solene, com a presenta de familiares, amigos, colegas e autoridades representativas dos três poderes. O aspecto a ser destacado é que os magistrados são irmãos, sendo que um deles, José Joaquim Figueiredo dos Anjos, é pai do deputado Pará Figueiredo (PL), que agradeceu a homenagem.

– Na verdade, esta é uma homenagem que a Assembleia presta a todo o Poder Judiciário do Maranhão em reconhecimento aos serviços prestados ao povo maranhense. É um ato que simboliza o respeito que esta Casa nutre pelo Judiciário, ao mesmo tempo, reafirma a relação harmônica entre os poderes constituídos do Estado do Maranhão. Nós temos convicção de que as instituições necessitam ser fortalecidas e que os poderes precisam estabelecer uma relação harmônica, pois quem ganha com isso é a sociedade – declarou o presidente Othelino Neto.

O desembargador José Jorge agradeceu a comenda declarando: “Ela provém do reconhecimento do Parlamento Estadual pelos longínquos serviços prestados aos maranhenses. Agradeço à Assembleia pelo reconhecimento de nosso trabalho. Esta comenda impõe a responsabilidade de ontem e de todo sempre de conduzir-me com respeito e ética, mantendo-me sempre digno de tamanha honraria”.

Já o desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos, que já presidiu o Poder Judiciário, expressou assim sua gratidão: “Ser agraciado com a Medalha do Mérito Legislativo Manuel Beckman muito me orgulha e é paradoxal, uma vez que todas as minhas atitudes sempre tiveram uma conotação impessoal, motivada pela defesa intransigente dos princípios constitucionais e de preceitos de caráter universal. Receber essa comenda implica dizer que estou trilhando o caminho correto. Agradeço a Assembleia a concessão dessa honraria, que me provoca orgulho e gratidão”.

 

PSOL ameniza crise, mas tensão interna continua

Enilton Rodrigues e Franklin Douglas

Há sinais de que a crise que se instalou no braço maranhense do PSOL por causa da sucessão estadual está sendo superada: a candidatura do presidente Enilton Rodrigues ao Governo do Estado está mantida e consolidada, como também a candidatura da professora Coriongo ao Senado. O fato de o partido não haver lançado candidato a presidente da República, para apoiar a candidatura do ex-presidente Lulas da Silva (PT), causou uma grande onda de insatisfação interna, principalmente por grupos mais à esquerda. No Maranhão, o movimento de reação é liderado pelo professor Franklin Douglas, para quem o PSOL é um partido com posições ideológicas e programáticas firmes, que não se adequam a projetos mais moderados. Daí defender sempre projetos próprios, sem alianças que comprometam esse perfil. Para esse grupo, o partido tinha de ter lançado candidato presidencial e candidatos a governador e a senador em todos os estados. Mesmo tendo lançado chapa majoritária no Maranhão, o PSOL foi sacudido pela insatisfação desse grupo, que não aceita qualquer relação com outras candidaturas. O clima lá já esteve mais tenso, mas a paz integral ainda não retornou.

São Luís, 14 de Maio de 2022.

Dividido ao meio, União Brasil ainda está oficialmente sem rumo no Maranhão

 

Juscelino Filho e Pedro Lucas Fernandes disputam o comando de um partido rachado em maior no estado

De todos os braços partidários em atuação no Maranhão, o que vive a situação mais complicada é o União Brasil, partido recém-nascido, fruto da fusão do DEM com o PSL. Quase todas as secionais maranhenses dos partidos têm problemas de maior ou menor gravidade, seja por alguma dissidência, seja por causa de segmentos que optaram por caminhos diferentes dos orientados pelas cúpulas partidárias, seja, enfim, por divergências quanto a candidaturas majoritárias e outros pontos sem convergência. Essas mazelas afetam, por exemplo, o PT, o PDT, o MDB, o PSOL e vários outros partidos. Nenhum dos problemas dessas agremiações se compara ao do União Brasil, cujo braço maranhense é rachado ao meio, com uma banda liderada pelo deputado federal Juscelino Filho, que tinha o controle do DEM, e outra comandada pelo deputado federal Pedro Lucas Fernandes, que controlava o PSL. Juscelino Filho apoia o projeto de candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) ao Governo do Estado, enquanto Pedro Lucas Fernandes está alinhado à pré-candidatura do governador Carlos Brandão (PSB).

Não há qualquer sinal de que os dois grupos venham a baixar suas guardas para tentar um entendimento sobre o cenário político estadual. E até onde é sabido, não se teve até agora notícia de como os dois parlamentares estão tratando a pré-candidatura do líder máximo da legenda, deputado Luciano Bivar, a presidente da República. E nem Juscelino Filho nem Pedro Lucas Fernandes disse uma só palavra sobre o projeto que embala o discurso do presidenciável do partido: o Imposto Único.

Eleito em 2014 pelo PRP com 83 mil votos e reeleito em 2018 pelo DEM com 97 mil, o deputado Juscelino Filho perdeu espaço partidário com a criação do União Brasil e com o seu alinhamento à pré-candidatura do senador Weverton Rocha, exatamente por não ter conseguido unir o partido em torno desse projeto. Mesmo tendo sido prestigiado pela cúpula nacional com a vice-liderança do partido e a presidência do Conselho de Ética da Câmara Federal, sua situação se complicou mais ainda quando seu principal aliado, a deputada estadual Andreia Rezende, migrou do DEM para o PSB, integrando a base da pré-candidatura de Carlos Brandão. O parlamentar tem reafirmado seu apoio a Weverton Rocha, mas sofre um o processo de isolamento dentro do partido, enfrentando inclusive dificuldade para manter prefeitos aliados nesse movimento.

Por seu turno, Pedro Lucas Fernandes, que era vereador de São Luís, se elegeu deputado federal em 2018 pelo PTB com 111 mil votos. Nos últimos três anos teve vida partidária tumultuada que o levou a romper com a cúpula do PTB, que se tornou um braço radical do bolsonarismo. Depois de algum tempo sem partido, o parlamentar se filiou ao PSL, assumindo o controle do partido no Maranhão. Essa situação permaneceu até a fusão DEM/PSL, que resultou no nascimento do União Brasil. Juntamente com seu pai, o ex-vereador e ex-deputado federal Pedro Fernandes, atual prefeito de Arame, Pedro Lucas Fernandes se alinhou ao projeto de candidatura do governador Carlos Brandão, apoiando também a candidatura do ex-governador Flávio Dino (PSB) ao Senado.

Embora seus dois líderes já tenham feito suas escolhas na corrida ao Palácio dos Leões, oficialmente o União Brasil não se posicionou sobre o tema. Uma das razões do não posicionamento partidário formal é o fato de que o braço maranhense do partido ainda não tenha um comando definido e um presidente que fale em nome do partido. Juscelino Filho e Pedro Lucas Fernandes travam um embate duro, mas civilizado, pelo comando do partido. O desfecho dessa queda-de-braço não tem data, podendo acontecer a qualquer momento. Há quem acredite que o fato de ter ganhado a vice-liderança na Câmara Federal tirou o deputado Juscelino Filho da luta pelo comando partidário, fortalecendo a tendência de que a presidência caia nas mãos do deputado Pedro Lucas Fernandes.

Diante do posicionamento dos seus principais líderes no Maranhão, a expectativa no meio político é sobre como o partido se posicionará oficialmente em relação à disputa pelo Governo do Estado e pelo Senado.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

PSD quer que Edivaldo Jr. se afaste de Lahesio, ultrapasse Weverton e chegue a Brandão

Edivaldo Jr. vai jogar duro

O comando do PSD tomou uma decisão de usar todos os recursos disponíveis para levar o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Jr. ao segundo turno da disputa para o Governo do Estado. Os chefes do partido, cujo comando maior é do deputado federal Edilázio Jr., avaliaram o cenário e chegaram à conclusão de que ele, Edivaldo Jr., tem potencial para crescer e ultrapassar o agora segundo colocado na corrida, que no momento é o senador Weverton Rocha (PDT), segundo a mais recente pesquisa do Escutec, que apontou a liderança do governador Carlos Brandão (PSB). Por essa avaliação, a corrida aos Leões dificilmente se dará em turno único. Para chegar à condição de principal adversário do governador Carlos Brandão, Edivaldo Jr. tem um desafio duplo: primeiro é se descolar de vez da ameaça que lhe faz o candidato do PSC, Lahesio Bonfim, que se mantém na fronteira dos 10% das intenções de voto, e o segundo é alcançar e ultrapassar Weverton Rocha, que pelo menos uma dezena de pesquisas encontra-se estacionado na faixa dos 20% das intenções de voto. O ex-prefeito de São Luís já está ajustando o seu discurso para esse objetivo, quando se declara um político que não gosta de brigar e que é focado no trabalho. Se ele conseguir pressionar de fato o pré-candidato pedetista, este, por sua vez, terá de partir para o contra-ataque e, ao mesmo tempo, tentar alcançar o governador Carlos Brandão, o que é um desafio bem mais complicado. O fato é que Edivaldo Jr. fará uma campanha mais contundente, tanto para se livrar de Lahesio Bonfim quanto para alcançar e ultrapassar Weverton Rocha.

 

Se Simone Tebet não for candidata, MDB do maranhão apoiará Lula da Silva

Roseana Sarney quer MDB apoiando Lula 

A ex-governadora Roseana Sarney, presidente regional do MDB, está aguardando o desenrolar das articulações para a definição do partido em relação à corrida presidencial, na qual a senadora mato-grossense Simone Tebet se movimenta para ser candidata do partido ao Palácio do Planalto. O MDB está dividido, com uma corrente defendendo o lançamento de uma candidatura própria – no caso Simone Tebet -, e a candidatura do ex-presidente Lula da Silva (PT). Tanto Roseana Sarney quando seu pai, o ex-presidente José Sarney, apoiam a candidatura de líder petista, que no Maranhão tem também o apoio do governador Carlos Brandão, do ex-governador Flávio Dino e ainda do senador Weverton Rocha (PDT). Corre nos bastidores que, caso Simone Tebet não saia candidata ao Palácio do Planalto, o MDB maranhense deve anunciar oficialmente seu apoio ao ex-presidente Lula da Silva.

São Luís, 13 de Maio de 2022.

Carta-aberta de petistas sobre campanha de Lula gera mal-estar, enquanto Bolsonaro ocupa espaço no Maranhão

 

Flávio Dino coordena grupo que prepara a campanha de Lulas da Silva no Maranhão, mas grupo quer “um petista” 

O ex-governador Flávio Dino (PSB) foi alcançado ontem por uma carta-aberta externando o incômodo de um grupo de militantes do PT com o que dizem ser ações do líder socialista e candidato ao Senado para controlar a campanha da chapa Lula da Silva (PT) /Geraldo Alckmin (PSB) no Maranhão. Assinada por um certo “Movimento Petistas de Base”, que não dá nome aos autores nem figura entre as tradicionais correntes que convivem no partido, apesar das suas diferenças, a tal carta-aberta defende que um petista assuma o comando da campanha do ex-presidente no Maranhão e cobra a troca do pré-candidato a vice do governador Carlos Brandão (PSB), Felipe Camarão (PT), por um petista de raiz. O movimento tenta criar um caso exatamente no momento em que Flávio Dino trabalha para montar uma coordenação suprapartidária, e o presidente Jair Bolsonaro (PL) entra no cenário político maranhense no espaço do seu partido na TV falando aos maranhenses de ações do seu governo que não existiram, numa campanha ostensiva em busca da reeleição.

É verdade que todas as pesquisas feitas até agora mostraram que no Maranhão o ex-presidente Lula da Silva lidera as intenções de voto com larga vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro na avaliação de quem-é-quem na corrida presidencial. Mas é verdade também que, a exemplo do que vem fazendo em todo o País, Jair Bolsonaro está partindo para a ofensiva com uma campanha em que ele se dirige aos maranhenses fazendo afirmações que não correspondem à verdade dos fatos. O presidente negacionista agora se apresenta como defensor da vida, comprador – a contragosto – de 500 milhões de vacinas, mostrando imagens de outros estados como se fossem do Maranhão e lembrando que seu governo está pagando auxílio de R$ 400,00 a milhões de brasileiros. Uma banda minúscula do PT tentar instalar uma crise nas forças que apoiam a candidatura do ex-presidente Lula da Silva nesse momento é, no mínimo, falta de bom senso.

Os autores da carta-aberta, que, vale repetir, não se identificam, tentam minimizar o ataque ressalvando que são apoiadores das pré-candidaturas do governador Carlos Brandão à reeleição e do ex-governador Flávio Dino ao Senado, mas defendem a estranha tese de que a campanha do ex-presidente Lula da Silva no Maranhão tem de ser coordenada por um petista. Fazem questão de ignorar o fato de que o presidente do PT no Maranhão, Francimar Melo, é um dos integrantes do grupo articulado pelo ex-governador Flávio Dino para organizar a campanha da chapa Lula/Alckmin no Maranhão, assim como líderes de outros partidos, como os deputados federais Márcio Jerry, presidente do PCdoB, e Bira do Pindaré, presidente do PSB. Ou seja, a alegação de que Flávio Dino estaria “usurpando” o comando da campanha da chapa Lula/Alckmin no Maranhão não tem pé nem cabeça. Já a indicação de Felipe Camarão como vice de Carlos Brandão é assunto pacificado com o aval da esmagadora maioria do PT, incluídos aí a cúpula nacional e o próprio ex-presidente.

Preocupado em alimentar questões superadas, o “Movimento Petistas de Base” parece não dar importância ao fato de que as forças bolsonaristas – o senador Roberto Rocha (PTB), Lahesio Bonfim (PSC), os deputados federais Josimar de Maranhãozinho (PL), Aluísio Mendes (PSC), Edilázio Jr. (PSD) e Cléber Verde (Republicanos) – estão se juntando e, com a ajuda e o aval agora ostensivo do senador Weverton Rocha (PDT), pré-candidato a governador e que se declara apoiador do ex-presidente Lula da Silva. Essa aliança está criando ambiente propício para o presidente Jair Bolsonaro tentar fazer frente ao líder petista em território maranhense. A aliança das forças de oposição de viés bolsonarista e a campanha do PL na TV exibindo o presidente da República como um benfeitor magnânimo são partes evidentes dessa estratégia ostensiva do Palácio do Planalto para tentar reverter a tendência de surra anunciada nas urnas maranhenses no pleito de outubro.

Tudo indica que a carta-aberta do “Movimento Petistas de Base” será ignorada, mas não há dúvida de que gerou incômodo na aliança pró-Lula/Alckmin, enquanto as redes de TV exibiam o filmete ostensivo do presidente Jair Bolsonaro.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Brandão diz que Governo está em ordem e as finanças em dia

Carlos Brandão diz que Governo está em ordem 

O Governo do Maranhão não está voando exatamente em céu de brigadeiro, mas também não está enfrentando turbulências; o voo transcorre em segurança e sem riscos. Foi essa a imagem que o governador Carlos Brandão (PSB) passou ontem ao avaliar, em entrevista à TV Mirante, o seu primeiro mês de gestão. As finanças estão em ordem, o equilíbrio fiscal (receita e despesa) está sendo mantido, as contas estão em dia e os investimentos continuam no mesmo ritmo. Os serviços, principalmente nas áreas de educação, saúde, segurança pública e assistência social, seguem a todo vapor, garantindo que 500 obras se encontram no forno para serem inauguradas, estando também a metade do 13º salário dos servidores já assegurada para julho, como manda a tradição.

Ao dar essas informações, o governador Carlos Brandão revelou que, devido ao conhecimento que acumulou ao longo de sete anos, não encontrou qualquer dificuldade para assumir o comando do Governo e mantê-lo em pleno funcionamento. Foi categórico nesse assunto: “Acompanhamos a gestão Flávio Dino durante sete anos. Conhecemos todas as políticas públicas, todas as secretarias e órgãos, portanto, não houve dificuldades nesta transição. Fizemos alguns ajustes na composição de secretariado, mas o Governo segue inaugurando várias obras e mantendo os programas sociais, de desenvolvimento e de geração de empregos. Seguimos avançando”.

E amarrou convicto, sem pensar duas vezes: “Somos um governo de continuidade e avanços”.

 

Maranhãozinho deve declarar apoio a Weverton nas próximas horas

Josimar de Maranhãozinho vai levar Jair Bolsonaro para a órbita de Weverton Rocha, 

Rumores os mais diversos dão conta de que o deputado federal Josimar de Maranhãozinho deve anunciar nas próximas horas ou dias, o apoio dele e do seu grupo à pré-candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) ao Governo do Estado. O movimento do chefe do PL na direção do senador pedetista será o desfecho de uma grande articulação em Brasília envolvendo o presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente da Câmara federal, deputado Arthur Lira (PL), e o presidente nacional do partido, o ex-deputado federal e ficha suja Valdemar Costa Neto. Os mesmos rumores dão conta de que o processo no qual é acusado de corrupção e que se encontra para avaliação no Conselho de Ética do parlamento teria muito a ver com a decisão que ele anunciar nas próximas horas. Se o martelo for mesmo batido, o senador Weverton Rocha passará a contar, além do próprio Josimar de Maranhãozinho, com os deputados federais Júnior Lourenço (PL), Pastor Gildenemyr (PL) e Marreca Jr. (Patriotas), com os deputados estaduais do Detinha, Vinícius Louro, Hélio Soares e Pará Figueiredo, além de pelo menos metade dos 40 prefeitos do partido, que já avisaram ao chefe partidário que estão com ele e o presidente Jair Bolsonaro, mas  apoiarão a pré-candidatura do governador Carlos Brandão (PSB) à reeleição. Mesmo com essas defecções, Josimar de Maranhãozinho levará um cacife expressivo para embalar o projeto de poder do senador Weverton Rocha.

São Luís, 12 de Maio de 2022.

Primeira mobilização de Othelino Neto mostrou grupo forte e coeso em torno de Dino e Brandão

 

Flávio Dino e Carlos Brandão entre Othelino Neto e Ana Paula Lobato (d) e Felipe Camarão (e): afinação na reunião de apoio ao ex-governador para o Senado  

“Eu preciso do apoio de vocês”. O pedido, feito de maneira honesta, franca e direta, partiu do ex-governador Flávio Dino aos presentes da primeira reunião por sua pré-campanha ao Senado organizada pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), na noite de segunda-feira (9). Além de ser a primeira mobilização, o encontro serviu também para mostrar o tamanho e o poder de fogo da base de apoio à chapa liderada pelo governador Carlos Brandão (PSB), pré-candidato à reeleição. Ao encontro compareceram a pré-candidata a primeiro suplente de senador, Ana Paula Lobato (PCdoB), o pré-candidato a vice-governador Felipe Camarão (PT), nada menos que 21 dos 42 deputados estaduais – incluindo o presidente -, seis deputados federais – um deles representado pelo pai e o outro participou virtualmente –, a senadora Eliziane Gama (Cidadania) e o governador Carlos Brandão (PSB), que fez questão de participar.

Interpretado por adversários do ex-governador como um apelo “dramático”, o pedido de apoio à classe política foi mais uma demonstração de que Flávio Dino é hoje um político maduro e que sabe o que faz. Quando diz que precisa do apoio de aliados, ele fala francamente, demonstrando sólida consciência de que uma candidatura ao Senado não é um projeto individual, solitário, movido pela arrogância do candidato, mas um projeto de grupo, como é uma candidatura a governador e a presidente. Muito diferente de atitudes caudilhescas de pré-candidatos que jogam seus nomes no tabuleiro achando que todos estão obrigados a apoiá-lo. Quando um ex-governador bem avaliado se lança candidato a senador e reúne aliados e lhes diz que precisa do apoio deles, ele dá uma demonstração clara de maturidade e consciência política.

O primeiro movimento do deputado Othelino Neto como coordenador político do projeto da candidatura senatorial de Flávio Dino foi certeiro, rigorosamente dentro da lógica política pré-eleitoral. Reunir 21 deputados estaduais e seis deputados federais em torno de uma pré-candidatura ao Senado não é tarefa fácil. No caso, a tarefa do coordenador foi facilitada pela importância e a estatura política do pré-candidato, o ex-governador Flávio Dino, hoje o mais destacado político em ação no Maranhão, o que lhe deu até aqui a condição de favorito, e pela qual não se deixa seduzir, mesmo com ampla vantagem sobre seu principal adversário, o senador Roberto Rocha, que busca a reeleição.

Nesse contexto, Flávio Dino tem um discurso com dois motes, o cenário político e o seu Governo. No campo político, o seu discurso é fundamentado dos princípios básicos do estado democrático de direito – com eleições livres, regulares, organização partidária e alternância no poder -, a defesa das garantias constitucionais e o repúdio implacável a qualquer gesto que possa ser interpretado como golpismo. No campo administrativo, defende exatamente as marcas do que foi o seu Governo: gestão responsável, eficiente e transparente, com o dinheiro público sendo investido na sua destinação, e sem uma única suspeita de desvio. O resultado é óbvio: em sete anos, seu Governo fez na educação, na saúde e na segurança pública do que governos somados nas três últimas décadas. Os números estão aí, é fácil comprovar.

O deputado Othelino Neto justificou o encontro: “Cada deputado estadual, que aqui está, representa milhares de maranhenses, pois foram escolhidos pelo povo do Maranhão. E nós vamos levar essa mensagem para cada canto do estado”. E deixou claro que a ação de coordenação inclui também o esforço de mobilização em torno do projeto de reeleição do governador Carlos Brandão: “O governador pode contar comigo, como um militante político, porque, sobretudo, tenho responsabilidade com o que estamos construindo desde janeiro de 2015”. Na contrapartida. O governador Carlos Brandão elogiou os primeiros resultados do trabalho do deputado Othelino Neto como coordenador político da pré-candidatura do ex-governador Flávio Dino ao Senado: “Othelino tem o nosso respeito e a nossa gratidão por decidir continuar conosco nesse projeto, iniciado pelo ex-governador Flávio Dino, e que pretendemos continuar desenvolvendo em prol do Maranhão”.

Para o grupo situacionista, a reunião de segunda-feira iniciou de fato a pré-campanha do ex-governador Flávio Dino ao Senado.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Brandão anuncia o “Maior São João do Brasil”

Carlos Brandão entre assessores, exibe camiseta com a marca do São João 2022

O Maranhão terá o “Maior São João do Brasil”, afirmou ontem o governador Carlos Brandão (PSB) ao anunciar a programação da mais importante festa popular do estado, que volta a ser realizada depois de dois anos suspensa por causa da pandemia do novo coronavírus. Os números apresentados pelo governador e pelos secretários de Cultura, Paulo Victor, e de Turismo, Paulo Matos, impressionam: serão 500 apresentações de bumba-boi e outros folguedos no período de 28 de maio e 31 de julho em 20 arraiais oficiais e dezenas de arraiais espalhados pelos bairros da Capital. O público evangélico também será contemplado, com o Arraial do Povo de Deus, no Parque do Rangedor, dias 1° e 2 de julho. A expectativa é a de que São Luís receba nada menos que 450 mil visitantes durante a temporada festiva, o que pode lotar a rede hoteleira durante os festejos. Além da animação popular, o Governo vai usar o programa Mais Renda para incentivar centenas de microempreendedores a aproveitarem o período junino para movimentar a microeconomia. Além disso, uma novidade em relação aos grupos contratados: o pagamento adiantado de 30% do valor do cachê.

Depois do sufoco causado pela pandemia, São Luís já vive uma festiva contagem regressiva para o início da festança junina, com intensa movimentação nas sedes dos grandes grupos de bumba-boi, como Maracanã, Maioba, Pindoba, e batalhões como os visitantes da Baixada, como o zabumba de Guimarães, e grupos especiais, como o Barrica, já consolidado como tradição. Outros folguedos são esperados, como Cacuriá, Dança do Coco, Dança Portuguesa e Quadrilha. São Luís, como sempre, virará o centro do mundo, ao som de matracas, pandeirões e clarins.

 

Crise no PSD: destempero causado pela falta de afinação

Lahesio Bonfim: crise no PSD

Nenhuma surpresa em relação ao destempero verbal do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes e pré-candidato do PSD ao Governo do Estado, Lahesio Bonfim, em relação ao presidente do seu partido, deputado federal Aluísio Mendes. Ao tomar conhecimento de que Aluísio Mendes declarara que o PSD apoiará a pré-candidatura do senador Roberto Rocha à reeleição e que, num eventual segundo turno sem Lahesio Bonfim, apoiará o candidato contra o governador Carlos Brandão (PSD), ele foi direto no ponto central da questão: Aluísio Mendes fala em nome dele e do partido dele e não em nome de Lahesio Bonfim. E justificou sua posição com um argumento convincente: o seu foco é a sua pré-candidatura ao Governo do Estado, e não a pré-candidatura do senador Roberto Rocha nem a do governador Carlos Brandão.

É verdade que Lahesio Bonfim reagiu forte ao chefe do seu partido, ao dizer, à sua maneira, que não concorda com o que ele dissera. Mas, observada com mais cuidado, o presidente Aluísio Mendes cometeu falha grave ao posicionar o seu partido em questões melindrosas sem discuti-las com o candidato a governador da legenda. Isso porque, queira ou não o presidente do PSD, durante uma campanha, quem fala pelo partido, leva sua mensagem ao público, é o candidato a governador, o que exige, claro, a afinação de um discurso comum. Nesse sentido, ainda que tendo se manifestado de maneira destemperada, como sempre o fez, Lahesio Bonfim tem razões que amenizam sua reação. Afinal, ele é um candidato a governador, com alguma viabilidade, e com pleno direito de participar das decisões do partido sobre todas as questões relacionadas com a eleição.

Se houver inteligência política no PSC – e os movimentos do presidente Aluísio Mendes dizem que sim -, o episódio servirá para acertar os ponteiros e ajustar o discurso.

São Luís, 11 de Maio de 2022.