Arquivos mensais: fevereiro 2022

Brandão avança nas articulações e consolida seu arco de alianças partidárias  

 

Em cima, Carlos Brandão cumprimenta presidente do MDB, Baleia Rossi, e embaixo, se reúne com o presidente do PP, André Fufuca, na sua recente incursão politica em Brasília

O vice-governador Carlos Brandão passa o período do que reinado de Momo consolidando a base partidária da sua pré-candidatura ao Palácio dos Leões, que na verdade disputará na condição de governador em busca da reeleição. Nas últimas duas semanas, ele fez as últimas costuras e obteve a confirmação definitiva do seu ingresso no PSB, teve confirmado também o apoio do PT e selado parceria com o Progressista, ampliando assim, de maneira definitiva, um arco de aliança partidária que já conta com a participação firme do PCdoB, do PROS e do Avante, podendo contar ainda com o embalo informal, mas declarado, do MDB. Tem sido um processo cuidadoso, sem açodamento, com articulações bem amarradas, que envolvem, num outro patamar, deputados federais e estaduais, o prefeitos e vereadores, muitos de partidos que não estão na sua base de apoio. Além disso, o vice-governador tem mantido diálogo aberto e franco com os canais mais importantes da sociedade civil organizada, como as entidades empresariais e sindicais, entre outras, ampliando cada vez mais o seu raio de ação política, numa movimentação sintonizada com o governador Flávio Dino (PSB).

O seu caminho partidário está decidido. Ele vai ingressar mesmo no PSB, liberando o PSDB, cujo destino nacional fará uma federação com o Cidadania. No PSB, liderará uma chapa tendo Flávio Dino como candidato ao Senado. Sua conversão ao socialismo democrático já obteve a concordância da direção nacional do partido, conforme ventilou recentemente o presidente da agremiação no Maranhão, deputado federal Bira do Pindaré, com a chancela do presidente nacional, Carlos Siqueira. O ato de nomeação deverá ser agendado para a próxima semana, com a chegada das águas de março.

A aliança com o PT, que já havia sido decidida pela direção estadual, foi reafirmada sexta-feira pela presidente nacional, deputada federal Gleise Hoffman (PR), que nas suas declarações deixou claro tratar-se de fato consumado. Além da declaração da presidente, nacional, o apoio petista já havia sido confirmado pelo presidente estadual da agremiação, Francimar Melo, e reforçado por uma manifestação contundente do deputado federal Zé Carlos Araújo. Nos bastidores, especula-se que o PT pode indicar o companheiro de chapa de Carlos Brandão ou o primeiro suplente da chapa do governador Flávio Dino ao Senado.

Diante na neutralidade anunciada pela ex-governadora Roseana Sarney, Carlos Brandão conversou com o presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi (SP), a quem pediu e o teve aval ao apoio do partido à sua pré-candidatura. Com a iniciativa, ele fortaleceu a aliança que já firmou com os deputados estaduais (Roberto Costa, Socorro Waquim e Arnaldo Melo) e prefeitos do partido. E com isso desmanchou parte da dúvida levantada há duas semanas por causa do jantar no qual os deputados federais emedebistas Hildo Rocha e João Marcelo reuniram chefes partidários de oposição em busca de uma candidatura de consenso. Obteve do presidente emedebista Baleia Rossi o aval que precisava para prosseguir com as conversações com os líderes do partido no Maranhão.

Na mesma incursão por Brasília, o vice-governador se reuniu com o presidente nacional interino do PP, deputado federal André Fufuca, que comanda o partido no Maranhão e conformou seu apoio ao seu projeto de candidatura.

O vice-governador Carlos Brandão cumpre um roteiro bem planejado, que consiste inicialmente na montagem de uma base política e partidária sólida, para em seguida avançar na pré-campanha no campo eleitoral propriamente dito. Todas as avaliações feitas até aqui indicam com clareza que seu projeto de candidatura é politicamente consistente, a começar pelo fato de que tem o governador Flávio Dino como principal avalista e incentivador. Reforçam a consistência a sua trajetória de político sem mancha, a estratégia de não limitar o seu arco de alianças, além, é claro, da condição de governador efetivo, com plenos poderes, que assumirá no início de abril.

Essa movimentação foi também reforçada pelo avanço nas intenções de voto, revelado pelas duas pesquisas mais recentes, segundo as quais ele se descolou do grupo intermediário e se aproximou muito do primeiro colocado, o senador Weverton Rocha (PDT).

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Roberto Rocha desfaz dúvidas e diz que será candidato a senador ou a governador

Roberto Rocha: decisões em março

O senador Roberto Rocha usou suas redes sociais para desfazer o imbróglio causado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), que na sexta-feira, em Imperatriz, durante entrevista, declarou que ele, Roberto Rocha, não é pré-candidato a governador, afirmando que naquele ato, o que havia de certo em relação à corrida sucessória ao Governo do Maranhão era a pré-candidatura do senador Weverton Rocha. Roberto Rocha ouviu calado a declaração do presidente Senado, e no sábado, diante da forte repercussão que o fato ganhou, resolveu colocar os pingos nos is. Ele declarou, categoricamente, que ainda não resolveu se será candidato à reeleição – que afirma ser sua preferência – ou a governador. E avisou que tomará a decisão em março, quando também resolverá sua vida partidária, podendo permanecer no PSDB ou migrará para outro partido, de preferência que integre a base de apoio do presidente Jair Bolsonaro. Numa entrevista publicada na edição de sábado do jornal O Imparcial, o senador Roberto Rocha avisou que, qualquer que seja seu caminho partidário, sua candidatura ao Senado ou ao Governo será associada ao projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

Rodrigo Pacheco causa mal-estar em apoiadores de Edivaldo Jr.

Rodrigo Pacheco 

Corre nos bastidores que o presidente regional do PSD, deputado federal Edilázio Jr. e o pré-candidato do partido ao Governo do Estado, Edivaldo Holanda Jr. não teriam ficado nada satisfeitos com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Motivo: na sua estada em Imperatriz, ele jogou confetes na pré-candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) ao Governo do Estado, elogiou aposição do senador Roberto Rocha, sem fazer qualquer referência ao pré-candidato do seu partido, Edivaldo Holanda Jr., que tem o apoio declaração do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Um apoiador do ex-prefeito de São Luís interpretou como descortesia a postura de Rodrigo Pacheco e garantiu que ele dificilmente terá seu voto se vier a ser confirmado candidato a presidente da República pelo partido.

São Luís, 28 de Fevereiro de 2022.

Com Roberto Rocha fora, corrida aos Leões será mais disputada

 

Roberto Rocha: fora da disputa pelo Governo

Se confirmada, a revelação feita pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de que o senador Roberto Rocha (ainda no PSDB) teria lhe confidenciado que não será candidato a governador, tem o poder de causar forte alteração e tornar mais intensa a corrida ao Palácio dos Leões. Essa informação – não negada pelo senador, que ouviu a “inconfidência” do presidente do Senado esboçando um sorrido de concordância -, enxuga o quadro de pré-candidatos e pode promover algumas mudanças no ranking da corrida, na qual Roberto Rocha, mesmo sem se declarar pré-candidato, vinha disputando a terceira colocação com o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PSD), na zona dos 10% das intenções de voto. Agora, a primeira pergunta a ser feita é para onde irão os eleitores que manifestaram a intenção de votar no senador. E a segunda indagação é sobre qual mandato ele disputará em outubro. A lógica que move a política sugere que seu caminho natural será tentar a reeleição ao Senado, ou, numa hipótese que quase ninguém leva em conta, uma cadeira na Câmara Federal.

Roberto Rocha não fez qualquer comentário a respeito da declaração do presidente do Senado, dada uma entrevista concedida quinta-feira em Imperatriz, onde foi a convite do senador Weverton Rocha (PDT). Mas seus movimentos já vinham sinalizando incertezas quanto ao seu futuro eleitoral, a começar pelo fato de que vinha encontrando dificuldades para ingressar no PL, partido ao qual se filiou o presidente Jair Bolsonaro, mas controlado no Maranhão com mão de ferro pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho, ele próprio autoproclamado pré-candidato irreversível ao Governo do Estado.

Numa entrevista ao jornalista Manoel dos Santo Neto, publicada na edição de domingo (20) do Jornal Pequeno, ao ser provocado sobre o assunto, o senador respondeu: “Eu venho afirmando, há meses que serei candidato a um cargo majoritário. Da minha preferência, à reeleição ao Senado”. Se aceitou como verdadeira a revelação da sua confidência de que não será candidato a governador, só existem quatro cargos majoritários possíveis: presidente da República, vice-presidente, senador e vice-governador. E levando-se em conta o fato de que dificilmente será candidato a presidente ou a vice, restam duas possibilidades: senador ou vice-governador.

A candidatura à reeleição para o Senado é um desafio e tanto, a começar pelo fato mais importante de que seu principal adversário será ninguém menos que o governador Flávio Dino (PSD), por quem foi apoiado na sua eleição em 2014, mas com quem rompeu em seguida, tendo se afastado do centro-esquerda para se juntar à direita radical e se tornar aliado de proa do presidente Jair Bolsonaro. O tamanho do desafio está nos números de todas as pesquisas feitas até agora sobre a disputa para o Senado no Maranhão, nas quais via de regra o governador Flávio Dino tem aparecido com o dobro das intenções de votos, protagonizando um favoritismo difícil de ser revertido.

A possibilidade de vir a ser candidato a vice-governador é muito remota, a começar pelo fato de que ser o segundo de uma chapa majoritária em nada lembra o perfil do senador Roberto Rocha, um político cujos movimentos são sempre no sentido de ser o protagonista do espaço político que ocupa.

Com a não participação do senador Roberto Rocha, conforme a revelação feita pelo senador Rodrigo Pacheco em Imperatriz, como já foi dito, deve mudar o desenho da corrida ao Governo  a partir de agora. Essa mudança pode favorecer o ex-prefeito Edivaldo Jr., mas pode também turbinar as pré-candidaturas de Lahesio Bonfim (Agir36) ou a de Josimar de Maranhãozinho. Por outro lado, levando em conta a imprevisibilidade da política, parte expressiva das intenções de voto de Roberto Rocha podem migrar para a ponta, e vir a favorecer o senador Weverton Rocha (PDT) ou o vice-governador Carlos Brandão.

A próxima pesquisa deverá responder.

 

 PONTO & CONTRAPONTO

 

Cassação de liminar abre espaço para negociação na Assembleia

Nelma Sarney reviu liminar contestada por Othelino Neto

Uma liminar da desembargadora Nelma Sarney cassando liminar dela própria resolveu, pelo menos no campo judicial, o ensaio de crise que tomou de conta dos bastidores da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa. A demanda judicial partiu da base governista, que tem larga maioria na Casa, e não aceitou que o PDT tivesse o controle da CCJ por meio do presidente e do vice-presidente, deputado Ricardo Rios. A desembargadora concedeu liminar desmanchando a eleição, mas logo em seguida foi alertada de que sua decisão seria uma intromissão indevida nos assuntos internos de outro Poder, o que a fez escrever outra liminar cassando a primeira e devolvendo o que o presidente do Poder Legislativo, deputado Othelino Neto (PCdoB migrando para o PDT), avaliou como uma correção de rumo. O mal-estar continua, um pouco mais ameno, entre a maioria governista e a Mesa da Assembleia Legislativa. Só que agora num outro clima, com amplo espaço para o que há de mais eficiente em casos como esse, a negociação, que é a razão de ser da política e do parlamento.

 

Aconteceu o que tinha de acontecer: ônibus mais caro

Eduardo Braide

As passagens de ônibus de São Luís foram majoradas em R$ 0,20, a partir de amanhã. O valor das linhas não integradas – que não fazem o circuito dos terminais – custarão R$ 3,40 e as integradas passarão a custar R$ 3,90.

Foi esse o desfecho dos movimentos grevistas de motoristas e cobradores que, como sempre acontece, via de regra apoiados pelas empresas, a cada ano, não havendo um único ano em que a confusão tenha sido resolvida sem que a conta fosse bancada pelo usuário.

Já está comprovado que não adianta o prefeito, seja ele quem for, bater pé afirmando que não autorizará aumento nas tarifas, nem fazer aperto de caixa para subsidiar o serviço por algum tempo. O fato é que, cedo ou tarde, os paliativos fiscais se esgotam e a conta tem de ser mandada para o usuário.

A maneira mais correta de compensar os mais de 600 mil ludovicenses que usam a frota e pagam caro pelo uso, seria a Prefeitura assegurar o cumprimento da regra segundo a qual as empresas são obrigadas a prestar um serviço de qualidade, com ônibus novos, confortáveis e pontuais.

É esse o desafio do prefeito Eduardo Braide (Podemos), que saiu das urnas autorizado a fazer as mudanças necessárias nessa área essencial, doa em quem doer.

São Luís, 26 de Fevereiro de 2022.

Weverton prossegue ofensiva mostrando prestígio em evento com Pacheco em Imperatriz

 

Othelino Neto, Gil Cutrim, Weverton Rocha e Rodrigo Pacheco, ontem, em Imperatriz

O senador Weverton Rocha (PDT) fez ontem, em Imperatriz, mais um movimento forte na sua ofensiva para tirar sua pré-candidatura ao Palácio dos Leões da inércia e colocá-la em rota de crescimento. Ali, acompanhado do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB migrando para o PDT), e do núcleo parlamentar que apoia o seu projeto de poder, o senador pedetista recepcionou o presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD/MG), com quem anunciou investimentos em pavimentação urbana (bloqueteamento de ruas) e reforço na infraestrutura de educação do município. Pelo que foi dito, os recursos virão de emendas da quota do senador, e da quota do Senado, viabilizadas pelo presidente Rodrigo Pacheco atendendo a pleito do representante maranhense. Com o evento, que contou com a participação do prefeito Assis Ramos (DEM), que o apoia, e do senador Roberto Rocha (sem partido), que deve ser seu adversário na corrida sucessória, Weverton Rocha deu uma demonstração de prestígio, principalmente pelo fato de ter conseguido levar o presidente do Congresso Nacional à Princesa do Tocantins, sua cidade natal.

Por mais que os discursos tenham insistido nas obras a serem realizadas com os recursos anunciados, o evento organizado pelo senador Weverton Rocha ganhou fácil a dimensão de fato político. Isso porque, além de presidente do Senado e do Congresso Nacional e de ser atualmente um ponto de equilíbrio nos abalos políticos que têm movimentado Brasília e o Brasil, o senador Rodrigo Pacheco é cotado para ser candidato a presidente da República, exatamente por ser um nome identificado com a ideia de terceira via. E mesmo que não venha as ser candidato, continuará como um ator de peso no cenário político nacional. “Ficamos felizes com a vinda do presidente Rodrigo Pacheco a Imperatriz. Aqui é um momento de soma de esforços e nós, como representantes da Assembleia, também fazemos parte dessa mobilização”, declarou o presidente Othelino Neto.

O evento que movimentou ontem o cenário político de Imperatriz – o segundo maior colégio eleitoral do Maranhão – e que, certamente, repercutiu na região, foi uma demonstração de que Weverton Rocha está determinado a seguir em frente na sua caminhada em direção ao Palácio dos Leões. E mais: a presença do grupo parlamentar que o apoia, liderado pelo deputado Othelino Neto, foi uma demonstração de coesão. O pré-candidato pedetista conseguiu, com o fato de ontem, mandar um recado aos demais concorrentes, o de que está de pé e decidido a se manter como líder nas pesquisas que a partir de agora medirão a posição de cada um na preferência do eleitorado.

Mesmo já tendo dito nos bastidores que não vai entrar na corrida presidencial, o senador Rodrigo Pacheco se esforçou para manter a “liturgia do cargo”, mas nas suas falas deixou escapar sinais de que gostaria de ser candidato a presidente. Ele disse: “Imperatriz sofreu com o problema das chuvas, tendo muitos bairros castigados e que precisam ter o nosso apoio pelo Senado Federal, assim como a educação e a saúde do município. Muito mais que visitar e conhecer a cidade, viemos firmar esse compromisso com a população, no sentido de poder contribuir com realizações efetivas”. E o senador Weverton Rocha não perdeu a “deixa” e foi em frente: “Ele (Rodrigo Pacheco) é um político vocacionado e não mediu esforços em vir conhecer a nossa realidade de perto. Agradecemos muito essa parceria para ajudar Imperatriz e atender as demandas do Maranhão”. Ou seja, manteve as portas abertas para outras “parcerias”.

Em resumo, o senador Weverton Rocha teve ontem mais um dia como um dos protagonistas da cena política estadual, avisando que está firme na corrida sucessória. E com disposição para encarar a poderosa pressão que começa a receber do vice-governador Carlos Brandão, que ganha musculatura a cada pesquisa.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Cúpula do PSD não compareceu, mas Roberto Rocha marcou presença

Weverton Rocha e Rodrigo Pacheco ladeados por Assis Ramos (prefeito), Roberto Rocha e Othelino Neto, durante a visita de a um dos bairros de Imperatriz 

Vários aspectos do evento de ontem em Imperatriz chamaram a atenção para o poder de fogo do senador Weverton Rocha junto ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que avalia a possibilidade de vir a ser candidato do PSD a presidente da República, conforme projeto do chefe nacional da legenda, deputado Gilberto Kassab. E o mais ostensivo foi a ausência do presidente regional do PSD, deputado federal Edilázio Jr., e do pré-candidato do partido ao Governo do Estado, o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr.. A não participação da cúpula estadual do PSD e do pré-candidato do partido pode ser explicada por um “acordo tácito”, já que o fato foi iniciativa do senador Weverton Rocha. Mas ainda assim, soou estranho, à medida que o senador Roberto Rocha, que deve ser candidato a governador, usou a prerrogativa do seu mandato e participou do evento sem qualquer preocupação com eventual constrangimento que sua presença pudesse causar. Mas, detalhes à parte, o evento teve o senador Weverton Rocha como anfitrião.

Registro

Repórter Tempo completa hoje sete anos de existência. Nesse período, foram 2.112 edições, com um número aproximado de meio milhão de acessos, a grande maioria de leitores fidelizados. A Coluna não nasceu com o objetivo de ser um blog de informação com a pretensão de “bombar” no mundo digital. Sua criação em 2015 se deu pela ideia de fazer um jornalismo autoral, interpretativo e isento, focado na realidade política do Maranhão, com eventuais incursões na seara cultural, com registros sobre livros, discos e fatos históricos. E a julgar pelas centenas e centenas de comentários, seu autor viveu nesse período a certeza do dever profissional cumprido, estando, portanto, motivado a continuar pelo tempo que for possível.

São Luís, 25 de Fevereiro de 2022.

Edivaldo Jr. e Roberto Rocha poderão travar uma guerra isolada para avançar na corrida aos Leões

 

Edivaldo Jr. e Roberto Rocha: guerra para chegar ao topo

A nítida tendência de polarização da corrida ao Palácio dos Leões pelo senador Weverton Rocha, pré-candidato do PDT, e pelo vice-governador Carlos Brandão, pré-candidato do PSDB – que pode migrar para o PSB -, coloca em xeque dois projetos de candidatura, o do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (PSD) e o do senador Roberto Rocha, filiado ao PSDB, mas em busca de um novo partido para concorrer a um mandato majoritário, que em princípio será o de governador, segundo ele próprio. Os dois aspirantes ao comando do Executivo estadual estão praticamente empatados, segundo as duas pesquisas mais recentes. Na do DataIlha, Roberto Rocha aparece com 13% e Edivaldo Jr. com 9%, e na do Escutec, Edivaldo Jr. chegou a 12% e Roberto Rocha a 11%. Os números relacionados aos dois pré-candidatos indicam uma disputa dura entre eles, que só será verbalizada quando o senador Roberto Rocha resolver sua questão partidária e definir se será mesmo candidato a governador ou a senador.

O ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. se encontra numa situação pouco confortável. Os números expressivos de intenções de votos por ele obtidos nas últimas dez pesquisas o colocaram entre os quatro mais viáveis e o mantiveram no jogo, uma vez que produziram a perspectiva de que uma campanha forte poderia colocá-lo em condições de brigar por uma das vagas de um provável segundo turno. As duas últimas pesquisas, porém, o mostraram praticamente estacionado na zona que envolve os 10% das intenções de voto. E o seu freio de mão é exatamente o senador Roberto Rocha, que aparece nos dois levantamentos como o seu principal adversário, mesmo levando em conta a posição do prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, pré-candidato do Agir36 ao Governo do Estado, que também o ameaça.

Por sua vez, o senador Roberto Rocha, sem ser oficialmente candidato, mas com clara inclinação para disputar o Palácio dos Leões, deixando de lado o seu projeto preferido, que seria tentar a reeleição para o Senado numa disputa com o governador Flávio Dino (PSB), também se encontra estacionado na zona turbulenta que envolve os dez pontos percentuais. Se realmente está disposto a brigar pelos Leões, o senador terá de travar um combate inicial com o ex-prefeito de São Luís, para em seguida tentar tirar do páreo o senador Weverton Rocha ou o vice-governador Carlos Brandão. Se não seguir esse roteiro, Roberto Rocha será mais um figurante nessa corrida, que até aqui mostra o pedetista e o ainda tucano como favorito a uma disputa num eventual segundo turno.

Se vier a acontecer, o embate entre Edivaldo Jr. e Roberto Rocha será marcado por uma série de cuidados, tendo os dois de evitar ataques agressivos e pancadaria verbal. Pelo simples fato de que na hipótese de um deles chegar ao segundo turno, precisará do apoio do que ficou retido no primeiro turno, o que será bem mais fácil de não houver, mágoas e rancores entre eles. As duas campanhas para a Prefeitura de São Luís mostraram que Edivaldo Jr. não é afeito ao jogo pesado das acusações, preferindo o discurso propositivo. Já o senador Roberto Rocha tem bom discurso propositivo, mas tem também o pavio curto, como mostra aqui e ali nas redes sociais respondendo a provocações.

O fato é que Edivaldo Jr. e Roberto Rocha são dois pré-candidatos cuja viabilização dependerá do fracasso do outro, uma vez que é praticamente impossível que os dois avancem na mesma velocidade e na mesma proporção com o objetivo de ultrapassar os dois líderes. Ambos precisarão de muita habilidade política para essa medição de força, que a rigor começou no momento em que os números do Escutec chegaram ao conhecimento público.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Lula tem vantagem quilométrica sobre Bolsonaro no Maranhão

Lula da Silva e Jair Bolsonaro 

Enquanto as peças do tabuleiro onde ocorre a disputa para o Governo do Estado não param de se movimentar, as peças da corrida à Presidência da República no Maranhão se mantêm estáveis. De acordo com a pesquisa Escutec, o ex-presidente Lula da Silva (PT) permanece consolidado com impressionantes 64% de intenções de voto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) continua com 22%, o que dá ao líder petista uma vantagem quilométrica de 42 pontos percentuais, um quadro quase impossível de ser pelo menos fortemente alterado. A situação permanece a mesma em relação ao segundo time, com o ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) com 6% e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) com 5%, seguido do governador de São Paulo, João Doria (PSDB) com 1%.

Um dado da pesquisa Escutec sobre a corrida ao Palácio do Planalto chamou a atenção ao informar que cinco pré-candidatos não pontuaram no Maranhão: Simone Tebet (MDB), Alexandro Vieira (Cidadania), Rodrigo Pacheco (PSD), André Janones (Avante) e Felipe d’Ávila (Novo).

Outro dado para ser avaliado: a rejeição. De acordo com o levantamento do Escutec, a rejeição dos pré-candidatos presidenciais é a seguinte: Jair Bolsonaro lidera com folga o time com 55% de rejeição, seguido por Lula da Silva com 18%, Sérgio Moro com 10%, Ciro Gomes com 5%, mesmo percentual de João Dória.

 

Pesquisas sobre corrida ao Governo podem influenciar disputa na Câmara de São Luís

Paulo Victor e Dr. Gutemberg 

Os números do DataIlha e do Escutec impactaram o cenário em que avança a corrida para o comando da Câmara Municipal de São Luís. Na avaliação de um conhecedor respeitado dos movimentos no parlamento ludovicense, o avanço do vice-governador Carlos Brandão na corrida aos Leões deve fortalecer a candidatura do vereador Paulo Victor (PCdoB) à presidência da Casa na disputa com o vereador Gutemberg Araújo (PSD), apoiado pelo atual presidente, Osmar Filho (PDT), um dos integrantes destacados do grupo liderado pelo senador Weverton Rocha. No meio dessa medição de força, o prefeito Eduardo Braide (Podemos) deve articular no sentido de fortalecer a candidatura do vereador Gutemberg Araújo, que tem o seu apoio. Terá de fazer um trabalho intenso, uma vez que antes das pesquisas virem à tona, o candidato Paulo Victor tinha um voto a mais, cacife que pode aumentar se Carlos Brandão continuar crescendo. A eleição da nova Mesa da Câmara acontecerá em meados de abril.

São Luís, 24 de Fevereiro de 2022.

Escutec: Weverton enfrenta tendência de queda e vê Brandão encostar e ameaçar sua liderança

 

Weverton Rocha e Carlos Brandão se isolam na frente seguidos de Edivaldo Jr., Roberto Rocha, Lahesio Bonfim, Josimar de Maranhãozinho, Simplício Araújo e Enilton Rodrigues

O vice-governador Carlos Brandão (PSDB migrando para o PSB) avançou fortemente e se aproximou perigosamente do senador Weverton Rocha (PDT), que teve confirmada tendência de queda e encara agora, de fato, o risco de ser alcançado e, confirmada a tendência, até mesmo ser ultrapassado. É esse o cenário da corrida ao Palácio dos Leões desenhado pela pesquisa do instituto Escutec/Sistema Mirante divulgada ontem. Os números são os seguintes: Weverton Rocha tem 22%, Carlos Brandão 19%, Edivaldo Holanda Jr. (PSD) 12%, Roberto Rocha (em busca de um partido) 11%, Lahesio Bonfim (Agir36) 6%, Josimar de Maranhãozinho (PL) 5%, Simplício Araújo (SD) com 2% e Enilton Rodrigues (PSOL) sem pontuação. A pesquisa encontrou 9% que não votariam em nenhum deles e 14% de indecisos. O Escutec foi a campo no período de 9 a 13 de fevereiro, ouviu duas mil pessoas em todo o estado, e a pesquisa tem margem de erro de 2,2%, intervalo de confiança de 95% e está registrada na Justiça Eleitoral sob o número MA 03951/2022.

O levantamento do Escutec mostra três grupos de pré-candidatos. Weverton Rocha e Carlos Brandão agora brigando para valer pela liderança, mas com o detalhe de que o primeiro amarga o encolhimento da sua vantagem, que já foi de 15 pontos percentuais, enquanto o segundo avança num crescimento seguro, que o descolou dos demais e o aproximou do líder, ameaçando sua posição. No segundo grupo, o Escutec mostrou uma disputa acirrada entre o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. e o senador Roberto Rocha, que estão empatados na briga pela terceira colocação. E o terceiro grupo, no qual Lahesio Bonfim e Josimar de Maranhãozinho travam uma verdadeira queda de braço pelo quinto lugar, observado agora de mais perto por Simplício Araújo, que nesse levantamento dobrou seu cacife.

Se os números do DataIlha, publicados na semana passada, funcionaram como um “alerta amarelo” para o senador Weverton Rocha, os percentuais do Escutec ganharam o tom de “alerta vermelho”, significando que o vice-governador Carlos Brandão, sem ainda soar as trombetas do poder, o que poderá fazer daqui a 35 dias, quando assumir o comando do Estado como governador de fato e candidato à reeleição. Como mostrou a Coluna na edição desta terça-feira, o senador Weverton Rocha assimilou os números do DataIlha e iniciou uma ofensiva para preservar sua liderança, conforme sinalizou com clareza em entrevista ao programa Abrindo o Verbo, da rádio Mirante AM, comandado por Geraldo Castro, no qual reafirmou sua pré-candidatura e mandou vários recados, entre eles o de que o PDT pode rever o apoio à candidatura do governador Flávio Dino (PSB) ao Senado. A pesquisa Escutec certamente terá impacto forte na sua estratégia de agora por diante.

No segundo grupo foram criadas as condições para um embate ferrenho entre Edivaldo Holanda Jr. e Roberto Rocha, que estão empatados dentro da margem de erro. O ex-prefeito já tem partido e candidatura definidos, estando aguardando a definição sobre se o PSD lançará candidato a presidente da República. Já o senador ainda não tem o partido pelo qual será candidato, mas se vier a entrar mesmo na briga pelo Palácio dos Leões, o fará como candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), com o desafio de não decepcionar o “chefe maior”. O descolamento de Carlos Brandão desse grupo colocou Edivaldo Holanda Jr. e Roberto Rocha num confronto direto pelo terceiro lugar, o que também pode inviabilizar definitivamente o rascunhado projeto de candidatura única da oposição.

Fechando a classificação da corrida neste momento, a pesquisa Escutec mostra uma medição de força entre Lahesio Bonfim e Josimar de Maranhãozinho, observada de mais perto por Simplício Araújo. Agora filiado e no comando do Agir36 no Maranhão, depois de ter sido esnobado pelo PTB, o prefeito de São Pedro dos Crentes tem o enorme desafio de se descolar de Josimar de Maranhãozinho, que com certeza vai tentar reagir para não ter sua propalada liderança colocada em xeque. Último da fila, Simplício Araújo, que saiu de 1% para 2% assiste ao embate saboreando o aumento do seu cacife em 100%.

Analisados com isenção, os números do Escutec não permitem outra leitura.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Dino lidera com consistência a corrida ao Senado

Flávio Dino lidera com folga, Roberto Rocha em segundo e Othelino Neto aparece em terceiro

Os números encontrados pelo Escutec para mostrar a quantas anda a corrida à vaga a ser preenchida pelo Maranhão no Senado da República não deixam dúvidas de que o governador Flávio Dino (PSB) reúne todas as condições para sair das urnas com o mandato assegurado. Ele tem a liderança isolada e segura da corrida com 47% das intenções de voto. Isso significa mais do dobro do segundo colocado, o senador Roberto Rocha (23%), que ainda não decidiu se será candidato a governador ou à reeleição. A novidade trazida pela pesquisa é o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB a caminho do PDT), que aparece na terceira colocação com 9% das intenções de voto. Tal qual o levantamento para o Governo, o Escutec encontrou 9% dos entrevistados que não votariam em nenhum deles, e 12% de indecisos.

Não surpreendeu o percentual de intenções de voto para o governador Flávio Dino, que é de longe o maior líder político do Maranhão na atualidade, sendo também um dos quadros mais destacados entre as lideranças regionais da sua geração. Seu nome ganhou dimensão pela soma da ação política competente e abrangente e os resultados da sua ação como gestor. O senador Roberto Rocha, por sua vez, busca um caminho baseado na sua ação política ao longo de sete anos do seu mandato, que teve como base o seu rompimento com a aliança liderada por Flávio Dino e sua ação como apoiador declarado e entusiasmado do presidente Jair Bolsonaro (PL). No terceiro plano, o deputado Othelino Neto, se não obteve poder de fogo para entrar efetivamente nessa disputa, alcançou 9%, um desempenho razoável, se levado em conta o fato de que não é, e provavelmente não será, candidato ao Senado. Seu projeto real, pelo qual vem trabalhando com eficiência, é se reeleger deputado estadual.

Mesmo levando em conta os rasgos de imprevisibilidade da política, dificilmente essa tendência será alterada.

 

Thaíza Hortegal destaca apoio de Ana Paula e Othelino Neto a Luciano Genésio

Thaíza Hortegal agradece apoio de Ana Paula Lobato a Luciano Genésio

Quem apostou que o afastamento temporário do prefeito de Pinheiro, Luciano Genésio (PP), período em que a normalidade administrativa do município foi assegurada pela ação eficaz da vice-prefeita Ana Paula Lobato (PDT), perdeu feio. Ao retornar ao cargo por determinação judicial, Luciano Genésio (PP) agradeceu ao presidente do seu partido, deputado federal André Fufuca, e o apoio que recebeu da vice como prefeita interina, como também do deputado Othelino Neto.

A confirmação de que o grupo se manteve firme e forte foi dada ontem na tribuna da Assembleia Legislativa pelas deputadas Thaíza Hortegal (PP), ex-mulher e aliada do prefeito de Pinheiro. Em discurso na tribuna, a parlamentar destacou o apoio que Luciano Genésio recebeu do presidente da Assembleia Legislativa e da vice-prefeita.

– Ela demonstrou ser uma mulher de garra, coragem, competência e uma gestora preparada. Ressalto aqui uma coisa que aprendi com o nosso presidente Othelino Neto, ou seja, que no momento de crise a palavra que permanece é união. E cabe a nós, deputados, fiscalizar, orientar os gestores e enviar recursos e melhorias para mais avanços na nossa Princesa da Baixada – disse a deputada Thaíza Hortegal.

São Luís, 23 de Fevereiro de 2022.

Weverton parte para a ofensiva e coloca em dúvida até o prometido apoio a Dino

 

Weverton Rocha reafirma pré-candidatura ao Governo e condiciona apoio à candidatura de  Flávio Dino ao Senado

“Ao Senado, nossa vontade é acompanhar o Flávio (Dino). Mas, a política é dinâmica. Lá na frente pode não haver espaço ou ambiente para uma aliança e, então, veremos o melhor caminho a seguir”. A declaração foi dada ontem pelo senador Weverton Rocha (PDT) em entrevista ao programa Abrindo o Verbo, da rádio Mirante AM, comandado por Geraldo Castro. Ele reafirmou sua pré-candidatura ao Governo do Estado, usou vários argumentos para justificar sua atitude de se lançar candidato, negou que seja responsável pelo racha na aliança articulada pelo governador Flávio Dino, e garantiu que “o foguete não tem marcha à ré”. Nas declarações sobre o abalo na base governista, o senador deixou claro que está cada dia mais distante do governador Flávio Dino, a quem rasgou elogios, mas agora sinalizando que o anunciado apoio à candidatura dele ao Senado já não é fato consumado e irreversível e poderá ser revisto. Ou seja, sob o argumento de que não rachou a base governista, o senador pedetista está desenhando com clareza o cenário para um rompimento.

Ao questionamento acerca do motivo de uma não composição para manter a aliança, como tentou o governador Flávio Dino, Weverton Rocha respondeu que a aliança foi inviabilizada “por diferenças políticas”, as quais não relacionou, deixando muitas interrogações no ar. Sobre não apoiar o vice-governador Carlos Brandão (PSDB a caminho do PSB), resumiu numa explicação surpreendente, sem levar em conta os vários pontos que envolvem a questão: “Não tenho nada contra o Carlos Brandão, mas ele não é do nosso campo político”. (É como se em 2006 o então governador José Reinaldo Tavares negasse apoio ao candidato Jackson Lago argumentando não ser ele do seu campo político).

Com a preocupação de demonstrar que tem sido correto na sua relação com o governador Flávio Dino, o senador Weverton Rocha lembrou que, a pedido de Flávio Dino, em 2014 o PDT retirou a candidatura do pedetista Márcio Honaiser a vice-governador, em favor do então deputado federal Carlos Brandão (PSDB). Mas preferiu não lembrar que nessa mesma negociação conseguiu de Flávio Dino e do próprio Carlos Brandão o compromisso de que os dois apoiariam sua candidatura ao Senado em 2018, o que foi cumprido fielmente pelo governador e pelo vice-governador. Na entrevista, Weverton Rocha admitiu que Flávio Dino foi decisivo na eleição dele para o Senado: “A grande vitória foi construída com ele. Ele liderou o grupo, o nosso partido e os outros que nos acompanharam. E toda essa articulação que temos feito antes da eleição foi sucesso dessa articulação que ele comandou”, disse.

Entrevistas como a de ontem ao programa comandado por Geraldo Castro é, na verdade, parte de uma ofensiva do senador Weverton Rocha para sair da inércia que o mantém estancado há meses na faixa dos 25% das intenções de voto, com pequenas variações para mais ou para menos. Mais ainda diante do avanço do vice-governador Carlos Brandão, que na pesquisa mais recente chegou a 17%. Na ponta do lápis, a vantagem de oito pontos é expressiva, mas a complicação vem do fato de que o pedetista estacionou, enquanto o ainda tucano está crescendo, o que transforma o segundo colocado numa ameaça real, que precisa ser urgentemente afastada por ele. Weverton Rocha nada tem de ingênuo e sabe muito bem que se já é um candidato forte antes do Carnaval, Carlos Brandão aumentará muito o seu poder de fogo em abril, quando começar a trabalhar no gabinete principal do Palácio dos Leões.

As declarações de ontem, principalmente as relacionadas diretamente ao governador Flávio Dino, que dependendo das circunstâncias poderá nem ter o seu apoio para o Senado, mostram que o senador Weverton Rocha, que é politicamente arrojado, parece disposto a jogar todas as suas fichas numa espécie de “tudo ou nada”.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Eliziane Gama: efeméride que valeu a pena

Eliziane Gama apontada como bom nome para vice por João Doria

Pode ter chegado ao fim a efêmera participação da senadora Eliziane Gama (Cidadania) na fechadíssima e excludente seara da corrida presidencial. Ela foi citada pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB) que foi como possível candidata a vice-presidente da República na chapa do da provável federação PSDB/Cidadania. A sugestão do nome dela foi bem recebida, fazendo com que Eliziane Gama e alguns aliados comemorassem. Afinal, não é todo dia que uma senadora de um estado pobre é catapultada para o epicentro do debate político nacional, como ocorre agora com a maranhense.

Mas em política nem sempre o que é gestado se sustenta. Ontem, por exemplo, o mesmo governador João Doria que há duas semanas posou simpático ao lado de Eliziane Gama, apresentando-a como um nome forte ser companheira de chapa, apresentou ontem a possibilidade de vir a ter como vice ninguém menos que a senadora Simone Tebet, que se lançara candidata a presidente pelo MDB, como sua provável companheira de chapa dentro de uma improvável federação do PSDB com o MDB

Não há sinais firmes de que o PSDB venha a compor federação com o Cidadania ou com o MDB. Mas o fato é que o zumzum que envolveu a senadora Simone Tebet reduziu drasticamente as chances da senadora Eliziane Gama. Por outro lado, o curto período sob os holofotes gerado pela possibilidade de ela vir a ser candidata a vice-presidente serviu para que a senadora maranhense turbinasse nacionalmente a sua ascensão ao posto de líder da Bancada Feminina no Senado

 

Senador diz que filho de professor querer ser governador incomoda

Do senador Weverton Rocha, ontem, durante a entrevista à rádio Mirante AM:

Já tivemos até um presidente metalúrgico, mas aqui no Maranhão, para muitos é um incômodo, o filho de uma professora ser governador. Devem pensar: alguém que não é da nossa casta”.

Não é bem assim. O governador Luiz Rocha teve origem extremamente humilde, foi morador da antiga e mau cuidada Casa do Estudante, no Lira, e chegou ao Palácio dos Leões com seus próprios pés. O governador Epitácio Cafeteira nasceu de família humilde na Paraíba e foi bancário antes de ser político. O governador João Alberto nasceu de uma família de servidores públicos. Edison Lobão também saiu de uma família humilde. O governador José Reinaldo é filho de servidores públicos.

Outros exemplos reforçam que muitos governadores do Maranhão não saíram de famílias ricas e influentes, que ele chama de castas.

São Luís, 22 de Fevereiro de 2022.

Guerra sucessória: Proposta de candidatura única de oposição enfrenta obstáculos e tem futuro incerto

 

Roberto Rocha, Josimar de Maranhãozinho , Edivaldo Jr. e Lahesio Bonfim: obstáculos à candidatura de oposição

A proposta de construção de uma candidatura única de oposição com tintura de “terceira via” para disputar o Governo do Maranhão com o vice-governador Carlos Brandão (PSDB a caminho do PSB) e o senador Weverton Rocha (PDT) está colocada à mesa das negociações. Foi feita pelo deputado federal Hildo Rocha (MDB), que na semana passada reuniu os seus colegas João Marcelo (MDB), Josimar de Maranhãozinho (PL), Marrecas Filho (Patriotas), Edilázio Jr. (PL), Josivaldo JP (PTB) e o senador Roberto Rocha (sem partido) em um jantar em sua residência, em Brasília. A iniciativa, porém, esbarrou de cara na posição de Josimar de Maranhãozinho, que reafirmou sua pré-candidatura e deixou claro que não discute proposta que não tenha ele o cabeça da chapa. O foco do organizador e seus colegas foi o senador Roberto Rocha, que teria externado sua pretensão de ser candidato pelo PL, mas diante da reação de Josimar de Maranhãozinho, o projeto azedou durante o jantar e todos foram para casa com a sensação de ter participado da plantação de uma semente em solo esturricado.

A tentativa do deputado Hildo Rocha é complicada, a começar pelo fato de que quatro dos sete participantes do jantar são chefes regionais de partido sem a prerrogativa integral de fazer uma escolha majoritária tornando-a fato consumado. Os emedebistas Hildo Rocha e João Marcelo têm peso no MDB, mas não têm o poder de decidir nortear o partido para a seara bolsonarista. Para citar apenas um motivo: os deputados estaduais do MDB – Roberto Costa, Socorro Waquim e Arnaldo Melo – e a quase totalidade dos sete prefeitos do MDB declararam apoio e já participam dos atos de pré-campanha do vice-governador Carlos Brandão. Logo, é difícil imaginar uma reviravolta tão ampla e radical no braço maranhense do MDB.

Na mesma linha, surpreendeu a participação do deputado federal Edilázio Jr., que preside o PSD no Maranhão, nesse movimento, uma vez que seu partido tem um candidato com bom lastro, o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr.. Até onde se sabe, Edivaldo Holanda Jr. foi uma escolha do presidente nacional, Gilberto Kassab, no ato da sua filiação dele, Edivaldo Jr., em São Paulo. Além disso, o PSD tem tentado buscar uma candidatura presidencial própria, que pode ser a do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG) ou a do atual governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que disse topar ser candidato se o PSD tiver realmente um projeto nacional sério e consistente. Logo, rifar Edivaldo Holanda Jr. e colocar o PSD do Maranhão num projeto de candidatura de oposição com viés bolsonarista pode ser um tiro no pé.

O deputado federal Josivaldo JP, recém nomeado presidente regional do PTB está se movimentando, mas dará qualquer passo sem a anuência integral do chefe maior do partido no plano nacional, Roberto Jefferson. É provável que uma candidatura única de oposição com viés bolsonarista venha a ser do agrado do chefão petebista, o que, se levado em frente, pode facilitar a vida de Josivaldo JP.

A ideia do deputado Hildo Rocha de lançar o senador Roberto Rocha ingresse no PL para ser o cabeça numa eventual chapa única de oposição encontra um obstáculo gigantesco: Josimar de Maranhãozinho. Isso porque, além da vaga de candidato a governador, Roberto Rocha quer o comando do PL. Tentou conseguir isso por meio dos Bolsonaro. Só que o chefe maior do PL, Waldemar Costa Neto, reagiu dizendo ninguém mexe com Josimar de Maranhãozinho, que tem total autonomia para decidir sobre o futuro do partido no Maranhão. Roberto Rocha tentou dobrar o deputado, mas ouviu dele várias vezes: para ingressar no PL, tem de declarar apoio público à sua candidatura a governador; caso contrário, não tem conversa. Roberto Rocha, claro, não topou, nem Josimar de Maranhãozinho cedeu. E mais: Roberto Rocha terá a mesma dificuldade se tentar entrar no Patriotas, pois Marreca Filho não dá um passo sem o sinal verde de Josimar de Maranhãozinho.

Além das limitações dos dois deputados do MDB, da barreira chamada Edivaldo Holanda Jr. que neutraliza o deputado Edilázio Jr., dos obstáculos formados por Josimar de Maranhãozinho no PL e Marreca Filho no Patriotas e da pouca autonomia de Josivaldo JP, o projeto de candidatura única de oposição pensado pelo deputado emedebista Hildo Rocha vai esbarrar numa muralha obstinada: Lahesio Bonfim (Agir36), bolsonarista independente, que afirma não abrir “nem para o trem”.

E assim, mesmo levando-se em conta que na política do Maranhão boi costuma voar, às vezes com asa quebrada, a ideia de uma candidatura única de oposição parece um exercício quimérico. Pelo menos por enquanto.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Weverton tenta quebrar clima tenso dizendo que não briga com Dino e respeita Brandão

Weverton Rocha: discurso rebate acusação de ser contra grupo

Pré-candidato ao Governo do Estado, o senador Weverton Rocha (PDT) tem acrescentado ao seu discurso de pré-campanha a preocupação de bombardear a acusação de que é o responsável pelo racha na aliança política e partidária construída pelo governador Flávio Dino (PSB). Sexta-feira, em Balsas, ao participar de um evento político, ele aproveitou para disparar contra esse clima de tensão que vem marcando a disputa entre ele e o vice-governador, afirmando que mantém lealdade política ao governador e que pretende ter uma relação harmônica com Carlos Brandão, que assumirá o Governo como titular em abril.

– Aos que desejam uma briga de Weverton com Flávio, ficarão frustrados, pois nossa divergência, quando há, é sempre no campo político e no campo leal das ideias, como a gente sempre fez. Todos sabem que, na sua decisão de apoiar o vice-governador, eu não segui por questões próprias e todos sabem disso. O local desse debate, nós temos, de forma respeitosa, porque tenho respeito pelo vice-governador e ele sabe disso –  declarou, enfático.

Com declarações como essa, o senador Weverton Rocha reconhece que a acusação é desgastante e o incomoda. Manifestações como a feita em Balsas ajudam a quebrara animosidade que alguns gostariam de ver minando a relação com o governador e o vice-governador.

 

Prefeito reassume em Pinheiro sem a crise que tentaram montar com seu afastamento

Luciano Genésio foi substituído por Ana Paula e teve o apoio de Othelino Neto

O retorno do prefeito Luciano Genésio (PP) ao comando da Prefeitura de Pinheiro, ordenado por decisão do desembargador federal Cândido Ribeiro, se deu dentro das regras e da realidade. Recebeu o comando da vice-prefeita Ana Paula Lobato (PDT), que assumiu e controlou a situação no município, onde tudo correu normalmente. A Justiça entendeu que a denúncia da Polícia Federal, segundo a qual o prefeito Luciano Genésio comandaria um esquema de corrupção por meio de empresas, não foi confirmada. Mais de um mês depois de afastado, Luciano Genésio reassumiu sexta-feira (18).

Houve apostas elevadas numa possível crise entre os dois grupos, bancadas por opositores da aliança política e partidária selada em Pinheiro, tendo de um lado o prefeito Luciano Genésio de um lado, apoiado pelo deputado federal André Fufuca, presidente nacional e líder do PP na Câmara Federal, e de outro com a vice-prefeita Ana Paula Lobato, apoiada pelo presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB migrando para o PDT) e pelo senador Weverton Rocha (PDT).

A declaração do prefeito reempossado dizendo que teve o apoio da vice-prefeita Ana Paula Lobato e do deputado Othelino Neto funcionou como uma ducha de água fria na fonte do boato.

São Luís, 20 de Fevereiro de 2022.

Registro de jantar oferecido por Hildo Rocha a colegas de bancada enseja diferentes interpretações

 

Hildo Roche reúne Josimar de Maranhãozinho, Marreca Filho, João Marcelo, Edilázio Jr., Josivaldo JP e Roberto Rocha em jantar descontraído e que gerou especulações

Uma fotografia registrando os deputados federais Hildo Rocha (MDB) João Marcelo (MDB) Josimar de Maranhãozinho (PL), Marreca Filho (Patriotas), Edilázio Jr. (PSD), Josivaldo JP (PTB) e o senador Roberto Rocha (ainda filiado ao PSDB, mas considerado sem partido). O jantar foi oferecido pelo deputado Hildo Rocha, e a legenda da foto dá a seguinte explicação: “E para encerrar os trabalhos de hoje, um ótimo jantar oferecido pelo deputado Hildo Rocha. Aproveitamos também para colocar a conversa em dia e discutir sobre o futuro do nosso Maranhão”.

Indiscutivelmente expressiva para o momento político que vive o Maranhão, com as definições e indefinições relacionadas com a sucessão para o Palácio dos Leões, a fotografia que reuniu um terço da bancada na Câmara Federal e um terço da bancada do Senado, agitou a blogosfera e os bastidores partidários, a começar pelo fato de que mobilizou quatro presidentes de partidos – Josimar de Maranhãozinho (PL), que é pré-candidato assumido a governador, Marreca Filho, que o apoia, Edilázio Jr., cujo partido tem o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. como candidato a governador, e Josivaldo JP (PTB). Junto com eles Roberto Rocha, potencial candidato a governador ou a senador. Os dois emedebistas estariam inclinados a apoiar a candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB migrando para o PSB), seguindo a tendência do seu partido.

A fotografia ensejou as mais diferentes interpretações, sendo que duas chamaram mais atenção pelo arrojo da leitura. Uma interpretou a foto como sendo os passos iniciais de um entendimento para que o senador Roberto Rocha ingresse no PL para ser candidato a governador, possibilidade já negociada com Josimar de Maranhãozinho, e já sendo conversada com MDB e PTB, mesmo que até horas antes do jantar o deputado reafirmava como irreversível a sua pré-candidatura ao Palácio dos Leões, só admitindo a filiação de Roberto Rocha ao PL com a condição de ser candidato ao Senado. A outra leitura da fotografia, essa mais lógica: durante o jantar, num recado direto a Roberto Rocha, Josimar de Maranhãozinho teria dito e repetido que é candidato a governador, e fim de conversa.

A Coluna apurou que o que aconteceu mesmo foi um jantar oferecido pelo deputado Hildo Rocha a colegas de bancada com os quais tem mais afinidade, o que é comum em Brasília. E que ao longo da ceia, regada a cola-cola e guaraná, se falou muito sobre a corrida sucessória, mas que não houve nenhuma declaração definindo posição de qualquer dos presentes. Assim, além da reafirmação enfática de Josimar de Maranhãozinho, os emedebistas Hildo Rocha e João Marcelo mantiveram sua tendência de apoiar Carlos Brandão; Edilázio Jr. alimentou inalterada sua tarefa de embalar a pré-candidatura de Edivaldo Jr.; Josivaldo JP não bateu martelo sobre o rumo do PTB, e o senador Roberto Rocha entrou e saiu sem revelar seu rumo partidário nem o seu projeto de candidatura, sinalizando apenas que está se movimentando para uma definição em breve, informação dada por ele próprio à Coluna há duas semanas.

Se não registrou um momento de decisão importante para o cenário pré-eleitoral, a fotografia divulgada ontem reforçou a divisão ideológica e partidária da bancada ao reunir dois deputados de centro (Hildo Rocha e João Marcelo), três de direita plena (Josimar de Maranhãozinho, Marreca Filho e Edilázio Jr.) e um da direita bolsonarista, Josivaldo JP. E um senador (Roberto Rocha) que já nasceu na direita democrática, avançou para o centro-esquerda, chegou à chamada esquerda democrática, e num processo surpreendente, deu meia volta e hoje milita na direita radical como aliado de primeira linha do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Além de sugerir e estimular interpretações, a fotografia captou uma mostra clara de que a democracia é um regime político tão saudável que permite reuniões como essa, com diferentes visões dos que veem a política por um viés mais conservador, mas dentro dos padrões democráticos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Republicanos declara apoio a Weverton, mas uma banda do partido apoia Brandão

Gil Cutrim, Cleber Verde, Marcos Pereira: Republicanos reafirma apoio à pré-candidatura de Weverton Rocha

O senador Weverton Rocha, pré-candidato do PDT ao Governo do Estado, recebeu ontem o apoio do comando nacional do Republicanos, declarado pelo presidente do partido, deputado Marcos Pereira (SP). A declaração, feita na presença do senador, do presidente regional do partido, deputado federal Cléber Verde, e do deputado federal Gil Cutrim, membro da agremiação, foi destinada a rebater rumores segundo os quais o braço maranhense do Republicanos poderia retirar o apoio à candidatura do senador Weverton Rocha. Além disso, rumores disseminaram a possível saída do deputado Gil Cutrim do partido.

Já tinha ficado evidente de que se tratou de uma informação falsa, enfaticamente desmentida pelo presidente Cléber Verde, que em entrevistas reafirmou o alinhamento do Republicanos à pré-candidatura do senador pedetista. Na reunião, o presidente Marcos Pereira foi igualmente enfático: “Estou aqui com o deputado federal Gil Cutrim e o deputado federal Cleber Verde, que preside o partido no Maranhão. Terminamos uma reunião com o senador Weverton Rocha, que é o nosso pré-candidato ao governo do Maranhão. Eu quero aqui, em vista de muito boatos que têm circulado no Maranhão, reafirmar aqui, junto com o Gil, que confirmou sua permanência no partido, nossa aliança com o próximo governador do Maranhão”.

O problema é que o presidente Cléber Verde está encontrando dificuldades para unificar o partido em torno da candidatura do senador Weverton Rocha. O Republicanos elegeu 25 prefeitos em 2020, com o detalhe de que na época o vice-governador Carlos Brandão era filiado ao partido e teve participação decisiva na campanha de pelo menos 15, a maioria dos quais está alinhada à sua pré-candidatura, mesmo tendo ele deixado o partido. O exemplo mais evidente disso é o prefeito de Caxias, Fábio Gentil, que pertence ao Republicanos e está na linha de frente da pré-candidatura do vice-governador.

Não há dúvida de que formalmente o Republicanos apoia Weverton Rocha, mas também é verdade que o partido está dividido, com uma expressiva fatia dos seus líderes municipais apoiando o vice-governador Carlos Brandão.

 

Negociação e decisões sensatas vêm mantendo o equilíbrio na Assembleia Legislativa

Othelino Neto: negociação e bom senso

A forte tensão que marcou a reabertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa por causa da mudança efetuada na Comissão de Constituição e Justiça, com a nomeação do deputado Márcio Honaiser (PDT) para presidente, ato contestado pela maioria governista na Casa, não se transformou numa crise política de largas proporções, como alguns chegaram a temer. O não mergulho das forças que formam o Poder Legislativo num embate politicamente fraticida, que resultaria em fortes estragos, se deveu à calma e ao senso político do presidente Othelino Neto (PCdoB), que viu no problema os ingredientes para uma tempestade perfeita. E com um dado essencial: a crise só seria resolvida pela via da negociação. E é exatamente pela via da negociação, com concessões feitas de parte a parte, que a Assembleia Legislativa vai mantendo o equilíbrio, evitando que as diferenças políticas e as disputas eleitorais sejam mantidas dentro dos limites da civilidade. Isso não quer dizer que o Palácio Manoel Beckman sobreviva a corrida eleitoral sem explosões no plenário. Mas é possível prever que, se acontecerem, serão pontuais e sem maiores danos para a Casa.

São Luís, 18 de Fevereiro de 2022.