Sucessão em Imperatriz será um jogo complicado, que cobra pressa a Flávio Dino e paciência a Sebastião Madeira

 

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Opção Dino por Marco Aurélio ou Clayton Noleto influenciará Rosângela Curado, Ildon Marques e Sebastião Madeira

São cada vez mais fortes os sinais de que o governador Flávio Dino (PCdoB) deve se posicionar, em caráter definitivo, no complicado tabuleiro  sobre o qual se desenvolve a guerra sucessória em Imperatriz. Posicionamento, no caso, significa dizer qual candidato será apoiado, sem dúvida nem meio-termo, pelo grupo partidário liderado pelo governador, a começar pelo PCdoB. No momento, nenhum observador é capaz de afirmar se Dino apoiará a candidatura da enfermeira Rosângela Curado, do PDT, que é o mais forte e forme aliado do Governo, como também é ainda impossível afirmar que dará sinal verde para que o PCdoB lance um candidato à Prefeitura de Imperatriz, que pode ser o deputado estadual Marco Aurélio ou o atual secretário de Estado de Infraestrutura Clayton Noleto. Nesse tabuleiro, onde a pedetista Rosângela Curado se desdobra para ser a candidata do governador e dois candidatos do partido do governador medem forças para ver quem será o escolhido; o prefeito Sebastiao Madeira (PSDB) – que se dá bem com o chefe do Executivo – aguarda esse desfecho para ver se lança um candidato ou se se junta à aliança governista para apoiar o candidato que vier a ganhar as bênçãos do Palácio dos Leões.

É impressão corrente dentro e fora das hostes governistas é que, ao contrário do que acontece em São Luís, onde tem o controle da situação com a candidatura consolidada do prefeito Edivaldo Jr. (PDT), o governador Flávio Dino Flávio Dino terá de apressar uma definição na metrópole tocantina, pois o adversário a ser batido, o ex-prefeito Ildon Marques (PMN), é forte, experiente, conhece o caminho das pedras e já começa a atrair apoios que poderão lhe dar mais força política e eleitoral. A prova do poder de fogo de Marques foi a declaração de simpatia à sua candidatura, dada de corpo presente e com visível entusiasmo pelo senador Roberto Rocha (PSB), que ao fazê-lo, mandou também um recado claro ao governador Flávio Dino, informando que não seguirá com a pedetista Rosângela Curado nem com o eventual candidato comunista.

No território governista a situação é, de fato, de indefinição e forte expectativa. Aliada de primeira hora da campanha de Flávio Dino em 2014, Rosângela Curado saiu na frente e, com aval incontestável do seu partido, se lançou candidata, esperando, claro, o apoio do PCdoB e das forças partidárias controladas pelo Palácio dos Leões. Esse apoio não foi manifestado, e provavelmente não o será, situação que poderá gerar um forte mal-estar com o PDT, cujo líder maior, o hoje influente líder do partido na Câmara Federal Weverton Rocha cobrou enfaticamente o apoio do PCdoB e seus aliados à candidatura de Curado, avisando que se esse apoio não for declarado, o seu partido vai reagir. Responsável direto pelas articulações políticas de interesse do governador Flávio Dino, o presidente do PCdoB, secretário Márcio Jerry, não emitiu até agora nenhum sinal de que o seu partido apoiará Rosângela Curado.

Na base governista, ninguém duvida de que o PCdoB vai lançar candidato a prefeito de Imperatriz. O deputado Marco Aurélio é visto por muitos como um nome com força eleitoral suficiente para ser o escolhido. No contrapeso, o secretário Clayton Noleto é apontado como o nome de preferência do “núcleo” mais próximo do governador Flávio Dino. Os dois travam uma guerra em que os movimentos são cuidadosamente observados. Marco Aurélio corre em faixa própria, com forte atuação na Assembleia Legislativa e intensa movimentação na base que lhe deu 20 mil votos em 2014, exibindo um ar de confiança. Por sua vez, Clayton Noleto faz uma campanha mais discreta, mas igualmente ativa, dividindo seu tempo entre as desafiadoras tarefas no comando da pasta da Infraestrutura com conversas políticas voltadas para o projeto de disputar a Prefeitura de Imperatriz.

No meio desse tabuleiro, o prefeito Sebastião Madeira (PSDB) usa uma mistura de experiência e paciência para decidir quem apoiará à sua própria sucessão. Ele não apontou ninguém do seu grupo e liberou o espaço para que os interessados se viabilizassem. Quatro nomes entraram na ciranda, mas até agora ninguém chamou atenção. Se não lançar candidato, Madeira poderia até apoiar o candidato do governador Flávio Dino, pois para muitos a possibiidade de ele vir a apoiar Ildon marques equivale a um boi voar.  O problema é que a cúpula nacional do PSDB não vai entender que um chefe tucano como Madeira não lance um candidato do partido e entregue, “de mão beijada”,  um tesouro político e eleitoral como Imperatriz. Aspirante assumido a uma vaga no Senado, Madeira sabe que não pode errar na sua própria sucessão.

A corrida à Prefeitura de Imperatriz será, como se vê, um complicado jogo de xadrez com poucos peões.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

César Pires anuncia saída do PFL “sem renegar o meu passado”
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César Pires anuncia sua saída do DEM em discurso na Alema

Um forte discurso de despedida feito ontem pelo deputado César Pires, um dos nomes mais respeitados dos quadros parlamentares do estado, pode ter significado o fim da presenta do DEM na Assembleia Legislativa. Visivelmente incomodado sua a sua situação política e partidária imposta pera redefinição dos blocos que formal o plenário do parlamento estadual, tendo inclusive revelado incapacidade de compreender tais mudanças, César Pires informou aos seus pares que não tem mais condições de permanecer no DEM, devendo aproveitar a “janela partidária” para ingressar em outro pouso partidário. O anúncio de César Pires gera dois fatos políticos de relevância. A primeira é a própria iniciativa do depurado, um quadro parlamentar de relevância, que entrou na politica nesse partido e nele permaneceu sofrendo todos os reveses da decadência da agremiação, o que o mostra, no mínimo, como um político coerente no campo político e ideológico ocupado pela direita esclarecida e democrática. E nesse sentido, o partido que vier a recebê-lo contará com um quadro cujo patrimônio político começa pela coerência. O outro fato é a saída do deputado César Pires reduz a bancada do DEM à metade, podendo até extingui-la, à medida que é muito provável que a agremiação que nasceu Arena, virou PDS, evoluiu para Frente Liberal, foi renomeado com PFL e finalmente rebatizado como DEM deverá perder também o seu outro pilar, o deputado Antônio Pereira, também um quadro parlamentar de grande importância e peso político. Se os dois deputados deixarem de fato o partido, o DEM poderá desaparecer da parte da frente do cenário político estadual, correndo o sério risco de chegar até mesmo ser extinto no Maranhão. O futuro do DEM vai depender muito do tamanho com que sairá da “janela partidária” e da capacidade de articulação dos seus líderes para mantê-lo de pé na política estadual.

 

Assembleia Legislativa: clima de guerra na “Bancada do Anzol”
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Júnior Verde: reação duro contra Fernando Furtado

Demorou, mas aconteceu o que a Coluna previra, num dos seus primeiros postos, em março de 2015: os deputados Fernando Furtado (PCdoB), Júnior Verde (PRB) e Edson Araújo (PSL), que conseguiram seus mandatos com as tarrafas dos milhares dos pescadores maranhenses, cedo ou tarde se estranhariam e declarariam a “Guerra do Anzol”. No primeiro ano de Casa, passaram o tempo todo se medindo, soltando uma farpa direta aqui, outra indireta ali, mas sempre tentando demarcar seus territórios. Veio o escândalo do credenciamento de pescadores para receber o seguro defeso – salário pago pelo Governo Federal a pescadores durante o período da piracema, quando peixes estão se reproduzindo e a pesca é proibida. Investigações descobriram que milhares e milhares de pessoas que nunca viram um anzol ou uma tarrafa na vida foram credenciadas como “pescadores”, que revelou a existência de um poderoso esquema manipulação e corrupção no setor no Maranhão. Os três têm envolvimento direto com o caso, mas até agora não ficou clara o grau de responsabilidade de cada um. O caso continua sendo investigado. E foi nesse clima de tensão que Fernando Furtado, que é sindicalista, falou destacando a eleição da diretoria de uma entidade estadual ligada à pesca ocorrida recentemente e, segundo ele, sem problemas. Na sua fala, Furtado fez uma série de comentários críticos e acabou por afirmar que somente ele se interessa pela organização dos pescadores. Ato contínuo, o deputado Junior Verde reagiu na tribuna, e sem citar nome, atacou duramente o “deputado que falou aqui”, a quem chamou várias vezes de “mentiroso” e “irresponsável”. Conhecido por seu temperamento explosivo, Furtado fez de conta que não era com ele. Mas ficou claro que a situação vai ficar complicada na “Bancada do Anzol”.

 

São Luís, 23 de Fevereiro de 2016.

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