Arquivos mensais: março 2022

Flávio Dino encerra hoje ciclo que colocou o Maranhão em posição política e administrativa diferenciada

 

Flávio Dino e Carlos Brandão e seus familiares se abraçam em missa de agradecimento pelos resultados do Governo                

Flávio Dino (PSB) renuncia hoje ao mandato de governador do Maranhão, aos 53 anos, cumprindo exigência da legislação eleitoral para ter direito a se candidatar a senador nas eleições deste ano. A renúncia fecha um ciclo de sete anos e três meses em que o Maranhão viveu uma realidade diferenciada, tornada concreta pela orientação politicamente correta e o sentido inédito e inovador que o governador deu ao Governo do Estado. Nesses 2.614 dias, o que se viu foi uma mudança radical na postura do Governo estadual, que, contrariando orientações passadas, transformou, por exemplo, educação e saúde em prioridades absolutas, nelas investindo recursos muito acima do que foram previstos nos orçamentos anuais que administrou, atuando assim nas mais diversas áreas de responsabilidade estatal. Politicamente, Flávio Dino resistiu ao populismo barato, ao golpismo bolsonarista, transformando-se numa das vozes mais firmes e acreditadas do país em defesa das liberdades civis e do estado democrático de direito.

Flávio Dino priorizou o social e incluiu na pauta prioritária do Governo do Maranhão temas até então secundários, como a segurança alimentar (elevando de cinco para 82 o número de restaurantes populares) e a profissionalização na formação escolar com a construção e implantação de dezenas de IEMAs, num programa educacional, que fecha o ciclo com mais de 1.400 obras educacionais, entre elas a grande estrela, a Escola Digna, tendo criado a Uema Sul, um projeto revolucionário e bem-sucedido. No caso da Saúde, nenhum governo de qualquer época se comparou ao atual, o que pode ser facilmente constatado conhecendo-se a megaestrutura hospitalar implantada no estado a partir de esqueletos deixados pelo Governo anterior.

Os elevados investimentos em saúde permitiram que o Maranhão se tornasse vanguarda nacional no combate à epidemia do novo coronavírus, sendo o estado com menos mortes em toda a Federação.

No ciclo que fecha hoje, obras civis importantes – estradas e pontes, por exemplo – foram construídas, a segurança pública foi reforçada com o aumento de quase 50% do efetivo da Polícia Militar, e o sistema penitenciário, que horrorizava o país em desordem e violência, passou a ser uma referência para todos os estados. Nesse período, a cultura foi valorizada na medida certa, a juventude foi cuidada com plena dignidade, as cidades receberam tratamento justo dentro das possibilidades, assim como comunidades como a quilombola e a indígena estiveram sempre na ordem do dia do Governo. Ao investir forte em políticas públicas, o governador Flávio Dino quebrou todos os parâmetros e correntes que prendiam o Maranhão.

Flávio Dino governou com transparência, tendo mantido as finanças sob controle férreo, não tendo sido registrado um só caso de corrupção na sua equipe durante os dois mandatos. Entrega ao seu sucessor, Carlos Brandão (PSB), um Governo organizado, com uma política fiscal ajustada, as finanças em ordem, de modo que o seu sucessor ganha também as condições para governar com segurança e sem sobressaltos.

Ao longo dos seus dois mandatos, o governador Flávio Dino teve habilidade para governar liderando uma ampla aliança partidária, na qual conviveram sem traumas partidos de esquerda, centro e direita, usando a pluralidade como um fator de corresponsabilidade e estabilidade. Manteve relações institucionais firmes e produtivas com os poderes Legislativo e Judiciário. E fez grandes esforços para estabelecer uma convivência mesmo limitada, mas produtiva, com o Governo Federal, mas os ranços do presidente Jair Bolsonaro (PL) boicotaram todas as iniciativas. No campo político-partidário foi um militante incansável alertando a Nação para os ataques explícitos e subterrâneos à democracia, que culminaram com os atos golpistas de 7 de setembro. Ao mesmo tempo, foi o mais destacado político a propor a formação de uma ampla frente partidária, plural, para enfrentar a direita radical nas urnas. Pela sua atuação política, chegou a ser cogitado para disputar a presidência da República e também para vice de uma chapa de oposição. Saiu da seara das pré-candidaturas federais para disputar uma cadeira no Senado.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Em Carta, Dino faz balanço, afirma que fez o melhor e diz que navegar é preciso

Na segunda-feira (2?), o governador Flávio Dino divulgou uma carta aberta aos maranhenses anunciando a confirmação da renúncia que concretizará hoje. Trata-se de um documento que ganha importância histórica, no qual ele resume a trajetória da sua gestão com realismo e emoção, comparando o Maranhão a um barco, inspirando-se no fado clássico segundo o qual “navegar é preciso”. Segue na íntegra a carta do governador, que vale a pena ser lida pelo maior número possível de maranhenses:

Carta ao Povo do Maranhão

No dia 1º de janeiro de 2015, pela vontade de Deus e da população do nosso estado, assumi o comando de um barco chamado Maranhão, embasado em uma vida comprometida com as causas do progresso, da dignidade e da justiça social. Uma embarcação carregada de sonhos, ideais e planos para um Maranhão forte, altivo, orgulhoso de si próprio e de suas pessoas.

Este barco, como todos testemunhamos, não pôde navegar em águas calmas. Pelo contrário, sempre enfrentamos grandes ondas, tsunamis, imprevisibilidades, algumas absolutamente inimagináveis. No meio dessas ondas que sacudiram bastante o barco, foram os sonhos dos maranhenses e a vontade de mudar realidades que nos mantiveram navegando.

Escolas de taipa e sucateadas, filas de ambulâncias para São Luís – à vista da falta de hospitais regionais –, cenários de guerra nas penitenciárias, filas e mais filas para ter acesso a um direito básico, como tirar uma carteira de identidade.

Tudo isso, progressivamente, faz parte do passado. O Maranhão que guiamos investiu R$ 10 bilhões em estradas, hospitais e escolas, que possibilitaram abrir avenidas de oportunidades para os maranhenses.

Foram, por exemplo, mais de 1.400 obras educacionais. Abrimos 91 escolas de tempo integral, algumas delas com ensino fundamental bilíngue de português e inglês, algo impensável no Maranhão do passado. Uma oportunidade como essa era reservada apenas para os filhos dos mais ricos, que podiam pagar. Sinto muito orgulho de ver a estrutura dessas escolas, repletas de bibliotecas, laboratórios, pulsando conhecimento e esperanças. Isso tem mudado o destino de milhares de jovens.

Entregamos mais de 40 rodovias pavimentadas e milhares de quilômetros de asfalto implantados em ajuda aos municípios. Realizamos sonhos de várias gerações, com a construção de pontes em Paulino Neves, Santana, Timbiras, Sambaíba, São Felix de Balsas, Bequimão, Passo do Lumiar, Santo Amaro, entre outras.  

De todos os mares bravios que navegamos, o mais difícil deles foi o enfrentamento ao coronavírus, algo impossível de aprender nas páginas dos livros. Com muito esforço e trabalho sério, somos o estado que melhor combateu a pandemia, e temos a menor taxa de óbitos do país. Isso só foi possível porque, ao longo de todos esses anos, investimos fortemente na saúde, descentralizando os serviços e abrindo novas unidades em todo o estado.

Foram 50 novos equipamentos de saúde, ofertando serviço onde antes não tinha. O aumento na oferta de UTIs possibilitou grandes conquistas, com o fim da procissão de ambulâncias para a capital. Estamos zerando as filas da hemodiálise e da radioterapia, antes problemas crônicos. E estamos finalizando a primeira parte de uma grande obra: o Hospital da Ilha, que fará atendimento de urgência e emergência para os municípios da grande São Luís e de outras regiões.

Estamos agora perseguindo uma outra grande conquista nessa reta final: chegar a 100 restaurantes populares, a maior rede de segurança alimentar do país. Somos um estado que carrega marcas profundas da desigualdade socioeconômica e nesse momento crítico que o país atravessa, com famílias brasileiras sofrendo grave restrição financeira, ofertar comida de qualidade a preços simbólicos garante não só a sociedade, mas também que as famílias usem o dinheiro que seria gasto em alimentação com outras necessidades básicas. Isso ajuda inclusive a movimentar o comércio das cidades.

Sou muito grato por tudo que vivi à frente do Governo do Estado, por todos os sonhos que realizamos, por toda dor que conseguimos amenizar ou resolver. Esse barco ainda tem muito a navegar. Estou saindo da cabine de comando, mas continuo na luta, junto com todos e todas, para que ele chegue sempre em um bom porto. Mesmo que esse porto seja uma utopia, porque o nosso destino é continuar navegando. Navegar é preciso.

Obrigada Maranhão.

 

Othelino confirma permanência no PCdoB e apoio a Brandão e a Dino

Othelino Neto anunciou ontem sua decisão de apoiar Carlos Brandão

O deputado Othelino Neto (PCdoB), presidente da Assembleia Legislativa, vai continuar no PCdoB, será candidato à reeleição e apoiará a candidatura de Carlos Brandão, que assumirá o Governo do Estado amanhã, à reeleição. Com a decisão, o chefe do Poder Legislativo encerra uma movimentação que o levou e o manteve, durante longo tempo como avalista do projeto de poder do senador Weverton Rocha (PDT), pré-candidato ao Palácio dos Leões. A decisão confirma integralmente a informação dada pela Coluna na semana passada e que os aliados do chefe pedetista tentaram de todas as maneiras desacreditar.

Político jovem, mas centrado, o deputado Othelino Neto abraçou inicialmente o projeto de candidatura, acreditando que, sendo parte do grande grupo ligado ao governador Flávio Dino, seria fundamental articular essas forças e lançar um candidato de consenso. Como a viabilização não foi possível, ele inicialmente abraçou a pré-candidatura do senador Weverton Rocha, acreditando que ele seria ungido, o que não aconteceu. Na falta de consenso, reavaliou o contexto e decidiu rever sua posição e declarar apoio ao vice-governador Carlos Brandão ao Governo e o governador Flávio Dino ao Senado.

A mudança de posição do Othelino Neto não foi açodada, ao contrário, foi amadurecida ao longo de conversas com o governador Flávio Dino, com Carlos Brandão e com o próprio Weverton Rocha. E não causa dano à grande aliança liderada por Flávio Dino, à medida que ela ocorre dentro do próprio grupo.

São Luís, 31 de Março de 2022.

Weverton perde força política e suas perdas fortalecem Brandão

 

Weverton Rocha, com a esposa Sâmia Bernardes, evento em que retomou sua campanha de rua

Não têm sido dias fáceis para o senador Weverton Rocha (PDT), que vem sentindo, em intervalos de horas, o desmonte da estrutura política que imaginou ter montado e consolidado para disputar o Governo do Estado. A base de prefeitos está encolhendo dia após dia, alguns dos deputados federais que lhe declararam apoio começam a pensar seriamente em rever suas posições, o reduzido grupo de deputados estaduais corre o risco de desaparecer, isso depois de a família de Jackson Lago, o legendário fundador do seu partido, haver-lhe dado as costas e declarado apoio ao vice-governador Carlos Brandão (PSB).  A debacle é tão forte que até o seu principal operador político, Erlânio Xavier (PDT), que ensaiou candidatar-se ao Senado contra o governador Flávio Dino (PSB), jogou seus búzios e decidiu manter seu emprego de prefeito de Igarapé Grande, porque, se a ciranda continuar nesse ritmo, dificilmente será reeleito presidente da Famem em janeiro que vem. Não bastasse esse vendaval, o senador tem de encarar uma dura derrota na Câmara Municipal de São Luís, onde seu partido já deu as cartas e hoje caminha para entregar o poder sem nenhuma condição de lutar por ele, e o candidato que ele abraçou desistiu ante a derrota anunciada.

O que chama a atenção é o fato indiscutível de que todas essas perdas estão se revertendo em ganhos reais para o vice-governador Carlos Brandão, que deve aumentar expressivamente o seu poder de fogo político daqui a 48 horas, quando assumir o comando do Estado como governador titular e pré-candidato à reeleição. Ao mesmo tempo, esse cenário de perdas não parece alcançar o estado de ânimo do senador Weverton Rocha, que decidiu minimizar os reveses sofridos retomando sua pré-campanha com a realização de atos massivos.

Nos últimos meses, o senador Weverton Rocha, que liderou todas as pesquisas sobre a corrida eleitoral, mas permaneceu estacionado no patamar de 20 a 25 pontos percentuais e viu seu principal adversário, o vice-governador Carlos Brandão ameaçar sua liderança, foi repetidamente acusado por adversários e críticos de que sua candidatura ao Palácio dos Leões é um projeto pessoal e não o movimento de um grupo político representativo. Ele sempre reagiu afirmando tratar-se do projeto de um grupo forte e sólido, tanto que lhe deu a imagem de um foguete, exatamente para mostrar irreversibilidade de sua decisão, mas esse argumento foi perdendo força, à medida que seus aliados de primeira hora foram revendo suas posições.

Hoje, diante da posição ainda não declarada pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto, que era o principal fiador da sua pré-candidatura, mas interrompeu sua migração para o PDT, decidindo permanecer no PCdoB, seu aliado mais expressivo agora é a senadora Eliziane Gama (Cidadania). É óbvio, no entanto, que mais do que seu projeto de chegar aos Leões, o que a senadora quer mesmo é eleger Inácio Melo, seu marido e operador político, que ganhou de presente o enfraquecido braço do PSDB no Maranhão. Os partidos cujos presidentes lhe declararam apoio, como o Republicanos e o União Brasil, estão divididos, com parte das suas forças apoiando o pré-candidato do PSB, que até agora não sofreu nenhuma perda, ao contrário, só reforçou o seu cacife político.

Por mais desfavorável que seja, o cenário que ganha forma em torno da pré-candidatura do senador Weverton Rocha não é motivo suficiente para ele rever o seu projeto de poder. A seu favor, além do mandato senatorial e a presidência estadual do PDT, tem a juventude, o arrojo e uma atração quase obsessiva pelo Palácio dos Leões, onde poderia chegar sem maiores problemas daqui a dois anos, mas preferiu antecipar, jogando todas as suas cartas e correndo todos os riscos. No momento, suas cartas estão diminuindo, e seus riscos, aumentando.

Vale lembrar que a eleição será daqui a seis meses, e que a campanha para valer só será iniciada em agosto. Há tempo suficiente para revisões e ajustes.

 

 PONTO & CONTRAPONTO

 

Ato de filiação de Rubens Jr. mostra a força de Brandão no PT

Carlos Brandão ovacionado pela militância petista no ato de filiação de Rubens Jr.

A julgar pelo entusiasmo com que foi recebido pelo PT na festiva filiação do deputado federal Rubens Jr., que deixou o PCdoB, o vice-governador Carlos Brandão dificilmente escolherá o seu vice nas fileiras de outro partido. Foi uma recepção triunfal, que revelou duas situações. A primeira foi a força e o prestígio político de Rubens Jr., demonstrados na maneira surpreendentemente efusiva com que foi recebido pelos petistas, manifestação suficiente para torna-lo uma das estrelas do PT maranhense. A outra situação foi o clima de festa com que Carlos Brandão recebido pelos petistas, algo inimaginável meses atrás, quando o partido de Lula da Silva ainda remanchava internamente sobre quem apoiaria para governador. A festa de filiação de Rubens Jr. sepultou, em cova profunda, qualquer resquício de dúvida sobre o assunto. Em meio à festança partidária, alguns que dela participaram e frequentaram algumas rodas, foram para casa quase convencidos de que o pré-candidato a deputado federal Felipe Camarão é nome forte para ser o companheiro de chapa de Carlos Brandão.

 

Roseana comemora, mas MDB sofre perdas

Roseana comemora trabalho no MDB, mas perdeu Arnaldo Melo e Socorro Waquim para o PP

Ontem, a ex-governadora Roseana Sarney divulgou um vídeo em que dizia ter tido um dia cansativo por conta do exaustivo trabalho de comandar o MDB e prepará-lo para lançar chapas competitivas para a Câmara Federal e Assembleia Legislativa. Nas redes sociais, no entanto, o presidente do PP, deputado federal André Fufuca, apresentava um grupo de pré-candidatos recém filiados ao partido, entre eles, ninguém menos que o deputado estadual Arnaldo Melo e a deputada estadual Socorro Waquim, dois destacados agora ex-emedebistas. Ele um político experiente, que presidiu a Assembleia Legislativa em dois mandatos consecutivos e que, como tal, assumiu o Governo do Estado em dezembro de 2014 para fechar o Governo de Roseana Sarney. Ela, ex-prefeita de Timon, deputada estadual em outros mandatos, professora renomada. Esse conjunto de dados levam a uma indagação: o que mesmo a presidente do MDB estava comemorando?

São Luís, 30 de Março de 2022.

Braide sai do Podemos e vê perda antecipada para presidência da Câmara. Sofreu derrota?

 

Eduardo Braide se livrou de Sérgio Moro, mas terá de conviver institucionalmente com Paulo Victor

O gabinete principal do Palácio de la Ravardière foi fortemente atingido ontem por um turbilhão político. Ali, o prefeito Eduardo Braide rompeu com o Podemos, partido pelo qual se elegeu e que vinha tentando transformar, a médio prazo, na base de uma força política no Maranhão. A menos de 500 metros dali, no Palácio Pedro Neiva de Santana, o vereador Gutemberg Araújo (PSC), candidato a presidente da Câmara Municipal apoiado pelo prefeito Eduardo Braide e pelo senador Weverton Rocha (PDT), anunciou sua desistência da disputa, abrindo caminho para que o seu adversário, vereador Paulo Victor (PCdoB), seja eleito presidente, provavelmente por aclamação, na próxima semana. Os dois fatos terão repercussão forte na política ludovicense, algum reflexo na corrida eleitoral no estado e na corrida presidencial.

A decisão de deixar o Podemos, por “não compactuar com a forma com que a direção nacional tentou impor os rumos do partido no Maranhão”, causou estrago forte no braço maranhense do partido, e afundou ainda mais a pré-candidatura presidencial do ex-juiz Sérgio Moro, que assim correrá o risco de ficar sem palanque no estado. Eduardo Braide não simpatizou com a decisão do Podemos de bancar a candidatura presidencial de Sérgio Moro, tanto que não se manifestou sobre o assunto, agindo como se ignorasse a existência política e partidária do ex-ministro da Justiça e hoje inimigo do presidente Jair Bolsonaro (PL). O prefeito faz um jogo tão discreto e cauteloso, que deixou o Podemos sem dar qualquer pista sobre seu novo pouso partidário nem sinalizou em relação ao projeto de candidatura presidencial que abraçará.

A impossibilidade de ter um aliado na presidência da Câmara Municipal numa aliança com o PDT, articulada pelo senador Weverton Rocha, começou a ganhar forma quando o então líder do Governo, vareador Marcial Arruda (Podemos), que tentava mostrar-lhe que a aliança com os pedetistas eram uma aposta de alto risco, foi substituído exatamente pelo vereador pedetista Raimundo Penha. O domínio dos vereadores do PDT sobre o candidato governista Gutemberg Araújo, por orientação expressa do senador Weverton Rocha, afastou vários vereadores do grupo e atraiu para a disputa na Câmara os fluídos da corrida ao Governo do Estado, com governador Flávio Dino e o vice-governador Carlos Brandão se posicionando pela candidatura do vereador Paulo Victor. O resultado é que, sem adversário, o vereador do PCdoB – visto por muitos como uma revelação em matéria de articulação política – pode ser aclamado presidente.

A saída do Podemos parece ser o desfecho de um passo político bem calculado – Sérgio Moro seria um fardo difícil de carregar em São Luís -, que deixa Eduardo Braide à vontade para atuar sem pressões na corrida eleitoral deste ano, podendo programar o seu futuro partidário para o ano que vem, já de olho na reeleição em 2024. Já em relação à eleição na Câmara Municipal, está claro que o prefeito se deixou levar pelo jogo do PDT, que mesmo emagrecido na política de São Luís, tentou dar as cartas na eleição do presidente. Não dá para perceber qual foi o seu papel de fato na construção do cenário que ganhou forma no Palácio Pedro Neiva de Santana, com a virtual eleição de um vereador adversário, com militância forte e efetiva no PCdoB, partido que está na cabeça da lista dos adversários do atual Governo municipal.

Vistos de fora e de longe, os dois fatos que agitaram ontem o Palácio de la Ravardière podem ser interpretados como um mau momento político para o prefeito de São Luís. Afinal, não é fácil para um prefeito em um só dia deixar o partido pelo qual se elegeu e que esperava transformar numa força para o futuro, e, ao mesmo tempo, saber que a eleição para a presidência da Câmara Municipal está perdida. Mas a Coluna já disse várias vezes e vai repetir: Eduardo Braide é um político pragmático, que calcula cuidadosamente cada passo que dá nessa seara, e por isso dificilmente sairá desse turbilhão como derrotado.

 

 PONTO & CONTRAPONTO

 

Articulação de Othelino Neto encerra crise na AL com eleição de Ariston Ribeiro presidente da CCJ

Ariston Ribeiro foi eleito presidente da CCJ após articulação de Othelino Neto, que resultou na renúncia de Márcio Honaiser à presidência

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Assembleia Legislativa tem novo presidente, o deputado Ariston Ribeiro (Republicanos). A escolha se deu após a renúncia do deputado Márcio Honaiser (PDT), que permitiu uma nova composição do órgão legislativo, encerrando um arremedo de crise aberto com a eleição dele a quase um mês, que deu ao PDT maioria na Comissão, situação fortemente contestada pela maioria governista como uma jogada do senador Weverton Rocha destinada a criar dificuldades para o futuro governador Carlos Brandão (PSB). A mudança foi articulada numa ampla negociação conduzida pelo presidente Othelino Neto (PCdoB), que mesmo avaliando que não houve ilegalidade na eleição de Márcio Honaiser, compreendeu que mantendo CCJ sob controle quase total do PDT, levaria fatalmente a uma crise institucional com o Poder Executivo, que hoje tem cerca de dois terços do plenário.

A reação da maioria governista à eleição de Márcio Honaiser à presidência da CCJ com uma contestação na Justiça. O recurso dos governistas foi parar nas mãos da desembargadora Nelma Sarney, que despachou favoravelmente aos contestadores, tornando inválida a eleição, decisão que ela própria desfez no dia seguinte, agora dando razão a Márcio Honaiser, criando um forte mal-estar entre os três Poderes. Desde então os governistas boicotaram o funcionamento da CCJ, alegando falta de legitimidade por conta da suposta ilegalidade da eleição.

Nesse meio tempo, o presidente Othelino Neto usou o seu poder de articulação para desfazer o cenário de crise encontrar uma fórmula por meio da qual a CCJ ganhasse outra composição e a Assembleia Legislativa voltasse a funcionar plenamente. O desfecho da ação política do presidente da Casa resultou na renúncia do pedetista Márcio Honaiser e na eleição do republicano Ariston Ribeiro para a presidência. A mudança deixou a CCJ com a seguinte composição:  Presidente: Ariston Ribeiro (Republicanos). Titulares: Roberto Costa (MDB), Márcio Honaiser (PDT), Ricardo Rios (PDT), Wendel Lages (PMN), Adriano Sarney (PV) e Zé Inácio (PT).

 

Rubens Jr. reforça o time do PT para a Câmara Federal

Rubens Jr. reforça, junto com Zé Carlos e Felipe Camarão, time do PT para deputado federal, mas que pode dar o vice de Carlos Brandão

A decisão do deputado federal Rubens Jr. de migrar do PCdoB para o PT emagreceu o partidão e turbinou o projeto do PT de eleger uma grande bancada federal. Além do deputado Zé Carlos Araújo, que tem cacife para se reeleger, o PT conta com a forte candidatura do secretário Felipe Camarão, e agora reforça seu time com um político jovem e bem-sucedido nas urnas, vitorioso e bem votado em quatro eleições, duas de deputado estadual e duas de deputado federal.

Chama a atenção o fato de que esses três nomes fortes do PT para a Câmara Federal estejam sendo lembrados no zunzum dos bastidores como nomes igualmente fortes para a vaga de vice na chapa de Carlos Brandão (PSB).

São Luís, 29 de Março de 2022.

Pesquisa Exata aponta Weverton na frente, mas estacionado, com Brandão em segundo

 

Weverton Rocha lidera e Carlos Brandão é segundo, seguido por Roberto Rocha, Edivaldo Jr., Lahesio Bondim, Josimar de Maranhãozinho, Simplício Araújo e Hertz Dias na corrida ao Governo do Estado, segundo a pesquisa

Se a eleição para governador do Maranhão fosse agora, o senador Weverton Rocha (PDT), com 22% das intenções de voto, e o vice-governador Carlos Brandão (PSB), com 16%, teriam seus passaportes carimbados para um segundo turno. O cenário foi desenhado pela pesquisa Exata, divulgada ontem pela TV Difusora, aparecendo na sequência o senador Roberto Rocha (sem partido) com 13%, o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr. (PSD) com 12%, o prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (Agir36) com 10%, o deputado federal Josimar do Maranhãozinho (PL) com 6%, o suplente de deputado federal Simplício Araújo (SD) com 2%, e o servidor público Hertz Dias (PSTU) com menos de 1%. Segundo a pesquisa, 8% dos eleitores pensam em votar em branco ou anular o voto e 10% não sabem em quem votar ou não responderam. O instituto Exata ouviu 1.400 eleitores entre os dias 15 e 19 de março, e a pesquisa tem margem de erro de 3.44%, para mais ou para menos, e está registrada no TSE com o número MA-02272/2022.

Se os números trouxeram um certo alívio ao senador Weverton Rocha, seu staf e seus apoiadores, lhe deram também motivo para preocupação. O candidato do PDT, que vem protagonizando uma pré-campanha arrojada, que em quase nada difere de uma campanha oficial, permanece perigosamente estacionado na faixa que vai dos 20% e aos 25% das intenções de voto, sinalizando, com insistência, que pode ter batido no seu teto. Os 22% encontrados pelo Exata, se avaliados pela margem de erro (3,44%), o coloca num patamar que vai de 19 a 25 pontos percentuais. Trata-se, portanto, de uma liderança possível, mas colocada em dúvida por um dado que não pode ser desprezado: há candidatos com potencial de crescimento, o que significa risco para um candidato estacionado.

No que diz respeito ao vice-governador Carlos Brandão, os 16% encontrados pela pesquisa Exata, se não são exatamente motivo para comemoração, garantem no mínimo a boa informação de que não está estacionado, permanecendo ainda em curva ascendente. E com um diferencial enorme ao seu favor: a pesquisa foi feita antes de ele ingressar no PSB, ao lado do ex-governador Geraldo Alckmin, que será vice de Lula da Silva (PT), e mais ainda, antes de ele ser o governador do Maranhão, que nessa condição brigará pela reeleição. A segunda colocação, com seis pontos atrás do líder, não é uma informação para ser comemorada, mas no caso de Carlos Brandão, não é o pior dos mundos, a começar pelo fato de que ele está em movimento.

A pesquisa Exata trouxe o mesmo recado para Roberto Rocha, Edivaldo Holanda Jr., Lahesio Bonfim e Josimar de Maranhãozinho: que coloquem os pés no chão e reavaliem imediatamente seus projetos de candidatura, de modo que possam encontrar meios de entrar na corrida com gás para serem protagonistas e não meros coadjuvantes. A mensagem alcança especialmente o senador Roberto Rocha, que já viveu sua era de ouro partidária e hoje está mercê da boa vontade de Lahesio Bonfim e Josimar de Maranhãozinho.  Já em relação a Simplício Araújo e a Hertz Dias, o recado do eleitorado está mais que claro: não passarão de figurantes, o que, aliás, não será nenhuma novidade em relação ao pré-candidato do PSTU.

Mesmo envolta numa extensa manta de controvérsias e anunciada em uma semana depois da prospecção, a pesquisa Exata encerra a primeira fase da corrida ao Palácio dos Leões, indicando que as próximas fases serão duras, porque definirão finalmente quem é quem nesse jogo em que, pelo menos por enquanto, o senador Weverton Rocha e o vice-governador Carlos Brandão – que será governador daqui a cinco dias – estão dando as cartas a caminho de uma peleja de dois turnos, mas com gente prevendo que ela pode morrer em turno único.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Exata mostra que Flávio Dino não tem páreo para o Senado

Flávio Dino venceria os dois na corrida ao Senado

Se a eleição para senador fosse hoje, o governador Flávio Dino (PSB) seria eleito com mais da metade dos votos. Foi o que apurou o instituto Exata, tendo a apuração informado que Flávio Dino sairia das urnas com 51% dos votos, seguido de Roberto Rocha (20%), Edivaldo Holanda Jr. (10%), enquanto Saulo Arcangeli (PSTU), Paulo Romão (PT) e Antônia Cariongo teriam 1% cada um. Um contingente de 7% dos eleitores não soube ou não quis responder, enquanto 9% disseram que votariam em branco ou nulo. Numa disputa apenas com Roberto Rocha, Flávio Dino teria 56% e Roberto Rocha teria 27%. E num terceiro cenário, disputando com Edivaldo Holanda Jr., Flávio Dino teria 57% contra 21% do ex-prefeito de São Luís.

Nada mais justo para um político que vem transformando o Maranhão há sete anos, realizando um governo sério, limpo, com um volume de feitos transformadores sem precedentes nos governos dos anos 70 do século passado para cá. Sem menosprezar o papel político de cada um, por enquanto ainda não há como compará-los ao governador em matéria de gestão nem de ação política. Uma eleição tranquila para o Senado é uma manifestação de reconhecimento a um político maranhense da nova geração que alcançou projeção nacional por mérito. O senador Roberto Rocha e o ex-prefeito Edivaldo Jr. têm consciência disso.

 

Lahesio pode estar jogando fora um bom cacife para a Câmara Federal

Lahesio Bonfim: erro de cálculo de um possível deputado federal

É grande a expectativa em São Pedro dos Crentes sobre se Lahesio Bonfim vai mesmo abrir mão de quase três anos de mandato de prefeito – bem-sucedido, diga-se -, para entrar na corrida ao Palácio dos Leões, na qual suas chances não são o que se pode chamar de boas. Não é política e jornalisticamente correto afirmar, a seis meses do pleito, que não tem chance de eleição, como também não sensato afirmar que ele tem tudo para vencer a eleição. Ele faz parte de um grupo de pré-candidatos que podem avançar na preferência do eleitorado se os dois líderes, ou pelo menos um deles, for engolido pelo fracasso. Ninguém discute o direito de Lahesio Bonfim renunciar ao cargo de prefeito para entrar na disputa pelo Governo do Estado. Mas é possível avaliar que ele faz uma aposta errada. É opinião quase dominante que, falador como ele é, e bom der briga como diz ser, daria um bom deputado federal.

São Luís, 27 de Março de 2022.

Weverton nada ganhou com as visitas de Pacheco e Lira para embalar sua pré-candidatura

 

Weverton Rocha nada ganhou com visitas sem sentido  dos presidentes Rodrigo Pacheco e Arthur Lira ao Maranhão

Não funcionou, ao contrário, pareceu uma rajada de fracasso, a estratégia do senador Weverton Rocha (PDT), de trazer ao Maranhão os chefes do Congresso Nacional, para cumprir agendas sem pé nem cabeça, mas apenas para uma demonstração de prestígio destinada a fortalecer sua pré-candidatura. E de quebra, tentar mostrar que os pré-candidatos, apoiados pelos partidos dos presidentes do Senado e da Câmara Federal, não têm prestígio. A ida do presidente do Senado e do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a Imperatriz, há duas semanas, para anunciar a pavimentação de ruas numa área periférica da cidade, e a do presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (PP-AL), nesta semana a São Luís, para uma conversa com prefeitos na Famem, revelaram-se absolutamente inócuas, e resultaram em verdadeiros desastres políticos, principalmente a do cacique político alagoano e chefe da tropa bolsonarista na Câmara Baixa.

Anunciada com certo estardalhaço, a inusitada visita do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a Imperatriz, chamou a atenção por dois aspectos. A justificativa – o anúncio de uma estranha parceria entre o senador Weverton Rocha e o presidente do Senado, para a pavimentação, com bloquetes, de algumas ruas num bairro periférico da Princesa do Tocantins. E o teor político, em parte melado pela presença do senador Roberto Rocha (sem partido), que usou a prerrogativa do mandato para recepcionar o chefe da sua Casa legislativa, situação que desagradou visivelmente o anfitrião Weverton Rocha, já que nem o deputado federal Edilázio Jr., presidente do partido de Rodrigo Pacheco no Maranhão, nem o pré-candidato do PSD ao Governo do Estado, Edivaldo Holanda Jr., participaram da festa.

O único ganho real do senador Weverton Rocha naquele estranho ato político foi a declaração do senador Rodrigo Pacheco que, respondendo à pergunta de um repórter sobre sucessão estadual, disse que no Maranhão, como o senador Roberto Rocha lhe havia confidenciado que não será candidato a governador, a única candidatura sólida e viável seria, na sua avaliação, a do senador pedetista. No mais, o presidente do senado foi embora deixando no ar muitas indagações a respeito do que ele viera mesmo fazer no Maranhão. E quem conhece política sabe que ele diria o mesmo se o anfitrião fosse Carlos Brandão ou Edivaldo Jr..

Mas nada se comparou ao desastre político em que se transformou a “visita de trabalho” que o presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, fez a São Luís, a convite do senador Weverton Rocha, para falar sobre as entranhas do Orçamento a prefeitos mobilizados pela Famem, comandada por Erlânio Xavier, operador político-mor do pré-candidato do PDT. A agenda foi bem montada, os eventos, que incluiu um oportuno encontro do presidente Arthur Lira com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB). Mas, além do encontro com prefeitos na Famem, Arthur Lira, sempre ao lado do senador Weverton Rocha, protagonizou uma série de grosseiras derrapagens políticas.

Produto dos Lira, que representam o que há de pior e mais retrógrado na política de Alagoas, e provavelmente chancelado pelo seu anfitrião, mas certamente sem saber o que aconteceu nos sete últimos anos, o deputado Arthur Lira cometeu a grosseira incoerência de criticar a política educacional do atual governo do Maranhão, fazendo papel de bobo. E foi mais longe na sua precipitação, que beirou a estupidez, ao insinuar críticas à política de saúde em curso no estado. Dois tropeços inacreditáveis, que se completaram com o comentário desfavorável à participação do PP maranhense na aliança PSB-PP-PT-PCdoB, liderada pelo governador Flávio Dino (PSB) em torno da pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSB) ao Palácio dos Leões. O arrogante Arthur Lira não demorou para receber o troco do deputado federal André Fufuca, presidente regional e presidente nacional em exercício do PP, que lhe mandou um recado curto e grosso: o PP do Maranhão está com Carlos Brandão, e fim de papo.

Está claro como sol de meio-dia que o senador Weverton Rocha pretendeu, com as duas visitas, dar uma demonstração de prestígio, uma esquesitice aceitável. Mas errou na dose quando atropelou, desnecessariamente, as lideranças do PSD e do PP no Maranhão, fazendo agressivas provocações sem sentido ao governador Flávio Dino. A mesma clareza mostra que as visitas não geraram ganho real à sua pré-candidatura, que permanece estacionada há meses e meses na faixa entre 20% e 25% de intenções de voto, conforme todas as pesquisas feitas até aqui. E com o agravante de que o seu principal concorrente, Carlos Brandão, só cresce.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Roberto Rocha enfrenta dificuldades para se encaixar num projeto viável

Roberto Rocha e Lahesio Bonfim: esse pode ser o desfecho das buscas do senador

Ninguém duvida de que o senador Roberto Rocha chegará ao dia 31, data que encerra a “janela partidária” filiado a um novo partido e decidido sobre o mandato majoritário que disputará em outubro. Mas é fato que está encontrando dificuldade para se encaixar em um projeto com alguma viabilidade. Ele perdeu completamente o link com o PSDB – partido que comandou duas vezes no Maranhão -, não conseguiu convencer o deputado federal Josimar de Maranhãozinho de ceder-lhe a vaga de candidato a governador pelo PL, e ouviu o mesmo de Lahesio Bonfim, que lhe abriu a possibilidade de ser candidato a senador pelo Agir36. Mas pode também sair candidato pelo PTB, se o partido de Roberto Jefferson não aceitar a filiação de Lahesio Bonfim. É precipitado afirmar quer o senador esteja numa situação crítica, mas é lícito avaliar que ele se encontra numa delicada, correndo o risco de definir uma posição que não seja exatamente aquele com que sonhou.

 

Tudo indica que o União Brasil do Maranhão irá para as urnas dividido

Juscelino Filho e Pedro Lucas Fernandes: União Brasil dividido no Maranhão

Independente de qual venha a ser a orientação da cúpula nacional do União Brasil em relação à corrida para o Governo do Maranhão, já está sacramentado que o partido se dividirá em dois caminhos. A corrente liderada pelo deputado federal Juscelino Filho, vice-líder do partido na Câmara Federal, vai seguir apoiando a pré-candidatura do senador Weverton Rocha. Já a corrente comandada pelo deputado federal Pedro Lucas Fernandes, cotado para presidir o braço maranhense do partido, está fechado com o projeto de candidatura do vice-governador Carlos Brandão. Na cúpula nacional do partido há quem advogue uma intervenção uma ordem de apoio a um dos candidatos, mas há também os que preferem deixar as coisas como estão.

São Luís, 26 de Março de 2022

No PSB, Brandão ganha o aval de Alckmin e apresenta credenciais de ficha limpa

 

Entre o presidente Carlos Siqueira e  Flávio Dino e de Bira do Pindaré, Carlos Brandão exibe sua ficha de filiação ao PSB, resolvendo sua situação partidária 

Ao retornar de Brasília, ontem, após filiar-se ao PSB, ao lado do ex-governador paulista Geraldo Alckmin, o vice-governador Carlos Brandão estava dotado das condições políticas e partidárias para liderar a aliança governista na corrida eleitoral na qual será governador candidato à reeleição, liderando a chapa que terá o governador Flávio Dino, que abonou sua ficha, como candidato ao Senado. Salvo pela condição partidária de quem vier a ser o vice, o PSB vai para as urnas com chapa “puro sangue” no que diz respeito aos candidatos majoritários. Carlos Brandão tem agora o pleno domínio do processo eleitoral no âmbito da base governista. Esse cenário é o resultado do longo e cuidadoso trabalho de articulação feito pelo governador Flávio Dino, apesar do racha no grupo formado em 2014 e que se manteve em 2018 e que agora teve a unidade rompida pelo projeto de candidatura do senador Weverton Rocha (PDT), que iniciou o rompimento nas eleições municiais de 2020.

Carlos Brandão tem agora uma situação política e partidária consolidada. Ele conta com o núcleo básico da aliança dinista, formada agora por PSB, PCdoB, PT, PP, e com fatias gordas e informais de Republicanos, PROS, Cidadania e do próprio PDT, o que lhe dá cacife político suficiente para chegar às urnas na condição de favorito ao Palácio dos Leões. O ato de filiação em Brasília foi revelador de que o agora pré-candidato do PSB tem o apoio do partido, conta com o respaldo da aliança governista e, muito importante: o aval de Geraldo Alckmin, pré-candidato a vice-presidente na chapa a ser liderada pelo ex-presidente Lula da Silva (PT), até aqui apontado em todas as pesquisas como franco favorito na corrida ao Palácio do Planalto. E deixou o seu aval bem claro na sua fala, quando declarou: “Se Deus quiser, o Brandão vai se eleger para continuar esse trabalho do governador Flávio Dino”.

Não foi um processo fácil. Carlos Brandão enfrentou indefinições partidárias por causa do jogo feito pelas cúpulas nacionais dos partidos e que acabam gerando dificuldades nos estados. Ele se elegeu e exerceu dois mandatos de deputado federal pelo PSDB, partido no qual se manteve como candidato a vice-governador. Perdeu o controle dos tucanos em 2017, numa armação feita pelo senador Roberto Rocha para sair do PSB, mesmo tendo saído das urnas municipais de 2016 com 28 prefeitos. Ingressou no Republicanos, e mesmo sem ter o controle do partido, ajudou a eleger metade dos 35 prefeitos do Republicanos. Retornou ao PSDB em 2021, mas novamente articulações enviesadas na cúpula nacional, que decidiu entregar o partido ao marido e operador político da senadora Eliziane Gama por conta de uma federação que juntou as duas siglas. Seu caminho natural foi seguir o governador Flávio Dino na migração para o PSB.

Os ventos sopraram a favor do vice-governador no desfecho desse roteiro partidário que chegou a lhe causar preocupações. O trabalho de articulação feito pelo governador Flávio Dino e seu staf político, comandado pelo presidente do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, e pelo presidente estadual do PSB, deputado Federal Bira do Pindaré, deu a Carlos Brandão o referendo necessário para que ele, com o lastro que construiu durante sete anos como vice correto e participativo, esteja solidamente credenciado a brigar pela reeleição ao cargo que assumirá no início de abril. Seus concorrentes certamente acompanharam com atenção cada movimento do vice-governador, e provavelmente avaliaram que têm pela frente um adversário difícil de ser batido.

Vale registrar as palavras do vice-governador Carlos Brandão dirigidas ao presidente do PSB, Carlos Siqueira, no ato da filiação: “Saiba, presidente, que o senhor recebe hoje, em seu partido, um homem íntegro, honesto, sem processos ou condenações, e com uma vida limpa”.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Brandão e Dino têm vagas de vice e de suplentes cobiçadas

Carlos Brandão tem vaga de candidato a vice e Flávio Dino vai escolher seus candidatos a suplentes; as três vagas estão sendo muito disputadas nos partidos

Firmada aliança PSB/PT, as atenções se voltam agora para dois itens: o candidato a vice de Carlos Brandão e os candidatos a suplentes na chapa senatorial de Flávio Dino. Todos os indícios levam a crer que o candidato a vice sairá dos quadros do PT. O partido também tem interesse na suplência senatorial, mas que pode cair nas mãos do PCdoB, que pode ficar com a primeira e ceder a segunda para o PP.

Os dois postos são muito importantes nesse contexto. Para começar, se Carlos Brandão for reeleito, o seu vice muito provavelmente será governador por 10 meses em 2026, podendo, se conseguir base política, vir a ser candidato à reeleição. Todos os partidos da aliança governista têm nomes prontos para serem indicados, mas o entusiasmo maior está relacionado com os nomes que saírem dos quadros do PT.

Por sua vez, as vagas de candidatos a primeiro e a segundo suplente de senador na chapa de Flávio Dino também estão muito disputadas. Esso porque corre no meio político o rumor de que, se Lula da Silva e Flávio Dino forem eleitos, o presidente chamará o novo senador para compor seu ministério, o que resultará no licenciamento do senador e na ascensão do suplente.

 

Reportagem da TV Mirante mostra o caos no transporte coletivo de São Luís

Douglas Pinto mostrou a real e caótica situação do transporte de massa em SL

Reportagem exibida pela TV Mirante, ontem, no Jornal do Maranhão 2ª Edição revelou, na medida exata, o caos em que se encontra o sistema de transporte público de São Luís. Ônibus velhos, alguns se desmanchando, terminais de integração se desintegrando, motoristas e cobradores insatisfeitos e alimentando uma greve que já dura semanas, e empresários da área tentando tapar o sol com peneiras. Tudo isso junto infernizando a vida de cerca de 600 mil usuários diários do sistema, que pagam a conta, mas são pessimamente servidos e todos os sentidos. Feita pelo experiente repórter Douglas Pinto, que foi preciso no macro e nos detalhes, a matéria traduziu integralmente realidade do sistema de transporte público ludivicense, mostrando a realidade como ela é, sem a parcimônia dos coniventes, mas sem os exageros do denuncismo desonesto. Um produto jornalístico simples, mas altamente eficiente, resultados via de regra alcançado pelo trabalho coletivo, como é o caso da equipe comandada pela competente Eveline Cunha.

São Luís, 24 de Março de 2022.

Brandão ingressa hoje no PSB com pré-candidatura fortalecida por adesão de prefeitos

 

Carlos brandão sela aliança com o prefeito pedetista de João Lisboa, Wilson Soares, ladeados pelos deputados Marco Aurélio e Rildo Amaral: uma articulação tocantina

O vice-governador Carlos Brandão completa hoje sua conversão ao socialismo democrático filiando-se ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), reforçando ainda mais a sua aliança política com o governador Flávio Dino (PSB), consolidando em definitivo a sua condição de candidato de uma aliança partidária forte, com siglas estáveis e com credibilidade para lastrear sua campanha ao Palácio dos Leões. Ele desembarca em Brasília para assinar sua ficha de filiação no mesmo ato em que Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo, rompe com o ninho dos tucanos, para somar forças com o ex-presidente Lula da Silva (PT) na corrida ao Palácio do Planalto. Carlos Brandão e Geraldo Alckmin foram contemporâneos no PSDB, têm uma boa relação, que deve agora se estreitar na corrida às urnas. No front interno, o vice-governador vem contabilizando ganhos políticos, fortalecendo sua pré-candidatura com a mobilização de forças importantes, como os três prefeitos que aderiram ontem ao seu projeto, sendo um deles do PDT, partido presidido pelo senador Weverton Rocha, seu principal concorrente até aqui.

Carlos Brandão se converte ao socialismo democrático, acompanhando seu parceiro e avalista, o governador Flávio Dino, que migrou do PCdoB para o PSB em busca de um espaço compatível com o tamanho político que alcançou. Além disso, assinar a ficha de filiação no mesmo ato em que se dará a conversão do liberal Geraldo Alckmin ao PSB, é para Carlos Brandão a consolidação total e definitiva do seu projeto de candidatura. Não há como ignorar o fato de que Geraldo Alckmin entra no PSB para ser o companheiro de chapa de Lula da Silva na corrida presidencial, o que coloca Carlos Brandão numa posição privilegiada, uma vez que a aliança liderada por Flávio Dino fará dobradinha com o PT no Maranhão.

Essa aliança vem se tornando mais viável a cada dia com o fortalecimento político do vice-governador, que vem ganhando a adesão de prefeitos e vereadores, inclusive do PDT do senador Weverton Rocha e do PL de Josimar de Maranhãozinho. Foi o que aconteceu ontem, quando ele recebeu declaração de apoio de três prefeitos, Wilson Soares (PDT), de João Lisboa; Cirineu Costa (PL), de Formosa da Serra Negra, e Wallas Rocha (PSC), de São Benedito do Rio Preto, que havia declarado apoio ao pré-candidato do PDT. O prefeito pedetista de João Lisboa foi levado ao vice-governador pelos deputados estaduais tocantinos Marco Aurélio (PSB) e Rildo Amaral (SD).

Com essas adesões, Carlos Brandão eleva para mais de 120 o número de prefeitos que o apoiam, enquanto a base municipalista do senador Weverton Rocha perde densidade. Levado pelo governador Flávio Dino, que fez a articulação na seara socialista, o vice-governador ingressa no PSB com cacife gordo e na condição de favorito para vencer a corrida às urnas no Maranhão. Mais ainda liderando uma aliança que terá Lula da Silva como candidato a presidente, tendo o amigo Geraldo Alckmin como candidato a vice do líder petista, uma chapa por todos apontada como favorita na corrida ao Palácio do Planalto.

Carlos Brandão desembarca no PSB com sua pré-candidatura consolidada e com enorme potencial de crescimento, a começar pelo fato de que no dia 1º de abril assumirá o comando do Estado na condição de governador titular, assegurando ao PSB a sua permanência no comando do Governo, status que ganhou quando o govenador Flávio Dino assinou ficha de filiação no partido, liderando um movimento que agigantou o braço maranhense da legenda socialista, cuja possibilidade concreta é sair das urnas com o governador, o senador e vários deputados federais e estaduais.

Isso não quer dizer que Inês já morreu. Nada disso. O jogo entra agora numa etapa importante e decisiva, preparatória às convenções. O senador Weverton Rocha não joga a toalha fácil e buscará os meios políticos ao seu alcance para seguir na disputa. O pré-candidato do PSD, Edivaldo Holanda Jr., está no páreo, o mesmo acontecendo com Lahesio Bonfim (Agir36 de mudança para o PTB), faltando apenas o senador Roberto Rocha dizer se vai ou não entrar nessa disputa.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Oposição caminha para vencer a eleição na Câmara de São Luís

Paulo Victor e Dr. Gutemberg: o primeiro aumenta cacife; o segundo perde força

A declaração de apoio do vereador Otávio Soeiro (Podemos) à candidatura do colega Paulo Victor (PCdoB) à presidência da Câmara Municipal de São Luís reforça a tendência rascunhada há semanas indicando que o candidato da situação, vereador Gutemberg Araújo (PSC), dificilmente reverterá o quadro já definido.

Paulo Victor se revelou um articulador eficiente, contando com o suporte do seu partido e com o incentivo do Palácio dos Leões, ou seja, do governador Flávio Dino e do vice-governador Carlos Brandão. Na conta de ontem, ele já contava com 18 dos 31 votos, e com a possibilidade de chegar a 20.

O vereador Gutemberg Araújo, mesmo sendo uma reserva moral e ética da Câmara Municipal, se lançou candidato no meio de uma guerra política dura, sendo apoiado pelo prefeito Eduardo Braide (Podemos), que vem enfrentando problemas como a greve nos transportes, e pelo senador Weverton Rocha (PDT), que vem perdendo força na corrida aos Leões. O atual presidente da Câmara Municipal, Osmar Filho (PDT), não tem cacife para fortalecer o candidato apoiado pelo seu partido.

Em resumo: faltando menos de um mês para a eleição, e amenos que aconteça uma reviravolta surpreendente, a disputa na Câmara d São Luís parece definida a favor do vereador Paulo Victor.

 

Roberto Rocha ainda sem partido nem mandato a disputar

Roberto Rocha: ainda sem partido nem mandato a disputar em iutubro

A Coluna perguntou ontem à noite, via WhatsApp, ao senador Roberto Rocha, se ele já havia definido sua situação partidária e o mandato que disputará nas eleições de outubro. Pouco tempo depois ele respondeu com um lacônico: “Ainda não”.

Bem, já se sabe que ele dificilmente permanecerá no PSDB, que se juntou em federação com o Cidadania e cujo braço maranhense foi entregue a Inácio Melo, marido, conselheiro e operador político da senadora Eliziane Gama. É improvável também que ingresse no PL, uma vez que Josimar de Maranhãozinho só aceita recebe-lo se ele lhe declarar apoio à sua candidatura a governador. Controlados por Josimar de Maranhãozinho, o Avante e o Patriotas dificilmente lhe abrirão as portas. O PTB, que poderia recebê-lo, já está comprometido com Lahesio Bonfim, que deixa o Agir36 para ser o candidato petebista a governador, restando-lhe, no caso, a opção de ser candidato a senador, o que parece não ser do seu interesse em tais circunstâncias. Nada indica que ele se filiará ao União Brasil, cujas forças estão divididas entre Weverton Rocha e Carlos Brandão, nem ao MDB, que deve declarar apoio informal ao vice-governador. Seu abrigo poderia ser o PSC, cujo presidente estadual, deputado federal Aloísio Mendes, é vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara Federal. Como se vê, restam-lhe poucas opções.

Mas em política sempre existem brechas para se resolver situações como essa. Vale, portanto, aguardar o desfecho da movimentação do senador Roberto Rocha.

São Luís, 23 de Março de 2022.

Edivaldo Jr. consolida pré-candidatura, mas sabe que tem dois grandes desafios a superar

Edivaldo Jr. quer o segundo lugar de Weverton Rocha e se livrar da cola Roberto Rocha e Lahesio Bonfim

Pelo menos até aqui, quem apostou no arquivamento da pré-candidatura do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (PSD), ao Governo do Estado, perdeu feio. O ambicioso projeto político é parte de um movimento nacional do PSD de lançar candidatos a governador em vários estados e, se possível, credenciar um nome forte para disputar a presidência da República, e ainda que parecendo tímido, vai ganhando forma no embalo de dois dígitos na preferência do eleitorado segundo as pesquisas mais recentes. Cumprindo uma agenda não muito intensa no interior, mas realista suficiente para dizer, por onde passa, que é candidato a governador, o ex-prefeito de São Luís vem dando sinais de que está disposto a substituir a apatia inicial da sua caminhada por uma maratona cujo objetivo maior agora é atropelar um dos pilares da polarização desenhada até aqui entre o vice-governador Carlos Brandão (a caminho do PSB) e o senador Weverton Rocha (PDT), de modo a chegar ao 2º turno da corrida ao Palácio dos Leões.

No cenário em que se movimenta, Edivaldo Jr. tem um desafio que, se vencido, lhe dará  passaporte para alcançar o objetivo de disputar a segunda rodada da eleição: descolar-se do senador Roberto Rocha (ainda sem partido) e do prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Agir36, mas podendo migrar para o PTB). De acordo com a pesquisa mais recente, os três estão embolados no intervalo de 9% a 11% das intenções de voto, e amarrados com um nó ainda difícil de desatar. Primeiro porque o senador Roberto Rocha faz um jogo estranho, no qual a essas alturas se dá o luxo de ainda não ter um partido nem de anunciar aos mais de quatro milhões de eleitores maranhenses se será candidato à reeleição ou a governador. E depois, porque não se sabe ainda se Lahesio Bonfim vai mesmo renunciar ao mandato de prefeito para entrar numa disputa com chances remotas, correndo o risco de ficar sozinho à beira do caminho.

Em entrevista publicada na edição domingueira de o Imparcial, Edivaldo Jr. fez questão de mandar para o espaço algumas dúvidas que começavam a sombrear seu projeto. Ele disse: “Fui o primeiro pré-candidato a ter nome oficializado e pretendo ser o primeiro a registrar a minha candidatura também”. E falou também que sua candidatura não dependerá de arranjos internos: “Fui convidado pelo presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, e pelo presidente estadual, deputado federal Edilázio Jr., para integrar o projeto de fortalecimento da legenda”. Desfazendo a impressão de lentidão no jogo inicial, informou: “Tenho andado por todo o Maranhão, dialogando com o cidadão, apresentando o meu nome e ouvindo seus anseios. Sempre fiz política dessa força, dialogando com as pessoas”. E, num gesto que não é exatamente do seu estilo, fez o que pareceu uma provocação: “Eu sei que a minha pré-candidatura tem incomodado muita gente”.

Edivaldo Jr. vive um momento de contagem regressiva em relação a Roberto Rocha e Lahesio Bonfim, que no fechamento de março terão suas posições finalmente definidas. E, pelo que corre nos bastidores, o representante do PSD na corrida sucessória se prepara para uma arrancada destinada a se descolar dos dois e avançar na direção do segundo colocado, que no momento é o senador Weverton Rocha, que de acordo com o levantamento da JPesquisa, está a nove pontos percentuais à sua frente. Um desafio e tanto, considerando que os dois com ele embolados devem estar se programando para fazer exatamente a mesma coisa e, mais complicado ainda, se levado em conta a disposição do senador Weverton Rocha de dar mais volume à sua pré-campanha e, dessa maneira, voltar à ponta na preferência do eleitorado. Agora na ponta, Carlos Brandão não vai tirar o pé do acelerador.

Edivaldo Jr. está, portanto, numa posição aparentemente estável, mas plenamente consciente de que essa estabilidade é nociva numa corrida em que os líderes não vão querer ninguém se aproximando deles, ao mesmo tempo em que os que estão na sua cola farão de tudo para deixá-lo para trás.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Direita bolsonarista se divide entre o PTB e PL

Em cima: Lahesio (roupa azul) com Mical Damasceno e Josivaldo JP (e) e Pastor Bel e Pastor Cavalcante. Embaixo: Josimar de Maranhãozinho e Detinha com a turma que sobrou do natimorto Aliança Brasil

A direita bolsonarista no Maranhão, que estava estilhaçada, resolveu se juntar em duas frentes, uma formada pelo PTB em torno da pré-candidatura do prefeito Lahesio Bonfim (Agir36), e outra que optou por reforçar o PL comandado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que garante ser pré-candidato ao Governo do Estado.

Ao declarar apoio à pré-candidatura de Lahesio Bonfim, o braço maranhense do PTB, agora comandado pelo deputado federal Josivaldo JP, volta a cortejar o prefeito de São Pedro dos Crentes, depois de tê-lo esnobado como aspirante a presidente, fazendo-o passar o vexame de ter-se anunciado presidente do partido para logo em seguida ser desautorizado pela cúpula nacional. Agora, Josivaldo JP reuniu, além da ex-presidente, deputada Mical Damasceno, o deputado estadual Pastor Cavalcante – que deixou o PROS -, o ex-suplente de senador Pastor Bel, entre outras figuras de menor importância no partido do ultradireitista Roberto Jefferson.

Por sua vez, Josimar de Maranhãozinho, provavelmente sentindo a terra fofar sob seus pés, decidiu reforçar sua condição de bolsonarista e abriu as portas para a turma do Aliança Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro tentou criar, mas não deu certo, com as aquisições, entre elas a do coronel aposentado José Ribamar Monteiro e outros bolsonaristas juramentados. Essa turma, tudo indica, vai ingressar no PL.

Detalhe: Lahesio Bonfim e Josimar de Maranhãozinho não se toleram.

 

Troca de comando do PROS resultou num completo desastre

Weverton Rocha com Marcus Holanda, presidente nacional do PROS e Marcos Caldas: desastrosa

Algumas articulações partidárias têm resultado em uma série de derrapagens, algumas com perdas, mas nenhuma delas configurou um desastre maior do que a guinada do PROS, que acabou implodido como poucas vezes aconteceu num período pré-eleitoral. Articulada pelo senador Weverton Rocha (PDT), numa jogada destinada a tirar o partido da base da pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão, tomando a presidência do experiente vereador Chico Carvalho para entregá-la ao controverso suplente de deputado estadual Marcos Caldas, a mudança resultou num completo desastre. Num só dia, o partido perdeu o suplente de deputado federal Gastão Vieira, o deputado estadual Yglésio Moisés, o vereador Chico Carvalho, e nomes como o ex-deputado Raimundo Cutrim, que juntamente com outros nomes de expressão política, ficando resumido ao próprio Marcos Caldas e quase ninguém para montar uma chapa de candidatos a deputado estadual que já estava montada. É possível que daqui para o final da “janela partidária”, Marcos Caldas, com a ajuda de Weverton Rocha, consiga suprir parte das perdas. Mas com certeza a troca de comando do PROS entrará para história como o maior mico partidário desse processo eleitoral.

São Luís, 22 de Março de 2022.

Weverton diz a prefeitos que candidatura não é projeto pessoal e que não cede a pressões

 

Weverton Rocha fala para prefeitos e deputados sobre candidatura na sede do PDT

“Este não é um projeto pessoal. É um projeto de um grupo e este grupo está unido e forte. Nosso grupo sabe o que quer e não vai ceder a pressões de quem quer que seja”. A declaração, enfática, foi feita ontem pelo senador Weverton Rocha (PDT), ao reunir, na sede do partido, um grupo de deputados, prefeitos e simpatizantes da sua pré-candidatura ao Governo do Estado. O senador pareceu estar reagindo a pressões contra a base do seu projeto de poder, mas não foi além, preferindo não revelar o autor(es) nem a origem de tal movimento. A preocupação de bater na tecla de que sua pré-candidatura não é um projeto pessoal decorre de uma avaliação cada vez mais frequente nessa direção, uma vez que ele também não tem sido muito claro quando afirma ser o projeto de um grupo. Ontem, além desses recados, o pré-candidato do PDT comandou reuniões, acompanhou filiações ao partido, e sempre que se expressou, foi incisivo na afirmação de que “o foguete continua subindo”.

O senador Weverton Rocha está trabalhando dura e intensamente para tirar a sua pré-candidatura do patamar dos 20% apontado por pelo menos uma dezena de pesquisas feitas nos últimos meses. E também pelo fato de as pesquisas mais recentes terem encontrado o seu principal concorrente, o vice-governador Carlos Brandão (a caminho do PSB), se movimentando numa linha ascendente, tendo inclusive passado à sua frente, de acordo com o levantamento mais recente, que não foi desmentido, apesar da polêmica formada em torno do método. O senador preferiu intensificar sua agenda de compromissos, demonstrando que está firme e que seu projeto vai se consolidando dentro do previsto.

– Temos o compromisso de construir um Maranhão Mais Feliz e de oportunidades, não só para os grandes, mas também para os pequenos. Não vamos aceitar jogo baixo e fake news. Nada disso nos amedronta. Muito pelo contrário. Tudo isso nos fortalece. Seguimos firmes, na certeza que estamos do lado certo, que é o lado do povo – disse ele aos prefeitos e apoiadores na reunião realizada na sede do partido. Ali ele ouviu manifestações de apoio de prefeitos já alinhados ao seu projeto de candidatura, como Ferdinando Coutinho (União Brasil), de Matões, e Dinair Veloso (PSB), de Timon. De acordo com uma fonte que participou do ato, cerca de 30 prefeitos, do PDT e de outros partidos, compareceram.

O senador Weverton Rocha é um candidato forte ao cargo de governador, mas tem consciência plena de que seu maior concorrente é muito forte e reúne condições bem mais favoráveis, a começar pelo fato de que assumirá o Governo do Estado daqui a menos de duas semanas, e que na verdade concorrerá à reeleição. Além disso, Carlos Brandão já lidera uma aliança com partidos fortes (PSB, PCdoB e PT, por exemplo), que estão mobilizados por um líder inconteste, o governador Flávio Dino (PSB). E partir do dia 1º de abril, após o fechamento da “janela partidária”, e com Carlos Brandão despachando no Palácio dos Leões, todas as cartas estarão definidas e serão colocadas à mesa.

Também a partir de abril as demais pré-candidaturas passarão por testes decisivos, que apontarão o futuro de cada uma delas. Edivaldo Holanda Jr. (PSD), Roberto Rocha (?) e Lahesio Bonfim (Agir36) estão no jogo, e Josimar de Maranhãozinho (PL), Simplício Araújo (SD) e Enilton Rodrigues (PSOL) devem continuar fazendo de conta de que também estão. Assim, à medida que abril avançar, se saberá, de fato, quem será quem no tabuleiro sucessório.

Nesse cenário em evolução, o senador Weverton Rocha está na linha de frente, medindo força com o vice-governador Carlos Brandão, numa polarização nítida, e atuando para inverter a tendência de queda.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Brandão se filiará ao PSB junto com Alckmin; ambos deixam o PSDB

Carlos Brandão e Geraldo Alckmin se dão bem e entrarão juntos no PSB

O vice-governador Carlos Brandão resolverá sua vida partidária de vez na próxima terça-feira (22) ao se filiar ao PSB, em Brasília, no ato em que o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, também se converterá ao socialismo democrático. Os dois deixam o PSDB, partido nos qual atuaram durante muito tempo, sendo que Geraldo Alckmin pertencer ao grupo fundador, juntamente com Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Aécio Neves e o maranhense Jaime Santana, que chegou a ser líder dos tucanos na Câmara Federal, tendo permanecido na agremiação até quando se afastou da política por questões de saúde. Carlos Brandão entrou no PSDB já no início do século, tendo sido eleito deputado federal em 2006 e reeleito em 2010 pelo PSDB, partido pelo qual se tornou vice-governador em 2014 e reeleito em 2018. Os dois cultivam relação de amizade, que foi mantida mesmo depois de os dois se afastarem no campo partidário.

 

Sarney Filho pode disputar a Câmara Federal por Brasília

Sarney Filho

Não é uma informação oficial, mas o sopro de uma fonte brasiliense: não será surpresa se o ex-deputado federal Sarney Filho vier a ser candidato à Câmara Federal pelo Distrito Federal, onde está radicado desde 2019, atuando no comando da Secretaria de Meio Ambiente do Governo de Ibaneis Rocha (MDB), de quem é um dos conselheiros políticos. Faz todo sentido, afinal, Sarney Filho mora em Brasília desde antes de entrar na política, tendo permanecido na Capital durante os 32 anos que ali atuou como deputado federal, período em que foi duas vezes ministro do Meio Ambiente, o que fez dele um autêntico candango, com uma ampla rede de relações e profundo conhecedor dos problemas do Distrito Federal.

São Luís, 19 de Março de 2022.